Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval


Casal Gótico
Estátuas destacam-se da arquitectura gótica da igreja de Santa Maria Mayor, o principal templo católico de Valderrobres.
Dourado de Matarraña
Iluminação nocturna faz destacar o dourado dos edíficios principais da praça central de Valderrobres.
Um súbdito do tempo
Visitante percorre uma ala sombria do velho castelo de Valderrobres.
Gran La Fresneda
Casario denso e antigo que preenche a encosta suave em que se instalou La Fresneda.
Rua acima
Idoso esforça-se por subir uma ladeira íngreme de Valderrobres.
À beira rio
Varandas tipicas do casario nas margens do rio Valderrobres.
Fé nas alturas
A Ermida de Santa Bárbara, nas imediações de La Fresneda.
Comércio Abrigado
Vendedor e cliente numa mercearia tradicional de nome M.Manero, em La Morella.
Formas ovinas
Rebanho de ovelhas compacto pasta nas imediações de La Fresneda.
Poder nas alturas
Castelo medieval sobrepõe-se ao casario antigo de La Morella, uma cidade muralhada da comunidade valenciana.
Valderrobrenses vindos de Longe
Dois emigrantes equatorianos moradores de Valderrobres apanham sol sobre a ponte medieval da cidade.
Em Maestrazgo
Rochedos elevados de El Maestrazgo, no interior da província de Aragão.
Pôr-do-sol salgado
Dia termina e tinge de rosa as grandes salinas nas imediações de Alcanar.
Urbanismo da Idade Média
Casario de Valderrobres coroado pelo seu edifício medieval mais imponente, o castelo.
Gran La Fresneda II
Seccção do casario denso e antigo que preenche a encosta suave em que se instalou La Fresneda.
Aragão em fogo
Sol põe-se com grande impacto cromático sobre a superfície rochosa de El Maestrazgo, no sul de Aragão.

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

Marcar o quilómetro zero de uma viagem para uma antiga estação de comboio tem que se lhe diga. O privilégio calhou à La Parada del Compte, nas proximidades de Torre del Compte que, em 1973, depois de quase dois séculos a receber o Tren de La Val de Zafán, foi condecorada com um letreiro “Estación Cerrada a la Circulación” e votada ao abandono.

Tal como por Portugal, em Espanha, essas injustiças ferroviárias já há muito tinham passado à história mas, ao passearem pela comarca de Matarraña, José Maria Naranjo e Pilar Vilés pararam na zona, encantaram-se com a paisagem em redor e agarraram a oportunidade. José Maria era, ele próprio, parte de uma quarta geração de ferroviários. Ao inteirar-se da liquidação praticada pela RENFE e com algum apoio do Governo de Aragão, partiu a todo o vapor para o projecto de transformar a não tarda nada ruína numa estação dos sentidos.

O enquadramento natural ajudou. A nova Parada del Compte hoteleira surge cercada de uma fauna e flora mediterrânica, refrescada pela ribeira del Matarraña que mantém os campos verdes e mata a sede aos rebanhos que os costumam frequentar. As vistas mais longínquas também não ficam atrás. Para sudeste, olivais e pinhais vastos. A sul, a vila de Torre del Compte e os Ports de Beceit-Tortosa, um maciço montanhoso escarpado.

Apesar do conforto físico e espiritual assegurado pelo Parada del Compte, estava na hora de regressar à estrada. A viagem em que nos tínhamos metido era outra, feita no tempo. Em volta, esperava-nos a comarca de Matarraña, um reduto medieval irrigado pelo rio homónimo e seus afluentes em terras de oliveiras e amendoeiras que teimava em resistir à invasão do grande público espanhol.

O motor do carro nem chega a aquecer quando se justifica a primeira paragem. Temos Torre del Compte pela frente e, mesmo sem donzela para salvar, parece-nos impossível fugir ao apelo.

A povoação surge, como que em equilíbrio, no topo de uma encosta com 500 metros de altura. Conserva uma boa parte do seu recinto amuralhado e uma das seis portas de acesso primitivas. Uma destas portas, a de San Roque, dá para a calle com o mesmo nome, uma das mais belas da vila, delimitada por casas solarengas caiadas e com pisos superiores dotados de galerias de arcos.

Percorremo-la de princípio ao fim, passamos um vendedor ambulante de frutas e vegetais, a fachada da igreja e outras menos imponentes.  Depois de arriscar um ou outro desvio, encontramos o miradouro que procurávamos, sobre o vale do rio Matarraña. Apreciamos a paisagem quando nos interpela um local: “Também têm seca por lá?”.

Nestes pueblos, as notícias saltam de varanda em varanda e a informação de que éramos portugueses dada, há meia hora, numa curta conversa à entrada da vila, quase nos ultrapassou a caminho da outra extremidade. “É mais ou menos como cá.” retribuímos. Por agora, nada de especial. Quando nos aproximarmos mais do Verão é que se vai ver.” A resposta pareceu deixar o interlocutor intrigado.

Regressamos ao asfalto com o plano de visitar a capital da comarca, Valderrobres, não sem antes fazer uma escala estratégica em La Fresneda. O troço até lá é curto mas deixa confirmar que, por estes lados, campo e povoações ainda têm os seus próprios espaços. Vamos para onde formos, curva após curva, sucedem-se pomares sem fim e mais olivais e amendoais. À parte, como quem não tem nada a ver com o cenário bucólico e continua apenas a perscrutar o horizonte em busca dos exércitos infiéis, lá estão as fortalezas, as torres das igrejas e seus casarios. 

La Fresneda resultou da convivência das ordens militares del Temple e Calatrava e religiosa de los Mínimos, num território em que, apesar da presença da Santa Inquisição, acabaram por se encaixar, também, muçulmanos e judeus.

Lado a lado com toda a sua beleza, grandiosidade e autenticidade histórica, desse passado de frágil separação entre a luz e as trevas, subsiste ainda uma atmosfera mística. Abriga-se nas várias igrejas e na ermida de Santa Bárbara (isolada num ermo e protegida por ciprestes centenários) e atinge o auge na Casa Consistorial, cujos níveis inferiores escondem o cárcere mais terrífico da comarca. É uma classificação de que só se desdenha até se saber que as suas masmorras são formadas por vários níveis interligados por um alçapão, através do qual os carrascos atiravam os presos, de grande altura, para o mais profundo. Aqui, o famoso “I wasn't expecting the Spanish Inquisition” da trupe Monty Python, ainda faria menos sentido. 

Retornamos à luz e à estrada. Pouco depois, já vislumbramos os contornos elevados dos inevitáveis castelo e igreja locais. Além da capital, Valderrobres é o coração da comarca. A cidade é dividida em dois pelo mesmo Matarraña que nos tem vindo a acompanhar. Numa margem, fica o monumental casco antigo, na outra, o anexo moderno. A uni-las, estende-se uma elegante ponte de pedra que conduz à porta da fortaleza, em que se detecta facilmente uma dupla função.

Por cima do arco, no seu nicho de pedra, está um São Roque peregrino que, de joelho esquerdo descoberto (sinal de saber gnóstico), há séculos dá as boas-vindas a quem vem por bem. Alguns metros acima, surge um mata-cães, estrategicamente colocado para a empresa de desmotivar exércitos inimigos, fossem fiéis ou infiéis. Tudo indica que, nestes tempos de paz e turismo, seja o santo quem mais trabalho tem. Passada a porta, descobre-se a Plaza Mayor e, nela, esplanadas repletas de visitantes e valderrobrenses em pleno festim.

Logo ao lado, fica o Fonda de la Plaza, um restaurante-estalagem típico em que Trini Gil e Sebastian Gea continuam a honrar a tradição secular da fonda (espécie de estalagem medieval) e o título de edifício mais antigo de Valderrobres.  Como qualquer nativo se prontificaria a confirmar, cumprem o seu desígnio na perfeição. “Todos os dias, servimos bandejas sem fim dos melhores manjares da comarca!” O menu deixa bem claro de quais falam: conejo escabechado, espalda rellena ou ternasco asado que, se o cliente concordar, saem acompanhados pelos melhores vinhos da região e são seguidos de sobremesas divinais: almendrats, casquets ou o melocoton al viño.

Para levar ao extremo a cotação deste restaurante genuíno, há que esclarecer que, em Matarraña, as fondas são quase uma instituição. Ao longo do tempo, sempre ocuparam lugares na base das povoações, onde poupavam aos viajantes as subidas íngremes e asseguravam calor, boa comida e companhia.

Deixamos para trás a Plaza Mayor e embrenhamo-nos nas ruelas de Valderrobres que alternamos com escadarias a caminho do topo da encosta. Mais alguns degraus e surge o cume, esmagado pela presença dominante do castelo palácio e da igreja gótica de Santa Maria. Chegamos apenas a tempo de uma visita não guiada, enriquecida por um pôr-do-sol sem cerimónias. Com o fim do dia, o palácio fecha. 

Já de noite, passamos Fuentespalda em direcção a Monroyo. Nove quilómetros depois, cortamos para Ráfales. Como já esperávamos, Ráfales revela-se mais um pueblo no cume de uma colina, com um casco antigo imaculado, em que se destacam a Plaza Mayor, as igrejas e uma Casa Consistorial com mais masmorras. 

Tudo o que é demais enjoa e, como tal, na manhã seguinte, optamos por explorar um pouco dos arredores campestres. Atravessamos a vila com o objectivo de espreitar o limite de El Estrets, um maciço de rocha impressionante, daqueles a que só os alpinistas sabem dar valor. De onde estamos, veem-se os penhascos, mas a distância retira-lhes grandiosidade. Mudamos de planos. Decidimos deixar Matarraña e irmos directo para La Morella, província de Castellon. Sinuoso, este trajecto avança ao longo de densos pinhais e, adiante, tem que vencer os declives do El Maestrazgo, numa área que a altitude vai tornando fria e inóspita.

Depois de uma longa subida, 25 km após Monroyo, dá-se finalmente com o que, no deserto, poderia ser miragem. A mais de 1000 metros acima do nível do mar, como que a coroar uma colina, surge um castelo tosco com vários níveis de muralhas que se adaptam às formas de uma base rochosa. 

Somos obrigados a reconhecer que, assim a cru, a descrição não se afastara o suficiente do que tínhamos vindo a encontrar e cuja repetição nos fez apressar a visita de Ráfales. No entanto, pela sumptuosidade épica do enquadramento, Morella conseguiu activar-nos, de novo, o imaginário medieval.  

Já a pé, à medida que nos aproximamos das muralhas, não resistimos a vislumbrar, nas inúmeras excursões recém-chegadas de autocarro, exércitos mouros. Aceleramos o passo para vermos se ainda conseguíamos apreciar a cidade antes da invasão.

As diferenças saltam à vista. Talvez devido ao domínio mais prolongado dos Muçulmanos (até 1232), o casario é branco e, porque a encosta se espraia suavemente, as ruas e praças são algo mais largas e arejadas. Sente-se também o dedo do turismo. Ao contrário do que se passava em Matarraña, lojas de recuerdos não faltam. Espreitamos os postais. Há um em particular que nos capta a atenção: Morella nevada. Parece duplamente fascinante. Começamos a magicar um regresso invernal. “A zona é alta e gélida grande parte do ano. Apanhá-la com neve não devia ser complicado”. É mais um projecto de retorno para a lista. Este deve entrar lá para quinquagésimo lugar. Mesmo assim, nunca se sabe.

De volta à realidade, constatamos que está outra vez na hora de mudar de ares. A última noite foi programada para a costa. De Morella até lá conduzimos 65 km que interrompemos apenas uma ou duas vezes para fotografar da beira da estrada. Seguimos em direcção a Vinaròs cujo centro evitamos e continuamos rumo a Alcanar. Ao km 1059 de uma tal de ruta N-340, damos com o pequeno letreiro da Finca Tancat de Codorniu. O desvio conduz a um mar de laranjais que encobre a vista para o Mediterrâneo e tudo resto, mas a estrada apertada lá nos deixa no sítio certo. Acabamos por dar entrada numa antiga mansão de veraneio de Alfonso XII, um Borbón que, no século XIX, conquistou o cognome de Pacificador.

A Espanha Medieval tinha-nos deixado de rastos. Seguimos o mote do rei e dedicámo-nos à paz e ao descanso. 

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Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

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Do outro Lado da Ibéria

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Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

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Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
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Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
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Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
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Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
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PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
Tenerife, Canárias

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Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
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Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Safari
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Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
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Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
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Aventura
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Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
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Cerimónias e Festividades
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Vittoriosa, Birgu, Malta, Waterfront, Marina
Cidades
Birgu, Malta

À Conquista da Cidade Vittoriosa

Vittoriosa é a mais antiga das Três Cidades de Malta, quartel-general dos Cavaleiros Hospitalários e, de 1530 a 1571, a sua capital. A resistência que ofereceu aos Otomanos no Grande Cerco de Malta manteve a ilha cristã. Mesmo se, mais tarde, Valletta lhe tomou o protagonismo administrativo e político, a velha Birgu resplandece de glória histórica.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
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Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
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Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
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À Descoberta de Tassie, Parte 4 -  Devonport a Strahan, Austrália

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Se a quase antípoda Tazzie já é um mundo australiano à parte, o que dizer então da sua inóspita região ocidental. Entre Devonport e Strahan, florestas densas, rios esquivos e um litoral rude batido por um oceano Índico quase Antárctico geram enigma e respeito.
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Étnico

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Foram vários milhões ou apenas milhares os escravos a passar por Goreia a caminho das Américas? Seja qual for a verdade, esta pequena ilha senegalesa nunca se libertará do jugo do seu simbolismo.​

Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
História
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

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Visitante, Michaelmas Cay, Grande Barreira de Recife, Australia
Ilhas
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A Milhas do Natal (parte I)

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Inverno Branco
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Um Lobo Pouco Solitário

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África Favorita de Hemingway

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Natureza
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Com entre 300 e 400km2, situado a 44 metros abaixo do nível do mar, o Enriquillo é o lago supremo das Antilhas. Mesmo hipersalino e abafado por temperaturas atrozes, não pára de aumentar. Os cientistas têm dificuldade em explicar porquê.
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Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
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Cahuita, Costa Rica, Caribe, praia
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Um Regresso Adulto a Cahuita

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Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
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O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
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Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
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Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.