Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa


Biblioteca Roykstovan
Biblioteca da casa mais antiga das Faroé, a Roykstovan.
Lote de Kirkjubour
Lote de casas mais modernas, à entrada de Kirkjubour.
Crinas ao Vento
Cavalos sobre um pasto que o curto Verão tornou frondoso.
Crinas ao Vento II
Cavalos sobre um pasto que o curto Verão tornou frondoso.
Descanso ao Sol
Visitante descansa ao sol, chegado de uma longa caminhada.
Escultura de Chefe
Escultura legado das origens da povoação pioneira de Kirkjubour.
Hestfjordur
O fiorde que acolheu a primeira povoação das Ilhas Faroé, Kirkjobour.
Igreja de St. Olav
A igreja que sucedeu à catedral de Saint Magnus, a velha catedral que permanece incompleta.
Casa com Pórtico
Um pórtico de madeira antecede a entrada no complexo histórico de Roykstovan.
Edifício de Roykstovan
Edifícios históricos com telhados de turfa de Roykstovan a propriedade mais antiga das ilhas Faroé.
Kirkjubour & Hestfjordur
Perspectiva geral de Kirkjubour com o fiorde de Hestfjordur em fundo.
Foto em Roykstovan
Visitantes fotografam-se no interior do salão de fumo de Roykstovan.
Frente de St. Olav
A igreja de Saint Olav baptizada em honra ao rei viquingue que aceitou e promoveu a conversão dos seus súbditos ao Cristianismo.
A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.

Nenhum ponto das longilíneas e dezoito ilhas Faroé dista mais de cinco quilómetros do mar.

Pois, aquando da sua fundação, os viquingues conformaram-se com a localização de Kirkjubour, quase no fundo de Streymoy, a maior das ilhas.

Kirkjubour dista apenas 11km de Torshavn. Cumpri-los passa por ascender a grande encosta do leste que abriga a capital faroesa. Avançar por um vasto planalto ervado e, logo, pela meia-encosta de um dos vários fiordes profundos que sulcam o mapa e a paisagem da nação.

Aventurosa, a estrada acompanha a linha de água sinuosa do rio Sanda. A determinada altura, flecte para sul, torna-se esguia e tangente ao limiar de outro grande fiorde, o Hestfjordur. Aos poucos, desce para o sopé de Streymoy, o oposto ao da capital em que tínhamos iniciado o percurso.

Era a terceira vez que abordávamos Kirkjubour. As duas primeiras vimo-las inviabilizadas por meteorologias demasiado desfavoráveis, de ventos poderosos e nebulosidade baixa e escura que descarregava chuva sem fim.

Nessa derradeira ocasião, damos entrada na povoação numa manhã de céu quase limpo e sol radioso, uma benesse boreal, mesmo que estivéssemos no início de Julho, em pleno Verão destas latitudes nórdicas.

A via Gamlivegur deixa-nos frente a um mar escuro e alisado e junto ao âmago histórico da povoação, paredes meias com a igreja de Olav, com a quinta quase milenar de Kirkjuboargardur (a Quinta do Rei), há muito considerada a maior e mais antiga das Faroé. Deixa-nos ainda nas imediações das ruínas da catedral de Saint Magnus.

Hoje, Kirkjubour está reduzida a um testemunho histórico, um legado habitado e vivo da sua era de esplendor medieval.

Estima-se que as ilhas Faroé tenham tido como habitantes pioneiros eremitas celtas, chegados, com animais de criação, de ilhas ao largo da actual Escócia, as Shetland, as Orcadas ou as Hébridas, desconhece-se ao certo qual a exacta procedência.

Sabe-se que, nesse lapso de tempo, as Faroé ficaram conhecidas como Na Scigirí ou Skeggjar, que se traduziriam como as ilhas dos Barbudos, de acordo com as longas pilosidades dos cenobitas que as partilhavam.

Outros visitantes frequentavam as ilhas do arquipélago faroes de quando em quando. Terá sido o caso de Saint Brendan, um monge originário da actual Irlanda.

Uma conclusão hoje mais ou menos consensual é a de que, a certo ponto, o arquipélago foi ocupado por colónias de viquingues em busca de refúgio.

A saga Faerayinga (das ilhas Faroé) narra que os primeiros a desembarcarem chegaram de terras norueguesas no final do século IX, início do X, em debandada das suas aldeias que o governo tirânico e centralizador do rei Harold I – também conhecido por Harold dos Cabelos Belos – havia tornado demasiado arriscadas.

Como há muito acontecia, esses recém-chegados organizaram-se em clãs. E, como era também hábito, os clãs entraram em conflito. Os habitantes das Ilhas do Norte quase aniquilaram os do sul. Obrigaram-nos a medidas de sobrevivência extremas. Kirkjubour surgiu, de forma inesperada, dessas medidas.

Deixamos o carro. Cruzamos o convívio de um grupo de caminhantes regressados de uma expedição pelo litoral em redor que, tendo em conta os seus ares de cansaço, teria sido longa.

Descanso em Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Visitantes descansam ao sol, chegados de uma longa caminhada.

Logo ao lado, deslumbra-nos num ápice, a beleza e grandiosidade do Roykstovan, um dos edifícios de madeira ainda habitados mais antigos à face da Terra (século XII, provavelmente o mais antigo) de madeira escura, com molduras vermelhas e telhados de turfa frondosa.

Qualquer estrutura de madeira é prodigiosa nas Faroé, onde as árvores são raras, nos tempos ancestrais da colonização, inexistentes. A da quinta de Kirkjuboargardur terá sido trazida da Noruega a reboque de embarcações, possivelmente de drakkars.

Circundamos a grande casa, atentos a pormenores arquitectónicos que qualquer forasteiro do sul europeu, classificaria como excêntricos.

Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Brasão de clã colorido bem destacado na quinta de Roykstovan.

Colunas com cabeças de dragões de língua de fora, escudos com leões de machado em riste, outras criaturas asadas que temos dificuldade em definir.

Uma escultura de madeira do que nos parece um chefe tribal de elmo. E um estranho disco-símbolo moldado em volta de um outro felino.

Cada vez mais deslumbrados, passamos para o interior, toda uma casa-museu de madeira amarelada e encarniçada pelo tempo, com divisões acessíveis por portas ínfimas se tivermos em conta o imaginário viquingue e a estatura e altura das gentes nórdicas, aquecidas por peles sob grandes elmos cornudos.

A sala imediata, vimo-la dotada de longas mesas de repasto e de fumo, com bancos corridos a condizer, equipada com um fogão secular, repleta de cordas, instrumentos agrícolas e peças decorativas, sob a supervisão de um crânio de vaca sobranceiro.

Num piso superior, fechada, mas visível através de um orifício amplo, em jeito de provocação, damos ainda com um escritório biblioteca presidido por fotografias históricas da família, descendente dos primeiros moradores da quinta, que já abrigou dezoito das suas gerações.

Esta linearidade leva-nos de volta à contenda do clã das ilhas do norte vs clã das ilhas do sul.

Ainda de acordo com a saga Faerayinga, Sigmundur Brestisson, um dos líderes do sul, navegou em fuga até à Noruega. Na pátria-mãe, recebeu a ordem real de conquistar todo o arquipélago em nome de Olav I, o rei responsável pela cristianização do povo norueguês.

Sigmundur Brestisson, não só o conseguiu como estendeu essa cristianização aos habitantes ainda pagãos do arquipélago faroês sob domínio norueguês, até 1380, quando a Noruega se uniu a Dinamarca.

Nesse processo, Sigmundur Brestisson estabeleceu que a residência episcopal da diocese das ilhas Faroé, se situaria em Kirkjubour.

Enquanto polo religioso da colónia, a povoação depressa se expandiu até um limite de 50 lares. Aumentava de ano para ano quando, já em pleno século XVI, uma enxurrada gerada pela pior das tempestades sofridas pelo arquipélago, arrastou para o mar a maioria dessas casas.

Lá se manteve, até aos nossos dias, a base da catedral de Saint Magnus, projectada como o maior templo cristão das Faroé e que, mesmo incompleta, subsiste como o maior edifício medieval da nação.

Catedral de Saint Magnus, Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

A velha catedral de Saint Magnus, em ruínas e que se disse, durante muito tempo, nunca ter sido acabada.

Durante algum tempo, acreditou-se que a catedral mandada erguer por um tal de bispo Erlendur nunca tinha sido finalizada. Dados arqueológicos recentes contradisseram essa teoria. Após a Reforma de 1537, a Diocese das Ilhas Faroé foi abolida e a catedral de Saint Magnus deixada ao abandono. Em 1832, foi lá achada uma pedra runa deixada pelos colonos viquingues.

A partir de 1997, as autoridades decidiram levar a cabo restaurações faseadas. Estes trabalhos evitaram o colapso da estrutura. Concederam-nos o privilégio de a vermos por dentro, de admiramos o firmamento enquadrado na pedra da grande nave e, no seu fundo, o “Golden Locker” que guarda a relíquia do Santo Patrono da Islândia, Thorlak, junto de relíquias de outras santidades nórdicas.

As mesmas autoridades, anseiam, com reticências, que a UNESCO venha a classificar a catedral como Património Mundial.

Igreja de St. Olav, Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

A igreja que sucedeu à catedral de Saint Magnus, a velha catedral que permanece incompleta.

Enquanto isso, logo ao lado, quase sobre o mar e cercada pelo cemitério murado de Kirkjubour, resiste, imaculada a predecessora igreja de Saint Olav, concluída antes de 1200 e, assim, a igreja mais antiga das Faroé, até à dita Reforma de 1537, o assento do Bispo Católico do arquipélago.

Os descendentes das gentes mais antigas de Kirkjubour estimam o seu passado como algo quase sagrado. Alguns dos setenta moradores de agora da povoação, muitos, donos do apelido Patursson levam essa herança a extremos incríveis.

Tróndur Patursson, pintor, vidreiro, escultor e aventureiro é um dos mais reputados artistas faroeses. Quando não ocupado com a sua produção e com exposições, a espaços, Tróndur, entrega-se, inclusive, a expedições de reconstituição da história primordial das ilhas Faroé.

Em 1976, em parceria com Tim Severin, levou a cabo uma travessia transatlântica numa réplica de uma embarcação de casco de couro baptizada de “Brendan” em homenagem ao monge irlandês que se crê ter realizado a mesma viagem séculos antes dos viquingues ou de Cristóvão Colombo.

De maneira a gerarmos um melhor imaginário desses tempos de navegações agrestes, percorremos o pontão de rocha que se prolonga da ala sudeste da igreja de Saint Olav, Hestfjordur adentro.

Dali, admiramos a povoação actual num formato panorâmico condigno, dispersa no sopé de uma falésia pedregosa que o curto Estio já tinha tido tempo de ervar e salpicar de flores amarelas. Percorrida por cavalos de crinas lustrosas ao vento.

Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Cavalos sobre um pasto que o curto Verão tornou frondoso.

No regresso ao arredor também ele ervado da igreja de Saint Olav, passeamo-nos entre as sepulturas e lápides da velha povoação, de olho nos registos das suas vidas idas.

Desde os nossos dias, aos que viram nascer a quase milenar Kirkjubour.

Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Tórshavn, Ilhas Faroé

O Porto Faroês de Thor

É a principal povoação das ilhas Faroé desde, pelo menos, 850 d.C., ano em que os colonos viquingues lá estabeleceram um parlamento. Tórshavn mantém-se uma das capitais mais diminutas da Europa e o abrigo divinal de cerca de um terço da população faroense.
Vágar, Ilhas Faroé

O Lago que Paira sobre o Atlântico Norte

Por um capricho geológico, Sorvagsvatn é muito mais que o maior lago das ilhas Faroé. Falésias com entre trinta a cento e quarenta metros limitam o extremo sul do seu leito. De determinadas perspectivas, dá a ideia de estar suspenso sobre o oceano.
Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
Flam a Balestrand, Noruega

Onde as Montanhas Cedem aos Fiordes

A estação final do Flam Railway, marca o término da descida ferroviária vertiginosa das terras altas de Hallingskarvet às planas de Flam. Nesta povoação demasiado pequena para a sua fama, deixamos o comboio e navegamos pelo fiorde de Aurland abaixo rumo à prodigiosa Balestrand.
Stavanger, Noruega

A Cidade Motora da Noruega

A abundância de petróleo e gás natural ao largo e a sediação das empresas encarregues de os explorarem promoveram Stavanger de capital da conserva a capital energética norueguesa. Nem assim esta cidade se conformou. Com um legado histórico prolífico, às portas de um fiorde majestoso, há muito que a cosmopolita Stavanger impele a Terra do Sol da Meia-Noite.
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Balestrand, Noruega

Balestrand: uma Vida Entre Fiordes

São comuns as povoações nas encostas dos desfiladeiros da Noruega. Balestrand está à entrada de três. Os seus cenários destacam-se de tal forma dos demais que atraíram pintores famosos e continuam a seduzir viajantes intrigados.
PN Thingvellir, Islândia

Nas Origens da Remota Democracia Viking

As fundações do governo popular que nos vêm à mente são as helénicas. Mas aquele que se crê ter sido o primeiro parlamento do mundo foi inaugurado em pleno século X, no interior enregelado da Islândia.
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Vágar, Ilhas Faroé

Sorvagur a Gásadalur: Rumo ao Ocaso das Ilhas Faroé

À descoberta dos confins oeste de Vagar, a mais ocidental das grandes ilhas faroesas, percorremos o fiorde SØrvag. Onde a estrada se rende, deslumbramo-nos com a queda d’água de Múlafossur e, acima, com a povoação intrépida, por pouco desabitada, de Gásadalur.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
Arquitectura & Design
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Pemba, Moçambique, Capital de Cabo Delgado, de Porto Amélia a Porto de Abrigo, Paquitequete
Cidades
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
O projeccionista
Cultura
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Alasca, de Homer em Busca de Whittier
Em Viagem
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
Noiva entra para carro, casamento tradicional, templo Meiji, Tóquio, Japão
Étnico
Tóquio, Japão

Um Santuário Casamenteiro

O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Nacionalismo Colorido
História
Cartagena de Índias, Colômbia

A Cidade Apetecida

Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
Ilha de Goa, Ilha de Moçambique, Nampula, farol
Ilhas
Ilha de Goa, Ilha de Moçambique, Moçambique

A Ilha que Ilumina a de Moçambique

A pequena ilha de Goa sustenta um farol já secular à entrada da Baía de Mossuril. A sua torre listada sinaliza a primeira escala de um périplo de dhow deslumbrante em redor da velha Ilha de Moçambique.

Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Natureza
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Iguana em Tulum, Quintana Roo, México
Parques Naturais
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Património Mundial UNESCO
Nikko, Japão

Nikko, Toshogu: o Santuário e Mausoléu do Xogum Tokugawa

Um tesouro histórico e arquitectónico incontornável do Japão, o santuário Toshogu de Nikko homenageia o mais importante dos xoguns nipónicos, mentor da nação japonesa: Tokugawa Ieyasu.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Fila Vietnamita
Praias

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Cabo Espichel, Santuário da Senhora do Cabo, Sesimbra,
Religião
Lagoa de Albufeira ao Cabo Espichel, Sesimbra, Portugal

Romagem a um Cabo de Culto

Do cimo dos seus 134 metros de altura, o Cabo Espichel revela uma costa atlântica tão dramática como deslumbrante. Com partida na Lagoa de Albufeira a norte, litoral dourado abaixo, aventuramo-nos pelos mais de 600 anos de mistério, misticismo e veneração da sua aparecida Nossa Senhora do Cabo.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sociedade
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.