Miravalles, Costa Rica

O Vulcão que Miravalles


A Grande Vista
O vulcão Miravalles como visto a partir de Guayabo, sobre o ocaso.
Travessia a 2
Jovem atravessa uma das pontes suspensas da Hacienda Hornillas, seguido de um dos seus cães.
Cascada Cabro Muco
Jovens divertem-se na base da cascata de Cabro Muco, na encosta do vulcão Miravalles.
Arco & Íris
Arco-Íris exuberante no sopé ocidental do vulcão Miravalles.
Don Dimas
Don Dimas em "convívio" com uma das suas vacas.
Um Pasto Viçoso
Cavalo pasta na imediações de La Fortuna.
Um outro Pôr-do-Sol
Sol põe-se sobre o oceano Pacífico, a oeste do vulcão Miravalles.
Reconforto de Lama
Duas irmãs divertem-se no banho de lama de Las Hornillas.
Las Hornillas do Miravalles
As fumarolas sulfurosas de Las Hornillas.
Silhuetas de Miravalles
Silhuetas de árvores exóticas na falda do vulcão Miravalles.
Salsicha sem Medo
Salsicha cruza ponte suspensa de Cabro Muco.
Um Outro Pôr-do-Sol 2
Sol prestes a pôr-se a ocidente da Costa Rica.
Vinício dos Pavões
Vinício, um jovem de Guayabo entregue a uma tarefa rural.
Ponte suspensa – Cabro Muco
Casal aprecia uma das cascatas de Cabro Muco a partir de uma das pontes suspensas da hacienda Las Hornillas.
Vulcão Rosado
O ocaso rosa o cenário em redor do vulcão Miravalles, o mais elevado da província de Guanacaste.
A ver a Vista
Macaco-capuchinho investiga os visitantes humanos.
Sol posto num dia tempestuoso
Sol espreita, mesmo antes de se pôr a ocidente.
Rocha de Raízes
Guia Vilmar examina uma das rochas mais impressionantes da zona, coberta de raízes.
Vista para a cascata
Casal aprecia uma das várias cascatas do monte Cabro Muco.
Prado à sombra do vulcão
Vacas cebu pastam no sopé do vulcão Miravalles.
Com 2023 metros, o Miravalles destaca-se no norte da Costa Rica, bem acima de uma cordilheira de pares que inclui o La Giganta, o Tenório, Espiritu Santo, o Santa Maria, o Rincón de La Vieja e o Orosi. Inactivo no que diz respeito a erupções, alimenta um campo geotermal prolífico que amorna as vidas dos costarriquenhos à sua sombra.

Trinta e cinco dias contados após aterrarmos na capital San José, já em pleno Verão, continuávamos a mercê da meteorologia caprichosa da nação Tica.

Sucessivas frentes frias vindas do norte do Mar das Caraíbas, invadiam a costa caribenha da Costa Rica e expandiam-se pelas terras altas do istmo centroamericano. Retinham-nas e ao mau tempo as montanhas da cordilheira de Guanacaste.

Alojados no sopé oriental do vulcão Miravalles, junto ao vale que o separa do vizinho vulcão Tenório, depressa nos habituámos a ver as nuvens a fluírem entre ambos e a cobrirem o cimo amplo do segundo. De acordo, a saída inaugural de reconhecimento, dedicamo-la ao Miravalles e seus arredores.

A estrada em que nos metemos a partir da pousada Agutipaca ziguezagueia num permanente drama mal asfaltado. Depois de uma subida gradual, sujeita-se a depressões fluviais e a ladeiras tão íngremes que assustam. Assim mesmo, num sobe-e-desce esburacado e infernal atinge, por fim, uma crista panorâmica sobre encostas distintas.

A de Leste, contida pela falda verdejante do Tenório. A oposta, estendida a todo o comprimento do Miravalles e por muito mais, até ao litoral distante do Oceano Pacífico.

Pelo caminho, passamos por vivendas de beira-estrada, cada qual com a sua terra de sustento, e por fazendas ganaderas com áreas desafogadas, quase sempre insuficientes, de pasto. Cruzamo-nos com um camponês ancião à entrada de uma propriedade intermédia. Uma bifurcação tinha-nos suscitado dúvidas, pelo que um seu conselho viria a calhar.

Camponês da zona de Miravalles, Costa Rica

Don Dimas em “convívio” com uma das suas vacas.

Conseguida a explicação, damos corda à conversa. “Sou Dimas, como Dimas o Bom Ladrão”, informa-nos o senhor, orgulhoso do baptismo bíblico que lhe calhara, para logo soltar uma risada que surpreende uma vaca a seu lado, prestes a dar à luz.

À Conquista da Cascata de Cabro Muco

Descemos da crista que serve de biombo ao Corredor Biológico Tenório-Miravalles até à povoação de La Fortuna. Lá encontramos Don Vilmar Villalo, responsável pela consolidação do recém-criado Parque Nacional Miravalles e por nos guiar numa das caminhadas que melhor recompensará os futuros visitantes.

Cumpridas as devidas apresentações, avançamos até ao ponto de partida. Quando deixamos La Fortuna, o dia é estival. Já sobre a falda do vulcão em que nos reencontramos, um vento repleto de rajadas borrifa-nos com chuva fina soprada de longe e de mais alto na montanha.

Experiente naquele trilho, Don Vilmar volta a validar a incursão. Seguimo-lo e às suas galochas robustas, floresta tropical adentro e acima, ao longo de um rio veloz que a chuva a montante tornava mais ruidoso.

Não o suficiente para nos demover de uma tagarelice animada sobre a Costa Rica, sobre Portugal e a Itália que o cicerone recentemente visitara. E, à falta de avistamentos da fauna residente – macacos, papa-formigas, tapires, preguiças, para mencionar apenas os mais impressionantes – sobre o ciclismo, o seu desporto favorito.

Guia, rio Cuipilapa, Costa Rica

Guia Vilmar Villala cruza o rio Cuipilapa.

Com o acumular dos passos, de tangente, a intempérie depressa nos cai em cima. Cruzamos o rio Cuipilapa três vezes, por alpondras improvisadas que não evitaram que enchêssemos as botas de água.

Quase 5km e muita água e lama depois, o trilho leva-nos à base de uma vertente íngreme repleta de grandes calhaus polidos e escorregadios, uma quebrada sulcada pelo Cuipilapa que, a determinada altura, já sob uma bátega, nos revela uma queda d’água impressionante, tanto pelo seu volume como pela altura de que caía.

Do nada, enquanto fotografávamos, atrapalhados, contra a chuva, cinco amigos passam por nós acelerados, voltam a atravessar o rio pendente e ascendem até à base da cascata.

Cascata Cabro Muco, vulcão Miravalles, Costa Rica

Jovens divertem-se na base da cascata de Cabro Muco, na encosta do vulcão Miravalles.

Um deles, entrega-se a um banho rápido de conquista. Os outros, a um chorrilho de selfies e fotografias comprovantes.

Um Regresso Diluviano

Nesse tempo, o temporal volta a agravar-se. O intensificar da chuva deixa-nos apreensivos quanto às travessias fluviais do regresso.

Completamos as fotos do lugar o melhor que o dilúvio nos permite.

A volta, cumprimo-la já em modo anfíbio, a patinarmos pelo trilho mais enlameado que nunca, sobre poças e caudal do rio que nos passavam dos tornozelos e até joelhos. Ainda assim, tudo sem percalços. Devolvidos ao ponto de partida, agradecemos a Don Vilmar. Despedimo-nos.

Secamo-nos e disparamos para um de vários almoços do incontornável e nutritivo “casado” tico, feito de arroz com feijão, de banana assada, salada e carne ou peixe à escolha.

Nessa tarde, vagueamos pela pachorrenta La Fortuna.

Percorremos ainda parte de duas estradas que irradiavam da povoação, por pastos de haciendas sabaneras (leia-se de vaqueiros) que nos desvendavam outras faldas e perspectivas do vulcão.

Arco íris, vulcão Miravalles, Costa Rica

Arco-Íris exuberante no sopé ocidental do vulcão Miravalles.

Miravalles: o Tecto Vulcânico da Província de Guanacaste

No que diz respeito a altitude, com os seus 2023 metros, o Miravalles é o vulcão suprasumo da província de Guanacaste. E, no entanto, só teve uma erupção, menor, de vapor, registada, em 1946, no seu flanco sudoeste.

Carece de uma cratera intacta e inequívoca e da forma cónica e emblemática da montanha vulcânica mais famosa da Costa Rica, o vizinho a sul Arenal.

Para compensar, o Miravalles dá origem ao maior campo geotermal da Costa Rica, explorado pela ICE, a empresa nacional Tica de fornecimento de electricidade. Aproveitam-no ainda diversos empreendimentos termais concorrentes disseminados pelo lado oeste do vulcão.

Na manhã seguinte, deparamo-nos com a mesma meteorologia da véspera. Uma vez mais, sem vislumbre do cume do Tenório, reabordamos o domínio de Miravalles, ainda em busca de um ponto de vista que melhor fizesse destacar a sua altitude e imponência.

O Domínio Fumarento e Aconchegante de Las Hornillas

Damos entrada nas termas de Las Hornillas. Apreciamos as fumarolas e poças de lama borbulhantes e enxofradas que deram azo ao nome hispânico do lugar.

Las Hornillas, vulcão Miravalles, Costa Rica

As fumarolas sulfurosas de Las Hornillas.

Moídos da caminhada do dia anterior, antecipamos a experiência termal que ali nos tinha levado.

Cobrimo-nos de argila terapêutica, à conversa com Karen e Francini, duas irmãs entretidas com o mesmo passatempo. Deixamos a argila actuar sobre a pele.

Banho lama em Las Hornillas, vulcão Miravalles, Costa RicaRemovemo-la e mudamo-nos para o tanque de água sulfurosa mais quente do complexo. Com as pernas e as costas doridas, aquele esparramar relaxante a 40 e muitos graus centígrados, soube-nos a milagroso.

Ancestral e ampla, à imagem de tantas fazendas da região, Las Hornillas contava ainda com um complemento fluvial junto à base da colina de Cabro Muco onde tínhamos começado a caminhada à cascata.

Exploramo-lo sobre um atrelado puxado por um chapulin – assim chamam os ticos aos tractores – por um percurso misto de trilho e pontes suspensas que percorre a propriedade ribeirinha.

Ponte suspensa, vulcão Miravalles, Costa Rica

Casal aprecia uma das várias cascatas do monte Cabro Muco.

Regressados ao quartel-general e termal de Las Hornillas, passamos do atrelado ao carro e voltamos a conduzir pelas estradas de Miravalles.

Vinício e a sua Quinta-Criação de Pavões

Em plena deambulação rodoviária, preparávamo-nos para inverter a marcha quando nos cruzamos com um jovem sabanero que carregava uma bilha plástica às costas.

Jovem sabanero, vulcão Miravalles, Costa Rica

Vinício, um jovem de Guayabo entregue a uma tarefa rural.

Perguntamos-lhe o melhor rumo já não sabemos bem para onde. Com tempo de sobra, o rapaz, Vinício Gonzalez de seu nome, acha-nos piada e à curiosidade que mostramos pelo que fazia. Decide revelar-nos parte da sua vida laboral.

“Já viram pavões por cá? Ah já?? Ok. Mas querem ver muitos?” A proposta intriga-nos. Seguimo-lo.

Vinício conduz-nos à quinta do avô. Nas traseiras da vivenda, mostra-nos um terreno fechado por vedações altas. E, mais bizarro do que poderíamos esperar, sobre essas vedações, uma irmandade de pavões, dezenas deles estacionados em equilíbrio, intrigados pela visita surpresa.

Percebemos que o fim da tarde e a sua luz prodigiosa passavam a voar. Vinício compreende a súbita pressa. Aceita-a de bom grado até porque se tinha atrasado na tarefa que o fizemos interromper.

Miravalles a partir de Guayabo. Mais Imponente que Nunca

Dessa feita, sim. Invertemos a marcha. Em vez de rumarmos à já familiar La Fortuna, seguimos para Guayabo, uma cidade maior espraiada a partir da estrada, delimitada por um sortido de estabelecimentos comerciais. As suas fachadas, montras e nomes fazem-nos perder o foco.

De tal maneira que, já só apenas sobre o extremo oposto da povoação, nos lembramos de sondar o Miravalles. Preparávamo-nos para atalhar para La Fortuna quando, com o carro virado para norte, o voltamos a avistar.

vulcão Miravalles, Guayabo, Costa Rica

O vulcão Miravalles como visto a partir de Guayabo, sobre o ocaso.

Dali, o vulcão exibia-se como o nunca tínhamos apreciado. Cónico, destacado bem acima do casario térreo e colorido de Guayabo, a conceder um pouso limiar às nuvens que cobriam o vale Tenório-Miravalles.

Uma cumbia qualquer tocada num dos lares abaixo fazia de banda sonora do momento, do amarelar gradual da montanha, não tarda, encarniçada sob o agasalho cada vez mais rosado da nebulosidade e das fumarolas que víamos serpentear, ansiosas pelo céu.

Essa inesperada erupção de texturas e tons depressa se rendeu ao breu.

Ocaso chuvoso, vulcão Miravalles, Costa Rica

Sol espreita, mesmo antes de se pôr a ocidente.

Em tantos outros vulcões activos, o escuro proporcionaria-nos visões dantescas de lava incandescente.

O Miravalles tem os seus próprios modos. Suaves e aconchegantes. Que o digam os ticos que com ele vivem.

 

Artigo realizado com o apoio de:

POSADA AGUTIPACA

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Durante um périplo mochileiro pela Costa Rica, de 2003, deliciamo-nos com o aconchego caribenho de Cahuita. Em 2021, decorridos 18 anos, voltamos. Além de uma esperada, mas comedida modernização e hispanização do pueblo, pouco mais tinha mudado.
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O Refúgio Caribenho de Gandoca-Manzanillo

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Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
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O Coração Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

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Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
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Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Étnico
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Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

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tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Mdina, Malta, Cidade Silenciosa, arquitectura
História
Mdina, Malta

A Cidade Silenciosa e Notável de Malta

Mdina foi capital de Malta até 1530. Mesmo depois de os Cavaleiros Hospitalários a terem despromovido, foi atacada e fortificou-se a condizer. Hoje, é a costeira e sobranceira Valletta que conduz os destinos da ilha. A Mdina coube a tranquilidade da sua monumentalidade.
Barcos fundo de vidro, Kabira Bay, Ishigaki
Ilhas
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Inusitados Trópicos Nipónicos

Ishigaki é uma das últimas ilhas da alpondra que se estende entre Honshu e Taiwan. Ishigakijima abriga algumas das mais incríveis praias e paisagens litorais destas partes do oceano Pacífico. Os cada vez mais japoneses que as visitam desfrutam-nas de uma forma pouco ou nada balnear.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Natureza
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Uma Ilha em Contagem Decrescente

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Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
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Outono no Cáucaso

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Parques Naturais
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

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Património Mundial UNESCO
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A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
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A Irmã Polinésia que Qualquer Ilha Gostaria de Ter

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Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.