Oatman, Arizona, Estados Unidos

Um Faroeste Mineiro Encalhado na Velha Route 66


Route 66
Entrada para uma secção local da Route 66
Oatman, Arizona I
Panorâmica de Oatman, aldeia ex-mineira situada nas Black Mountains do Arizona
Duelo ao Sol
Encenação de um duelo na rua principal de Oatman
Attack Donkey
Cartaz humorístico homenageia os burros de Oatman
Burro Inconveniente
Burro interrompe a passagem sob uma das arcadas da povoação
Cartaz Exuberante
Cartaz exuberante de Oatman, Arizona
Burro d’Ouro
Burro dourado remete para o período aurífero de Oatman
Burro Só
Burro retirado numa encosta acima da povoação
Saudoso Billy Bob Harvey
Saudoso Billy Bob Harvey, um animador e músico que, durante muitos anos, alegrou Oatman
Burros de Oatman
Alguns dos muitos burros que se multiplicaram, depois da povoação ter sido abandonada.
Robert Fox no Oatman Hotel
Robert Fox um cantor de country que actua com frequência na povoação
Convivas no Oatman Hotel
Cientes no restaurante do Oatman Hotel
Oatman, Route 66
Painel informativo com a identificação da Route 66
Oatman, Arizona II
Mulher junto a um de vários murais coloridos da aldeia
Robert Fox
Robert Fox, um cantor de country que actua com frequência, em Oatman
Luar de Oatman
A Lua acima de Oatman, Arizona
Entre 1915-24, Oatman tornou-se uma das maiores produtoras de ouro do Oeste Americano. Em plena 2ª Guerra Mundial, o governo norte-americano ditou o fecho das minas e, até 1960, a povoação lucrou de a cruzar a famosa Route 66. Com o trecho local da estrada também abandonado, o encanto da sua história, dos cenários de Western e dos burros erráticos deram-lhe uma nova vida.

Quase 500km contados desde o litoral da Califórnia, cruzamos para o Arizona.

O Nevada está logo acima. Já dentro do 48º estado dos E.U.A., avançamos até Kingman. Gasta, a via 10 assume-se Oatman Highway. Avança na direcção de umas tais de Black Mountains que a aproximação faz despontar do deserto de Mojave.

A via interna-se por um vale e pela base de encostas pedregosas que nos obrigam a serpentear. Com o dia a caminhar para o fim, sombras alongadas apoderam-se do ocre e amarelado antes disseminado pelo ocaso.

Cruzamo-nos com caravanas de motoqueiros, refastelados nas suas motas, de braços bem abertos nos guiadores cromados.

Percorremos mais uns poucos quilómetros. Sem aviso, a estrada alarga.

Entrega-nos ao destino epónimo, um povoado disperso ao longo de vertentes áridas e por elas acima.

Panorâmica de Oatman, aldeia ex-mineira situada nas Black Mountains do Arizona

Panorâmica de Oatman, aldeia ex-mineira situada nas Black Mountains do Arizona

Coroam-no alguns cimos. Uns, afiados, outros nem tanto.

Entrada confirmada em Oatman, Arizona

Uma grande placa de madeira, com letras amarelas sulcadas identifica Oatman.

Dá-nos a altitude do lugarejo, situado sobre os 830 metros, e um apanhado do seu passado. Mais de 7h de condução mal climatizada no pino do calor, estávamos de rastos, ansiosos por assentar e descansar.

Concentramo-nos, assim, em encontrarmos onde pernoitar.

Por altura da nossa incursão, não havia, em Oatman, um hotel funcional digno desse nome.

Cartaz exuberante de Oatman, Arizona

Cartaz exuberante de Oatman, Arizona

O principal candidato, o Oatman Hotel, destacava-se dos demais edifícios, amplo e elegante, com cortinados nas janelas e, algures, a indicação de que possuía oito quartos.

Deserto, à imagem do Mojave, albergava, apenas, uma sugestiva ilusão.

Nesse tempo, as sombras tinham cedido de vez.

Assentava um arrebol azulado a que só resistia o cobreado pardo das montanhas.

A Lua acima de Oatman, Arizona

A Lua acima de Oatman, Arizona

Pressionados pelo anoitecer, sem vermos o que quer que fosse aberto ou vivalma, aceleramos a demanda. Chegamos aos fundos da aldeola. Por fim, damos com um saloon. Percebemos luzes acesas e o ribombar de música, por detrás das pequenas portas de mola vaivém.

Entramos. Espantamo-nos com uma clientela exuberante, também ela surpresa, feita de motards gringos e mexicanos, uns como os outros, retidos pela frescura da cerveja numa galhofa há muito ébria.

Desenquadrados, mas decididos, atravessamos o salão apontados ao balcão. Saudamos o barman. “Não sabe de um lugar onde possamos dormir, por aqui”. “Por acaso, sei!” descansa-nos. “Deixem-me só ligar à minha mulher, para ver se não vos respondo só da boca para fora.”

O homem refugia-se da música infernal vinda da jukebox. Regressa com boas notícias. “Por nós, está feito. Podem ficar no nosso trailer de férias!”. Nuns minutos, a mulher aparece.

Mulher junto a um de vários murais coloridos de Oatman

Mulher junto a um de vários murais coloridos de Oatman

Noite passada numa Roulotte, cercados por Cascavéis

Guia-nos até ao quase cimo de uma falda rochosa. Entre rochas e cactos, abre-nos a porta de uma grande roulotte por ali encaixada.

O interior depressa nos comprova uma casa em uso, dotada de um velho gira-discos e vinis de música country, de fotografias de família e uma TV também antiga virada para uma kitchenette equipada.

Instalamo-nos. Judy, a dona, despede-se com um aviso singular. “Quase me esquecia. Se tiverem que sair, levem uma lanterna e olhem bem para o chão. Amanhã, de dia, mantenham-se atentos. Isto é terra de cascavéis. Estão por toda a parte! Incluindo debaixo do trailer.

Sentíamo-nos demasiado cansados para nos preocuparmos. A roulotte vinha com uma rede Wifi que podíamos usar. Como sempre, abrimos os portáteis sobre a cama. Vemos uns poucos sites, esforçamo-nos por cumprir algumas tarefas. Em menos de uma hora, rendemo-nos à exaustão.

Dormimos até mais não. Voltamos a sair passa das onze e meia da manhã. Faz um calor de fornaça igual ao da véspera. Contornamos a roulotte sem sobressaltos com répteis.

Conduzimos já o velho Buick Le Sabre vindo de Seal Beach, quando detectamos uma cascavel na beira da estrada.

Detemo-nos para a admirarmos. A cobra persegue o carro. Tenta enfiar-se no motor. Livrarmo-nos dela sem a matarmos prova-se complicado.

O Inesperado Domingo animado de Oatman

É quase Domingo à tarde.

Quando descemos, o Oatman Hotel está, afinal, aberto, apenas para refeições.

Cientes no restaurante do Oatman Hotel

Cientes no restaurante do Oatman Hotel

Almoçamos por lá, entre comensais barulhentos e notas de dólar sem conta, elemento fulcral da decoração.

Não tarda, Robert Fox, um dos moradores, artista local, inaugura uma actuação a solo, sobretudo de temas country. Acompanhamos um pouco.

Robert Fox um cantor de country que actua com frequência, em Oatman

Robert Fox, um cantor de country que actua com frequência, em Oatman

Findo o repasto, voltamos a sair à descoberta.

Oatman revela-nos uma inesperada animação. Centenas de visitantes calcorreiam a rua principal, de olho nas bugigangas e preciosidades das lojas, instaladas, sem excepção, em edifícios de madeira seculares.

A povoação preserva um visual e atmosfera de coboiada perdida no tempo.

Caminhamos sob arcadas repletas de letreiros.

Burro interrompe a passagem sob uma das arcadas da povoação

Burro interrompe a passagem sob uma das arcadas da povoação

Os Burros e a Animação Legada pelo Período Áureo da Mineração

Dois burros sem rumo, bloqueiam a circulação à sombra e a saída de uma loja de um trio de mulheres horrorizadas.

Em vez de ajudarmos, esforçamo-nos por fotografar o insólito.

Ainda está por resolver, quando uma troca de insultos em alta voz, nos reclama a atenção.

Junta-se uma multidão.

Encenação de um duelo na rua principal de Oatman

Encenação de um duelo na rua principal de Oatman

Como acontece na bem mais famosa “vizinha” Tombstone, actores locais reencenam um dos muitos duelos que por ali tiveram lugar.

Integram os Oatman Outlaws, à imagem dos Oatman Ghost Rider Gunfighters, um dos grupos formados entre os menos de 100 moradores e amantes da povoação, encarregues de a animar.

Alguns disparos depois, os pistoleiros de ambos os lados exibem-se abatidos.

Ainda pairam no ar quente fumo e cheiro de pólvora seca quando um cowboy multi-instrumentista toca música estridente, algo burlesca, espécie de discípulo do irlandês Billy Bob Bob (Harvey), uma das personagens que mais alegraram Oatman.

Até ao seu falecimento, em 2023.

Saudoso Billy Bob Harvey, um animador e músico que, durante muitos anos, alegrou Oatman

Saudoso Billy Bob Harvey, um animador e músico que, durante muitos anos, alegrou Oatman

Mais burros e burricos deambulam em redor.

Imagem de marca de Oatman, descendem dos levados para a zona a partir do meio do século XIX, na sequência de um evento histórico que tudo mudou.

John Thomas Moss, o Achado Pioneiro do Ouro e o Drama de Olive Oatman

Em 1863, um pioneiro e prospector chamado John Thomas Moss descobriu ouro nas Black Mountains envolventes. Registou vários talhões de terra.

Um, em seu nome.

Burro retirado numa encosta acima de Oatman

Burro retirado numa encosta acima de Oatman

Outro, com o de Olive Oatman, uma colona que doze anos antes fora raptada e escravizada por indígenas Tolkepayas que lhe mataram os pais e os irmãos mais novos.

Só decorridos cinco anos, Olive se viu libertada, já por nativos Mojave, com quem os Tolkepayas a tinham negociado.

A tragédia da família Oatman depressa correram a imprensa e as narrativas populares norte-americanas. A sua imagem, em particular, revestiu-se de um misticismo reforçado devido à tatuagem azul que os Mojaves lhe fizeram no queixo.

Olive, a primeira mulher branca com tatuagem nativa, faleceu em 1905, com 65 anos.

O passado inusitado da família Oatman justifica que o sobrenome perdure no mapa e no imaginário do Oeste Americano.

Painel informativo de Oatman, Arizona com a identificação da Route 66

Painel informativo de Oatman, Arizona com a identificação da Route 66

Durante cerca de quatro décadas após o achado de John Thomas Moss, a quantidade de ouro minerado na região oscilou.

A Mineração Industrial e o Crescimento Intenso da Produção, até ao Abandono

Sobre a viragem para o século XX, novas descobertas de filões e tecnológicas geraram uma riqueza inédita.

Uma tal de Tom Reed Mine e, em 1915, a empresa United Eastern Mining Company entraram em cena.

Asseguraram a exploração dum filão de minério superlativo.

E promoveram Oatman a uma das maiores produtoras de ouro do Oeste Americano.

Burro dourado remete para o período aurífero de Oatman

Burro dourado remete para o período aurífero de Oatman

Assim se manteve por bem mais de uma década.

Em 1941, após a região ter gerado 40 milhões de dólares americanos em ouro, as autoridades dos E.U.A. ordenaram o encerramento de toda a mineração.

Por essa altura, os Estados Unidos entravam na 2ª Guerra Mundial. O governo estabeleceu que outros minerais cruciais à produção militar tinham prioridade face ao ouro.

O Valor Recuperado da Velha Route 66

Nos tempos sequentes, foi a passagem da movimentada Route 66 pela povoação que a sustentou.

Entrada para uma secção local da Route 66

Entrada para uma secção local da Route 66

Até 1953, quando um asfalto mais conveniente ditou Oatman e o seu trecho da Route 66 ao esquecimento.

Mais recentemente, o alastrar do turismo para o Arizona e uma recente celebração da Historic Route 66, ressuscitaram a zona.

Sobretudo aos fim-de-semana, feriados e períodos de férias, quando dezenas de forasteiros vindos de outras partes lá se encontram – mas raramente dormem – em busca de diversão.

Alguns dos muitos burros que se multiplicaram em Oatman, depois da povoação ter sido abandonada.

Alguns dos muitos burros que se multiplicaram em Oatman, depois da povoação ter sido abandonada.

Também aquele domingo chegava ao fim. Apostados em apreciarmos Oatman na sua paz e esplendor panorâmico, ascendemos a uma encosta.

De novo, detectamos caravanas de motoqueiros a afastarem-se ao longo da Oatman Hwy que sobrava da em tempos gloriosa Route 66.

Ainda antes do crepúsculo, seguimo-los.

Rumo a Kingman e ao Grand Canyon no norte profundo do Arizona.

 

COMO IR

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Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Goiás Velho, Brasil

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Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
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Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

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Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

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Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
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Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Cerimónias e Festividades
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Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Cidades
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O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
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Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

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Intersecção
Cultura
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arbitro de combate, luta de galos, filipinas
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Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Em Viagem
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A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Étnico
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

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arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Cataratas Victória, Zâmbia, Zimbabué, Zambeze
História
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O Presente Trovejante de Livingstone

O explorador procurava uma rota para o Índico quando nativos o conduziram a um salto do rio Zambeze. As cataratas que encontrou eram tão majestosas que decidiu baptizá-las em honra da sua rainha
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Inverno Branco
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Em Busca da Raposa de Fogo

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Literatura
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O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
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Outono no Cáucaso

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Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
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Comboio para o Meio da Selva

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vale profundo, socalcos arroz, batad, filipinas
Património Mundial UNESCO
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

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aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde, Desembarque
Praias
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
imperador akihito acena, imperador sem imperio, toquio, japao
Sociedade
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Vida Selvagem
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.