Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano


Twelve Apostles
O cenário mais famoso da Great Ocean Road, formado por penhascos em sucessão que se projectam do mar.<
À beira-mar
Casal descontrai junto à rebentação ali produzida por um misto de oceano Índico com Antárctico.
The Arch
Outra obra da forte erosão costeira, na proximidade da the London Bridge que caiu há alguns anos.
A caminho da chuva
Estrada secundária atravessa um pântano e dirige-se para uma grande massa de ar húmido.
Sono fácil
Um dos muitos coalas que podem ser avistados em eucaliptais à beira da Great Ocean Road.
Lanche em Campervan
Casal saboreia uma refeição prática numa campervan alugada para explorar o sul da Austrália.
Verde & Amarelo
Lagoa num prado vasto assume o mesmo tom profundo do céu tempestuoso, nas imediações dos Twelve Apostles.
Regresso à base
Bodyboarders voltam às suas campervans depois de algum tempo na água gélida do oceano Antárctico.
Passeio de maré-baixa
Visitantes da Great Ocean Road caminham numa beira-mar gerada pelo recuar das águas no sopé dos penhascos.
Sob o Arco
Amigos passam por baixo do The Arch para regressarem ao nível da Great Ocean Road.
Costa Grandiosa
Paisagem do extremo sul do estado de Victoria, próximo dos Twelve Apostles.
Panorama Escondido
Turista fotografa o cenário marítimo para sul da Great Ocean Road.
Great Ocean Sunset
Sol cai sobre o horizonte, e dá mais cor a uma enseada a oeste de Pointe Esse.
Varanda improvisada
Casal fotografa amigos dentro de água, numa praia nas imediações de Warrnambool.
Crepúsculo Meridional
Pôr-do-sol intenso tinge de tons quentes o cenário dramático e frígido da Great Ocean Road.
Pós-Ocaso
Ilhéus rochosos salpicam o mar ao largo de Warrnambool, sobre o crepúsculo.
Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.

Há uns dias que usufruíamos da hospitalidade de Tim Reynolds, na sua vivenda de Caulfield, um subúrbio a 12km a sudeste de Melbourne.

Não éramos os únicos. O cinquentão reformado acolhia também Max Weise e Yinka Kehinde, um jovem casal alemão, como nós, à descoberta da Austrália.

A determinada altura, Tim excedeu-se na sua bondade, de coração aberto, sem hesitações ou constrangimentos, como viríamos a perceber ser o seu novo modo de vida: “Querem ir dar uma volta à Great Ocean Road?” pergunta-nos durante um jantar num restaurante tailandês para que tinha convidado a sua namorada de origem tailandesa. “Gostava que ficassem a conhecer aquilo lá em baixo.

Empresto-vos o meu carro mas vejam lá… tragam-no inteiro!” Por alguns segundos, ficamos a olhar uns para os outros, atónitos, sem saber como respondermos de forma digna.

Por fim, aceitamos a oferta meio sem jeito e ficamos a ouvir as informações e explicações que Tim fez questão de acrescentar ao repto, tanto sobre o seu Ford Fiesta vermelho como acerca da famosa Great Ocean Road, um dos percursos rodoviários realmente imperdíveis à face da Terra.

Varanda do Port Campbell National Park, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Turista fotografa o cenário marítimo para sul da Great Ocean Road.

Great Ocean Road. Uma Estrada Grandiosa nos Fundos da Austrália

Oficialmente designada por B100, a Great Ocean Road tem início em Torquay. Ao longo de 243km sinuosos, estende-se para oeste e revela a Shipwreck Coast, o Estreito de Bass e o mar da Grande Baía Australiana, no cimo do ponto de contacto algo difuso entre o oceano Índico e o Antárctico.

Como se não bastasse o facto de Melbourne ser considerada ano após ano uma das três cidades do Mundo com melhor qualidade de vida, a estrada dista apenas uma hora e meia de carro da metrópole.

Habituados ao bem-estar urbano mas, à boa maneira ozzy, sempre ansiosos pelo contacto com a natureza, os habitantes de Melbourne e do estado de Victoria em redor deixam as suas casas sempre que podem rumo a estes fundos grandiosos do continente australiano. Não tardámos a seguir-lhes os passos, com o metódico Max ao volante.

De Aireys Inlet aos Coalas do Kenneth River

Em Aireys Inlet, damos com as primeiras praias merecedoras de uma paragem e de um mergulho. Por aqueles lados, a atmosfera sofisticada da vila contrasta com os penhascos vulcânicos que escondem lagoas de maré ao longo do litoral rude. E ainda com os cenários do bush australiano da cordilheira de Otway, parte de um Parque Estatal denominado Angahook-Lorne e do bem maior Great Otway National Park.

De Lorne para oeste, serpenteamos entre o mar e as encostas da serra cobertas de eucaliptais densos. Em Kenneth River, estes eucaliptais repletos de river red gums revelam-se lares de comunidades letárgicas de coalas. Detemo-nos numa beira da estrada já preparada para receber os viajantes curiosos.

Perscrutamos os ramos e a folhagem com olhos de ver. Não tardamos a detectar alguns espécimes menos camuflados, entregues ao pasto sonolento da folhagem, indiferentes às frequentes invasões humana do seu território arbóreo.

Coala, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Um dos muitos coalas que podem ser avistados em eucaliptais à beira da Great Ocean Road.

Percorridos mais alguns quilómetros, damos entrada em Apollo Bay, outra vila piscatória, idolatrada pelos veraneantes da cidade que se renderam às suas colinas suaves e aos areais brancos desafogados.

E também uma base perfeita para explorar o Parque Nacional Otway, a Blanket Bay e o Cabo Otway.

O Limiar Meridional do Cabo Otway

O Cabo Otway marca o ponto mais meridional do percurso. Austrália, para sul, só a da ilha da Tasmânia.

Do Cabo Otway para ocidente, as praias surgem no fundo de enormes penhascos rudes, batidas por ondas e correntes de que não sabíamos bem o que esperar. Além de que, na iminência do Inverno australiano, a água mantinha-se gélida e – há muito que o sabíamos – provavelmente patrulhada por tubarões-brancos. O perigo que representam, força as autoridades a fecharem aos banhistas, com frequência, várias das praias da Great Ocean Road.

Conscientes do enorme risco que correríamos ao entrarmos naquele oceano revolto e suspeito, continuamos a adiar o apetecido banho. Majestosa, tão grandiosa como o seu nome indiciava e histórica a condizer, a estrada merecia-nos melhor homenagem que entrarmos para lista crescente das vítimas dos tubarões-brancos nos mares ao largo.

De acordo, continuamos a viajar, sempre que podíamos, também pelo passado quase secular do seu asfalto.

Desvio da Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Estrada secundária atravessa um pântano e dirige-se para uma grande massa de ar húmido.

Great Ocean Road. Uma Estrada Memorial Australiana

A obra que deu origem à Great Ocean Road teve início em Setembro de 1919. As autoridades aussies de Victoria planearam-na como um monumento “útil” que pudesse homenagear os Aliados perecidos na 1ª Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, deveria ligar diversas povoações ainda isoladas nos fundos da Austrália e favorecer os desígnios da indústria madeireira e do turismo.

Com esses vários fins em vista, foi designado um conjunto de técnicos de prospecção de terreno. Determinada e qualificada, a equipa chegou a desbravar o território agreste a uma velocidade média de 3km por mês.  Seguiam-na três mil operários, incumbidos de, à mão e com recurso a explosivos, a pás e picaretas, carrinhos de mão e a maquinaria menor, implementarem a via no terreno.

Com o passar dos meses, dezenas de trabalhadores morreram  sobretudo devido a desabamentos das secções montanhosas do litoral. Por forma a desanuviar o mau estar causado por essas e outras tragédias e dificuldades a gerência da obra manteve disponíveis um piano, um gramofone, jogos, jornais e revistas, luxos inauditos em construções do género.

O Naufrágio do “Casino”. A Sorte Inesperada dos Trabalhadores da Great Ocean Road

Ainda assim, a festa das festas deu à costa quando, em 1924, um barco a vapor de sua graça “Casino” embateu num recife, encalhou próximo do cabo Patton e largou no mar quinhentos barris de cerveja e cento e vinte caixas de bebidas espirituosas.

Tão generosa quanto inesperada, a oferta obrigou os responsáveis a decretarem uma pausa de duas semanas, diz-se que terá sido esse o tempo aproximado que os operários demoraram a consumir a carga.

Em termos relativos, a interrupção pouco ou nada atrasou os trabalhos. A obra arrastava-se já há um lustro. Só terminaria em 1932. Nesse ano, o troço Lorne-Apollo Bay ficou completo. O já muito ansiado remate do projecto justificou uma inauguração solene – tendo em conta a habitual repulsa australiana da pompa excessiva – do maior memorial de guerra até então construído.

Cem anos volvidos (em 2019), o percurso da Great Ocean Road continua a surpreender e a encantar curva atrás de curva, sobretudo a partir de Anglesea, quando o seu trajecto semi-urbanizado fica para trás.

Nesse reduto, o litoral da Shipwreck Coast revela-se mais caprichoso e impressionante que nunca.

Penhascos do Port Campbell National Park, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Visitantes da Great Ocean Road caminham numa beira-mar gerada pelo recuar das águas no sopé dos penhascos.

Great Ocean Road e o Cemitério Náutico da Shipreck Coast

Ao longo dos tempos, o fim de mar inclemente que nos deixava de pé atrás reclamou várias embarcações. Umas, foram vítimas das correntes poderosas, outras, do nevoeiro e dos recifes afiados. Todas elas afundaram para a história. Quase todas representam desafios estimulantes para os historiadores e mergulhadores caça-tesouros.

Em 1878, o “Loch Ard” soçobrou ao largo da ilha Mutton Bird, na noite final de uma longa viagem com origem em Inglaterra. Cinquenta e três dos seus 55 passageiros perderam a vida. A “Falls of Halladale” – uma barca de Glasgow – perdeu-se no trecho final da sua rota de Nova Iorque para Melbourne.  Também a barca britânica “Newfield” e a neozelandesa “La Bella”, entre outras, foram ao fundo.

Ainda em plena Shipwreck Coast, entramos no domínio do Parque Nacional Port Campbell. Por ali se estende o trecho mais admirado da Great Ocean Road.

O Port Campbell National Park surge salpicado de penhascos, alguns com setenta metros de altura, escavados há muitos milénios pela força do oceano. Adornam-no ainda curiosas esculturas rochosas deixadas para trás pela grande ilha.

The Arch, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Amigos passam por baixo do The Arch para regressarem ao nível da Great Ocean Road.

Os Twelve Apostles que já não Passam de Oito

Estes sucessivos rochedos e farelhões que provocam o rebentamento precoce das ondas servem de pouso às otárias e à restante fauna marinha da região. As otárias, em particular, justificam a presença dos tubarões-brancos, os temidos reis dos oceanos que nos mantinham em terra.

A mais notória destas formações, os Doze Apóstolos, é hoje, objecto de um verdadeiro culto fotográfico internacional.

Os cerca de dois milhões de visitantes anuais a que nós os quatro nos juntámos, por sua vez, levaram as autoridades de Victoria a dotarem as imediações de infraestruturas e condições de visita especiais: voos panorâmicos regulares e os passadiços de madeira que percorremos acima e abaixo das falésias, para mencionar só alguns deles.

Twelve Apostles, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

O cenário mais famoso da Great Ocean Road, formado por penhascos em sucessão que se projectam do mar.

Até 1922, a formação foi conhecida pelo nome pecuário-profano The Saw and the Piglets (A porca e os Porquinhos). Nesse ano, preocupações turísticas e beatas superiores da Entidade de Turismo Victoriana ditaram o seu rebaptismo enquanto Twelve Apostles. Isto, apesar de serem já apenas nove os rochedos que se projectavam do mar.

Tal como acontecia há muitos milénios, os rochedos continuaram à mercê das ondas, com as suas bases a perderem cerca de 2 cm por ano.

Em Julho de 2005, novo desabamento de um deles, diminuiu o conjunto para oito. E, no entanto, no tempo que dedicámos aos miradouros que os revelam da costa, só conseguimos identificar sete.

Um dos sobreviventes permanecia e permanece fora de alcance, a não que se aproveite o culminar da praia-mar para descer à base dos penhascos e explorar o areal e as rochas. Não tínhamos tempo para tal desvio.

The Arch, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Outra obra da forte erosão costeira, na proximidade da the London Bridge que caiu há alguns anos.

Das Outras Esculturas Marinhas do PN Port Campbell à Iminência de Warrnambool

Encontramos as próximas esculturas do oceano a ocidente de Port Campbell. O rochedo arqueado The Arch, em frente de Point Esse. E, na proximidade, a London Bridge, uma outra vítima recente da erosão.

Nos 12km derradeiros da Great Ocean Road as falésias diminuem sobremaneira de altura mas o mar mantém-se gélido e pouco convidativo, apto apenas para os surfistas e bodyboarders intrépidos.

Bodyboarders, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Bodyboarders voltam às suas campervans depois de algum tempo na água gélida do oceano Antárctico

À beira de uma das praias mais suaves destas partes, descansamos à galhofa com um jovem casal kiwi que piquenicava instalado sobre na caixa da sua campervan, uma carrinha espartana, grafitada com arte e boa-disposição.

Lanche em Campervan, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Casal saboreia uma refeição prática numa campervan alugada para explorar o sul da Austrália.

Não tarda, atingimos as imediações de Warrnambool.

A Great Ocean Road entregou-se ali à Princess Highway. Nós, invertemos caminho. Chegamos a Caulfied bem mais tarde do que havíamos planeado e salvamos Tim da sua inquietude. Só tinha decorrido um dia.

Pôr-do-sol, Great Ocean Road, Victoria, Austrália

Pôr-do-sol intenso tinge de tons quentes o cenário dramático e frígido da Great Ocean Road.

Um dia aussie passado em grande como o exigia a Great Ocean Road.

Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
Melbourne, Austrália

Uma Austrália "Asienada"

Capital cultural aussie, Melbourne também é frequentemente eleita a cidade com melhor qualidade de vida do Mundo. Quase um milhão de emigrantes orientais aproveitaram este acolhimento imaculado.
Sydney, Austrália

De Desterro de Criminosos a Cidade Exemplar

A primeira das colónias australianas foi erguida por reclusos desterrados. Hoje, os aussies de Sydney gabam-se de antigos condenados da sua árvore genealógica e orgulham-se da prosperidade cosmopolita da megalópole que habitam.
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
À Descoberta de Tassie, Parte 1 - Hobart, Austrália

A Porta dos Fundos da Austrália

Hobart, a capital da Tasmânia e a mais meridional da Austrália foi colonizada por milhares de degredados de Inglaterra. Sem surpresa, a sua população preserva uma forte admiração pelos modos de vida marginais.
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Atherton Tableland, Austrália

A Milhas do Natal (parte II)

A 25 Dezembro, exploramos o interior elevado, bucólico mas tropical do norte de Queensland. Ignoramos o paradeiro da maioria dos habitantes e estranhamos a absoluta ausência da quadra natalícia.
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Perth, Austrália

A Cidade Solitária

A mais 2000km de uma congénere digna desse nome, Perth é considerada a urbe mais remota à face da Terra. Apesar de isolados entre o Índico e o vasto Outback, são poucos os habitantes que se queixam.
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Red Centre, Austrália

No Coração Partido da Austrália

O Red Centre abriga alguns dos monumentos naturais incontornáveis da Austrália. Impressiona-nos pela grandiosidade dos cenários mas também a incompatibilidade renovada das suas duas civilizações.
Wycliffe Wells, Austrália

Os Ficheiros Pouco Secretos de Wycliffe Wells

Há décadas que os moradores, peritos de ovnilogia e visitantes testemunham avistamentos em redor de Wycliffe Wells. Aqui, Roswell nunca serviu de exemplo e cada novo fenómeno é comunicado ao mundo.
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Uma Cidade Perdida e Achada
Arquitectura & Design
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
bebe entre reis, cavalhadas de pirenopolis, cruzadas, brasil
Cerimónias e Festividades
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Miami, entrada da América Latina, Florida, Estados Unidos,
Cidades
Miami, Flórida, E.U.A.

A Porta de Entrada da América Latina

Não é só a localização privilegiada, entre um oceano exuberante e o verde dos Everglades, com a vastidão caribenha logo ali a sul. É o afago tropical, o do clima e o cultural e uma modernidade urbana exemplar. Cada vez mais em castelhano, num contexto latino-americano.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Cultura
Lagoa de Jok​ülsárlón, Islândia

O Canto e o Gelo

Criada pela água do oceano Árctico e pelo degelo do maior glaciar da Europa, Jokülsárlón forma um domínio frígido e imponente. Os islandeses reverenciam-na e prestam-lhe surpreendentes homenagens.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
kings canyon, Red centre, coracao, Australia
Em Viagem
Red Centre, Austrália

No Coração Partido da Austrália

O Red Centre abriga alguns dos monumentos naturais incontornáveis da Austrália. Impressiona-nos pela grandiosidade dos cenários mas também a incompatibilidade renovada das suas duas civilizações.
Moradora de Dali, Yunnan, China
Étnico
Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul
História
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Aldeia da Cuada, Ilha das Flores, Açores, quarto de arco-íris
Ilhas
Aldeia da Cuada, Ilha das Flores, Açores

O Éden Açoriano Traído pelo outro Lado do Mar

A Cuada foi fundada, estima-se que em 1676, junto ao limiar oeste das Flores. Já em pleno século XX, os seus moradores juntaram-se à grande debandada açoriana para as Américas. Deixaram para trás uma aldeia tão deslumbrante como a ilha e os Açores.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
barco enferrujado, Mar de Aral, Usbequistão
Natureza
Mar de Aral, Uzbequistão

O Lago que o Algodão Absorveu

Em 1960, o Mar de Aral era um dos quatro maiores lagos do mundo mas projectos de irrigação secaram grande parte da água e do modo de vida dos pescadores. Em troca, a URSS inundou o Uzbequistão com ouro branco vegetal.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Parques Naturais
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Património Mundial UNESCO
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Pórtico de Daytona Beach, praia mais famosa do ano, Florida
Praias
Daytona Beach, Flórida, Estados Unidos

A Dita Praia Mais Famosa do Mundo

Se a sua notoriedade advém sobretudo das corridas NASCAR, em Daytona Beach, encontramos uma estância balnear peculiar e um areal vasto e compacto que, em tempos, serviu para testes de velocidade automóvel.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Religião
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Jovens mulheres gémeas, tecelãs
Vida Quotidiana

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Vida Selvagem
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.