Monteverde, Costa Rica

O Refúgio Ecológico que os Quakers Legaram ao Mundo


Tilaran na névoa
Névoa provinda do lado caribenho da Costa Rica cobre a floresta da Cordilheira de Tilaran.
Motmot molhado
Um motmot pousado à chuva.
Caminhada à Chuva
Visitantes percorrem um dos muitos trilhos da da Reserva Biológica Bosque Nuboso de Monteverde.
Ponte Suspensa
Uma das pontes suspensas que cruzam a floresta nas encostas da Cordilheira de Tilaran.
Macacos-aranha
Macacos-aranha saltam de galho em galho, na Reserva Biológica Bosque Nuboso de Monteverde.
Ancião Juvenil
Don Juan, proprietário de uma fazenda cafeeira de Monteverde.
Lianas
Lianas balançam ao vento, junto à entrada da Reserva Biológica Bosque Nuboso de Monteverde.
Quetzal
Um quetzal repousa sobre um tronco musgoso da Reserva Biológica Bosque Nuboso de Monteverde.
Ocaso sobre o Pacífico
Ocaso doura o panorama do lado Pacífico da Costa Rica.
Tarântula
Espécime exuberante de tarântula, uma espécie abundante na Costa Rica.
Veios da Floresta
Árvores musgosa fortemente irrigada pela humidade constante da floresta no cimo da Cordilheira de Tilaran.
Bromélia
Bromélia resplandecente desponta de um tronco da Reserva Biológica Bosque Nuboso de Monteverde.
Bicho-pau
Um dos insectos mais excêntricos presentes na Costa Rica.
Ocaso
Visitantes de Monteverde fotografam o pôr-do-sol exuberante sobre o lado Pacífico da Costa Rica.
Degrau a Degrau
Caminhantes descem um dos muitos trilhos da Reserva Biológica Bosque Nuboso de Monteverde.
Desiludidos com a propensão militar dos E.U.A., um grupo de 44 Quakers migrou para a Costa Rica, nação que havia abolido o exército. Agricultores, criadores de gado, tornaram-se conservacionistas. Viabilizaram um dos redutos naturais mais reverenciados da América Central.

A viagem a partir do sopé oeste do vulcão Arenal teria levado metade do tempo não fosse a selva que se estende para sul da montanha, por centenas de quilómetros da província de Alajuela.

Até hoje, o asfalto está por a tocar. A existirem, as estradas de terra batida mal se percebem no mapa.

É a razão porque inauguramos a jornada pelo norte do lago, aos esses e aos altos e baixos a que o relevo das margens nos sujeitava.

A ruralidade dos cenários intensifica-se, aqui e ali, entrecortada por povoações desfasadas da modernidade.

Detidos numa operação stop, a conduzirmos de sorvete a derreter nas mãos, sentimos o quanto se acanhava a jovem agente por se confrontar com forasteiros sabe-se lá de onde. “Sigan, sigan!” despacha-nos em três tempos, ao verificar o exotismo dos passaportes.

Continuamos a ondular pelos prados ora verdejantes ora secos, dourados pela iminência do ocaso.

Cruzamo-nos com camponeses sobre grandes tractores e com os vaqueiros da Costa Rica, os seus pitorescos sabaneros.

À medida que nos acercamos de Santa Elena – a povoação que precedia o destino final – aproximamo-nos também do imaginário da era dos seus colonos pioneiros.

O Abandono dos Estados Unidos Militaristas

Na viragem para a segunda metade do século XX, viviam na região umas poucas famílias. Longe de o puderem supor, em 1950, receberam a companhia de um grupo de Quakers.

Durante a década de 40, confrontados com o alastrar da 2ª Guerra Mundial, os Estados Unidos desenvolveram a sua indústria bélica a um nível inaudito.

Contra a sua vontade, forçaram os homens Quaker ao serviço militar, aprisionando, inclusive, alguns dos que o recusavam.

Como resultado, num encontro no Alabama, uma comunidade de 44 elementos de uma povoação denominada Fairhope deliberou que, como objectores de consciência, deveriam abandonar os E.U.A.

Por essa altura, tinham-se inteirado, via imprensa, de que o Presidente da Costa Rica convidava estrangeiros motivados a desenvolverem o país, atractivo a dobrar para os Quakers, se tivermos em conta que a Costa Rica abdicara do seu exército.

Após seis meses a viverem na capital San José, em prospecção de um lugar para se instalarem, descobriram a zona de Santa Elena e do Cerro Plano, a mesma por que continuávamos a ziguezaguear, às tantas, por estradas cobertas de lama seca e avermelhada, disseminada por enxurradas.

Monteverde, o Refúgio Pacifista em que se Instalaram os Quakers do Alabama

Dos sucessivos altos e baixos, passamos a subir à séria. Mais e mais, para os 1400m de altitude de Monteverde, rumo às terras que os Quakers adquiriram acima das dos proprietários pioneiros, algumas, a eles compradas.

Os Amigos retalharam em redor de 1400 hectares em quintas familiares, ligadas por propriedades comunitárias, casos da escola, da Casa de Reunião (erguida em 1957) e de uma fábrica de queijos em que investiram.

Muitos deles não eram sequer agricultores no Alabama. Ainda assim, os seus esforços solidários asseguraram-lhes um ansiado sucesso.

Monteverde, Costa Rica, quakers, Reserva Biológica Bosque Nuboso, Don Juan

Don Juan, proprietário de uma fazenda cafeeira de Monteverde.

Não se ficaram por aí.

Estradas 606 e 620 acima, cruzamos Santa Elena.

Logo, ascendemos a Monteverde, hoje, uma povoação enfiada num vale profundo, com um casario pouco elegante que, justificado sobretudo pelo vigor do turismo, se expande pelas encostas envolventes.

A Monteverde Excêntrica dos Nossos Dias

Instalamo-nos num hotel cercado de floresta. Lá nos observam tucanos, motmots (no Brasil, udus), colibris e tantas outras aves.

Visitam-nos ainda mapaches, guaxinins determinados que, à hora do pequeno-almoço percorrem os terraços e varandas atraídos pelos distintos aromas.

Da nossa varanda, de outras partes da povoação, inteiramo-nos da peculiaridade orológica e meteorológica de Monteverde, de Santa Elena e da zona entre ambas.

Instalamo-nos numa esplanada humilde. Saboreamos mais um casado, o prato nacional da Costa Rica, composto de arroz, feijão, banana assada ou tostones, neste caso, banana em fatias fritas.

Durante o repasto, apreciamos como caravanas de nuvens fluíam a grande velocidade pela crista da Cordilheira de Tilaran e como, a espaços, as rajadas de vento se apoderavam das suas gotas e, malgrado a distância, nos borrifavam.

Cordilheira de Tilaran e a Crista que Separa as Caraíbas do Pacífico da Costa Rica

Percebemos, melhor, que estávamos a oeste e um pouco abaixo dessa mesma crista que, na prática, ali separa o lado caribenho da Costa Rica, do Pacífico.

Testemunhamos como as montanhas de Tiraran retinham os ventos húmidos soprados do Atlântico, transformados em tempestades ciclónicas ou em mera chuva.

À chegada da comunidade Quaker, já esse padrão meteorológico se provara determinante.

De tal maneira que, apesar de arrasarem vastas áreas de vegetação para pastos e cultivo, os Quakers compreenderam que deviam preservar a floresta nos cumes da cordilheira.

Era de lá que os cursos de água que usavam nas suas propriedades e casas fluíam para o rio Guacimal. Não se podiam dar ao luxo de os perder.

Watershed Property: a Reserva Quaker precursora das Reservas Costarriquenhas

De acordo, estabeleceram que cerca de um terço (554 hectares), dos que haviam adquirido, integrariam uma tal de Watershed Property, à época, uma das primeiras reservas das muitas actuais da Costa Rica de que o PN Manuel António é a menor mas uma das mais reputadas

A Watershed Property e a crista de Tilaran daquelas partes viriam a revestir-se de interesse adicional.

Decididos a irmos directo ao que mais interessava em Monteverde, na manhã seguinte, damos entrada na sua Reserva Biológica Bosque Nuboso. Lá nos recebe Juan Ramón Cano Corrales, um jovem guia.

Até quase à recepção, o tempo mantém-se estável. Quando nos internamos e subimos a encosta, intensificam-se a ventania e a chuvada que tínhamos constatado à distância.

Incursão na Reserva Biológica Bosque Nuboso de Monteverde

À conversa, embrenhamo-nos na floresta de chuva, enevoada, repleta de musgos ensopados, de lianas balouçantes e das raízes exuberantes com que as enormes figueira-da-índia e outras árvores gigantescas se agarravam ao solo saturado.

Detemo-nos num dos varandins instalados nos lugares em que se revela com frequência a ave estrela da reserva, uma das mais procuradas da Costa Rica.

Experiente nessa missão, Juan Ramon avista e revela-nos um quetzal, de plumagem exuberante e bico quase todo coberto pelas penas fartas. Fotografamo-lo, até mesmo a sacudir a água que sobre ele se acumulava.

Em seguida, prosseguimos para o Mirador da Ventana em que desembocava o trilho, em dias de bonança, revelador da vastidão da cordilheira a oriente, do vulcão Arenal e até dos contornos do Mar das Caraíbas.

Pelo caminho, passamos sob um gangue curioso de macacos-aranha que saltavam de galho em galho numa das suas abundantes rotas arbóreas.

Cruzamo-nos com mariquitas-de-crista-vermelha que nos acompanharam os passos por dezenas de metros a fio, a razão porque os ticos tratam a espécie por Amigo del Hombre.

Chegados à tal ventana destino final, tal como esperado, o panorama resume-se a névoa. Conversa puxa conversa, Juan Ramón surpreende-se com o nosso interesse com os colonos antepassados.

Explica-nos tudo o que pode sobre os quakeros, inclusive, a preponderância que tiveram na sua adorada profissão.

Da Watershed Property ao Conservacionismo de Monteverde

A partir de 1960, incitados pela presença de moradores anglófonos e pela riqueza biológica da Serra de Tilaran e da Costa Rica, afluíram a Monteverde biólogos e outros cientistas, apostados em avistarem espécies raras, exóticas ou simplesmente procuradas, casos do quetzal e do sapo-dourado.

Anos mais tarde, instalaram-se, em Monteverde, George e Harriett Powell, estudantes de biologia e conservacionistas.

O casal apercebeu-se da rapidez com que, malgrado o estabelecimento da Watershed Property, a floresta em redor desaparecia.

Harriett e George começaram a angariar dinheiro nos E.U.A., em parceria com uma organização de pesquisa científica de San José e até com World Wide Fund for Nature.

Tinham como objectivo comprarem o que restava da floresta, antes que os colonos a pudessem cortar.

Desse e doutros esforços, resultou uma nova reserva de 328 hectares.

Os Powell e o Quaker tornado conservacionista Wolf Guindon apostaram em sensibilizar e envolver a comunidade Quaker e outros agentes governamentais e privados.

Quando o conseguiram, a reserva aumentou de forma substancial. Hoje extravasa e muito a Reserva Biológica Bosque Nuboso que calcorreávamos.

 

Com cerca de 22.500 hectares, a tal vastidão que lograram proteger recebeu o nome de Bosque Eterno de Los Niños.

É, nem mais nem menos, que a grande floresta tropical intocada que nos obrigou a circundar o lago Arenal.

Artigo realizado com o apoio de:

JUMBO CAR COSTA RICA

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José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
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Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
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hué, cidade comunista, Vietname Imperial, Comunismo Imperial
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Barcos fundo de vidro, Kabira Bay, Ishigaki
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Religião
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Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
A Toy Train story
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Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
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O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
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Namíbia On the Rocks

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As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.