Basseterre, São Cristóvão e Neves

Uma Capital ao Nível do Mar das Caraíbas


A Praça dos Cruzeiros
Amigos Rastafarianos
De Olho na Banca
O Berkeley Memorial
Claxton’s Arcade
Estudante
Independência… Desde 1983
A Independence Square
O National Museum de Basseterre
Uma Questão de Estilo
Autoridade do Riso
The Polo Company
Cruzeiros x 2
Uma Gelataria Móvel
Descanso de Bambu
Roulotte Reggae
Passagem pela Prisão
Catedral Anglicana de St. George
Cruzamento Sol & Sombra
A Fort Street
Instalada entre o sopé da montanha Olivees e o oceano, a diminuta Basseterre é a maior cidade de São Cristóvão e Neves. Com origem colonial francesa, há muito anglófona, mantém-se pitoresca. Desvirtuam-na, apenas, os gigantescos cruzeiros que a inundam de visitantes de toca-e-foge.

São menos de quinze mil os habitantes de Basseterre.

Em dias considerados normais, a rotina da cidade flui suave e, sem forasteiros desembarcados e empulseirados, tão genuína quanto possível.

Flui algum trânsito em volta da rotunda do Berkeley Memorial e da torre-relógio e chafariz verde-dourado que lhe faz de centro.

Indiferentes ao aperto imposto pelos carros, uns poucos cidadãos sentam-se à sombra com que a torre os prenda, reforçada por duas palmeiras com copas deformadas pelos sucessivos temporais e vendavais, mas que condizem com o monumento.

Limita a rotunda um casario histórico uniformizado, feito de edifícios de dois andares. Compõe o térreo, um padrão harmonioso de blocos basálticos de distintos tons de castanho.

Acima deste, um outro, de madeira, por norma, pintada de branca, aberto para varandas compridas ou sequências de janelas pintadas.

Cobrem-nos telhados também alvos de grandes chapas que, substituíram as telhas seculares.

Os Núcleos Históricos “concorrentes” de Basseterre

Basseterre foi delineada numa grelha geometrizada, hoje, com dois centros principais.

The Circus, a área disposta em redor do Berkeley Memorial e a Independence Square, o outro núcleo histórico, de uma imponência superior.

Sobretudo, se tivermos em conta que agrupa a catedral – a típica igreja anglicana de Saint George, o tribunal da cidade e boa parte dos seus edifícios mais antigos.

Uma das três ruas que se encontram na rotunda de Berkeley é a Fort Road.

Por ela acima, afastamo-nos do Mar das Caraíbas para um plano mais elevado da capital.

Na direção da pista do aeroporto que, a norte, a aparta da cordilheira vulcânica luxuriante da ilha e limita a expansão da urbe.

À imagem do sucedido em qualquer capital, mesmo nestas ínfimas Antilhas Menores, o velho centro The Circus transformou-se no seu cerne comercial.

Basseterre, St. Kitts: Pela Fort Rd. Acima e Abaixo

A Fort Rd. acolhe uma sequência de pequenos negócios, boutiques, cafés, lojinhas de telemóveis e electrónica, a excepção de uma pizzaria multinacional e, claro está, uns dois restaurantes chineses, incluindo o “My Way“, repleto de “Oriental Delicacies”.

Mesmo arrumados e bem-situados como os encontramos, estes estabelecimentos têm extensões em bancas de rua.

Uma delas, está repleta de ténis de marcas famosas, cobiçados pela juventude local e guardados à altura por duas vendedoras sentadas em extremos opostos.

Outra, adaptada uma mera mesa quadrada, tenta impingir cabeleiras expostas e penteadas em cabeças-manequins caucasianas.

Posicionada logo ao lado, uma jovem autoridade da cidade parece examiná-las. A agente 967 da força policial da nação acede ao nosso pedido especial. Revela-nos que se chama Oksana Doyling.

Seduzidos por um pedaço inesperado de conversa e de diversão, afiançamos-lhe que, há já meses de viagem pelas Antilhas, que, naquela farda, com aquela pistola, rádio e livrinho de multas, ela tinha, de longe, a mais incrível elegância e pinta policial que alguma vez tínhamos visto.

A mini-agente bem tenta, mas falha em conter uma gargalhada descontrolada.

“Oh! Parem lá com isso e com as fotos também senão ainda vos multo é a vocês!”, roga-nos, quase a chorar de riso, já arrependida da permissão que nos havia concedido e envergonhada pelas piadas que lhe dedicavam transeuntes bem-dispostos.

Uma Capital Preocupada com o Estilo

Passavam por nós miúdos compostos em uniformes escolares de inspiração britânica, adolescentes sem pressas que exibiam as suas rastas e restantes visuais rastafarianos.

A espaços, também um ou outro funcionário de instituição ou repartição que o ofício obrigara a trocar a t-shirt e os chinelos por trajes mais opressivos.

A determinada altura percebemos que o vestuário, os cabelos, e o estilo em geral eram o tipo de negócios predominante em Basseterre.

Uma loja relembrava, num cartaz enrugado, a sua preponderância.

Nele, uma mulher negra, tão reluzente como o grande sapato de salto-alto em que se recostava, ilustrava um chavão atrevido: “Style… never let me down!! My Store…never let my style down!!

Alinhados do lado de lá da rua, à espera que um semáforo abrisse, contra as fachadas de uma tal de Claxton’s Arcade, cada indivíduo fazia luzir o seu estilo, mais ou menos cuidado, mas sempre alegre e colorido.

A Cidade calma e Pitoresca que os Sucessivos Cruzeiros Agitam

Com os cruzeiros que sulcam o Mar das Caraíbas ainda ao largo, era assim que a própria Basseterre se exibia.

Mal os gigantescos navios atracavam no seu porto de águas fundas, às vezes aos pares, a cidade via-se invadida por forasteiros ávidos por comprar, mas receosos.

Conscientes desta realidade, as multinacionais donas das embarcações e as autoridades de St. Kitts tinham dotado o porto de uma vasta praça comercial.

Um apêndice arquitectónico moderno e em tudo desfasado da Basseterre histórica e em que procuravam manter os passageiros e os seus gastos, em detrimento da cidade real, chamemos-lhe assim.

Escusado será dizer que, nem sempre a demarcação entre este subdomínio pré-atribuído e as iniciativas externas funcionava.

Discussões e Inesperadas Macacadas em Pleno Porto

Numa tarde em que procurámos autorização para subir a um dos cruzeiros para, do seu cimo, fotografarmos a Basseterre espraiada entre o mar e o monte vulcão Olivees, deparamo-nos com uma confusão que se parecia agravar.

Um grupo de empresários da ocasião afluíam a saída da doca, cada qual com o seu macaco-verde ao ombro. No passado, tinham-se habituado a convencer os passageiros a pagarem-lhes para se fotografarem na companhia dos símios. De início, eram apenas um sapiens e um seu mono servo.

À medida que o lucro fácil passou palavra, surgiram mais destas duplas. Concorrentes, conflituosas, prejudiciais ao fluxo negocial pouco inclusivo por ali montado. Surgiram uns poucos seguranças. Logo, alguns mais. Procuraram desmobilizar os donos dos macacos só com conversa.

Quando a conversa se alongou em demasia ou deixou de funcionar, aí, descambou num receado fim da macacada. Pancadaria, símios aos guinchos, em fuga e em risco de morderem passageiros, tudo num modo acelerado que terminou com a expulsão, provável prisão, dos alegados transgressores.

Nessa mesma tarde, os cruzeiros zarpariam.

Basseterre regressaria à sua tranquilidade. Pelo menos, à sua paz latente.

Basseterre em Risco: Vulcões, Sismos, Furações. E ainda Atribulações

Pejado e cercado de vulcões – o mais elevado, com 1156m, o monte Liamuiga – o arquipélago de São Cristóvão e Neves vê-se, com frequência, assolado por sismos devastadores. Fica, aliás, a pouca distância da ilha de Montserrate que tem a única capital ainda oficial arrasada pela erupção de um vulcão

Como se não bastasse, situado no cimo da alpondra insular das Pequenas Antilhas, está em plena rota provável dos furacões que, entre Junho e Novembro, por ali semeiam uma destruição semelhante à provocada pelo duo Irma e Maria (ambos em 2017) e que constatámos nas Antilhas mais a norte e a oeste.

No decurso da sua história, quando não foram os sismos e os furacões a destruí-la, assolaram-na incêndios incontroláveis. Ou as guerras entre as duas grandes potências coloniais que o disputaram.

O Longo Conflito Colonial entre Franceses e Ingleses

Como o nome deixa transparecer, os franceses fundaram Basseterre, em 1627, enquanto capital da colónia caribenha de Saint Cristophe.

Pouco depois, promoveram-na a capital das Índias Ocidentais Francesas de que faziam ainda parte Martinica e Guadalupe, ambas a sul, duo das actuais Antilhas Francesas.

Desse mesmo ano até 1702, os ingleses forçaram os franceses a partilhar o arquipélago.

Em 1783, por fim, após sucessivas e acesas batalhas e no contexto de uma disputa mais ampla pelos territórios das Caraíbas, os ingleses dotaram-se da recém-erguida Fortaleza de Brimstone Hill e triunfaram sobre os franceses em definitivo.

Mantiveram a posse de São Cristovão e Neves até à independência, concretizada em 1983.

Tinham decorrido cento e cinquenta anos desde a abolição britânica da escravatura.

A maior parte dos colonos e fazendeiros abandonaram St. Kitts e as Índias Ocidentais.

Consolidou-se o predomínio absoluto dos habitantes descendentes dos escravos trazidos de África para trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar.

A Herança Multimilionária mas Controversa do Açúcar

O açúcar era, desde 1655, a principal exportação do arquipélago, diz-se que por altura da Revolução Americana, produzido em 68 plantações, uma por cada km2 de St. Kitts.

A  prosperidade secular do arquipélago, assente na escravatura, é parte da razão porque evoluiu para a capital financeira das Caraíbas Orientais, sede do Banco Central desta região.

Apesar da afro-anglicização generalizada das ilhas, Basseterre preservou o seu baptismo francês.

Mais de 92% dos seus habitantes têm origem africana, uns 3 a 6% são considerados mestiços e os restantes, europeus ou indianos.

Enquanto deambulamos pela Fort Street, cruzamo-nos com uma moradora mestiça que nos revela um apelido familiar. Encontramos Winnielle Pereira à porta da sua boutique.

Winnielle e os Pereiras de São Cristóvão e Neves

Entusiasmada, Winnielle informa-nos que o seu avô materno era J. Pereira.

Que era proprietário de uma das plantações e fazenda mais influentes de São Cristóvão, a Fountain State, situada na encosta de uma colina a norte de Basseterre, a Monkey Hill.

Desde a passagem por Charlotte Amalie, capital das Ilhas Virgens Americanas que nos vínhamos a inteirar da diáspora dos judeus Sefarditas, expulsos do Brasil pelos portugueses.

E de como, várias comunidades se tinham instalado em ilhas caribenhas em que famílias com apelidos como Pereira, Silva e afins se multiplicaram e se tornaram influentes.

Quanto mais com ela conversávamos mais nos convencemos que a história secular e intrincada dos Judeus e dos Pereiras em São Cristovão e Neves e nas Caraíbas, merecia todo um artigo ou até um livro.

O artigo, mantemo-lo numa lista de próximos a publicar.

Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas

Os "Caribanhos" Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
Saba, Holanda

A Misteriosa Rainha Holandesa de Saba

Com meros 13km2, Saba passa despercebida até aos mais viajados. Aos poucos, acima e abaixo das suas incontáveis encostas, desvendamos esta Pequena Antilha luxuriante, confim tropical, tecto montanhoso e vulcânico da mais rasa nação europeia.
Maho Beach, Sint Maarten

A Praia Caribenha Movida a Jacto

À primeira vista, o Princess Juliana International Airport parece ser apenas mais um nas vastas Caraíbas. Sucessivas aterragens a rasar a praia Maho que antecede a sua pista, as descolagens a jacto que distorcem as faces dos banhistas e os projectam para o mar, fazem dele um caso à parte.
Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
Plymouth, Montserrat

Das Cinzas às Cinzas

Erguida no sopé do monte Soufrière Hills, sobre depósitos magmáticos, a cidade solitária da ilha caribenha de Montserrat cresceu condenada. Como temido, em 1995, o também vulcão entrou num longo período eruptivo. Plymouth, é a única capital de um território político que permanece soterrada e abandonada.
Christiansted, St. Croix, Ilhas Virgens Americanas

Nos Fundos das Antilhas Afro-Dinamarquesas-Americanas

Em 1733, a Dinamarca comprou a ilha de Saint Croix à França, anexou-a às suas Índias Ocidentais em que, com base em Christiansted, lucrou com o trabalho de escravos trazidos da Costa do Ouro. A abolição da escravatura tornou as colónias inviáveis. E uma pechincha histórico-tropical que os Estados Unidos preservam.
Montserrat, Pequenas Antilhas

A Ilha do Vulcão que se Recusa a Adormecer

Abundam, nas Antilhas, os vulcões denominados Soufrière.  O de Montserrat, voltou a despertar, em 1995, e mantém-se um dos mais activos. À descoberta da ilha, reentramos na área de exclusão e exploramos as áreas ainda intocadas pelas erupções.  
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Fort-de-France, Martinica

Liberdade, Bipolaridade e Tropicalidade

Na capital da Martinica confirma-se uma fascinante extensão caribenha do território francês. Ali, as relações entre os colonos e os nativos descendentes de escravos ainda suscitam pequenas revoluções.
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
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Pelas Terras Moçambicanas do Chá

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Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

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Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
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Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
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Desporto
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O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
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Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
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