Ilhéu de Cima, Porto Santo, Portugal

A Primeira Luz de Quem Navega de Cima


Cargueiro à Vista
De volta ao Sopé
Grupo do tour desce a escadaria de volta à base do Ilhéu de Cima.
Transparência
Dragoeiro “Juvenil”
Dragoeiro recém-plantado pelas autoridades com o fim de recuperar a vegetação que em tempos proliferava no Ilhéu do Farol.
O Farol
A fachada frontal do farol do Ilhéu de Cima, entre duas alas habitacionais.
Lancha a caminho
Lancha aproxima-se do ponto de ancoragem no sopé do Ilhéu do Farol.
Um Santo Porto e Abrigo
Veleiros ancorados na marina de Porto Santo, a oeste da Ponta do Passo.
Os Murais da Marina
Atleta corre ao longo do muro que isola a marina do Porto Santo.
De Frente para a Ponta do Passo
A vista da ponta noroeste do Ilhéu do Farol para a Ponta do Passo de Porto Santo.
À Vela
Navegador em pleno momento de diversão, ao largo do Ilhéu do Farol.
Breve Snorkeling
Tempo de banhos e snorkeling ao largo do Ilhéu do Farol.
Integra o grupo dos seis ilhéus em redor da Ilha de Porto Santo mas está longe de ser apenas mais um. Mesmo sendo o ponto limiar oriental do arquipélago da Madeira, é o ilhéu mais próximo dos portosantenses. À noite, também faz do fanal que confirma às embarcações vindas da Europa o bom rumo.

Chegamos a Domingo. Porto Santo prenda-nos com um dos poucos amanheceres solarengos.

Sobre as 9h30, como combinado, estamos à porta do hotel prontos para seguirmos. Os miúdos da família que dali nos acompanhariam, aparecem sonolentos e de chinelos de praia.

O guia da Mar Dourado avisa-os de que, calçados daquela maneira, a caminhada os ia fazer sofrer. Nem assim consegue vencer, primeiro a indecisão, depois, a inércia juvenil de grupo.

Victor encolhe os ombros. Valida a partida. Atravessamos toda a Vila Baleira ao ritmo domingueiro a que a povoação se entregava. Não tarda, a estrada ladeada de casas e negócios dá lugar a uma outra, desafogada, baptizada de Estudante Jorge de Freitas e paralela ao areal dourado do sul da ilha dourada.

Chegados ao sopé da Portela, entramos na marina. Encontramo-la disputada por atletas estimulados pela pista de asfalto entre os rochedos do molhe e o muro repleto de pinturas murais náuticas acima.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Marina de Porto Santo

Atleta corre ao longo do muro que isola a marina do Porto Santo.

Victor reúne os passageiros.

Passa-lhes a informação relativa à navegação e ao destino. Instantes depois, zarparmos para o Atlântico manso a sul do cais.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Marina de Porto Santo

Veleiros ancorados na marina de Porto Santo, a oeste da Ponta do Passo.

A Navegação Suave Rumo ao Ilhéu do Farol

O semi-rígido progride na direcção da Ponta do Passo. Da iminência desta península, com vista para a praia aconchegada na sua base, apontamos à extremidade norte do Ilhéu de Cima, uma espécie de cenário invertido a que a geologia e a erosão soltaram amarras.

Não obstante a separação, o Ilhéu de Cima continua por ali. É o mais íntimo da constelação de quase-ilhas vulcânicas e áridas que cercam o Porto Santo. Dista meros 380 metros do limiar sudeste da ilha principal.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, À Vela

Navegador em pleno momento de diversão, ao largo do Ilhéu do Farol.

O semi-rigído progride tão próximo das suas escarpas ocidentais que, malgrado a sombra, conseguimos apreciar vários tubos de lava que parecem ter sido injectados a posteriori na rocha.

Conseguimos também identificar a formação vulcânica excêntrica que Victor nos aponta, baptizada como Pedra do Sol, por razões que a sua configuração torna bem óbvias.

Estima-se que há cerca de 18 milhões de anos, fluxos de lava velozes e de temperaturas elevadas entraram em contacto com o mar bem mais frio. A lava solidificou em pouco tempo. Assumiu uma estrutura raiada, radial, que evoca o visual do grande astro e que forma um dos principais geossítios do Ilhéu de Cima.

Decorridos mais uns minutos, amaramos no pequeno ancoradouro imposto à costa e a salvo do mar do Norte.

A Longa Rampa e Escadaria para o topo do Ilhéu de Cima

Victor alerta os participantes que, em termos de esforço, tinha chegado o momento da verdade. Como quem não quer a coisa, olha de soslaio para a miudagem e para os seus pés achinelados. “Vamos lá então. São 713 degraus até lá acima. Paramos de quantos em quantos que as vistas cá para baixo são boas.”

Boas… era como quem dizia. Detemo-nos num dos “descansos dos burros”. A escadaria contava com alguns mais, determinados pelos pontos em que os jumentos que antes carregavam os víveres, mercadorias, fosse o que fosse, até ao cimo do farol, eram amarrados de maneira a evitar acidentes.

Desse patamar murado, o mar exibia um incrível esplendor cromático: no imediato, uma faixa esmeralda translúcida que deixava perceber as rochas submersas ao pormenor. Dessa faixa em diante, uma vastidão de água-turquesa a que só o sul de Porto Santo impunha fim.

Ilhéu do Farol, Porto Santo, Ilhéu de Cima, Porto Santo, Lancha a caminho

Lancha aproxima-se do ponto de ancoragem no sopé do Ilhéu do Farol.

Faltavam umas centenas de degraus para o cimo do ilhéu. Dali para cima, a transparência e a aparência do mar só se aperfeiçoaram.

O cenário suscita-nos anseios súbitos de mergulhos, banhos e natações. Com a ascensão, se calhar, nem a meio, arrumamo-los no subconsciente e retomamos a conquista do farol.

A escadaria chega a um recanto. Dobra para trás. Mais umas boas dezenas de degraus e lança-nos sobre a terra estável do topo do ilhéu.

Pré-informado de que participávamos com uma missão à parte, Victor dá-nos a soltura necessária para nos adiantarmos e chegarmos à ponta noroeste do ilhéu com tempo de fotografarmos o seu confronto grandioso com a do Passo.

Incursão à Ponta Noroeste

Quase corremos. Evitamos um ataque de gaivotas furiosas pelo trespasse do seu território onde, por certo, teriam ninho.

Assim mesmo, atrapalhados pelo vento cimeiro e pela ameaça asada, progredimos sobre a crista apertada, ao mesmo tempo que admirávamos o panorama sombrio e vertiginoso à direita.

Por fim, a crista abre para um trecho um pouco mais amplo e espalmado. Tiramos as mochilas das costas, estabilizamos a respiração ofegante.

Logo, desatamos a fotografar. Sobretudo o Pico Branco, a sua Terra Chã e outros picos que se erguiam acima da Ponta do Passo, destacados do maciço dourado do Porto Santo, apenas separados da ponta que nos sustinha por um estreito de mar raso, esverdeado.

Ilhéu do Farol, Porto Santo, Ilhéu de Cima, Porto Santo, de Frente para a Ponta do Passo.

A vista da ponta noroeste do Ilhéu do Farol para a Ponta do Passo de Porto Santo.

Já estávamos atrasados. Retrocedemos com o mesmo cuidado. Vemos a fila liderada por Victor ao longe. Victor, detecta-nos e reclama-nos.

Quando nos reunimos, o grupo faz-se a uma ladeira que cruza a secção mais larga do ilhéu e sobe para o topo das arribas que encerram o seu leste, abrigo das cenouras-da-rocha endémicas da Macaronésia.

O trilho surge demarcado pela ausência da vegetação baixa e ressequida predominante em redor, salpicada apenas por umas poucas árvores de folhas afiadas que, tudo indicava, seriam juvenis. Intrigados, perguntamos a Victor de que se tratavam.

Os Dragoeiros que, em tempos, Abundavam em Porto Santo

O guia esclarece-nos. “São dragoeiros. Agora, pode-vos parecer impossível mas este Ilhéu de Cima e Porto Santo em geral já estiveram repletos de grandes dragoeiros.

No Ilhéu de Cima, em particular, foram tantos que chegou a ser chamado de Ilhéu dos Dragoeiros.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Porto Santo, dragoeiro

Dragoeiro recém-plantado pelas autoridades com o fim de recuperar a vegetação que em tempos proliferava no Ilhéu do Farol.

As árvores e o sentido do nome desapareceram porque, com a colonização, veio a procura de madeira e a extracção do sangue-de-drago, alastradas a quase toda a Macaronésia.

O cronista açoriano Gaspar Frutuoso (1522, Ponta Delgada; 1591, Ribeira Grande, Madeira) narrou, nas suas crónicas que, com os troncos dos dragoeiros milenares, os colonos do Porto Santo construíram barcos capazes de levar seis ou sete homens à pesca.

Com os séculos, o Porto Santo e os seus ilhéus perderam-nos a todos mas os dragos mantêm lugar definitivo nas armas do município da cidade que, na prática, abrange toda a ilha.

As autoridades ambicionam recuperá-los. Tratando-se de árvores de crescimento lento, têm muito que plantar. E ainda mais que esperar.

O Farol por que Também é Conhecido o Ilhéu

O farol, esse, não tardou.

Uns passos adicionais, já a 120 metros de altitude, esbarramos com a sua frente, virada a oeste, Compõem-na duas alas habitacionais gémeas, com uma torre de quinze metros no meio, por sua vez, coroada por uma campânula vermelha.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Porto Santo, o Farol

A fachada frontal do farol do Ilhéu de Cima, entre duas alas habitacionais.

Victor e os colegas instalam-se junto às mesas de descanso e refeições que equipam a estrutura. Lá se dedicam a preparar os comes e bebes que a comitiva fizera por merecer.

Aproveitamos para investigar o entorno do farol. Não vamos longe.

Quando lhe damos a volta, confirmamos que havia sido inaugurado, em Maio de 1901, quase sobre os penhascos leste do ilhéu, num ponto elevado que facilitava o avistamento da sua luz rotativa pelas embarcações nas rotas de entrada e saída da Europa.

O Farol do Ilhéu de Cima continua a ser, há que sublinhá-lo, o primeiro a guiar os barcos provenientes do norte, fosse dos litorais atlânticos europeus, fosse do Mar Mediterrânico.

Até 1956, a sua luz foi alimentada a petróleo. Desse ano em diante, o farol funcionou com uma lâmpada de 3000 watts, remodelada, em 1982, quando passou a ter um alcance de quase 40km e tornou desnecessária a intervenção de faroleiros.

Por improvável que possa parecer, decorrida uma década, o farol foi desligado sem aviso.

O Desembarque Atribulado de Migrantes Marroquinos que Desligaram o Farol

Estamos já sentados numa das mesas da petiscada quando  Victor nos conta o sucedido: “olhem, desactivaram-no quatro marroquinos que aqui chegaram em desespero.

Tinham embarcado num navio panamiano, em Casablanca, de forma clandestina.

Entretanto, a tripulação descobriu-os e o comandante tomou a medida mais radical. Largou-os no mar aqui próximo. A muito esforço, conseguiram chegar cá acima mas não havia aqui ninguém, nem sequer água.

Por isso, decidiram desligar o farol de maneira a que os viessem socorrer.

A Dentista Beirã Lurdes e o Mergulho no Atlântico Delicioso ao Largo

Victor entrega-se a deveres de anfitrião noutras mesas. Na continuação da conversa, conhecemos melhor uma parceira da nossa.

Chamava-se Lurdes. Era de Viseu, onde trabalhava como dentista. Fazia cinco anos que migrara da Beira Alta para o Porto Santo, com a filha que, nessa altura, já ia com onze anos e tinha trocado o sotaque beirão pelo profeta.

Lurdes delicia-nos com particularidades das suas consultas, em que os pacientes lhe ofereciam de tudo um pouco, como sempre foi hábito dos beirões e da gente do interior de Portugal.

Finda-se o repasto. Invertemos o caminho para onde o semi-rígido nos aguardava, a essa altura, já com os adolescentes dos chinelos a rogarem pragas à sua teimosia comunal.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Porto Santo

Grupo do tour desce a escadaria de volta à base do Ilhéu de Cima.

Informado de que teria tempo para se refrescar, o grupo atinge o fundo da escadaria num ápice. Já sobre a laje vulcânica que fazia de doca, mergulhamos no Atlântico amornado ao largo.

Rejubilamos com o banho inaugural em Porto Santo. Ditou a azáfama exploradora e fotográfica que tivesse sido o único.

Ilhéu do Farol, Ilhéu de Cima, Snorkeling

Tempo de banhos e snorkeling ao largo do Ilhéu do Farol.

Reserve o Tour ao Ilhéu de Cima com a Mar Dourado:

+351 96 397 07 89

[email protected]

Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Arquitectura & Design
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Cerimónias e Festividades
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
panorâmica, Saint Pierre, Martinica, antilhas francesas
Cidades
Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Capacete capilar
Cultura
Viti Levu, Fiji

Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Chiang Khong a Luang prabang, Laos, Pelo Mekong Abaixo
Em Viagem
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Mme Moline popinée
Étnico
Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Torres da catedral de Puelba iluminada durante o ocaso
História
Puebla, México

Uma Cidade Atulhada de Fé, no Sopé do Vulcão

Foi tal o ímpeto proselitista católico na fundação de Puebla de Los Angeles, no século XVI, que determinados cronistas já lá relatavam uma igreja para cada dia do ano. Puebla conta com quase duzentas e noventa. Num domínio ex-colonial barroco e majestoso desafiador de Popocatépetl (5426m), a “montanha fumarenta” do México.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Ilhas
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas Faroé
Natureza
Vágar, Ilhas Faroé

O Lago que Paira sobre o Atlântico Norte

Por um capricho geológico, Sorvagsvatn é muito mais que o maior lago das ilhas Faroé. Falésias com entre trinta a cento e quarenta metros limitam o extremo sul do seu leito. De determinadas perspectivas, dá a ideia de estar suspenso sobre o oceano.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Vaca cachena em Valdreu, Terras de Bouro, Portugal
Parques Naturais
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Caminhada Solitária, Deserto do Namibe, Sossusvlei, Namibia, acácia na base de duna
Património Mundial UNESCO
Sossusvlei, Namíbia

O Namibe Sem Saída de Sossusvlei

Quando flui, o rio efémero Tsauchab serpenteia 150km, desde as montanhas de Naukluft. Chegado a Sossusvlei, perde-se num mar de montanhas de areia que disputam o céu. Os nativos e os colonos chamaram-lhe pântano sem retorno. Quem descobre estas paragens inverosímeis da Namíbia, pensa sempre em voltar.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Praias
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Via Conflituosa
Religião
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Sociedade
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Homens dragam areia do leito do rio Sangha para pirogas plataforma.
Vida Selvagem
Expedição Ducret 1º:  OuéssoPN Lobéké, Rep. Congo; Camarões

A Subida Inaugural do rio Sangha

Durante uma hora, sobrevoamos a vastidão tropical imensa que separa a capital Brazzaville da pequena cidade ribeirinha de Ouésso. Das suas margens, ascendemos o rio Sangha até ao parque nacional camaronês de Lobéké, num cenário ainda com muito de “Coração das Trevas”.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.