Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas


Cristo chicoteado
Centuriões Moriones chicoteiam Jesus Cristo durante a Via Crucis de Boac.
Tempo de Morionar
Morador de Boac sai para a rua acabado de se vestir de centurião romano.
Romanos na Praia
Moriones invadem uma praia de Marinduque
Duplo Moriones
Artesão criador de moriones, segura duas máscaras recém-produzidas.
Público romano
Centuriões moriones alinhados durante a crucificação de Cristo, próximo do fim da Via Crucis de Boac.
Sofrimento
Actor que faz de Jesus Cristo leva a cabo o seu papel durante a Via Crucis de Boac.
O Corpo de Cristo
Centuriões carregam o corpo de Cristo pelas ruas de Boac, a capital de Marinduque.
Crucificação Moriones
Centuriões cercam Jesus Cristo, ainda na cruz, tal como foi representado durante a Via Crucis, nos arredores de Boac.
Peditório Romano
Moriones pedem dinheiro numa loja do centro de Boac.
Pausa para gelados
Mascarados de centuriões interrompem a sua participação para aliviarem o calor tropical de Marinduque.
Fé gay
Espectador gay da Via Crucis de Boac pede a dois centuriões para o ameaçarem com as suas espadas.
O Criador
Artesão segura uma das muitas máscaras que cria em madeira.
Peditório Particular
Morione pede uma contribuição numa loja de Boac.
De olho
Crianças sob vigia de uma gigantesca cabeça morione, durante uma competição de dança e máscaras, em Mogpog.
Morione Invertido
Morione de Marinduque em motorizada remove a sua máscara de Moriones para recuperar do calor tropical da ilha.
O Júri
Paine de júri do concurso de dança morione de Mogpog, em Marinduque.
Ar Puro
Morione levanta a sua máscara de centurião para arejar.
Sob Julgamento
Participantes de um concurso de moriones de Mogpog alinham-se em frente ao júri.
Tricycle Morione
Condutor de tricycle de Boac (a principal cidade da ilha de Marinduque) repousa com a máscara de morione a seus pés.
I tak ta mo
Morione destaca-se a dançar o êxito "i tak ta mo" durante um concurso de dança de Mogpog.
Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.

César desesperaria perante o desempenho destes súbditos.

Abril começou há uns dias. A amihan  – a monção do Nordeste e época seca do arquipélago filipino – vai a meio.

O Sol brilha sem piedade mas o calor não chega para desmotivar um batalhão desgovernado de centuriões com vozinhas agudas que guerreiam por tudo e por nada e provocam os espectadores de Boac, a capital da ilha que leva à cena o Festival dos Moriones.

Moriones na praia, Festival moriones, Marinduque, Filipinas

Moriones invadem uma praia de Marinduque

A Génese Histórica do Festival dos Moriones

O evento foi assim chamado por adaptação de morrion, o termo castelhano para os capacetes dos soldados de Castela que continua a definir os usados pelos foliões. Basta avançarmos até à era das Descobertas para compreendermos a ligação.

Em 1521, Fernão de Magalhães chegou às Filipinas ao serviço de Carlos V. Apesar de ter sido ferido de morte na ilha vizinha de Mactan, o seu sacrifício abriu as portas aos conquistadores espanhóis. Em breve, estes, colonizariam o arquipélago enquanto os missionários que se lhes juntaram, se encarregavam de o converter ao Cristianismo.

Marinduque não escapou à sua acção.

Em 1807, a ilha estava já dividida em várias paróquias e cada padre era livre de formar os novos fiéis como lhe aprazia, desde que de acordo com a Bíblia.

Diz-se que, na de Mogpog, agradavam, em especial, ao Frade Dionísio Santiago, as dramatizações populares e a personagem de Longinus.

Morione a arejar, Festival moriones, Marinduque, Filipinas

Morione levanta a sua máscara de centurião para arejar.

E a Base Bíblica do Longo Enredo

Segundo os relatos dos Evangelhos,

Longinus terá sido o centurião responsável por satisfazer os judeus em garantir que Jesus e os outros crucificados morriam e eram removidos do Calvário antes do pôr-do-sol, para evitar a profanação do Sabat.

Segundo instruções superiores, deveriam partir-se as pernas aos que ainda estivessem vivos.

Quando Longinus se aproximou de Jesus, pareceu-lhe morto mas, para ter a certeza, o centurião, que só via de um olho, decidiu perfurar o corpo com a sua lança.

Gotas de sangue caíram-lhe sobre a vista cega e curaram-na.

Daí em diante, Longinus e dois outros centuriões testemunharam diversas manifestações divinas, incluindo a Ressurreição.

Essas manifestações levaram-nos a aceitar, com remorso, que Jesus era realmente o filho de Deus.

Cristo actor, Festival moriones, Ilha de Marinduque, Filipinas

Actor que faz de Jesus Cristo leva a cabo o seu papel durante a Via Crucis de Boac.

A sua inesperada conversão provocou a ira tanto dos judeus como dos romanos. Obrigou Longinus a fugir para a Capadócia onde passou a professar o Cristianismo.

Mas as calúnias dos judeus instaram Pilatos a enviar soldados para o capturar e decapitar.

O perseguido acabou por se submeter a esse destino.

Quando os Moriones Romanos Invadem a Ilha de Marinduque

Com o passar dos anos, em Marinduque, a história foi simplificada.

O drama é tratado com uma combinação de respeito e da famosa descontracção do povo mais latino da Ásia.

Morione motorizado, festival moriones, Marinduque, Filipinas

Morione de Marinduque em motorizada remove a sua máscara de Moriones para recuperar do calor tropical da ilha.

Durante toda a semana, Mogpog, Boac, Gasan e Santa Cruz são atormentadas por legiões irrequietas.

Cruzam-nas grupos de centuriões anacrónicos, que percorrem as praias e se apoderam de casamentos, onde se atrevem a raptar os noivos.

Formam colunas militares coloridas. Invadem as lojas com exigências de donativos generosos a que a maior parte dos comerciantes tem prazer em ceder.

Peditorio em loja, Festival moriones, Ilha de Marinduque, Filipinas

Moriones pedem dinheiro numa loja do centro de Boac.

Os Artesãos que Moldam as Máscaram Moriones

Alguns nativos contribuem com a sua arte.

É o caso de Regis e dos sobrinhos, que esculpem com dedicação e mestria as máscaras moriones mais realistas da ilha.

Criador de máscaras, festival moriones, Marinduque, Filipinas

Artesão criador de moriones, segura duas máscaras recém-produzidas.

“Vivemos e trabalhamos nos Estados Unidos durante a maior parte do ano … “ confessam os rapazes que vestem equipamentos das suas equipas de basquete norte-americanas preferidas. “ … ao chegar a esta altura, arranjamos sempre maneira de vir até cá …”

Outros ainda, preferem trabalhar e divertir-se ao mesmo tempo. Fazem-no mascarados.

Encontramos motoristas de jeepneys (autocarros folclóricos filipinos) e de tricycles, mas também funcionários de repartições públicas, empregados de mesa e até jardineiros.

Morione romano em tricycle-festival moriones, Marinduque, Filipinas

Condutor de tricycle de Boac (a principal cidade da ilha de Marinduque) repousa com a máscara de morione a seus pés.

Dentro dos uniformes e das máscaras, o calor é atroz e, muitos, encaram as suas participações no festival como penitências.

Vistas as coisas de uma forma comparativa, não passam de brincadeiras.

A Via Crucis Tropical do Festival de Moriones

Quando chega a tarde de Sexta-Feira Santa é levada a cabo a Via Crucis.

Voluntários devotos desempenham o papel de Jesus e dos dois ladrões e, sob um sol inclemente, carregam as cruzes até um gólgota local.

Via Crucis de Boac, Festival de Moriones, Marinduque, Filipinas

Centuriões Moriones chicoteiam Jesus Cristo durante a Via Crucis de Boac.

Também durante a procissão os moriones fazem das suas.

Sob o pretexto do realismo, mandam chicotadas violentas nas cruzes e, demasiadas vezes, nos mártires, que têm que apelar à ajuda divina para não ripostarem e se manterem fiéis à representação.

Em simultâneo, os esgares sádicos dos centuriões – que ali exibem as melhores máscaras de Marinduque – e a dor que vão infligindo impressionam e angustiam, por solidariedade, os espectadores mais sensíveis.

No Calvário, prosseguem, sem exageros, os acontecimentos históricos. Em vez de pregados, Jesus e os dois ladrões são amarrados às cruzes pelos soldados romanos e reverenciados pela multidão.

Representa-se o milagre de Longinus. Pouco depois, Jesus é trazido ao solo e entregue às mulheres que choram a sua morte.

Cena Crucificação, Festival moriones, ilha de Marinduque, Filipinas

Centuriões cercam Jesus Cristo, ainda na cruz, tal como foi representado durante a Via Crucis, nos arredores de Boac.

Uma vez removidas as cordas que delimitam o cenário, o público corre para se fotografar na companhia dos seus actores e figurantes preferidos.

Espectador efeminado, Festival moriones, Ilha de Marinduque, Filipinas

Espectador gay da Via Crucis de Boac pede a dois centuriões para o ameaçarem com as suas espadas.

As Competições de Máscaras e Danças e a Perseguição de Longinus

Chegado o fim de semana, os moriones voltam à carga. Longinus assume um protagonismo ausente das celebrações.

Encontramo-los numa escola de Mogpog – a povoação-berço do festival – onde se realiza um concurso que premeia as melhores máscaras e trajes, segundo diversas categorias.

Morione romano de olho, Festival moriones, Marinduque, Filipinas

Crianças sob vigia de uma gigantesca cabeça morione, durante uma competição de dança e máscaras, em Mogpog.

Do cimo de um palco, em tagalog (o dialecto nacional) o apresentador de serviço agradece a um sem número de entidades e pessoas. Logo, explica aos concorrentes as regras da competição.

A prova começa e a visão a partir desse mesmo palco revela-se surreal.

Concurso de danca, Festival moriones, Marinduque, Filipinas

Morione destaca-se a dançar o êxito “i tak ta mo” durante um concurso de dança de Mogpog.

Numa pista improvisada sobre o pátio da escola, centenas de moriones tresloucados “twistam” lado a lado a coreografia de “i tak ta mo“, a banda sonora de um programa televisivo então idolatrado nas Filipinas.

Um painel de júris observa-os compenetrado, conferencia e elabora misteriosas apreciações.

As exibições duram uma eternidade e deixam os participantes de rastos mas chega-se, por fim, ao veredicto e os vencedores recebem os seus prémios.

Quando os espectadores menos esperam, Longinus surge do nada. É perseguido por uma multidão de centuriões que se esforçam para atrasar a sempre iminente captura.

Segue-se uma decapitação dramática que chegue que, emociona e salpica o público.

Criador mascaras, Festival moriones, Marinduque, Filipinas

Artesão segura uma das muitas máscaras que cria em madeira.

E deixa a cabeça do romano sobre uma poça de tinta cor-de-rosa.

Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Mtskheta, Geórgia

A Cidade Santa da Geórgia

Se Tbilissi é a capital contemporânea, Mtskheta foi a cidade que oficializou o Cristianismo no reino da Ibéria predecessor da Geórgia, e uma das que difundiu a religião pelo Cáucaso. Quem a visita, constata como, decorridos quase dois milénios, é o Cristianismo que lá rege a vida.
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa

A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Mactan, Cebu, Filipinas

O Atoleiro de Magalhães

Tinham decorrido quase 19 meses de navegação pioneira e atribulada em redor do mundo quando o explorador português cometeu o erro da sua vida. Nas Filipinas, o carrasco Datu Lapu Lapu preserva honras de herói. Em Mactan, uma sua estátua bronzeada com visual de super-herói tribal sobrepõe-se ao mangal da tragédia.
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Treasures, Las Vegas, Nevada, Cidade do Pecado e Perdao
Arquitectura & Design
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Parada e Pompa
Cerimónias e Festividades
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Luderitz, Namibia
Cidades
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Buda Vairocana, templo Todai ji, Nara, Japão
Cultura
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Motociclista no desfiladeiro de Sela, Arunachal Pradesh, Índia
Em Viagem
Guwahati a Sela Pass, Índia

Viagem Mundana ao Desfiladeiro Sagrado de Sela

Durante 25 horas, percorremos a NH13, uma das mais elevadas e perigosas estradas indianas. Viajamos da bacia do rio Bramaputra aos Himalaias disputados da província de Arunachal Pradesh. Neste artigo, descrevemos-lhe o trecho até aos 4170 m de altitude do Sela Pass que nos apontou à cidade budista-tibetana de Tawang.
Silhuetas Islâmicas
Étnico

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Pastéis nos ares
História
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Ilha do Pico, a oeste da montanha, Açores, lajes do Pico
Ilhas
Ilha do Pico, Açores

A Ilha a Leste da Montanha do Pico

Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Piton de la Fournaise, Reunião, o caminho do vulcão
Natureza
Piton de la Fournaise, Reunião

O Vulcão Turbulento da Reunião

Com 2632m, o Piton de la Fournaise, o único vulcão eruptivo da Reunião, ocupa quase metade desta ilha que exploramos, montanhas acima, montanhas abaixo. É um dos vulcões mais activos e imprevisíveis do oceano Índico e à face da Terra.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Parques Naturais
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
Mirador de La Peña, El Hierro, Canárias, Espanha
Património Mundial UNESCO
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Dunas da ilha de Bazaruto, Moçambique
Praias
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Madu River: dono de um Fish SPA, com os pés dentro do viveiro de peixes-doutores
Religião
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Sociedade
Tongatapu, Tonga

A Última Monarquia da Polinésia

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Pesca, Caño Negro, Costa Rica
Vida Selvagem
Caño Negro, Costa Rica

Uma Vida à Pesca entre a Vida Selvagem

Uma das zonas húmidas mais importantes da Costa Rica e do Mundo, Caño Negro deslumbra pelo seu ecossistema exuberante. Não só. Remota, isolada por rios, pântanos e estradas sofríveis, os seus habitantes encontraram na pesca um meio embarcado de fortalecerem os laços da sua comunidade.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.