Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood


Bastidores II
Figurantes percorrem a frente do palácio do Marajá de Mysore, nas imediações de uma mira técnica.
Actor e faz tudo
Equipa de filmagem concentra-se no desempenho do protagonista, escritor, argumentista, realizador, cantor e letrista Upendra, protegido do sol por um chapéu de chuva com motivos equestres.
Olhar de galã
Protagonista Upendra - ou Uppi - encena olhares de espanto mas, ao mesmo tempo, sedutores aproveitados pelos operadores de câmara para uma sequência relâmpago de zoom in e zoom out.
Bastidores
Um clássico Ambassador, uma vaca e outros elementos aguardam a sua vez de entrar em cena.
Acção de Fachada
Visual das filmagens de "H2O" a decorrerem no exterior do velho palácio do Marajá de Mysore.
Pausa para almoço
Equipa de filmagens responsável pela rodagem de "H2O" prepara-se para almoçar.
Trabalho a sério
Auxiliares carregam sacas para uma carroça, durante as filmagens de H2O.
Inglaterra à moda indiana
Ala de "cottages" construídas pelos britânicos naquela que foi a sua estação de montanha preferida do sul da Índia.
Olhar de galã II
Protagonista Upendra - ou Uppi - actua da mesma maneira determinada que dele fez um dos ídolos do cinema kannada e indiano.
Expectativa cinéfila
Equipa de filmagem aguarda o fecho de alguns planos próximos com Upendra para disfrutarem da hora de almoço.
Figurantes humanos e animais
Pastor controla um pequeno rebanho que entraria em cena junto ao palácio do Marajá, após a hora de almoço.
Herança colonial britânica
Ala do hotel Regency Villas - hoje Fernhills Palace Hotel and Regency Villas - um dos hotéis clássicos de Ooty habituado a acolher filmagens de cinema indiano.
Plano de um plano
Moldura de ferro enquadra a acção a decorrer em redor de Uppi, o famoso actor e realizador de Bangalore.
Bastidores II
Figurantes percorrem a frente do palácio do Marajá de Mysore, nas imediações de uma mira técnica.
Actor e faz tudo
Equipa de filmagem concentra-se no desempenho do protagonista, escritor, argumentista, realizador, cantor e letrista Upendra, protegido do sol por um chapéu de chuva com motivos equestres.
Olhar de galã
Protagonista Upendra - ou Uppi - encena olhares de espanto mas, ao mesmo tempo, sedutores aproveitados pelos operadores de câmara para uma sequência relâmpago de zoom in e zoom out.
Bastidores
Um clássico Ambassador, uma vaca e outros elementos aguardam a sua vez de entrar em cena.
O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.

Não precisámos de muito para intuir a origem do hotel Welcome Heritage Royale Regency Villa decadente em que nos tínhamos instalado.

Pensámos nas peles brancas e sardentas, nos cabelos claros ou arruivados dos colonos britânicos da Índia e até no se

u famoso beiço combativo de stiff upper lip. Na sequência, ocorreu-nos a urgência de se refugiarem do calor opressivo que fustigava a Jóia da Coroa na maior parte do ano.

Organizados e pragmáticos, os sahibs recém-instalados não perderam tempo a providenciar um retiro climatérico à altura da sua supremacia e soberba. Encontraram Udhagamandalam a 2.240 metros de altitude, no cimo das Nilgiri Hills.

São estas as terras mais altas do sul do subcontinente, dominadas, de 1789 até à independência, pela Companhia das Índias Orientais, após grande dedicação de um governador de Coimbatore, John Sullivan, que se havia apaixonado pelo lugar ao ponto de contar numa carta dirigida a um congénere que “se assemelhava à Suíça mais do que qualquer país da Europa.”

Quando a descobrimos, temos dificuldade em identificar Udhagamandalam com o que quer que fosse da Helvécia. E só a esforço conseguimos visualizar semelhanças com o sul de Inglaterra ou com a Austrália, como nos sugeriam vários livros de viagens.

Isto, malgrado os chalés, hoje vermelhos, cercados de jardins floridos, do hipódromo, das avenidas ladeadas por grandes eucaliptos e das igrejas de pedra.

Inglaterra à moda indiana

Ala de “cottages” construídas pelos britânicos naquela que foi a sua estação de montanha preferida do sul da Índia.

Tais elementos e, acima de tudo, a arquitectura dos edifícios apimentavam a velha anglofilia da estação da montanha.

Não chegavam para compensar a realidade actual em redor, salpicada de entulho, desorganizada e, aqui e ali, também suja, a começar pelo grande lago da cidade que acolhia os esgotos dos quase 90.000 habitantes mas em que o empresário do Tourist Cafe alugava, com sucesso, dezenas de embarcações para passeios a remo ou a pedais.

Os aspectos menos dignos da povoação pouco abalavam a confiança pós-colonial do gerente indiano do Regency Villa. “Parece-me que os senhores já estarão prontos para a visita, certo?“ indaga-nos com pompa, circunstância e a entoação de boca-cheia típica da aristocracia inglesa.

Mal demos entrada no hotel-palacete escarlate provindos da longínqua Varkalla (no litoral do estado de Kerala), o funcionário impingiu-nos um périplo às instalações. Mesmo esgotados pela viagem atribulada e contrariados, acabámos por lhe dizer que sim. O karma de Nilgiri não tardaria a recompensar-nos pela abertura de espírito.

O anfitrião começa por nos revelar quartos, salas e salões a que uma recente recuperação havia devolvido a elegância vitoriana. Quando os objectos da visita já se repetem e para nosso espanto, sugere-nos uma extensão ao antigo palácio do Marajá de Mysore.

Desconhecíamos que também um marajá se havia alojado por aqueles lados mas, já estávamos por tudo. Subimos uma escadaria, atravessamos novo salão e espreitamos por uma varanda entreaberta.

Dali, apercebemo-nos de um tumulto cromático e criativo a ter lugar no pátio abaixo.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Expectativa cinéfila

Equipa de filmagem aguarda o fecho de alguns planos próximos com Upendra para disfrutarem da hora de almoço.

Questionamos o gerente. “São filmagens.” adianta-nos. “Vêm cá muitas vezes e não são só as produtoras de Bombaim. Chegam um pouco de todo o país. Perdoem-me a falha, já vos devia ter dado essa informação.”

É conhecida a atracção dos indianos pelas paisagens alpinas, em particular, as da Suíça. Durante várias décadas, a relativa semelhança dos cenários de montanha de Caxemira e de Uttar Pradesh, tornaram-nos os locais preferidos para as filmagens de Bollywood e de “estúdios” indianos concorrentes.

Até que a disputa com o vizinho Paquistão por Caxemira se agudizou e as escaramuças militares e ameaças de terrorismo os forçaram a procurar outras paragens.

Desde então, Ooty – assim abreviaram os colonos britânicos o intratável nome oficial da povoação – provou-se a principal alternativa e ilustrou centenas de longas-metragens.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Plano de um plano

Moldura de ferro enquadra a acção a decorrer em redor de Uppi, o famoso actor e realizador de Bangalore.

A partir do momento em que nos dá autorização para ficarmos por conta própria, perdoamos-lhe tudo e mais alguma coisa. Despedimo-nos com um obrigado e até breve diplomático e descemos para o nível da acção.

Atravessamos um corredor escuro que dá para salas adaptadas a camarins e bastidores.

Uma vez no exterior, damos com auxiliares que carregam sacas pesadas para dentro um carro de bois, posicionado sobre uma mira marcada no chão com pó colorido.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood,, Trabalho a sério

Auxiliares carregam sacas para uma carroça, durante as filmagens de H2O.

Admiramos a paciência de um pastor muçulmano que controla um rebanho de ovelhas e acompanhamos os movimentos de uma série de outros trabalhadores e figurantes distribuídos sobre o solo ocre.

Todos eles dependem da representação de Upendra, o protagonista com visual densamente capilar, ídolo nacional que se tornou famoso pelas suas participações em vários dos cerca de cem filmes Kannada ou Sandalwood – assim é chamado o cinema do estado de Karnataka – produzidos todos os anos, num contexto bem distinto de Hollywood e do cinema europeu.

Após um hiato na carreira de quase dois anos, Uppi, como o trata com carinho o povo indiano, tinha uma participação multifuncional  em H2O, uma longa-metragem bilingue lançada em Tamil e Kannada que abriu a moda dos filmes indianos com nomes de compostos moleculares.

Uppi desenvolveu o argumento com base numa famosa disputa secular da água do rio Kaveri entre os estados indianos de Karnataka e Tamil Nadu. Criou ainda os diálogos e letras de todas as músicas. Também cantou duas delas “Dil Ilde Love” e “Bida Beda Bida Beda”.

Nós vimo-lo, acima de tudo, a representar, sob a protecção solar de um chapéu de chuva com motivos equestres que um qualquer assistente segurava acima do plano.

Aproveitamos a distração da equipa, fazemo-nos de sonsos e colocamo-nos atrás das câmaras. Quando percebemos que ninguém nos repele, enquadramos e registamos imagens do actor principal com tanto ou mais afinco que os operadores acreditados.

Estes criavam os planos relâmpago de zoom in, zoom out com que ilustraram um determinado espanto de Karnataka (a personagem de Upendra).

O ego do galã aumenta com a adulação dos forasteiros ocidentais. De acordo, tenta adornar o plano apertado da sua face peluda com um olhar o mais mágico e sedutor possível.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã

Protagonista Upendra – ou Uppi – encena olhares de espanto mas, ao mesmo tempo, sedutores aproveitados pelos operadores de câmara para uma sequência relâmpago de zoom in e zoom out.

Determinado a reforçar o efeito, o caracterizador havia-o dotado de lentes de contacto de um azul profundo. Mas, através das nossas teleobjectivas, percebemos que o adereço lhe está a irritar os olhos já quase mais vermelhos que azuis.

Entram em cena o carro de bois, o pastor e as ovelhas e ainda um Ambassador branco. A cena prevista é terminada com sucesso e a vasta equipa faz uma pausa para almoço sem nunca abandonar o local das filmagens.

Logo ali, no jardim em frente, organizam-se em duas filas opostas – uma para homens, outras para mulheres – cada um dos convivas com o seu tabuleiro prateado sobre a relva, pronto a ser servido.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Pausa para almoço

Equipa de filmagens responsável pela rodagem de “H2O” prepara-se para almoçar.

Não queremos parecer-lhes rudes, e evitamos fotografá-los a comer. Nessa altura, alguém da equipa nos chama à parte e surpreende-nos:

“Estivemos a observar-vos e o vosso contraste étnico e de figura ia servir às mil maravilhas para um filme que vamos rodar daqui a duas semanas, em Bangalore. Podemos contar convosco?“

Não temos esse tempo de sobra para ficarmos na Índia.

Com os bilhetes de avião já comprados e sem forma de trocarmos as datas, vemo-nos forçados a rejeitar a hipótese de uma vida de nos juntarmos ao fascinante mundo do cinema indiano, quem sabe, também um proveitoso estrelato asiático.

Bastidores

Um clássico Ambassador, uma vaca e outros elementos aguardam a sua vez de entrar em cena.

Para compensar, nos últimos dias passados no estado de Tamil Nadu continuámos a pedir posters nas salas de cinema por que fomos passando.

Depois de oferecermos várias dezenas a familiares e amigos, ainda guardamos muitos incluindo uns quatros ou cinco dos mais exuberantes nas paredes e portas de casa.

Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.

Hampi, India

À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Arquitectura & Design
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O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Via Conflituosa
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Cidades
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
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Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
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2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
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O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
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Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

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luz solar fotografia, sol, luzes
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Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
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Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas Faroé
Ilhas
Vágar, Ilhas Faroé

O Lago que Paira sobre o Atlântico Norte

Por um capricho geológico, Sorvagsvatn é muito mais que o maior lago das ilhas Faroé. Falésias com entre trinta a cento e quarenta metros limitam o extremo sul do seu leito. De determinadas perspectivas, dá a ideia de estar suspenso sobre o oceano.
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Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Sombra vs Luz
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Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Lago Tinquilco no PN Huerquehue, Pucón, La Araucania, Chile
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Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Walvis Bay, Namíbia, baía, dunas
Parques Naturais
Walvis Bay, Namíbia

O Litoral Descomunal de Walvis Bay

Da maior cidade costeira da Namíbia ao limiar do deserto do Namibe de Sandwich Harbour, vai um domínio de oceano, dunas, nevoeiro e vida selvagem sem igual. Desde 1790, que a profícua Walvis Bay lhe serve de portal.
Moai, Rano Raraku, Ilha Pascoa, Rapa Nui, Chile
Património Mundial UNESCO
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
Praias
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Barco no rio Amarelo, Gansu, China
Religião
Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas

Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Ilha Sentosa, Singapura, Família em praia artificial de Sentosa
Sociedade
Sentosa, Singapura

A Evasão e a Diversão de Singapura

Foi uma fortaleza em que os japoneses assassinaram prisioneiros aliados e acolheu tropas que perseguiram sabotadores indonésios. Hoje, a ilha de Sentosa combate a monotonia que se apoderava do país.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul
Vida Selvagem
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.