Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo


Tempo de aurora
Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.
Arquitectura boreal
Os iglos de vidro do hotel Kakslauttanen, criados de propósito para facilitar a observação de auroras boreais.
Alto das Faias
Faias cobertas de neve numa encosta de Ounasvara, nos arredores de Rovaniemi.
Gelo afiado
Longas estalactites comprovam a descida da temperatura na Lapónia Finlandesa.
Árctico em fogo
Sol pôe-se e tinge o céu de laranja, em redor de Ounasvara.
Inverno a sós
Habitação típica do campo na Lapónia Finlandesa, vermelha e perdia numa floresta nevada.
Calor árctico
Visitantes da Lapónia Finlandesa convivem e comem salsichas em redor de uma fogueira, conformados pela impossibilidade de, nessa noite, verem auroras boreais.
O Iglo
Vista do interior de um dos iglôs do hotel Kakslauttanen.
Aurora boreal em Menesjarvi
Aurora boreal sobre a pequena povoação na margem do lago Menesjarvi.
Poça no Menesjarvi.
Visitantes examinam uma poça no lago gelado de Menesjarvi.
Casa Santa Klaus
Casa Santa Klaus, Kakslauttanen.
Aurora sobre Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.
Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.
São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.

O dia manteve-se gélido como todos os outros, de Novembro a Abril, naquelas latitudes europeias extremas.

Tínhamo-lo passado a explorar a região em redor de Saariselka, com o tempo dividido em distintas caminhadas. Uma delas que terminou com sauna combinada com avantouinti: a prática tão idolatrada na Finlândia de mergulhar e praticar natações de curtíssima duração num pequeno buraco aberto num rio gelado e soterrado de neve.

Pouco depois do ocaso, regressámos a Kakslauttanen. Como era de esperar, mal terminámos de jantar, o cansaço tomou-nos conta dos corpos e das mentes.

Estávamos no hotel mais popular da povoação, famoso sobretudo por proporcionar aos hóspedes estadias pensadas para facilitar a observação de auroras boreais, em grandes cápsulas criadas em vidro reforçado.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, Arquitectura boreal

Os iglos de vidro do hotel Kakslauttanen, criados de propósito para facilitar a observação de auroras boreais.

O restaurante do hotel fecha. Sem mais que fazer, entusiasmados com a missão que se seguia mas já algo anestesiados pela fadiga, instalamo-nos no abrigo especial que nos havia calhado.

Descarregamos as imagens do dia, revemos o equipamento fotográfico, retomamos a leitura de alguns artigos e guias sobre o destino frígido que nos tínhamos proposto a descobrir.

Isto, claro está, com pausas sistemáticas para perscrutarmos o firmamento acima em busca de luzes suspeitas. Aguentámos-nos os dois por algum tempo com estas distracções e muita conversa arrastada, cada vez mais forçada.

Até que nos vimos obrigados a instaurar um regime de turnos, já só meio doloroso.

A Espera Desesperante. E o Aparecimento Celebrado das Auroras Boreais

Por volta da meia-noite, esse regime tinha sido deposto pelas forças imbatíveis do sono. Dormíamos os dois sem qualquer consciência da derrota quando um laivo de ansiedade nos despertou e orientou os olhos para cima.

Uma estranha cintilação clareava o céu a um ritmo irregular mas, dali, não nos desvendava qualquer tonalidade incomum. “Isto deve ser alguma luz de discoteca furtiva de Kakskautannem…”  convencemo-nos sem fazermos grande fé na nossa sorte.

Mas a luz não apresentava qualquer padrão de pulsação ou repetição. Analisámo-la por alguns momentos adicionais e rejeitámos essa hipótese. “Não pode ser. Só podem ser elas! Estão a começar, concluímos num êxtase quase histérico.

Vestimos as camadas de roupa que nos faltavam para sobrevivermos ao frio atroz que se fazia sentir no exterior, agarrámos no tripé e no restante equipamento e deixamos o iglô envidraçado.

Lá fora, conseguíamos observar melhor o céu estrelado. Apercebemo-nos num ápice que as auroras boreais se sucediam acima e, num tom de verde-amarelado, se esticavam, encolhiam e contorciam em grande parte da amplitude da abóbada celeste.

Aurora em Kakslauttanen, Laponia Finlandesa, Finlândia

Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.

De Saída para os -28º Atrozes da Lapónia Finlandesa

Procurámos um lugar que cobrisse a iluminação ténue da povoação e ficámos a admirá-las e a registá-las fascinados pela dança extraterrestre do evento, sempre curiosos sobre quanto mais se expandiriam e se mudariam de tonalidades.

Só horas depois regressámos ao iglô, com os pés dormentes pela contínua imobilidade e as mãos ainda piores devido à frequência com que as expúnhamos ao ar, ao metal do tripé e de parte das câmaras, todos a quase trinta graus negativos.

Foi a primeira vez que avistámos auroras boreais.

Não seria a última.

Naquela zona do mundo, as luzes do norte – como são também chamadas – podem ser vistas em cerca de 100 noites por ano concentradas entre Setembro e Abril.

Hoje, a maior parte dos nativos não se dá ao trabalho de sair de casa para verificar o céu ou acontece já nem repararem que o fenómeno ocorre mesmo sobre as suas cabeças.

Poça no lago Menesjarvi, Laponia Finlandesa, Finlândia

Visitantes examinam uma poça no lago gelado de Menesjarvi.

As Interpretações dos Nativos Sami das Auroras Boreais

Em termos históricos, os vários grupos Sami chegaram a distintas explicações, cada uma mais original que as restantes. Alguns acreditavam que eram seres com alma e capacidade de ouvir e compreender os humanos.

Os Sami Skolt achavam que eram almas de pessoas mortas na guerra.

Outros, pensavam que eram gás que subia do mar e dos lagos. Mas a crença mais popular na Lapónia explicava o fenómeno com uma raposa de fogo que corria pelos campos a agitar a sua longa cauda.

Nos velhos tempos, as mulheres não se atreviam a sair sem um chapéu ou um pano na cabeça, receosas de ficar com o cabelo queimado.

Durante os movimentos mais pronunciados das auroras boreais, ninguém devia fazer barulho ou falar. Os Sami também evitavam apontar para o céu com receio de as insultar e de ser por elas castigados.

A maior parte dos seus utilizadores não tem disso consciência mas, foi esta mesma raposa incandescente que o motor de busca Firefox popularizou com o seu logotipo com o canídeo a envolver o planeta azul.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo

Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.

Viagem para Inari, Extremo Norte da Lapónia Finlandesa

O itinerário que havíamos estabelecido evoluía para norte até Inari, nas imediações do limiar boreal da nação suómi. Continuámos, por aí, a nossa busca.

Em Inari, dedicamos o máximo tempo possível à Kings Cup, a grande final das corridas de renas que reúne criadores e jockeys Sami vindos de todo o país para conviverem e competirem sobre o lago Inari completamente gelado.

Num desses dias, ficámos alojados à beira do lago Menesjärvi, numa velha escola abandonada que uma família transformara em pousada.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, Inverno a sós

Habitação típica do campo na Lapónia Finlandesa, vermelha e perdia numa floresta nevada.

Ali, demos connosco longe de qualquer povoação e sem muito mais para fazer.

Ao mesmo tempo, o lusco-fusco instalou-se sob um céu quase limpo.

Nova Busca de Auroras Boreais. Sobre a Superfície Gelada do Lago Menesjärvi

Voltámos a sair para cima do lago gelado e a aguardar. Estávamos bem mais desprotegidos que nas cápsulas de Kakslautannem. Para compensar, a espera inicial provou-se muito menor.

A noite ainda não tinha escurecido por completo quando percebemos a primeira dança no céu, de um verde menos vivo que o dos avistamentos de há uns dias.

Aurora boreal, Menesjarvi, Laponia Finlandesa, Finlândia

Aurora boreal sobre a pequena povoação na margem do lago Menesjarvi.

O breu instalou-se. As auroras intensificaram-se por uns bons 40 minutos, por cima do lago e da floresta boreal que o envolvia. De início, corremos a alertar os restantes hóspedes de que tinham começado.

Quando se interromperam, ficámos mais uma vez horas a aguardar que regressassem.

Até que a temperatura desceu de forma insuportável e nos levou a sugerir na sala de jantar, montarmos um esquema de vigia em curtas alternâncias.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, Gelo afiado

Longas estalactites comprovam a descida da temperatura na Lapónia Finlandesa.

Percebemos, no entanto, que o grupo internacional se tinha contentado com o que vira após o nosso aviso.

Sozinhos naquela demanda, enregelados e exaustos, retirámo-nos entregues à esperança que a raposa não aparecesse enquanto dormíamos.

Um Ano Depois. Nova Sequela da Saga Auroras Boreais Finlandesas

No ano seguinte regressamos à Lapónia Finlandesa. Voltamos determinados a explorar melhor a sua capital Rovaniemi e a região em redor. Também aproveitámos para nos estrear na prática do Esqui de Fundo, modalidade sagrada por aquelas paragens.

Fizemo-lo em Ounasvaara, na base de um resort de desportos de Inverno que se prolongava por uma encosta daquelas comedidas, como são todas na Finlândia.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, alto das Faias

Faias cobertas de neve numa encosta de Ounasvara, nos arredores de Rovaniemi.

Já nos ocorrera que o crepúsculo deveria ser fabuloso do topo da colina. Subimos a bordo dos saca-rabos que nos passavam pela frente. Mesmo atafulhados e atrapalhados pelas mochilas de fotografia e outras posses mal-guardadas, conquistámo-la sem esforço.

Quando aterramos no cume, o sol dissolve-se numa vasta secção oeste do horizonte. Livre da protecção da encosta, o vento sopra álgido e furibundo.

De tal maneira que parece espalhar aquela mancha alaranjada do ocaso, não só a neve que nos entra pelos olhos e gela as faces enrubescidas.

Um Ocaso Exuberante, como Preâmbulo Celeste do Espectáculo Nocturno

Temos mais sorte do que esperávamos. O hotel Sky Ounasvaara dista apenas alguns passos. Achamos a base semi-soterrada das escadas de acesso e subimos ao terraço panorâmico.

De lá, desvendamos a vastidão branca do centro da Lapónia, já tingida de um rosado avassalador.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, Árctico em fogo

Sol pôe-se e tinge o céu de laranja, em redor de Ounasvaara.

Faias sobrecarregadas de neve preenchem o declive a perder de vista ou pelo menos até à sua visão difusa se fundir com a do casario de Rovaniemi e arredores, disperso pelo vale contíguo.

Um anoitecer azulado acaba por se impor à sucessão de tons que até então tinha decorado a atmosfera. Recolhemos para junto da lareira do hotel e recuperamos do quase congelamento a que nos havíamos mais uma vez submetido.

Reavido o calor e o ânimo, a cada dez minutos, um de nós volta ao terraço e perscruta o céu em busca das luzes mágicas. Desistimos passadas duas horas quando uma nebulosidade inconveniente cobre o firmamento sem apelo.

Por volta das nove chegamos a um outro hotel, o Arctic. Aguardamos que nos atendam na recepção. Dezenas de japoneses abonam euros avultados pelo privilégio de observar o fenómeno com condições e conforto especiais incluindo poderem recuperar do frio dentro de um tipi, em redor de uma fogueira, com direito a salsichas para assar, café e chá bem quentes.

Um gerente resgata-nos da espera entre os nipónicos. Leva-nos a conhecer o Palácio de Gelo local.

Bebemos vodka no bar, percorremos as várias divisões e renovamos o espanto com a excelência daquelas gigantescas esculturas sazonais.

Terminado o périplo, caminhamos até à beira do lago na proximidade do hotel.

Contemplação de Auroras Boreais no Seio de Admiradores Nipónicos

Desta feita, não temos sequer que esperar.

Ainda faltam alguns metros para a margem quando começamos a ouvir “aaaahs”, “ooohhhs” e “sugois” (cool, em nipónico). Chegamos ao leito gelado. Encontramos um batalhão de japoneses e de outros asiáticos em absoluto êxtase com o espectáculo no firmamento.

Por cima do lago e da floresta contígua, uma aurora boreal ora verde ora amarelada contorce-se e volta a contorcer-se numa fascinante dança magnética.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo

Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.

Os japoneses, em particular, ganham, ali e então, o dia e as mini-férias. Com maior abundância de neve, durante o Inverno, em diversas zonas do seu país montanhoso  caso da região hiper-nevosa de Shirakawa Go – são acima de tudo as auroras boreais que os atraem nesta altura do ano à plana Finlândia.

Para lá de apreciarem a sua beleza excêntrica, muitos, viajam do outro lado do mundo imbuídos da crença de que aquelas luzes espaciais lhes concederão uma melhor vida sexual e fertilidade.

Derradeiros Dias sem Sinal da Raposa de Fogo

Para nós, era já o terceiro avistamento. Continuámos a tentar mas os dias seguintes mantiveram-se nublados. Tínhamo-nos inscrito numa pequena excursão que propunha a procura das auroras boreais em redor de um lago e de uma pequena quinta habitada por uma comunidade que vivia, à moda antiga da Lapónia.

Depressa percebemos – como toda a gente no grupo – que com um céu ali quase todo coberto, a probabilidade de as avistarmos roçava o zero.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo

Visitantes da Lapónia Finlandesa convivem e comem salsichas, conformados com a impossibilidade de, nessa noite, verem auroras boreais.

Conformados, concentrámo-nos no que de melhor podíamos achar ao nível do solo. Convivemos e devoramos salsichas acabadas de grelhar em redor de uma enorme fogueira que todos íamos alimentando.

A raposa nunca se dignou a aparecer.

Contentámo-nos só com o fogo.

Kemi, Finlândia

Não é Nenhum "Barco do Amor". Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Safari
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Colonia del Sacramento, Uruguai
Cidades
Colónia do Sacramento, Uruguai

Colónia do Sacramento: o Legado Uruguaio de um Vaivém Histórico

A fundação de Colónia do Sacramento pelos portugueses gerou conflitos recorrentes com os rivais hispânicos. Até 1828, esta praça fortificada, hoje sedativa, mudou de lado vezes sem conta.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Intersecção
Cultura
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Homer, Alasca, baía Kachemak
Em Viagem
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Elalab, vista aérea, Guiné Bissau
Étnico
Elalab, Guiné Bissau

Uma Tabanca na Guiné dos Meandros sem Fim

São incontáveis os afluentes e canais que, a norte do grande rio Cacheu, serpenteiam entre manguezais e encharcam terras firmes. Contra todas as dificuldades, gentes felupes lá se instalaram e mantêm povoações prolíficas que envolveram de arrozais. Elalab, uma delas, tornou-se uma das tabancas mais naturais e exuberantes da Guiné Bissau.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Maui, Havai, Polinésia,
História
Maui, Havai

Maui: o Havai Divino que Sucumbiu ao Fogo

Maui é um antigo chefe e herói do imaginário religioso e tradicional havaiano. Na mitologia deste arquipélago, o semi-deus laça o sol, levanta o céu e leva a cabo uma série de outras proezas em favor dos humanos. A ilha sua homónima, que os nativos creem ter criado no Pacífico do Norte, é ela própria prodigiosa.
Cilaos, ilha da Reunião, Casario Piton des Neiges
Ilhas
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Recompensa Kukenam
Natureza
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Parque Nacional Etosha Namíbia, chuva
Parques Naturais
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
ocupação Tibete pela China, Tecto do Mundo, As forças ocupantes
Património Mundial UNESCO
Lhasa, Tibete

A Sino-Demolição do Tecto do Mundo

Qualquer debate sobre soberania é acessório e uma perda de tempo. Quem quiser deslumbrar-se com a pureza, a afabilidade e o exotismo da cultura tibetana deve visitar o território o quanto antes. A ganância civilizacional Han que move a China não tardará a soterrar o milenar Tibete.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Espantoso
Praias

Ambergris Caye, Belize

O Recreio do Belize

Madonna cantou-a como La Isla Bonita e reforçou o mote. Hoje, nem os furacões nem as disputas políticas desencorajam os veraneantes VIPs e endinheirados de se divertirem neste refúgio tropical.

Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Máquinas Bebidas, Japão
Sociedade
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Crocodilos, Queensland Tropical Australia Selvagem
Vida Selvagem
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.