São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha


Parada e Pompa
Oficial lidera parada militar da cerimónia de abertura do Dia da Marinha, em frente à Praça Senatskaya.
Moda Maruja
Visitante a bordo do paquete "Dimitrograd" trajada com roupa de óbvia inspiração naval.
À Tona do Neva
Oficiais das forças navais em formação sobre um submarino emerso no rio Neva, saúdam a multidão na margem.
Amor ribeirinho
Casal beija-se num momento de paixão junto ao paquete "Dimitrograd", repleto de visitantes curiosos.
Um desfile elegante
Jovens marinheiros marcham durante uma curta parada militar de abertura do dia russo da marinha.
Ao Ataque !
Crianças em êxtase a bordo do paquete "Dimitrograd", uma das embarcações expostas à população de San Petersburgo, no dia da marinha.
Cortesia Naval
Marinheiro do paquete "Dimitrograd" auxilia uma visitante a deixar a embarcação.
Paciência Russa
Público aguarda numa fila para entrar a bordo de um dos submarinos presentes e visitáveis, no rio Neva.
Diversão às riscas
Jovens marujos já semi-embriagados convivem no jardim de Admiralteyski, a escola naval de São Petersburgo.
Vista do Convés II
Dois jovens oficiais observam visitantes subirem a bordo do seu paquete "Dimitograd", enquanto duas amigas conversam no exterior da embarcação.
Marinheiros de água doce
Dois jovens marinheiros comemoram o dia da Marinha, encharcados e embriagados, dentro de uma fonte do jardim Admiralteyski.
“Cuauhtemoc”
A barca mexicana de três mastros "Cuauhtemoc" destaca-se acima da margem do rio Neva. Também esta embarcação permitiu visitantes a bordo.
Poder e Mediatismo
Altas patentes da marinha russa e responsáveis políticos respondem às perguntas de jornalistas após a cerimónia de abertura do dia da marinha.
Vista do Convés
Dois jovens oficiais observam visitantes subirem a bordo do seu paquete "Dimitograd"
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Marinheiro acompanha a movimentação dos visitantes a partir de um recanto da proa do paquete "Dimitograd"
Uma Frota ancorada
Moradores e visitantes de São Petersburgo passeiam em redor de embarcações russas de guerra ancoradas numa margem do rio Neva.
Paternidade Listada
Pai e filho em trajes marujos no jardim de Admiraltevskaya, nas imediações da margem do rio Neva.
Por escrito
Marinheiros em animada comemoração do dia da marinha exibem uma mensagem junto a uma fonte do jardim de Admiraltevskaya.
A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.

É Domingo. Cento e oitenta quilómetros e quatro horas após a saída de Novgorod, reentramos em São Petersburgo.

Por volta das 9 da manhã, a cidade revela-se bem mais tranquila do que antes a havíamos conhecido. Deixamos a bagagem num quarto pré-alugado e saímos feitos mortos-vivos para o metro e para as margens mais majestosas da grande Peter.

Quando subimos da estação de Admiralteyskaya, reparamos, por fim, no dia que fazia, de céu limpo e um calor que, apesar de húmido, também nos parecia tórrido.

Caminhamos pelos jardins Aleksandrowski até à praça Senatskaya. Ali, deparamo-nos com uma realidade à parte.

Vista do Convés

Dois jovens oficiais observam visitantes subirem a bordo do seu paquete “Dimitograd”

Dia da Marinha, Canais de São Petersburgo Repletos de Barcos

Dezenas de barcos e submarinos à tona surgiam entre as pontes Blagoveshchenski, Dvortsovi e Troitsky, no meio do Neva ou contra os paredões que o delimitam. Uma multidão colorida preenchia as margens elevadas também distribuídas por filas intermináveis estendidas ao longo das embarcações.

Paciência Russa

Público aguarda numa fila para entrar a bordo de um dos submarinos presentes e visitáveis, no rio Neva.

Ao mesmo tempo, tinha início a cerimónia de abertura da efeméride, mesmo em frente à estátua altiva do Cavaleiro de Bronze que presta homenagem a Pedro, o Grande, o fundador da cidade e da marinha russa.

É atribuída a Peter Alekseyvich Romanov – o nome original do magno czar – a máxima de que “Um Regente que só tem um exército tem uma mão, mas aquele que tem uma marinha, tem duas.”

Séculos depois da sua morte, nenhum dos oficiais presentes na cerimónia ou dos marinheiros em formação sobre o submarino “Sankt Petersburg” emerso no meio do Neva se atreveria a discordar.

À Tona do Neva

Oficiais das forças navais em formação sobre um submarino emerso no rio Neva, saúdam a multidão na margem

Aproximamo-nos da parada mas pouco conseguimos vislumbrar por entre a assistência madrugadora.

Assim, mesmo sem convite para  o evento ou candidatura prévia que fosse, munimo-nos das carteiras de profissão, colocamos ao pescoço as câmaras com as lentes maiores que carregávamos e insinuamo-nos ao espaço interno reservado a políticos influentes, sacerdotes ortodoxos, altas patentes e jornalistas.

Parada e Pompa

Oficial lidera parada militar da cerimónia de abertura do Dia da Marinha, em frente à Praça Senatskaya.

A assessora que nos atende acha estranho os cartões escritos apenas em alfabeto romano, em vez do quase totalista cirílico mas, após identificar “Press” a vermelho, acaba por nos dar passagem.

O Acesso VIP à Cerimónia Política que Oficializa o Dia

É já do interior privativo de Senatskaya que acompanhamos as paradas imponentes, os discursos, as palavras de ordem para a TV. Nem Putin nem Medvedev estão presentes.

Em vez deles, outros dignitários abaixo na hierarquia lideram o protocolo. Mais tarde, a assessora volta a abordar-nos em russo. Não propriamente pelas palavras, percebemos que nos convoca para a entrevista de um almirante aos meios de comunicação.

Poder e Mediatismo

Altas patentes da marinha russa e responsáveis políticos respondem às perguntas de jornalistas após a cerimónia de abertura do dia da marinha.

Limitamo-nos a fotografar o cerco estabelecido pelos colegas da casa.

Subidas Criteriosas a Bordo dos Barcos Mais Imponentes

Finda a cerimónia, a multidão debanda. Uma barca mexicana de três mastros de nome “Cuauhtemoc” atrai gente sem fim. Há música latina a bordo. Tanto os tripulantes como um figurante do rei azteca de Tenochtitlan exibem um exotismo e acolhimento sedutores.

Atravessamos a ponte Blagoveshchenski para a margem de lá. Também ali se formaram filas ao longo de outras embarcações, abençoadas pela presença altiva da catedral Andrejewski.

Cortesia Naval

Marinheiro do paquete “Dimitrograd” auxilia uma visitante a deixar a embarcação.

Subimos a bordo do paquete de guerra “Dimitrograd”.

Sobre o convés, acompanhamos as tropelias de dezenas de crianças em êxtase com as baterias de canhões, mas também de aspirantes russas a modelos que fazem incessantes boquinhas e atiram as cabeças para trás determinadas em que as câmaras nas mãos das amigas captem a sua sensualidade.

Vista do Convés II

Dois jovens oficiais observam visitantes subirem a bordo do seu paquete “Dimitograd”, enquanto duas amigas conversam no exterior da embarcação.

Estamos sobre os 60º Norte. O dia de Verão não dá sinal de ter fim. Regressamos aos jardins de Admiralteyski esperançados em assistirmos a um outro atractivo oficioso da celebração.

O Convívio com os Marinheiros Embriagados da Admiralteyski de São Petersburgo

Chegados à frente do enorme colégio naval, repousamos num banco ainda vago, próximos de outros ocupados por bandos de jovens marinheiros, semi-fardados em camisolas de alças às riscas. Em pleno convívio ébrio em redor de uma viola.

Diversão às riscas

Jovens marujos já semi-embriagados convivem no jardim de Admiralteyski, a escola naval de São Petersburgo.

Aproximamo-nos uma ou duas vezes de máquinas fotográficas em riste e conseguimos, de imediato, a sua atenção, poses e caretas divertidas. Não insistimos em demasia para não os aborrecermos logo no primeiro contacto. Voltamos a sentar-nos. Reparamos que mais fotógrafos os observam de outras posições.

Entretanto, junta-se a nós um grupo de repórteres televisivos que nos parecem inquietos. “De onde é que vocês são? Já se passou alguma coisa? Nós achamos que não se vai passar nada.

O pior já aconteceu lá atrás na Praça do Palácio, sabem? Um activista desfraldou uma bandeira gay no meio dos militares. Foi espancado por estes animais. Tenham cuidado com eles, são muito, muito perigosos.”

Por escrito

Marinheiros em animada comemoração do dia da marinha exibem uma mensagem junto a uma fonte do jardim de Admiraltevskaya.

Já antes tínhamos ouvido confissões deste tipo. Alexey Kravchenko, nosso amigo e anfitrião da cidade, afiançara-nos que para muitos russos, dias militares como este e o 2º de Agosto (dedicado às Forças Aerotransportadas) eram como dias da família. E de evitar ao máximo sair à rua.

“Sabem.. quando tinha 14 anos fui pontapeado bem a sério por um deles. O normal, é eles causarem violência gratuita e racista um pouco por todo o país. Para mim, o ideal é ficar por casa.”

Mesmo intimidados, não desistimos. Por essa altura, alguns marinheiros estão embriagados. A polícia que os controlara durante o início da tarde já se havia ausentado. Os marujos aproveitam a benesse. Fazem-se à fonte em frente. Primeiro um, trôpego e cambaleante, mas deliciado pela anestesia do álcool e por liderar a iniciativa.

Marinheiros de água doce

Dois jovens marinheiros comemoram o dia da Marinha, encharcados e embriagados, dentro de uma fonte do jardim Admiralteyski.

O pioneiro reclama uma bandeira russa. Quando lha passam, mete-se debaixo dos repuxos. Abana-a de um lado para o outro com vigor inesperado. Então, mais marinheiros se juntam ao camarada. Agrupados e abraçados num exibicionismo etílico gritam a palavra de ordem  “Sloba, sloba, sloba!” (Glória, Glória, Glória).

Os fotógrafos presentes registam o momento. Simples pessoas chegam-se à beira da fonte decididos a se fotografarem como parte desta cena já emblemática da cidade.

Quando saem da água, alguns marinheiros vencem a timidez e metem conversa connosco com bafos compreensíveis de brandy e de vodka. Um é fã de fotografia. Outro tinha estado em Lisboa. Admirava muito a cidade.

Um desfile elegante

Jovens marinheiros marcham durante uma curta parada militar de abertura do dia russo da marinha.

Outro ainda é fanático do Zenit. Faz questão de nos citar os vários jogadores portugueses ou vindos de Portugal que alinhavam pela equipa. Quase todos arrastam as escassas palavras inglesas que intercalam com trechos involuntários em russo.

Ao contrário do que estávamos avisados, são afáveis. Até melosos. Um deles, a quem o álcool despertara alguma agressividade, perturba a relação cordial que até aí mantínhamos. “De onde são vocês? Espero bem que não sejam USAs! São ingleses?”

Estimávamos que ao dizermos a verdade, estaríamos livres de chatices e, como tal, respondemos com o cuidado de pronunciar o nome da nossa pátria em versão russa: “Partugália, Partugália” ripostamos para o sossegar.

Uma Frota ancorada

Moradores e visitantes de São Petersburgo passeiam em redor de embarcações russas de guerra ancoradas numa margem do rio Neva.

Mesmo assim, o rufia naval não desiste. “NATO? Fazem parte da NATO? Não queremos NATOs por cá!” E tu? És skinhead?“ Por fim, os colegas mais amigáveis chamam-no à razão e salvam-nos de questões que poderiam revelar-se mais periclitantes.

Sasha, um fotógrafo com origem russa mas sediado em Nova Iorque assistia ao que se tinha passado. Acaba por nos confessar: ”ah.. vocês são portugueses. Já estava a prever que fossem latinos. É incrível como eu, que mesmo com mau sotaque, falo russo, não consigo ter, deles, a confiança que vocês já conquistaram. Ainda por cima vocês não falam russo e eles pouco ou nada falam inglês. Acho que é a vossa abordagem latina. Vocês falam com eles sempre a sorrir… nem eu nem a maior parte de nós, com sangue eslavo, temos muito jeito para nos relacionarmos assim. Os russos não estão habituados a ser bem tratados.”

Amor ribeirinho

Casal beija-se num momento de paixão junto ao paquete “Dimitrograd”, repleto de visitantes curiosos.

Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Uplistsikhe e Gori, Geórgia

Do Berço da Geórgia à Infância de Estaline

À descoberta do Cáucaso, exploramos Uplistsikhe, uma cidade troglodita antecessora da Geórgia. E a apenas 10km, em Gori, damos com o lugar da infância conturbada de Joseb Jughashvili, que se tornaria o mais famoso e tirano dos líderes soviéticos.
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Bolshoi Solovetsky, Rússia

Uma Celebração do Outono Russo da Vida

Na iminência do oceano Ártico, a meio de Setembro, a folhagem boreal resplandece de dourado. Acolhidos por cicerones generosos, louvamos os novos tempos humanos da grande ilha de Solovetsky, famosa por ter recebido o primeiro dos campos prisionais soviéticos Gulag.
Moscovo, Rússia

A Fortaleza Suprema da Rússia

Foram muitos os kremlins erguidos, ao longos dos tempos, na vastidão do país dos czares. Nenhum se destaca, tão monumental como o da capital Moscovo, um centro histórico de despotismo e prepotência que, de Ivan o Terrível a Vladimir Putin, para melhor ou pior, ditou o destino da Rússia.
Kronstadt, Rússia

O Outono da Ilha-Cidade Russa de Todas as Encruzilhadas

Fundada por Pedro o Grande, tornou-se o porto e base naval que protegem São Petersburgo e o norte da grande Rússia. Em Março de 1921, rebelou-se contra os Bolcheviques que apoiara na Revolução de Outubro. Neste Outubro que atravessamos, Kronstadt volta a cobrir-se do mesmo amarelo exuberante da incerteza.
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

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Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
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Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
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Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
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Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
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Sociedade
Upolu, Samoa  

No Coração Partido da Polinésia

O imaginário do Pacífico do Sul paradisíaco é inquestionável em Samoa mas a sua formosura tropical não paga as contas nem da nação nem dos habitantes. Quem visita este arquipélago encontra um povo dividido entre sujeitar-se à tradição e ao marasmo financeiro ou desenraizar-se em países com horizontes mais vastos.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Cabo da Cruz, colónia focas, cape cross focas, Namíbia
Vida Selvagem
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.