Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão


A Sombra
Cimo do Frontão
Trio Buriti
Arcos e mais Arcos
Cenote Carlota
O Canal entre os Cenotes
Passagem pelo Canal
Os Carris do Sisal
Cenote Azul Maya
Cenote Azul Maya II
Peixinhos do Cenote Carlota
Cristo à Janela
Pórtico de Entrada
Cristo à Janela II
Maximiliano & Carlota
Ponte sobre o Canal
Ruínas Rosadas
O Sisal
Mais Arcos
A Capela da Hacienda Xcanchacaan

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

O destino primordial do dia até era o sítio arqueológico de Mayapan, uma cidade-estado Maia que, no seu apogeu, se rebelou do domínio de Chichen Itza e ascendeu a capital política da península, de 1220 a 1440.

Como acontece vezes sem conta, por estas paragens, o trajecto escolhido por Fausto, o guia, passou por uma primeira velha hacienda produtora de sisal, a de Lepan.

Consciente da admiração curiosa que aquele legado monumental em nós gerava, o guia acede a uma breve paragem.

Uma árvore com uma enorme copa quase oval, produz uma sombra em que, àquela hora, moradores e visitantes se refugiam. Surge no fundo de um relvado seco, mas desafogado que, assim o apuramos, faz de campo de basebol.

Uma Escala Obrigatória na Velha Hacienda Lepan

O extremo oposto, demarcam-no a mansão principal da hacienda, coroada por um frontão brasonado.

Ainda um muro baixo, complementado por uma sebe densa de que despontam três palmeiras, provavelmente buritis.

E uma outra fachada repleta de arcos, de que se parecem projectar duas chaminés.

Esta última era a bodega (armazém) em que a fibra seca dos agaves henequen era comprimida e embrulhada.

Seguia para exportação a bordo de uma composição que percorreria parte da rede ferroviária que chegou a ligar a maior parte das haciendas entre si e ao porto de Progreso.

O contexto que levou à construção da Hacienda Lepan e das centenas de rivais, começou a formar-se apenas dois séculos após o desembarque dos Conquistadores espanhóis da península do Iucatão e do México, do declínio de Mayapan e da decadência do, até então, resplandecente Mundo Maia.

A Proliferação de Fazendas que se Seguiu aos Primeiros Tempos da Colonização

Consolidado o sucesso da campanha do trio de Francisco de Montejos (o pioneiro, o Mozo e o sobrinho do primeiro), estes governantes consanguíneos fundaram as principais cidades da região: Salamanca, Mérida, Campeche, Valladolid, todas, com nomes transpostos de Espanha.

Lançaram, assim, as bases para a ocupação e exploração do território, de que estavam convictos de que poderiam obter riquezas comparáveis às que Hernán Cortés tinha encontrado no Vale do México.

Colonos recém-chegados expulsaram ou escravizaram os maias e retalharam o território. Tornaram-se proprietários de enormes fazendas que, em pouco tempo, fizeram produtoras sobretudo de gado e de milho.

Noutras partes, do agave-azul de que viriam a produzir a tequila e o mezcal.

Um outro agave que não o azul, conquistaria a sua própria importância.

A Revolução Industrial e a Súbita Valorização do Henequen

Até que, chegada a segunda metade do século XIX, com a Revolução Industrial a alastrar-se de Inglaterra ao Mundo, aumentou a procura de cordas, sacos, fios, tapetes, redes de dormir e, não tarda, de mera fibra para uma panóplia de outros fins.

Os já privilegiados grandes proprietários depararam-se com aquilo a que viriam de apodar de Oro Verde: o henequen, nome mexicano para um tipo de agave (agave fourcroydes) originário do oriente da península do Iucatão.

A espécie de cacto era fácil e pouco custosa de plantar e de manter. Os lucros gerados pela venda da sua fibra, esses, provaram-se mirabolantes.

À medida que se perceberam milionários, os proprietários sentiram-se estimulados para gastar.

Uma certa rivalidade exibicionista depressa se alastrou, na forma de mansões desafogadas e faustosas, com arquitecturas que combinavam elementos hispânicos e europeus com a exuberância cromática colonial-iucateca.

O Passado Clerical e Assombrado da Hacienda Lepan

Quanto à Hacienda Lepan, em particular, os registos e o conhecimento são limitados. Sabe-se que, no início do século XIX, pertenceu a José María Menezes, padre de Tecoh (uma cidade situada uns poucos quilómetros para norte) vigário e governador do Bispado.

Por essa altura, a propriedade chamava-se Hacienda San Buenaventura, Lepan. Mais tarde, adquiriu-a um tal de Marcos Duarte, já dono de uma outra grande hacienda, a San António Xukú, mas determinado em aumentar os seus proveitos do henequen.

Diz-se ainda que os maias moradores da zona lá detectaram um uay-kekén e um uay-pek, criaturas sobrenaturais que, só de pensar neles, deixam qualquer indígena arrepiado.

O primeiro, é definível como um porco embruxado. O segundo, enquanto bruxo-cão, ambos, retratados, amiúde, com visual de lobisomem.

Aquela hora, com o sol a meio-caminho do seu zénite e o calor a apertar, era a menos indicada para nos atormentarem.

Tínhamos a chegada a Mayapan em óbvio atraso. Sem mais demoras, retomamos a estrada 184 que, passado o pueblo de Telchaquillo, lá conduz.

Dedicamos umas boas duas horas ao conjunto arqueológico. Após o que apontamos a leste.

Estava previsto almoçarmos numa tal de Hacienda Mucuyché que, para variar, visitaríamos de forma planeada e aturada. E, no entanto, em pleno trajecto para lá, a visão inesperada de uma outra, com portais e fachadas majestosos motiva-nos a nova escala.

A Hacienda Xcanchakan: Outra Escala, Novo Assombro

A responsável é a Hacienda Xcanchakan, ao invés da Lepan, objeto de uma profusão de escritos e descrições.

Terá sido estabelecida, em 1840, pelo mesmo padre Menezes da Lepan. Aqui e ali, com pedras subtraídas às ruínas de Mayapan. Lá se mantém o que resta de uma fábrica que fornecia gelo à cidade de Mérida.

Sem surpresa, de 1850 em diante, o cultivo e processamento do henequen tornou-se prioritário. Deu azo a riqueza que permitiu ampliar e embelezar a mansão de três pisos e a capela.

A Hacienda Xcanchakan teve vários outros donos. Manteve-se “senhorial” até 1937. Nesse ano, as suas terras foram divididas entre os camponeses destas partes.

Na actualidade, habitam-na e exploram uma considerável plantação de henequen mais de mil moradores, maias e mestiços, se bem que a distinção nem sempre é simples.

Enquanto por lá nos deslumbramos com o seu arco amarelo-torrado de arquitectura mourisca e com a capela cor-de-sangue em frente, observam-nos miúdos ciclistas, motociclistas adolescentes e anciãs às compras.

Intriga-os a azáfama exploratória e fotográfica em que andamos.

Com a propriedade congénere e o almoço à espera, Fausto volta a interrompê-la.

A Hacienda e os Cenotes Deslumbrantes da Hacienda Mucuyché

Meros 11km depois, damos entrada em Mucuyché, por um pórtico arqueado de pedra, ladeado de muros e de grandes árvores.

Do lado de lá, percebemos que hacienda à parte, estávamos num domínio sofisticado e comercial bem distinto dos anteriores.

A Hacienda Mucuyché foi criada durante o século XVII.

A determinada altura, abrangia 5 mil hectares, cultivados, quase na íntegra, com o agave henequen.

Perante a recente falta de proprietários-investidores e o abandono, o estado do Iucatão tomou posse e assumiu a sua gestão.

Detemo-nos numa bilheteira. Uma guia local desbloqueia-nos o acesso e inaugura um périplo explicativo. Passo após passo, confirmamos que a fazenda se encontrava em recuperação.

O Cenote “Carlota” e “Azul Maya” que Passaram Séculos Escondidos

Funcionais por completo, estavam os seus cenotes, as lagoas subterrâneas locais e o canal que as ligava.

Os cenotes são grandes porosidades geológicas abertas na vastidão de calcário gerada, há 66 milhões de anos pelo impacto do meteorito Chicxulub que extinguiu os dinossauros e 75% das espécies da face da Terra.

Os Maias consideravam-nos entradas para o Xibalba, um submundo mitológico, lugar do pavor. 

Hoje, mexicanos e forasteiros de todas as partes frequentam-nos pelo retiro aquático relaxante que proporcionam. Haveríamos de ter o nosso.

Enquanto isso, a guia conduz-nos a uma escadaria.

No cimo, um painel de azulejos exibe a Imperatriz Carlota na companhia do marido, Maximiliano de Habsburgo-Lorena, rei Maximiliano I do México.

O painel louva uma suposta visita da Imperatriz do México à hacienda, estima-se que decorria o ano de 1865.

Do pouco que tínhamos aprendido da história mexicana, sabíamos que o período em que Napoleão se tentou apoderar do México e em que fez de Maximiliano e de Carlota seus governantes-fantoche é um dos mais desprezados pelos mexicanos.

Ao invés, orgulham-se da reacção dos seus líderes e do povo que, em menos de seis anos, forçaram os franceses a retirar, executaram Maximiliano e assim fizeram agravar a loucura súbita de Carlota, falecida, em 1927, na Bélgica.

Não obstante, a gerência da hacienda Mucuyché louvava a presença da imperatriz.

Do Cenote “Carlota” ao “Azul Maya” por um Canal Verdejante

A lagoa cristalina, repleta de pequenos peixes e delimitada por uma galeria com tecto musgoso, no fundo da escadaria, fora chamada de “Carlota”.

Finda a explanação da guia, é lá que nos enfiamos e refrescamos.

Da primeira lagoa, numa flutuação descontraída, cruzamos um pequeno túnel natural para um canal escavado na rocha, forrado de trepadeiras com raízes pendentes e de outras plantas com folhas raiadas que, em busca de luz, quase o atravessavam.

No fim desse canal, baptiza-nos uma queda d’água gotejante, um derradeiro ritual de acesso ao cenote maior do conjunto, por razões, não tarda, óbvias, denominado de “Azul Maia”.

Esta gruta e a sua lagoa provaram-se amplas, pejadas de estalactites, estalagmites e outras formações labirínticas que uma iluminação artificial azulava e fazia resplandecer.

Nos nossos dias, e há muito finda a era do agave e do sizal, os cenotes do Iucatão são, eles próprios um filão inesgotável.

A entrada de “Adulto Geral” dos Cenotes Hacienda Mucuyché custava uns módicos 30€.

E, no entanto, segundo nos afiança a guia, passaram-se quase quatro séculos sem que proprietários e trabalhadores os descobrissem.

A vegetação tropical densa em redor dos edifícios da fazenda escondia-os.

Não fosse uma recente escavação de um poço e os maravilhosos cenotes Mucuyché continuariam exclusivos do submundo.

Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Aquismón, San Luís Potosi, México

A Água que os Deuses Despejam de Jarros

Nenhuma queda d’água da Huasteca Potosina se compara com a de Tamul, a terceira mais alta do México, com 105 metros de altura e, na época das chuvas, quase 300 metros de largo. De visita à região, saímos na demanda do salto de rio que os indígenas viam como divino.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Tequila, JaliscoMéxico

Tequila: a Destilação do Oeste Mexicano que Anima o Mundo

Desiludidos com a falta de vinho e de aguardente, os Conquistadores do México aprimoraram a aptidão indígena milenar de produzir álcool. No século XVII, os espanhóis estavam satisfeitos com a sua pinga e começaram a exportá-la. A partir de Tequila, o pueblo, hoje, centro de região demarcada. E nome por que se tornou famosa.
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Cortejo Ortodoxo
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Vilanculos, Moçambique, Dhows percorrem um canal
Cidades
Vilankulos, Moçambique

Índico vem, Índico Vai

A porta de entrada para o arquipélago de Bazaruto de todos os sonhos, Vilankulos tem os seus próprios encantos. A começar pela linha de costa elevada face ao leito do Canal de Moçambique que, a proveito da comunidade piscatória local, as marés ora inundam, ora descobrem.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Cultura
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Em Viagem
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Étnico
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
hué, cidade comunista, Vietname Imperial, Comunismo Imperial
História
Hué, Vietname

A Herança Vermelha do Vietname Imperial

Sofreu as piores agruras da Guerra do Vietname e foi desprezada pelos vietcong devido ao passado feudal. As bandeiras nacional-comunistas esvoaçam sobre as suas muralhas mas Hué recupera o esplendor.
Vista de La Graciosa de Lanzarote, Canárias, Espanha
Ilhas
La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias

Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Inverno Branco
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Picos florestados, Huang Shan, China, Anhui, Montanha Amarela dos Picos Flutuantes
Natureza
Huang Shan, China

Huang Shan: as Montanhas Amarelas dos Picos Flutuantes

Os picos graníticos das montanhas amarelas e flutuantes de Huang Shan, de que brotam pinheiros acrobatas, surgem em ilustrações artísticas da China sem conta. O cenário real, além de remoto, permanece mais de 200 dias escondido acima das nuvens.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Oxará
Parques Naturais
PN Thingvellir, Islândia

Nas Origens da Remota Democracia Viking

As fundações do governo popular que nos vêm à mente são as helénicas. Mas aquele que se crê ter sido o primeiro parlamento do mundo foi inaugurado em pleno século X, no interior enregelado da Islândia.
Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
Património Mundial UNESCO
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Surfistas caminham pela praia do Tofo, Moçambique
Praias
Tofo, Moçambique

Entre o Tofo e o Tofinho por um Litoral em Crescendo

Os 22km entre a cidade de Inhambane e a costa revelam-nos uma imensidão de manguezais e coqueirais, aqui e ali, salpicados de cubatas. A chegada ao Tofo, um cordão de dunas acima de um oceano Índico sedutor e uma povoação humilde em que o modo de vida local há muito se ajusta para acolher vagas de forasteiros deslumbrados.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Magome a Tsumago, Nakasendo, Caminho Japão medieval
Sociedade
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Vida Selvagem
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.