Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks


Um rasto na madrugada
Jipe cruza a vastidão avermelhada em redor do Damaraland Wilderness Camp, sobre a alvorada.
Abrigo à força
Dois habitantes descendentes dos deslocados pelo plano sul-africano de Odendaal.
Resiliência Vegetal
Uma pequena acácia desafia a aridez do deserto montanhoso de Damaraland.
Cuidados pueris
Elefantes fêmea protege cria do calor intenso.
Resiliência vegetal II
Árvore solitária desponta do solo árido de lixa de Damaraland.
Rochas sobre rochas
Um dos montes de grandes calhaus de granito rosado que salpicam a vastidão de Damaraland.
Conforto sobre rochas
Estrutura do Sorris Sorris Lodge, instalada numa encosta de uma de muitas colinas de rochedos rosados no sopé da maior elevação namibiana, a montanha Brandenberg
Sombras da alvorada
Guia e condutor do Damaraland Wilderness Camp, prestes a entrar num dos jipes do lodge
Escultura Erosiva
Formação rochosa legada pela erosão, em Damaraland.
Desterrado
Morador encarregue do Parque Estacionamento do Damaraland Wilderness Camp, em tempos desterrado do norte da África do Sul.
Pilha com arte
Rochas empilhadas com equilíbrio e critério pela natureza, a caminho de Twyfelfontein.
Resiliência vegetal III
Velha árvore subsiste no leito de um rio que só flui na curta época das chuvas da região
Pelo deserto abaixo
Guia do Damaraland Camp conduz um jipe por um trilho estreito da região.
Cuidados pueris
Elefantes fêmea protege cria do calor intenso.
De vigia
Guia John perscruta o horizonte inóspito em busca de elefantes
Resiliência vegetal III
Velha árvore subsiste no leito de um rio que só flui na curta época das chuvas da região
Desterrado
Morador encarregue do Parque Estacionamento do Damaraland Wilderness Camp, em tempos desterrado do norte da África do Sul.
Pilha com arte
Rochas empilhadas com equilíbrio e critério pela natureza, a caminho de Twyfelfontein.
Rochas sobre rochas
Um dos montes de grandes calhaus de granito rosado que salpicam a vastidão de Damaraland.
Pelo deserto abaixo
Guia do Damaraland Camp conduz um jipe por um trilho estreito da região.
Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.

Começamos por confessar que não tínhamos feito o trabalho de casa para a Namíbia.

Alugámos um carro demasiado barato e desaquado. Não estávamos preparados para a transição dramática que se seguiria.

Uns dias antes, completámos o percurso da capital Windhoek para o PN Etosha, confortáveis e a voar baixinho.

O mesmo aconteceu no trecho inicial entre Etosha e o Damaraland Camp onde era suposto darmos entrada antes do anoitecer.

Atingimos Otavi num ápice. Em Otavi, vemo-nos forçados a abandonar a coluna vertebral rodoviária da Namíbia e a rumar a oeste.

Inauguramo-nos nas estradas C do país, de gravilha, em vez das bem asfaltadas B.

De Otavi até Outjo, prosseguimos sem queixas mas, de Outjo em diante, depressa nos vimos num inferno motorizado.

Damaraland, Namíbia, Khorixas

Veículo sobe uma estrada abrasiva da região de Khorixas.

Damaraland Acima: uma Viagem Abrasiva

O nosso carro e os restantes levantam uma poeira seca que se infiltra no habitáculo e nos irritava, tanto como irritava as vias respiratórias e os olhos.

O sol e a temperatura subiram a pique e o ar condicionado sucumbiu à invasão do pó.

Nas horas que se seguiram, sentimo-nos numa sauna suja.

Como se não bastasse, o perfil de montanha-russa do itinerário – que passava sobre rios e riachos exclusivos da época das chuvas – exigia-nos uma atenção redobrada.

Damaraland, Namíbia, carroça

Carroça avança por uma das estradas pedregosas e poeirentas em redor de Khorixas.

Súbitas rampas e desvios forçavam-nos a travagens e “aterragens” que ora nos colavam aos bancos ora nos sacudiam.

“Isto vai ser sempre assim?” reclama a Sara, suada, derreada, com ar moribundo, do lugar do morto.

Mesmo que os soubesse iguais ou piores, responderia sempre da mesma maneira: ”é só mais um bocado assim.

Mais uma horinha estamos lá. Amanhã já nem nos lembramos disto.”

Os Panoramas e os Habitantes Desterrados de Damaraland

Passou bem mais que uma hora sem sombra de sítio para pararmos, bebermos qualquer coisa e nos refrescarmos.

Só interrompemos aquele rally africano para fotografar os primeiros cenários surreais de Damaraland.

Formação rochosa, Damaraland, Namíbia

Formação rochosa legada pela erosão, em Damaraland.

Às cinco e meia da tarde, entre montes rochosos e desgarrados, encontramos o parque de estacionamento do Damaraland Camp.

Apenas os jipes mais robustos podiam completar o percurso até ao lodge.

Imobilizamos o carro. Aguardamos o transfer à conversa com Neil Adams, vizinho de Sabina Waterboer, a habitual guardiã dos veículos.

Tanto Neil como Sabina pertenciam à tribo Riemvasmaak e à etnia Damaraland.

Morador de Damaraland, Namíbia

Morador encarregue do Parque Estacionamento do Damaraland Wilderness Camp, em tempos desterrado do norte da África do Sul.

Dona Sabina tinha ido a um funeral. Nunca chegamos a conhecê-la.

Fosse como fosse, depressa percebemos que, mais que um parque de estacionamento, o que ali estava eram vidas. Vidas de desterro numa terra de ninguém.

Duas casas humildes haviam sido erguidas sobre um solo de lixa. Vedações aramadas protegiam os lares, umas poucas árvores baixas e alguns animais domésticos no interior.

Quanto mais o jipe demorava mais nos intrigava o porquê de alguém se instalar naqueles nenhures áridos.

Sabíamos que estávamos numa zona cruzada por animais selvagens. Puxamos a conversa por aí. “Estas cabras devem atrair aqui de tudo um pouco, não?” “Se atraem”… responde-nos o vizinho de Sabina.

De quando em quando, os leões sentem-lhes o cheiro e damos com eles aqui às voltas. Outras vezes, são as hienas-castanhas.”

Deixamos o palavreado fluir até nos sentirmos à vontade.

A determinada altura, não resistimos: “Não nos leve a mal a pergunta, mas… como é que vocês vieram parar a um lugar destes”

Damaraland, Namíbia, cenário

Cenário semi-verdejante da vastidão de Damaraland, nas imediações de Twyfelfountein.

“Não tivemos grande escolha”, explica-nos o tranquilo interlocutor que aproveita para nos elucidar sobre a desgraça que assolara a pequena comunidade.

Um Legado Desumano do Apartheid

Nos anos 60, sob os auspícios da Liga das Nações, o governo Apartheid da África do Sul ainda governava o Sudoeste Africano, confiscado à Alemanha durante a 1ª Guerra Mundial.

Seguindo o exemplo dos anos atrozes da ocupação germânica e o preâmbulo histórico aberto pelos pioneiros boers, esforçava-se por lá implementar uma política de Homelands, coloquialmente conhecida por Plano Odendaal.

De acordo com a recomendação de uma tal de Comissão de Inquérito dos Assuntos do Sudoeste Africano, “o bom aproveitamento dos recursos disponíveis tanto para brancos como para nativos recomendava a criação de terras que acolhessem os diferentes grupos étnicos do vasto território”.

Mediante este plano maquiavélico, na prática, as autoridades propuseram-se a exilar comunidades inteiras dos lugares em que viviam, manipulando a sua dignidade como se de um jogo se tratassem.

Claro está que, no meio desta pretensa ideologia, inúmeros interesses comerciais falaram mais alto. “Nós tínhamos uma vida perfeita lá em Mgcawu, próximo do rio Orange” diz-nos Neil.

“Mas, eles queriam aquela zona toda para mineração de diamantes e outros. Mandaram-nos para aqui.”

Habitantes de Damaraland, Região de Torra Conservancy, Namibia

Dois habitantes descendentes dos deslocados pelo plano sul-africano de Odendaal.

Segundo o plano, era suposto o novo bantustão de Damaraland acolher apenas o povo Damara, considerado um dos mais antigos da região da Namíbia, a seguir aos San e aos Nama.

O Plano Odendaal continuou a mover os nativos ao bel-prazer dos governantes.

Neil e muitos dos vizinhos viram-se obrigados a reerguer-se do nada naquelas paragens inóspitas.

O acordo da Srª Waterboer com o Damaraland Camp de tomar conta dos carros, suplementara o seu vácuo existencial particular como uma bênção.

Do Damaraland Camp à Demanda dos Elefantes do Deserto

O jipe aparece. Interrompe a conversa.

Conduz-nos ao lodge onde nos instalamos em três tempos.

O ocaso tosta ainda mais os montes e vales circundantes.

Jipe num trilho de Damaraland, Namíbia

Guia do Damaraland Camp conduz um jipe por um trilho estreito da região.

Torna-os de tal maneira escarlates que nos questionamos se não tínhamos chegado a Marte.

Só o jantar à mesa com os outros hóspedes e os respectivos prazeres terrenos dissipam tal dúvida.

Despertamos às 5h30.

Damaraland, Namíbia, aurora

Sol nascente incide no cume de um monte nas imediações do Damaraland Wilderness Camp.

Um jipe do Damaraland Camp conduz-nos a uma elevação central e sobranceira.

É lá que tomamos o pequeno-almoço com a lua-cheia a resistir ao sol que re-emergia.

Jipe cruza Damaraland, Namíbia

Jipe cruza a vastidão avermelhada em redor do Damaraland Wilderness Camp, sobre a alvorada.

Feito de montanhas e vales salpicados por pequenas árvores, por arbustos verdes robustos e espinhosos.

Damaraland, Namibia, árvore

Árvore verdejante desponta de um leito arenoso de Damaraland.

Três jipes descem a colina para o vale.

Começam por seguir em caravana mas logo se dispersam por forma a optimizarem a busca dos paquidermes.

Atravessamos vales desolados e cercados por velhas montanhas e vulcões.

Damaraland, namibia, Acácia desafia o deserto de Damaraland, Namíbia

Uma pequena acácia desafia a aridez do deserto montanhoso de Damaraland.

Na vastidão, uma acácia solitária confirmava a resiliência biológica daqueles confins.

Os jipes mantêm-se em contacto via rádio.

Damaraland, Namíbia, jipe em Game drive

Jipe do Damaraland Wilderness Camp procura animais na paisagem de Damaraland.

Trocam informação sobre pegadas e outras pistas.

Não tarda, atravessamos a estrada em que tínhamos chegado ao Damaraland Camp na tarde anterior.

“Estes elefantes do deserto de cá são especiais, sabem?

São muito mais leves e ágeis.” explica-nos o guia.  “Habituaram-se a subir e a descer as colinas. Por isso, às vezes, custa-nos encontrá-los.”

Guia procura elefantes, nas imediações do Sorris Sorris Lodge, Namíbia

Guia John perscruta o horizonte inóspito em busca de elefantes

Enfim, os Esquivos Paquidermes

Vasculhamos o lado de lá até à exaustão.

Entretanto, metidos em vales mais apertados, intersectamos os caminhos seguidos pelos outros jipes.

Detemo-nos para trocarmos novos indícios.

Elefantes em Damaraland, Namíbia

Elefantes protegem-se do calor cada vez mais intenso à sombra da vegetação espinhosa da região.

Por fim, já bem para lá das onze da manhã, lá damos com a manada.

Admiramo-los por algum tempo. Os bichos, admiram-nos a nós.

Damaraland, Namíbia, elefante

Cabeça e tromba de um dos elefantes que percorrem a região em redor do leito do rio Huab.

Em seguida, voltamos ao lodge. Refazemos as malas.

Damaraland Camp, Namíbia

Uma das várias cabanas do Damaraland Camp

Despedimo-nos. Rumamos a sul.

Quanto mais a sul chegávamos, mais abundavam as fascinantes pilhas de rochas ocres, idênticas às que nos cercavam enquanto procurávamos os elefantes.

Rochas sobre rochas

Um dos montes de grandes calhaus de granito rosado que salpicam a vastidão de Damaraland.

Como sempre, na Namíbia, o lodge seguinte distava e o itinerário contava com estradas de categoria C, D e piores.

Metemo-nos o quanto antes a caminho.

Mesmo assim, chegamos ao Sorris Sorris Lodge era já noite cerrada.

Andrew, o manager, instala-nos. Prenda-nos com um jantar divinal.

Sorris Sorris Lodge e a Montanha Suprema da Namíbia

Como acontecera no Damaraland Camp e é característico da região, a alvorada desvenda-nos novo lugar inverosímil.

A luz morna da manhã incide, de lado, no terraço do lodge e, noutros, anexos, dispostos sobre a encosta de mais um grande outeiro de calhaus de granito rosado.

O sol não tarda a passar para trás do lodge.

Destaca, por fim, o cenário para diante daquele anfiteatro privilegiado, escolhido a dedo por Victor Azevedo, um empresário que há muito respira África – viveu em Angola, África do Sul, depois na Namíbia –  e que, após triunfar na restauração, apostou numa rede de lodges que revelassem espaços namibianos eleitos.

Estrutura do lodge Sorris Sorris, Namibia

Estrutura do Sorris Sorris Lodge, instalada numa encosta de uma de muitas colinas de rochedos rosados no sopé da maior elevação namibiana, a montanha Brandenberg

Pela frente, a boa distância, tínhamos o leito arenoso do rio Ugab. E a planície aluvial que as enchentes fulminantes da época das chuvas faziam alastrar.

Acima, impunha-se a Brandberg, um impressionante maciço rochoso com 2573 metros, a montanha rainha da Namíbia. Há 72 horas que a geologia excêntrica de Damaraland nos deslumbrava.

Decidimos prolongar a estadia no Sorris Sorris com um objectivo bem claro: podermos continuar a admirá-la.

Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Walvis Bay, Namíbia

O Litoral Descomunal de Walvis Bay

Da maior cidade costeira da Namíbia ao limiar do deserto do Namibe de Sandwich Harbour, vai um domínio de oceano, dunas, nevoeiro e vida selvagem sem igual. Desde 1790, que a profícua Walvis Bay lhe serve de portal.
Sossusvlei, Namíbia

O Namibe Sem Saída de Sossusvlei

Quando flui, o rio efémero Tsauchab serpenteia 150km, desde as montanhas de Naukluft. Chegado a Sossusvlei, perde-se num mar de montanhas de areia que disputam o céu. Os nativos e os colonos chamaram-lhe pântano sem retorno. Quem descobre estas paragens inverosímeis da Namíbia, pensa sempre em voltar.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
Lubango, Angola

A Cidade no Cimo de Angola

Mesmo barradas da savana e do Atlântico por serras, as terras frescas e férteis de Calubango sempre prendaram os forasteiros. Os madeirenses que fundaram Lubango sobre os 1790m e os povos que se lhes juntaram, fizeram dela a cidade mais elevada e uma das mais cosmopolitas de Angola.
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Twyfelfontein - Ui Aes, Namíbia

À Descoberta da Namíbia Rupestre

Durante a Idade da Pedra, o vale hoje coberto de feno do rio Aba-Huab, concentrava uma fauna diversificada que ali atraía caçadores. Em tempos mais recentes, peripécias da era colonial coloriram esta zona da Namíbia. Não tanto como os mais de 5000 petróglifos que subsistem em Ui Aes / Twyfelfontein.
PN Bwabwata, Namíbia

Um Parque Namibiano que Vale por Três

Consolidada a independência da Namíbia, em 1990, para simplificarem a sua gestão, as autoridades agruparam um trio de parques e reservas da faixa de Caprivi. O PN Bwabwata resultante acolhe uma imensidão deslumbrante de ecossistemas e vida selvagem, às margens dos rios Cubango (Okavango) e Cuando.
Spitzkoppe, Damaraland, Namíbia

A Montanha Afiada da Namíbia

Com 1728 metros, o “Matterhorn Namibiano” ergue-se abaixo das dez maiores elevações da Namíbia. Nenhuma delas se compara com a escultura granítica, dramática e emblemática de Spitzkoppe.
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
Palmwag, Namíbia

Em Busca de Rinocerontes

Partimos do âmago do oásis gerado pelo rio Uniab, habitat do maior número de rinocerontes negros do sudoeste africano. Nos passos de um pisteiro bosquímano, seguimos um espécime furtivo, deslumbrados por um cenário com o seu quê de marciano.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
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Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Arquitectura & Design
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O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
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Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
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Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
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A capital da Terra do Fogo marca o limiar austral da civilização. De Ushuaia partem inúmeras incursões ao continente gelado. Nenhuma destas aventuras de toca e foge se compara à da vida na cidade final.
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Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
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Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
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Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
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O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
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Étnico
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
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Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
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História
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
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Ilhas
Rincon, Bonaire

O Recanto Pioneiro das Antilhas Holandesas

Pouco depois da chegada de Colombo às Américas, os castelhanos descobriram uma ilha caribenha a que chamaram Brasil. Receosos da ameaça pirata, esconderam a primeira povoação num vale. Decorrido um século, os holandeses apoderaram-se dessa ilha e rebaptizaram-na de Bonaire. Não apagaram o nome despretensioso da colónia precursora: Rincon.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
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Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Homens dragam areia do leito do rio Sangha para pirogas plataforma.
Natureza
Expedição Ducret 1º:  OuéssoPN Lobéké, Rep. Congo; Camarões

A Subida Inaugural do rio Sangha

Durante uma hora, sobrevoamos a vastidão tropical imensa que separa a capital Brazzaville da pequena cidade ribeirinha de Ouésso. Das suas margens, ascendemos o rio Sangha até ao parque nacional camaronês de Lobéké, num cenário ainda com muito de “Coração das Trevas”.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Parques Naturais
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O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Viajante acima da lagoa gelada de Jökursarlón, Islândia
Património Mundial UNESCO
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Já Vacila o Glaciar Rei da Europa

Só na Gronelândia e na Antárctica se encontram geleiras comparáveis ao Vatnajökull, o glaciar supremo do velho continente. E no entanto, até este colosso que dá mais sentido ao termo Terra do Gelo se está a render ao cerco inexorável do aquecimento global.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Cabo Ledo Angola, moxixeiros
Praias
Cabo Ledo, Angola

O Cabo Ledo e a Baía do Regozijo

A apenas a 120km a sul de Luanda, vagas do Atlântico caprichosas e falésias coroadas de moxixeiros disputam a terra de musseque. Partilham a grande enseada forasteiros rendidos ao cenário e os angolanos residentes que o mar generoso há muito sustenta.
Peregrinos no cimo, Monte Sinai, Egipto
Religião
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Ilha Sentosa, Singapura, Família em praia artificial de Sentosa
Sociedade
Sentosa, Singapura

A Evasão e a Diversão de Singapura

Foi uma fortaleza em que os japoneses assassinaram prisioneiros aliados e acolheu tropas que perseguiram sabotadores indonésios. Hoje, a ilha de Sentosa combate a monotonia que se apoderava do país.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Vida Selvagem
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.