Real de Catorce, San Luís Potosi, México

A Depreciação da Prata que Levou à do Pueblo (Parte II)


A Capela de Guadalupe
Capela de Guadalupe entre arbustos do deserto.
O Casario
Edifícios de Real de Catorce disseminados entre encostas.
Cavalgada de Josué
Dono de cavalos passa sob uma grande árvore de Josué.
A Capela de Guadalupe
Capela de Guadalupe acima do cemitério de Real de Catorce.
Sepultura abençoada
Cristo de barro abençoa o cemitério de Real de Catorce
O Olhar do Coiote
Coiote detém-se num caminho acima de Real de Catorce.
Venda do Índio
Indígena trajado a rigor vende artesanato no centro de Real de Catorce.
O Letreiro do Pueblo
Visitantes passam por um letreiro comemorativo de Real de Catorce.
Hacienda de Benefício Abandonada
Ruína da Hacienda de Benefício, uma das explorações mineiras de Real de Catorce.
Casario do Deserto
O casario de Real de Catorce, de um ponto de vista pejado de cactos.
Pueblo Fantasma
Outra perspectiva das ruínas da Hacienda de Benefício, uma das explorações mineiras de Real de Catorce.
Kimberly, a Quinceñera
Uma quincenera (jovem que cumpre 15 anos) numa sessão fotográfica próximo do cemitério da povoação.
Ogarrio
Luz artificial ilumina a saída do túnel de Ogarrio.
Com a viragem para o século XX, o valor do metal precioso bateu no fundo. De povoação prodigiosa, Real de Catorce passou a fantasma. Ainda à descoberta, exploramos as ruínas das minas na sua origem e o encanto do Pueblo ressuscitado.

Entrámos em Real de Catorce pelo seu túnel. Ao túnel decidimos regressar.

A travessia pioneira tinha-se provado, afinal, demasiado rápida e insípida. Um túnel com o passado e a história do Ogarrio merecia outro tipo de atenção.

Ao chegarmos à boca do lado do povoado, a fila de veículos em espera para o deixarem é curta.

De walkie-talkie na mão, vigia-a Norma Martinéz, uma das seis raparigas encarregues de regerem as entradas e saídas, de evitarem travessias simultâneas em sentidos opostos e, consequentes colisões.

Norma começa por estranhar o facto por ali cirandarmos. Quando metemos conversa, percebe que podia falar connosco em castelhano e à vontade.

Tranquiliza-se. Responde-nos, sem cerimónias, às sucessivas questões. “Porque é somos todas raparigas? Pois, isso não sei, acho que a ideia também foi contribuirmos para um acolhimento mais simpático de Real.

Agora somos seis. Umas trabalham no turno da manhã. As outras, no da tarde, até às onze da noite. A partir dessa hora, as pessoas atravessam por sua conta.”

O último dos carros chega do outro lado da montanha. Norma, interrompe. Dá o OK para a fila próxima prosseguir. Pouco interessados em percorrermos os 2300m do túnel a pé, com os carros a passarem à razia, abordamos uma família prestes a arrancar.

À boa maneira mexicana, anuem, de imediato, a levar-nos até ao lado de lá.

Fazemo-lo numa cavaqueira bem-disposta. Interessava-nos, para começar, aquele extremo do túnel, devido à capela que o abençoa e que, antes, abençoava os trabalhos nas minas.

A Obra Monumental mas Tardia do Túnel de Ogarrio

O túnel de Ogarrio foi mandado escavar por Vicente Irizar Aróstegui, natural de Ogarrio, a oeste de Bilbau, Cantábria.

Anos antes, em 1895, o presidente mexicano Porfírio Diaz marcou presença em Real de Catorce, para a inauguração de maquinaria encomendada em São Francisco, Estados Unidos, que potenciaria a extração de prata das minas de Santa Ana, umas das mais lucrativas.

Ao chegar, Porfírio Diaz viu-se obrigado a montar a cavalo acima e abaixo da serra de Catorce que esconde a povoação.

Desta pena a que obrigaram o líder da jovem nação, terá tido origem a ideia de abrirem o túnel, a partir do socavão já existente da mina e hacienda Dolores Trompeta.

A obra durou de 1897 a 1901.

Na sua extensão, o túnel contava com ligações às minas que facilitavam o despacho de rejeito de minério e o escoamento da prata para as chamadas haciendas de benefício que as autoridades definiam para transformar a prata em bruto, para dela extraírem chumbo e outros metais não preciosos.

De um Lado para o Outro do Túnel

Caminhamos até à capela próxima da entrada no túnel.

Posicionamo-nos num ponto mais largo, propício a fazermos as nossas fotos daquela espécie de gruta escavada à mão a que, para destoar, a iluminação artificial conferia um tom dourado.

real de Catorce, San Luís Potosi, México, túnel Ogarrio

Uma vez satisfeitos, regressamos ao ponto de partida também ele bendito por uma imagem da Señora de las Dolores.

Com outra fila de veículos à mercê, voltamos a conseguir boleia em três tempos. Na caixa da carrinha pick up de Sebastian e família, que viajavam apontados a uns dias de evasão em Real de Catorce.

Filmamos todo o trajecto. Os jogos de luz gerados pelas luzes no tecto em interacção com as dos carros. Quando espreitamos a cabine da pick up, reparamos que Sebastian e os seus faziam o mesmo, cada passageiro com o seu telefone.

De volta ao céu aberto, descemos e agradecemos a gentileza. Despedimo-nos de Sebastian. E de Norma Martínez, que resistia no seu plantão.

Da boca do túnel, orientamo-nos para o caminho de montanha quase contíguo que conduz às minas abandonadas.

Hoje, cavalgam-no os milhares de visitantes que cedem às sugestões dos vaqueros de Real, em permanente promoção dos seus passeios guiados.

Em Busca do Pueblo Fantasma Acima de Real de Catorce

A nós, tinha-nos parecido mais adequado subirmos a pé. Depressa colhemos recompensas da decisão.

Logo no início, conseguimos fotografar um desses vaqueros que rebocava cavalos, no momento em que passava por uma das maiores árvores de Josué que até hoje vimos.

A pouco e pouco, a ladeira revela-nos o casario, vasto, mas compacto de Real de Catorce, coroado pela Parróquia de la Purísima Concepción.

Aqui e ali, visto entre cactos, outras árvores de Josué e arbustos do deserto afins.

Umas primeiras ruínas deixam-nos confusos. Decididos a que não podia ser só aquilo, internamo-nos pelo cimo da serrania.

Uma rampa empedrada desponta do caminho. Quando a seguimos com os olhos, detectamos um coiote.

Deambulante, a criatura detém-se. Examina-nos.

Logo, retoma os seus passos. Volta a parar sobre a ladeira, a apreciar-nos.

Só se afasta de vez quando esboçamos uma aproximação que nos permitiria melhores imagens.

As ruínas de uma das haciendas mineiras não tardam, ainda conspurcadas por manchas de mercúrio e outros desperdícios e detritos de que se projectam cactos e velhas chaminés.

Todo um pueblo abandonado e fantasma, assim o tratam os nativos de Real de Catorce, também conscientes de que a terminologia incita os visitantes a pagar os passeios a cavalo.

O tratamento parece ter-se alastrado a Real de Catorce, em geral. Com os seus quase 1400 habitantes actuais e 570 mil visitantes registados, durante 2021 – um recorde absoluto em ano de pandemia – pueblo fantasma fará, agora, pouco sentido.

Nem sempre assim foi.

Real de Catorce: o Trambolhão do Valor da Prata que Ditou o Abandono

Em 1900, o governo dos Estados Unidos decretou o término do chamado bimetalismo e decretou que o dólar americano ficaria indexado ao valor do ouro.

De um momento para o outro, a cotação do ouro disparou. A da prata colapsou para números nunca antes contemplados.

Como se não bastasse, a mineração dos filões mais acessíveis de Real de Catorce tinha-se já esgotado. A sua continuação provava-se complexa e custosa.

Confrontados com esta liga condenadora de factores, os proprietários das haciendas decidiram deixar a povoação e a região.

Os seus empregados e mineiros seguiram-lhes o exemplo.

Uns poucos anos depois, só sobrava um punhado de habitantes resistentes à mudança, que subsistiam de alguma prata que conseguiam extrair e – em vez de, como antes, ceder aos patrões – vender.

Foi essa a altura do verdadeiro pueblo fantasma de Real de Catorce.

Retornamos à orla da encosta, com vista sobre a povoação. Vemos o sol prestes a esparramar-se para lá do casario e do Deserto de Chihuahua.

Como o grande astro, também a temperatura descia a pique.

O Regresso Nocturno à Povoação

Resistimos a admirar Real de Catorce a responder ao breu, com uma miríade de luzinhas geradoras de dourado nas fachadas e paredes.

real de Catorce, San Luís Potosi, México, natal

Quando a abóbada celeste se estrelava já quase em todo o seu esplendor, inauguramos um regresso atabalhoado à vila, na cauda de uma comitiva de cavaleiros, aos tropeções e repelões.

Na esquina da Calle Lanzagorta com a Morelos, o logotipo do RealBucks Café, emulado do famoso Starbucks, brilhava como nunca.

A postos nas suas bancas, vendedores ofereciam champurrado e atoles bem quentes, alternativas aconchegantes, populares por todo o México.

Partilhamos um de cada, indecisos quanto a qual era afinal a bebida tradicional que preferíamos.

Extenuados dos 12km íngremes do dia, abrigamo-nos e recuperamos energias no quarto do hotel Ruínas del Real.

Real de Catorce: o Palenque, o Cemitério e a Capela de Guadalupe

A alvorada traz novo dia solarengo. Dedicamo-lo a explorar uma outra ala do pueblo de que pouco ou nada conhecíamos. De início, numa demanda desesperante do palenque de galos local.

Ergueu-o, num pretenso estilo romano, sem par no país, um aficionado de combates de galos de nome Diego González Lavin, de maneira a lucrar com um dos passatempos que, a par das touradas, melhor entretinha os mineiros.

Recuperado em 1977, o palenque permanece escondido e protegido atrás de portas enormes que, por fim, nos abriram os responsáveis do turismo de Real de Catorce.

Do palenque, apontamos ao cemitério de Real.

A Morte e a Celebração da Juventude Quiceñera

Quando lá chegamos, decorre um funeral.

É celebrado e tocado com guitarras, trompetes e outros instrumentos de sopro, uns temas metálicos e estridentes a seguir aos outros, com pausas que pensávamos serem o fim da cerimónia, mas que davam sempre lugar a uns quantos mais.

Há muito que os moradores de Real de Catorce são sepultados em redor da capela de Guadalupe. O piso do templo conta, inclusive, com pedras de campas que identificam alguns dos espanhóis pioneiros destas partes.

A comitiva lutuosa comemorava assim a morte, entre estatuetas de Cristo e flores de plástico garridas.

Ao mesmo tempo, logo abaixo, com vista para outra encosta pejada de árvores de Josué, Paris Kimberly, visitante da povoação vizinha de Cedral celebrava a juventude da sua vida.

Posava, enfiada num vestido escarlate, para uma roda-viva de fotografias familiares.

À beira do fim-de-semana, a nova multidão traria muitas mais quinceñeras e seus séquitos prospectores de diversão.

ONDE FICAR EM REAL DE CATORCE

hotelruinasdelreal.com

hotelpalaciodelgambusino.com

Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
hacienda mucuyche, Iucatão, México, canal
Arquitectura & Design
Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Bom conselho Budista
Cerimónias e Festividades
Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
Chihuahua, cidade do México, pedigree, Deza y Ulloa
Cidades
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Kente Festival Agotime, Gana, ouro
Cultura
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

Após algum tempo na grande capital ganesa ashanti cruzamos o país até junto à fronteira com o Togo. Os motivos para esta longa travessia foram os do kente, um tecido de tal maneira reverenciado no Gana que diversos chefes tribais lhe dedicam todos os anos um faustoso festival.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
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Em Viagem
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Étnico
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Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Champagne Beach, Espiritu Santo, Vanuatu
História
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Palmeiras de San Cristobal de La Laguna, Tenerife, Canárias
Ilhas
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Caminhantes andam sobre raquetes na neve do PN Urho Kekkonen
Inverno Branco
Saariselkä, Finlândia

Pelas Terras (não muito) altas da Finlândia

A oeste do monte Sokosti (718m) e do imenso PN Urho Kekkonen, Saariselkä desenvolveu-se enquanto polo de evasão na Natureza. Chegados de Ivalo, é lá que estabelecemos base para uma série de novas experiências e peripécias. A uns 250km enregelantes a norte do Círculo Polar Árctico.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Estátuas de elefantes à beira do rio Li, Elephant Trunk Hill, Guilin, China
Natureza
Guilin, China

O Portal Para o Reino Chinês de Pedra

A imensidão de colinas de calcário afiadas em redor é de tal forma majestosa que as autoridades de Pequim a imprimem no verso das notas de 20 yuans. Quem a explora, passa quase sempre por Guilin. E mesmo se esta cidade da província de Guangxi destoa da natureza exuberante em redor, também lhe achámos os seus encantos.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Parques Naturais
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão
Património Mundial UNESCO
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Avião em aterragem, Maho beach, Sint Maarten
Praias
Maho Beach, Sint Maarten

A Praia Caribenha Movida a Jacto

À primeira vista, o Princess Juliana International Airport parece ser apenas mais um nas vastas Caraíbas. Sucessivas aterragens a rasar a praia Maho que antecede a sua pista, as descolagens a jacto que distorcem as faces dos banhistas e os projectam para o mar, fazem dele um caso à parte.
Solovestsky Outonal
Religião
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

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Máquinas Bebidas, Japão
Sociedade
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Vida Selvagem
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.