Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais


De partida
Habitantes de Malekula e outras ilhas em redor deixam Wala com o cruzeiro em fundo.
Um meio-amuo
Criança observa um grupo de mulheres nativas enquanto posam para a fotografia.
Arte balnear
Mulher presente na feira de Wala giza desenhos geométricos no areal da ilha.
Floresta melanésia
Selva encharcada de Malekula, uma das ilhas do grande arquipélago de Vanuatu.
Uma certa curiosidade
Crianças agrupadas sobre um abrigo enquanto uma chuva leve cai sobre a praia.
Um embarque ordeiro
Vendedores e outros participantes na feira preparam-se para navegar de Wala, arquipélago de Vanuatu.
Ursinho de Vanuatu
Mulher segura criança com traje felpudo de ursinho.
Ilhas da chuva
Névoa paira sobre pequenos ilhéus em redor de Malekula, Vanuatu.
Num caminho ensopado
Mulheres nativas numa clareira lamacenta nas imediações da feira.
Tempo de câmbio
Nativos fazem fila para trocar os dólares deixados pelos visitantes australianos, neozelandeses e outros por vatus, a moeda de Vanuatu.
Gerações de amarelo
Pai e filho alourado junto à beira-mar de Wala, Vanuatu.
Depois do fecho
Nativas com os seus grandes sacos com produtos que levam para o mercadinho de Wala, Vanuatu.
Bar Ser Ser
A banca do mercado encarregue de dar a provar a kava (a bebida tradicional das nações da Melanésia e de Vanuatu) aos passageiros dos ferries.
Chefes ni Vanuatu
Chefes Tribais de Malekula-Wala
Guerreiros ni Vanuatu
Dois jovens guerreiros exibem os trajes bélicos ni vanuatu.
Em grande parte de Vanuatu, os dias de “bons selvagens” da população ficaram para trás. Em tempos incompreendido e negligenciado, o dinheiro ganhou valor. E quando os grandes navios com turistas chegam ao largo de Malekuka, os nativos concentram-se em Wala e em facturar.

Por esses dias, andávamos a explorar a ilha de Malekula e o seu ex-canibalismo.

O guia que nos orientava na ilha vem com uma conversa de que devíamos visitar a sua Wala, que ficava a apenas 15 minutos de barco de Rose Bay, a povoação em que estávamos baseados. “Este fim-de-semana, é lá que tudo acontece!” alerta-nos. Mesmo sem percebermos nem como nem porquê, quem éramos nós para duvidar.

George concede-nos pouco mais que uma dezena de minutos: “Rapazes, sei que as pernas ainda vos devem arder mas o mercado já lá está há um bom tempo. Não tarda, começam a arrumar tudo”.

Deixamos a pousada e voltamos à marcha. Seguimos o guia por caminhos da orla da selva e vilarejos. Cruzamos campos improvisados de petanca em que alguns adolescentes acompanham o rolar criterioso das suas esferas.

Por fim, alcançamos um pequeno ancoradouro em que o barqueiro que assegurava as viagens entre Malekula e Wala aguardava por mais passageiros.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala, Mercadorias

Nativas com os seus grandes sacos com produtos que levam para o mercadinho de Wala, Vanuatu.

Wala. Uma Amostra de Ilha que Conquistou os Cruzeiros

Wala não passa de uma amostra de ilha. Por uma qualquer coincidência do destino, calhou que se visse na rota dos grandes cruzeiros que partem das maiores urbes australianas e neozelandesas rumo a leste.

Os roteiros destas autênticas cidades flutuantes levam os passageiros a desembarcar em Port Vila, a capital de Vanuatu, em Apia e Pago Pago, capitais das duas Samoas, ainda em lugares de Tonga, de Fiji e de outros arquipélagos-nação do Pacífico do Sul.

Em Vanuatu, os passageiros também são levados a desembarcar numa tal de Champagne Bay, na ilha de Espiritu Santo.

Trata-se de uma das praias realmente divinais do país. Várias empresas de turismo ofereceram já milhões ao seu proprietário secular para lá erguer infraestruturas de acolhimento aos seus clientes.

Por sorte, os ni-vanuatu com mais idade continuam a respeitar o amor supremo pela posse geracional de terras. As ofertas são rechaçadas uma atrás das outras.

Algo semelhante mas, à sua maneira, também distinto, se passa com Wala. Na Champagne Bay, o proprietário ou familiares permanecem à entrada de quem chega por terra e cobram os seus próprios ingressos.

O mesmo acontece quando as lanchas e bateis dos cruzeiros desembarcam centenas de passageiros ansiosos por se evadir de bordo e se banharem nas águas ali irresistíveis do Pacífico.

Já os habitantes de Wala e da ilha-mãe Malekula, continuam a queixar-se de que nunca viram qualquer benefício das taxas pagas pelas empresas ao governo de Vanuatu para poderem atracar ao largo da ilha.

São frequentes as reportagens de publicações australianas que abordam o tema e questionam porque os políticos da nação vivem no luxo quando as populações dos lugares visados não chegam a ter ideia de como se somem os proveitos originados com as visitas dos cruzeiros.

Um Deslumbre Étnico-Cultural

Enquanto aguardam pela resposta fazem o que podem para lucrar do contacto directo com os passageiros. Estes, por sua vez, veem-nos como autênticos fenómenos antropológicos, espécimes humanos, como pensavam já não existirem.

Uns poucos ni-vanuatu de Wala já estão na própria ilha, só têm que instalar as suas bancas ou afins. Outros, vêm de aldeias tribais dos confins luxuriantes e ensopados de Malekula.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala, Ilhas da chuva

Névoa paira sobre pequenos ilhéus em redor de Malekula, Vanuatu.

Chegam, aos poucos, às imediações de Walarano, uma comunidade tradicional da costa nordeste de Malekula próxima de Wala.

Por ali, tal como George nos instruiu a fazermos, entram a bordo de pequenos barcos que cumprem permanente vaivéns entre ambas as ilhas. Aliás, quando cumprimos a travessia para o destino final, temos a companhia de vários deles que nos observam intrigados por seguirmos aquela rota, por norma, não usada pelos estrangeiros.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala, Gerações de amarelo

Pai e filho alourado junto à beira-mar de Wala, Vanuatu.

O barqueiro dá sinal de partida bem antes de a lotação lotar. Assim que a embarcação contorna uma reentrância da ilha, abre-se a vista para um braço de mar de que se destaca um gigantesco navio-cruzeiro.

Inesperada no panorama civilizacional de Vanuatu, a visão afecta-nos como uma miragem em que somos forçados a acreditar.

“Agora, vêm cá quase todas as semanas!” adianta George satisfeito. “o pessoal de Malekula organiza-se para os receber … “ completa com recurso ao popular gesto do dinheiro. “Estão a compreender-me não estão?”

Pouco tempo depois de o confirmarmos, desembarcamos. A tarde mantém-se cinzenta e húmida. De quando em quando, cai uma chuva miudinha quente que volta a molhar a areia coralífera e satura a floresta tropical.

Périplo pela Feira de Beira-Mar de Wala

“Venham aqui primeiro! “convoca-nos George e desvia-nos do areal para caminhos internos mais que molhados, enlameados. “Eles aqui fazem exibições de danças tradicionais para os forasteiros apreciarem. Se nos despacharmos, consigo que vos mostrem algumas.” Andamos umas centenas de metros.

Chegamos a uma longa avenida aberta na selva, desafogada mas que, mesmo assim, os ramos mais altos das árvores limítrofes se apressaram a cobrir. Lá encontramos um grupo de nativos pouco trajados a rigor para os pequenos espectáculos ao ar livre de que nos falara o guia.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala, mulheres trajes kastom

Criança observa um grupo de mulheres nativas enquanto posam para a fotografia.

Mulheres cobertas de enormes colares de missangas e outros adornos vegetais seguram grandes folhas de plantas e ramalhetes de outras mais diminutas. George apresenta-nos da forma cerimoniosa que a cultura kastom ni-vanuatu requer.

Uma Exibição Balnear da Cultura Kastom

Apesar de já algo desconfortáveis devido à temperatura algo mais baixa que se fazia sentir, as mulheres concordam em nos conceder uma derradeira dança. Dispõem-se a condizer e, ao sinal de uma com mais idade, levam a cabo uma graciosa coreografia ondulante que simbolizava a importância das suas aptidões na tribo.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala, Mulheres

Mulheres nativas numa clareira lamacenta nas imediações da feira.

Alguns metros ao lado, George volta a anunciar a nossa presença, desta feita, a um clã de jovens guerreiros armados com pagaias de madeira pintadas com motivos da tribo a que pertencem. Também eles se entregam às posições tantas vezes ensaiadas.

De pé, simulam que remam a bordo de uma canoa e movimentam as pagaias de acordo, gestos que acompanham com cânticos guerreiros.

Big Nambas vs Small Nambas

Um casal de idosos aparece do nada. George recebe-os com especial reverência. “São chefes Big Nambas (tribos em que os homens usam coberturas vegetais do pénis maiores, por contraponto aos Small Nambas) já há muito tempo.

Vanuatu, Cruzeiro em Malekula, Chefes

Chefes Tribais de Malekula-Wala

São eles que concedem a permissão final para tudo isto.” Cumprimentamos suas excelências que quase não falam inglês. George resume-lhes a missão que cumpríamos e o que nos diferenciava dos visitantes do cruzeiro. Volta a saudá-los e anuncia-lhes que vamos espreitar a feira.

Os chefes sorriem em aparente aprovação pelo que voltamos ao areal numa confortável harmonia diplomática.

O cruzeiro resiste, fundeado à saída para o grande Pacífico. Com o tempo para ali permanecerem contado, alguns dos seus passageiros em terra fotografam nativos com visível ansiedade.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala, Ursinho de Vanuatu

Mulher segura criança com traje felpudo de ursinho.

Ziguezagueamos entre eles e as bancas dos nativos. Encontramos um pouco de tudo naquela estranha feira balnear: artesanato, cerveja nacional e churrascos, fruta tropical pronta a comer e a já esperada kava, a bebida tradicional da Melanésia.

George lembra-se de oficializar as nossas boas-vindas a Wala.

O Ritual de Boas-Vindas Incontornável de Vanuatu: a Kava

Conduz-nos ao botequim residente da bebida, identificado como por todo o arquipélago por uma placa de SerSer. O barman de serviço aparece de óculos muito escuros, ou já inebriado pelo seu próprio produto ou por mera opção estética.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala, Bar Ser Ser

A banca do mercado encarregue de dar a provar a kava (a bebida tradicional das nações da Melanésia e de Vanuatu) aos passageiros dos ferries.

Fosse como fosse, serve-nos a kava a nós e a George, em metades de pequenos cocos. George abrevia os procedimentos de bem-vinda de estrangeiros, habituais em Vanuatu, como em Fiji e noutras partes da Melanésia.

Deitamos a bebida abaixo e arrepiamo-nos com a amargura das suas raízes esmagadas.

Seria só a primeira de outras más caras que nos viria a provocar durante o longo périplo por aquelas paragens.

Nos últimos tempos, a oferta mais lucrativa da feira parecia ser a cultural. As suas distintas modalidades estavam um pouco por toda a parte. Uma mulher cercada de curiosos, rabiscava grafismos geométricos na areia, a grande velocidade.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala, Arte balnear

Mulher presente na feira de Wala giza desenhos geométricos no areal da ilha.

Outra, levava a cabo previsões místicas do futuro.

Outra ainda exibia um morcego da fruta dependurado num ramo apenas com uma pata, cuidadosamente agasalhado – outra pata incluída – dentro das asas membranosas enquanto captava no seu pequeno radar cerebral, a acção em redor.

Várias outras atracções se sucediam, numa abundância tal que mantinha os passageiros do cruzeiro fascinados e deleitados. Libertavam-se, assim, da monotonia da navegação.

Em simultâneo, alimentavam a frágil economia local.

O Banco-Palhota Instalado para Converter Moeda Estrangeira em Vatus

Quando terminavam de vender os seus produtos e serviços, os comerciantes de Malekula e Wala – que aceitavam tanto dólares australianos, neozelandeses e americanos como Euros – convertiam, de imediato, os proveitos do dia.

Faziam-no ao ritmo a que avançava uma fila alinhada em frente da agência local do “National Bank, Vanuatu’s Own Bank” assim versava placa amarela que o assinalava. Em mais de quatro décadas de vida, nunca tínhamos visto uma fila nem tão comprimida nem tão garrida.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala, National Bank

Nativos fazem fila para trocar os dólares deixados pelos visitantes australianos, neozelandeses e outros por vatus, a moeda de Vanuatu.

Mesmo se desnecessário, o aperto não parecia importunar os clientes que aguardavam colados, coladinhos aos vizinhos da frente. As mulheres, em particular, faziam-no dentro de vestidos de cores e padrões do mais vivo que se possa imaginar.

O alvo da sua espera, era a palhota bancária que lhes permitia trocar o numerário estrangeiro, por vatus, a bem mais familiar moeda oficial de Vanuatu.

Com o culminar do entardecer, a influência meteorológica do sol por detrás das nuvens enfraqueceu e a chuva voltou a apoderar-se de todo aquele cenário.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala

Habitantes de Malekula e outras ilhas em redor deixam Wala com o cruzeiro em fundo.

Quando regressámos a Rose Bay, ainda vimos muitos dos participantes a cumprirem travessias para mais longe, acumulados em pequenas embarcações à pinha.

Os visitantes de Wala sumiram-se no interior do cruzeiro. O cruzeiro não tardou a sumir-se no horizonte longínquo do Pacífico do Sul.

Viti Levu, Fiji

Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Espiritu Santo, Vanuatu

Os Blue Holes Misteriosos de Espiritu Santo

A humanidade rejubilou, há pouco tempo, com a primeira fotografia de um buraco negro. Em jeito de resposta, decidimos celebrar o que de melhor temos cá na Terra. Este artigo é dedicado aos blue holes de uma das ilhas abençoadas de Vanuatu.
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Efate, Vanuatu

A Ilha que Sobreviveu a "Survivor"

Grande parte de Vanuatu vive num abençoado estado pós-selvagem. Talvez por isso, reality shows em que competem aspirantes a Robinson Crusoes instalaram-se uns atrás dos outros na sua ilha mais acessível e notória. Já algo atordoada pelo fenómeno do turismo convencional, Efate também teve que lhes resistir.
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Cerimónias e Festividades
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Cidades
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Cabine Saphire, Purikura, Tóquio, Japão
Cultura
Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa

No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Cenário marciano do Deserto Branco, Egipto
Em Viagem
Deserto Branco, Egipto

O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
Manhã cedo no Lago
Étnico

Nantou, Taiwan

No Âmago da Outra China

Nantou é a única província de Taiwan isolada do oceano Pacífico. Quem hoje descobre o coração montanhoso desta região tende a concordar com os navegadores portugueses que baptizaram Taiwan de Formosa.

Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
História
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
El Nido, Palawan a Ultima Fronteira Filipina
Ilhas
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Inverno Branco
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Lago Tinquilco no PN Huerquehue, Pucón, La Araucania, Chile
Natureza
Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Passadiço principal da Mumbo Island, Lago Malawi
Parques Naturais
Mumbo Island, Malawi

Um Lago Malawi Só para Nós

Dista meros 10km ou 40 minutos num barco tradicional do litoral sempre concorrido de Cape MacLear. Com apenas 1km de diâmetro, a ilha Mumbo proporciona-nos um retiro ecológico memorável no imenso Lago Malawi.
Catedral de Santa Ana, Vegueta, Las Palmas, Gran Canária
Património Mundial UNESCO
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Tambores e tatoos
Praias
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Santo Sepulcro, Jerusalém, igrejas cristãs, sacerdote com insensário
Religião
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
imperador akihito acena, imperador sem imperio, toquio, japao
Sociedade
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Vida Selvagem
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.