Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal


Sombras Quentes
Silhuetas difusas do Grand Canyon criadas pelo pôr-do-sol a ocidente.
Canyon do pote de ouro
Nuvens carregadas sobre o Grand Canyon geram um arco-íris resplandecente.
Uma vista descomunal
Silhueta de um visitante que admira a vastidão profunda do Grand Canyon.
Uma homenagem aos Hopi
Visitantes do Grand Canyon em diferentes andares da torre de vigia Desert View, erguida em 1932 para promover a cultura indígena mas que despertou bastante controvérsia.
À moda antiga
Muleiro conduz uma visitante numa incursão guiada sobre mulas ao fundo do Grand Canyon.
Vista binocular
Adolescente asiática observa as profundezas do Grand Canyon com binóculos.
“All aboard”
Maquinista prepara-se para subir a bordo da locomotiva de uma das composições do Grand Canyon Railway
Grand Canyon em fogo
Crepúsculo "incendeia" o céu por cima do Grand Canyon.
Um afecto improvável
Mula e muleiro num momento de diversão antes de nova descida às profundezas do Grand Canyon.
De olho nos humanos
Corvo oportunista observa a movimentação de visitantes que admiram o Grand Canyon.
Sombras Quentes II
Silhuetas de visitantes que contemplam o pôr-do-sol a partir de uma beira elevada do Desert View Point.
O grande Colorado
O rio colorado flui no fundo do Grand Canyon, com enorme volume de água e a grande velocidade.
Grand Drinks
Visitante escolhe uma bebida de máquinas de venda do Desert View Point iluminadas com imagens do Grand Canyon.
O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.

Desarmam-nos os preços exorbitantes dos quartos nas imediações do Parque Nacional Grand Canyon.

Acabamos por eleger, para base de sucessivos vaivéns rodoviários, um dos retalhos históricos da velha Route 66, perdidos no vasto Arizona.

Situada a quase 100 km, Williams provou-se uma pequena povoação em estilo Main Street América, bissectada pela estrada emblemática e em que, apenas na aparência, pouco mudara no tempo. E, no entanto, em plena franja do território índio Hualapai, quase só indianos geriam as dezenas de motéis geminados de ambos os lados da via.

O crepúsculo tomava conta do vilarejo e fazia resplandecerem dezenas de placards de néon quando, estasiados de uma viagem que já vinha do longínquo litoral californiano do oceano Pacífico, demos entrada num desses abrigos práticos mas sem vestígio de alma.

Dormimos bem mais que o que precisávamos. Despertamos para um novo dia de céu azul e sol radioso.

Mesmo conscientes de que, por essa hora, parte substancial dos hóspedes de Williams embarcavam no comboio a vapor do Grand Canyon Railway com destino ao Grand Canyon, mantemo-nos fiéis ao nosso velhinho mas fiável Buick Le Sabre.

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Maquinista prepara-se para subir a bordo da locomotiva de uma das composições do Grand Canyon Railway

Fazemo-nos ao norte pelas rectas sem fim das Highways 64 e 180, nesta última, ao longo de uma tal de floresta Kaibab pejada de pinheiros Ponderosa que prenunciavam o término forçado do percurso.

Uma hora depois, cruzamos o portal sul. Damos entrada na Grand Canyon Village.

A Visão Abismal do Grand Canyon

Ansiosos por recompensar os sentidos, seguimos de imediato em direcção ao abismo. Quando o confrontámos, percebemos, por fim, porque tantos viajantes o consideram o cenário supremo dos Estados Unidos.

Para diante, estendia-se um domínio caprichosamente esculpido até às profundezas, retalhado em camadas e colunas multicolores de rocha das mais diversas eras.

Acima, nuvens tresmalhadas, seduzidas pela sumptuosidade e complexidade geológica, disputavam jogos de sombras.

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Trio admira a vastidão talhada do Grand Canyon a partir de uma enorme laje.

Por instantes, ficámos de queixo caído. Aproveitámos o deslumbramento para recuperar a respiração cortada a meias pelo panorama e pela rarefacção própria daqueles 2200 metros de altitude a que estávamos mas que a fundura (quase 1900 metros) e dimensão incrível do precipício (446 km por 29 km) mal deixava perceber.

Admiramo-lo a partir do Yavapai Point, um miradouro que honra um dos vários povos indígenas da zona, rivais da grande nação Navajo do norte logo do Mather Point.

E enquanto saltitávamos na Desert View Drive pela beira elevada da Orla sul, de outros pontos de observação com varandas naturais instaladas sobre reentrâncias vertiginosas.

De oeste para leste, percebemos a visão do leito distante e esquivo do rio Colorado ser favorecida pela configuração do relevo.

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O rio colorado flui no fundo do Grand Canyon, com enorme volume de água e a grande velocidade.

Por altura do Lipan Point, o grande responsável fluvial daquela mutilação da superfície terrestre, submete-se a meandros apertados.

Para logo fluir, quase desafogado, pelas terras bem mais regulares a oriente do Tanner Canyon.

Uma Obra Geológica e Erosiva do Velho Rio Colorado

Prevalece um intenso debate entre os cientistas mas os últimos estudos têm defendido que o rio Colorado estabeleceu o seu curso e começou a talhar a sua bacia exuberante no Planalto do Colorado há 17 milhões de anos.

A enorme profundidade – nem assim a maior do Mundo que se situa na garganta nepalesa de Kai Gandaki – e a altitude superlativa das suas vertentes, a maioria formadas abaixo do nível do mar, deve-se a um levantamento massivo (de entre 1500 a 3000 metros) do Planalto do Colorado há mais de 60 milhões de anos.

Este levantamento tornou maior a gradiente do caudal do rio Colorado e dos seus afluentes o que incrementou dramaticamente a velocidade a que fluem e a sua capacidade de desgaste da rocha.

As condições climáticas durante as eras glaciais também aumentaram a quantidade de água drenada na bacia, o que voltou a reforçar o processo de erosão.

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Adolescente asiática observa as profundezas do Grand Canyon com binóculos.

Desert View Watch Tower: uma Velha Sentinela de Inspiração Kiva

Chegamos ao limiar leste do Grand Canyon, damos com o edifício mais alto da Orla Sul. À primeira vista, a torre cilíndrica parece-nos uma velha ruína nativo-americana.

No seu interior dividido em quatro andares, constatamos que se tratava de uma de várias construções do início dos anos 30 para uma empresa de nome Fred Harvey que ainda hoje promove a cultura e a arte nativo-americana.

Foi erguida com inspiração numa kiva, uma estrutura usada nas práticas espirituais de vários povos Pueblos e com base numa sólida estrutura metálica que suportou o actual revestimento com visual indígena fidedigno, porque conseguido com pedras criteriosamente seleccionadas.

Para a inauguração, o mentor da empresa escolheu um ritual de bênção tradicional da etnia Hopi, com cantos, danças e discursos. Em seguida, os convidados desfrutaram de uma refeição típica acabada de cozinhar por mulheres indígenas.

Nem assim, a torre de vigia se provou consensual.

Parte do pessoal do parque apoiou-a mas os encarregues pela interpretação da natureza embirraram com a novidade. “Destaca-se da paisagem como um polegar ferido e chamar-lhe torre de vigia índia é, no mínimo, enganador.” Desabafa Edwin McKee, o líder dos naturalistas.

O monumento resistiu à polémica e às frequentes intempéries.

Aproveitamos para subir a sua rampa em cornucópia até ao último andar de onde sabíamos que a vista nos recompensaria.

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Visitantes do Grand Canyon em diferentes andares da torre de vigia Desert View, erguida em 1932 para promover a cultura indígena mas que despertou bastante controvérsia.

Os Meandros do Rio Colorado, o Deserto Pintado e o Arizona em Fogo

Vimos ainda mais do Colorado, tanto do rio – que adiante gerava um Little Colorado – como do planalto homónimo que, para lá do seu leito, se travestia da paisagem que os nova-iorquinos 10,000 Maniacs exaltam em “The Painted Desert”, um dos seus mais famosos temas.

The Painted Desert can wait ‘till Summer. We’ve played this game of just imagine long enough...” canta Natalie Merchant, desiludida com uma relação amorosa com alguém a quem deseja ardentemente juntar-se e que lhe conta as suas peripécias no Grande Canyon e redondezas mas que adia vezes sem conta a união.

O entardecer não falhou. Trouxe um frio fulminante que nos apanhou numa caminhada mais longa que o esperado por um trilho íngreme. De regresso ao cimo, aconchegámo-nos os dois no interior do carro, a bebermos chocolate quente para evitarmos enregelar

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Visitante escolhe uma bebida de máquinas de venda do Desert View Point iluminadas com imagens do Grand Canyon.

Em simultâneo, o sol punha-se a ocidente do desfiladeiro gigantesco do rio.

Desfazia-se de tal maneira sobre as incontáveis silhuetas das suas falésias e no céu acima que mais parecia ter incendiado o Arizona.

Recuperados da iminente hipotermia, cedemos à sedução do cenário incandescente e voltámos à beira do canyon.

Dali, na companhia de alguns outros Neros obscurecidos pela penumbra, extasiámo-nos a observar como o fogo celeste se extinguia.

Como deixava o firmamento de um laranja-amarelado cada vez mais ténue.

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Crepúsculo “incendeia” o céu por cima do Grand Canyon.

Recolhemos ao longínquo motel de Williams.

“E então, gostaram do Canyon?” pergunta-nos o recepcionista indiano que nos recebera no dia anterior, um quarentão hindu de Gujarat. “Eu estou cá há dois anos.

Só o espreitei uma única vez.

Sabem como é, quem vem da Índia pobre e acha uma oportunidade nos States, dá prioridade é ao trabalho.

Ainda hei-de lá voltar e explorar mais do Oeste!”

Grand Canyon, a Depressão Intransponível do Arizona

Nova alvorada, nova viagem ao abismo, cumprida ainda mais depressa que no dia anterior. Por estes lados, tendo em conta a qualidade das estradas norte-americanas só mesmo o Grand Canyon levanta barreiras intransponíveis à deslocação.

A sua Orla Norte fica a menos de 20 km da Orla Sul. Como era de esperar, nem as autoridades federais nem as estaduais alguma vez se atreveram a propor a construção de uma ponte sobre a jóia da coroa dos parques nacionais dos E.U.A.

Se lá quiséssemos chegar, teríamos que enfrentar 350 km rodoviários.

A saga da óbvia intransponibilidade do Grand Canyon vem, aliás, de há muito. Os índios Hopi já o habitavam e percorriam há séculos quando chegaram os primeiros europeus.

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Sucessivas falésias multicolores esculpidas pelo fluir pré-histórico do rio Colorado e dos seus afluentes.

Em 1540, o capitão espanhol Garcia Lopez de Cardenas e um pequeno grupo de soldados procuravam as então badaladas Sete Cidades de Cibola quando chegaram à sua borda, auxiliados por guias nativos.

Três dos homens desceram um terço do declive mas tiveram que regressar ao cimo por não terem água suficiente. “Alguns dos rochedos lá em baixo são maiores que a torre de Sevilha” reportaram.

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Silhuetas de visitantes que contemplam o pôr-do-sol a partir de uma beira elevada do Desert View Point.

Vários historiadores defendem que os indígenas evitaram revelar-lhes os trilhos para o rio Colorado e que nenhum europeu voltou a visitar o canyon nos duzentos anos que se seguiram.

Só quase no fim do século XVIII, padres hispânicos em busca de uma rota entre Santa Fé e a Califórnia encontraram um caminho conhecido como a “Passagem dos Padres”.

Hoje, esse trilho está debaixo da água do gigantesco lago artificial Powell que visitaríamos mais tarde.

As Mulas Vaivém que Carregam os Visitantes às Profundezas do Rio Colorado

Tentamos juntar-nos a uma das caravanas de mulas organizadas pelo parque e replicar as suas travessias históricas.

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Muleiro conduz uma visitante numa incursão guiada sobre mulas ao fundo do Grand Canyon.

Só teríamos vaga daí a uns bons dias. O muleiro de serviço mostra-se solidário com a nossa frustração. Para compensar, deixa-nos acariciar duas das suas mulas, com quem falava como se fossem filhas.

“Daqui a pouco estamos a descer de novo, Lulu.” Já não te estava a apetecer nada, não é? Mas vai ter que ser!”

Lulu reconhece o nome e o afecto.

Esfrega o focinho no seu dono pitoresco e inaugura uma exibição de carinho que não esperávamos de tais criaturas.

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Mula e muleiro num momento de diversão antes de nova descida às profundezas do Grand Canyon.

O vento aumenta a olhos vistos. Traz uma tempestade que cobriu a zona de nuvens plúmbeas.

Em três tempos, caem aguaceiros localizados.

Um enorme arco-íris projecta-se do fundo das falésias até ao céu carregado.

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Nuvens carregadas sobre o Grand Canyon geram um arco-íris resplandecente.

A tempestade passa. E o vento diminui o suficiente para alguns dos helicópteros que sobrevoam o canyon voltarem à actividade.

Embarcamos num deles.

Desbravamos o grande cenário a partir do ar, na companhia de um grupo de japonesas que, em pânico devido à turbulência, não conseguem disfarçar a sua agonia, muito menos apreciar o fundo grandioso em que temiam despenhar-se.

Aterramos sãos e a salvo. Continuamos até ao limite oeste de Hermits Rest. Lá repousamos a contemplar a vista surreal.

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Silhuetas difusas do Grand Canyon criadas pelo pôr-do-sol a ocidente.

Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
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Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
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O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
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Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
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Cultura
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Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
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Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
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Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
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Canibalismo de Carne e Osso

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Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

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A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
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Sob o Encanto Gélido do Árctico

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Sombra vs Luz
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O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

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Os indígenas nicaraos tratavam o maior lago da América Central por Cocibolca. Na ilha vulcânica de Ometepe, percebemos porque o termo que os espanhóis converteram para Mar Dulce fazia todo o sentido.

Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
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Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Parques Naturais
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
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Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

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Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
La Digue, Seychelles, Anse d'Argent
Praias
La Digue, Seicheles

Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Religião
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul
Vida Selvagem
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.