Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens


Ninho da Manta
Caminhante admira o cenário por diante a partir da varanda do miradouro do Ninho da Manta.
Glorioso novo dia
Admiradores da aurora contra o alaranjado de mais um nascer do dia.
O Orgulho-da-Madeira
Massarocos ou orgulhos-da-madeira destacam-se da restante vegetação das alturas da Madeira.
Luz ao Fundo
Caminhante prestes a deixar um dos vários túneis que possibilitam o trilho entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.
Radar Escondido
Radar da força aérea semi-abrigado atrás de rochedos do Pico do Arieiro.
Nas nuvens
Pausa para recuperar o fôlego acima do mar de nuvens que banha o norte da Madeira.
Caminho Vegetal
Duo sobe um trilho envolto de um sortido de vegetação madeirense.
O trilho roubado aos penhascos
Caminhante percorre um trecho escavado na rocha do trilho entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo
Pequeno Túnel
Um dos vários túneis que perfuram a montanha entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.
Tentáculos vegetais
Árvore ressequida estende-se em direcção à humidade que paira contra a costa norte.
Glorioso novo dia II
Caminhantes acompanham o nascer do dia sobre o Pico do Areeiro.
Trilho Emoldurado
Um túnel amplo arredonda o cenário abaixo do miradouro do Ninho da Manta.
Cor e sombra
Cristas das montanhas entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.
O cimo do Pico Ruivo
Trilho serpenteia pelo tecto avermelhado do Pico Ruivo, o tecto da ilha da Madeira.
Direcções
Placas indicam as direcções opostas do Pico do Arieiro e do Pico Ruivo.
Passagem pelo escuro
Silhueta de caminhante num dos túneis com o Pico das Torres em fundo.
A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.

São seis da manhã. Hugo Rodrigues faz o jipe galgar uma longa sucessão de ladeiras vertiginosas que ligam a via rápida do Funchal VR1.

Primeiro a Poiso, o lugarejo e abrigo aninhado a 1400 metros, na floresta da vertente sul da ilha, povoação com passagem obrigatória a quem queira chegar ao Pico do Arieiro por estrada.

Já acima da floresta, com o alvor a insinuar-se ao breu, serpenteamos pelas terras altas do Maciço Central. Surpreendemos vacas deliciadas com o pasto húmido, algumas, num misterioso entendimento com a gravidade.

A claridade aumenta a olhos vistos. O Pico do Arieiro não tarda. Atingimo-lo a tempo de estacionar, de contornar um seu recorte e de conseguirmos, enfim, uma visão desobstruída para oriente. E que visão! Devemos exclamá-la com o máximo de admiração possível.

Uma Exuberante Aurora Celestial

Para leste, um atapetado celestial de nuvens estendia-se até se fundir com a infinitude desnublada que assentava no horizonte.

Como ansiado por uma multidão dispersa de adoradores dos eventos solenes do sistema solar, o grande astro emerge, por fim, do mar de nuvens.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Admiradores da aurora contra o alaranjado de mais um nascer do dia.

Primeiro, num espreitar subreptício, a coberto de uma faixa de tons quentes, uma espécie de friso atmosférico. Logo, numa saudação tímida. Por fim, todo o seu rosto arredondado e incandescente, a afirmar-se como se o dia não tivesse outra escolha que não acolhê-lo.

O sol ascende. Continua a tingir o manto nebuloso que o ocultava. Quando a sua bola resplandecente se destaca no azulão, doura a nebulosidade por completo. Suscita exultações e celebrações da vida entre os terráqueos conscientes da benesse astronómica incrível associada a toda e qualquer alvorada.

Passa-nos pela mente o desejo de avançar, de passar para cima das nuvens e de o tentar alcançar. Apressado numa rápida e aparente intersecção da Terra, o astro eleva-se e distancia-se do horizonte rumo ao seu zénite.

Viramo-nos para Ocidente. O raiar dourava os recortes caprichosos das montanhas que fazem de tecto da Madeira.

Espectadores do alvor em retirada, andavam na direcção do grande radar da Força Aérea, essa, uma esfera alva e sem vida, útil desde 2013 mas na sombra do estrelato e protagonismo solar desde que se viu inaugurada.

Radar da Força Aérea, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Radar da força aérea semi-abrigado atrás de rochedos do Pico do Arieiro.

Sol a Subir, Hora de Deixar o Pico do Arieiro

Observamo-la por instantes, semi-oculta, como estava, detrás de uma pequena cordilheira com cimo dentado. Até que os tons quentes do Maciço Central para norte da Madeira nos reclamam a atenção e a travessia dos seus domínios.

Já na companhia de Gonçalo Vieira, um guia funchalense, fazemo-nos ao trilho-escadaria que descia por uma aresta delgada da vertente, tão estreita que contava com a segurança reforçada de vedações laterais, providenciais em dias de tempestade ou tão só ventania, em que sem o seu apoio, os caminhantes ficariam à mercê da meteorologia.

Prosseguimos. Por pouco tempo. Detém-nos o vislumbre de um casario disperso em vales longínquos da serrania, tudo parecia indicar inacessível. Conscientes da realidade improvável duma povoação chamada Curral das Freiras e da sua proliferação nas profundezas remotas da Madeira, perguntamos a Gonçalo se não seria, por acaso, algumas das suas casas.

Gonçalo confirma-o, com uma ressalva: “…mas não fazem parte do núcleo central. Devem estar na extensão norte da povoação.” Esclarecidos, seguimos-lhe os passos firmes, conhecedores daqueles degraus de montanha-russa que nos exigiam uma inesperada concentração.

Um Desvio Recompensador ao Miradouro do Ninho da Manta

Desviamos do caminho principal, de maneira a passarmos pelo varandim incontornável do Ninho da Manta, baptizado em homenagem a uma águia-de-asa-redonda (manta) que, em tempos, lá nidificava.

Ali, um miradouro imposto ao relevo revelava cenários mais exuberantes que nunca. A oeste, as vertentes mais elevadas e próximas exibiam-se no tom ocre da sua rocha, demasiado polida ou árida para conceder florescimentos.

Ninho da Manta, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhante admira o cenário por diante a partir da varanda do miradouro do Ninho da Manta.

Na direcção do Pico das Torres (1853 m), o segundo mais alto da ilha da Madeira, os cimos serrados das falésias admitiam um verde-raso que se agarrava às secções menos hirtas e polidas, num aperto resistente às rajadas de vento furiosas.

Do varandim para baixo, contra o sol ainda nascente, desdobrava-se uma imensidão de picos verdejantes, subsumidos na frente avançada do mar de nuvens.

Em dias limpos, avista-se dali, com facilidade, a ilha e até ilhéus vizinhos do Porto Santo. Não sendo o caso, satisfazia-nos deslumbrarmo-nos com o Vale da Fajã da Nogueira, com o seu fundo fluvial da Ribeira da Metade como linha condutora do sopé de sucessivas falésias luxuriantes.

São de tal maneira abruptas e de difícil acesso que lá faz ninho o bobo-pequeno, uma ave marinha, tratada na Madeira por patagarro, e estima-se que uma outra, ainda mais rara e protegida, a freira-da-madeira.

Na base do varandim do miradouro, uma colónia de massarocos exibe-nos o seu arranjo apontado aos céus de espigas roxas, endémicas e resplandecentes, como que a justificar o seu cognome de orgulho-da-Madeira e a querer rivalizar com o portento geológico em redor.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Massarocos ou orgulhos-da-madeira destacam-se da restante vegetação das alturas da Madeira.

Os Recortes Geológicos Exuberantes da Ilha da Madeira

Se tudo – ou quase tudo – nos 740 km2 da ilha da Madeira se reveste de um dramatismo que chega a intimidar, que dizer do zénite que nos dedicávamos a percorrer.

Estima-se que a Madeira se formou a partir de há mais de cinco milhões até há setecentos mil anos atrás, num longo processo tectónico e vulcânico em que acabou por coroar um vulcão em escudo massivo submerso que se eleva 6km a partir do leito do oceano Atlântico.

Seguiu-se uma erosão intensa, responsável pela orografia da ilha, quase sempre intrincada e deslumbrante como a que nos cercava. Retomamos-lhe o percurso.

Cristas de cor, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Cristas das montanhas entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.

Do Ninho da Manta, voltamos ao trilho principal. Ascendemos para uma crista exposta que nos permitiu admirar o miradouro, de novo, com as nuvens em fundo mas num inesperado conforto.

Ali, os alísios furibundos característicos do Verão, esforçavam-se tanto quanto podiam para nos varrerem daquele seu feudo.

Descida Abrupta para o Âmago do Maciço Central da Madeira

Resistimos. Logo, descemos por nova escadaria para um sector mais profundo do Maciço Central, que nos revelou um novo vale virado a ocidente, ao contrário do anterior em que vislumbrámos o casario do Curral das Freiras, sem sinal de presença humana.

Na descida, cruzamo-nos com uma família de perdizes não tão esquivas como seria de esperar ou – talvez fosse antes isso – encurraladas entre nós e o precipício por detrás do trilho. Continuamos a descer.

Pequeno túnel, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Um dos vários túneis que perfuram a montanha entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.

Cruzamos os primeiros túneis que viabilizam o percurso: um amplo, a emoldurar o próprio trilho por diante, uma secção do vale a que se faz e uma frente arrojada de nuvens, bem mais internadas na montanha que as que havíamos contemplado do Ninho da Manta. Logo, o túnel do Pico do Gato, apertado e sombrio a condizer.

A luz no seu fundo desvenda-nos um trecho distinto de tudo até então, um corte curvo numa encosta abaixo de cumes aguçados, numa falda forrada de verde de urze, de amarelo vivo de margaridas ou afins.

E de dourado de feno silvestre, com certos núcleos isolados de massarocos a emprestarem azul e roxo àquela incrível composição floral.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhantes sobem um trilho envolto de um sortido de vegetação madeirense.

À Volta do Imponente Pico das Torres

Da sombra e da cor, por um novo túnel, Gonçalo conduz-nos a de volta à sombra, contra a vista resplandecente dos contornos do Pico das Torres, a segunda elevação da Madeira, com 1853 m.

Perseguimo-lo por uma espécie de levada humana, escavada na base de grandes paredões avermelhados, em certos pontos, côncavos, de início, sobranceiros a um castro de farpas rochosas, afiadas e destacadas de uma outra meia-encosta em jeito de instalação geológica natural.

Trilho sombrio, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhante percorre um trecho escavado na rocha do trilho entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo

Num ponto em que a passagem surge dotada de uma escapatória, Gonçalo determina uma paragem para recuperarmos energias. Enquanto devoramos um lanchinho improvisado, confirma-nos o seu desejo e plano de viajar ao Nepal e de lá percorrer o longo Circuito dos Annapurnas.

Foi um desafio que cumprimos em Março de 2018. De acordo, bombardeamo-lo com tantas dicas, peripécias e curiosidades que o guia mal as consegue processar.

Fechado o repasto, retomamos a caminhada e percebemos num ápice a conveniência de ali termos reposto energias.

Com o Pico das Torres pela frente, o trilho prossegue por uma longa escadaria com degraus espaçados que nos forçaram a um esforço redobrado.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhante prestes a deixar um dos vários túneis que possibilitam o trilho entre o Pico do Arieiro e o Pico Ruivo.

Vencemo-lo com as pernas em fogo. No cimo, recuperamos a visão longínqua do mar de nuvens.

Serpenteamos entre uma floresta fantasmagórica de árvores que parecem ter perecido a suplicar pela humidade marinha do norte.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Árvore ressequida estende-se em direcção à humidade que paira contra a costa norte.

Derradeiro Ataque ao Pico Ruivo, Tecto da Ilha

Entre fetos e urze da Madeira, num mar de verde que rivalizava com o das nuvens, o trilho sobe de forma gradual. Até que fica às portas da Casa de Abrigo de Pico Ruivo.

Aproveitamos a sombra da área de churrascos local para descansarmos e voltarmos a repor energias.

Por essa altura, já tínhamos os músculos castigados e preparados para os massacres que se seguissem. Em boa hora. Desde a partida dos 1818 metros, acima e abaixo, tínhamos já andado pelos 1542 metros do ponto mais baixo do percurso.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Placas indicam as direcções opostas do Pico do Arieiro e do Pico Ruivo.

Seguia-se a derradeira ascensão aos 1861 metros do tecto da Madeira, quase 500 metros abaixo do Pico da ilha açoriana do Pico, mais suave do que estávamos a contar.

No cimo, a 360º em redor do marco geodésico que assinala o fulcro do tecto da Madeira, contemplamos a ilha em toda a sua diversidade e esplendor: a frente de nuvens do norte, mais tangível que nunca.

Vista Descomunal sobre a Descomunal Madeira

Os Picos das Torres e do Arieiro, tão próximos que nos custava a acreditar que, por eles, caminhávamos há cinco horas, duas mais que o normal, algo justificado tendo em conta as inúmeras paragens, retrocessos e ensaios fotográficos com que fomos ilustrando o percurso.

Em vez de um pico convencional, íngreme e agudo, o cimo do Pico Ruivo foi espalmado numas dezenas panorâmicas de metros. Em redor do marco geodésico, ao longo da sua crista, uma calçada oportuna quebra o tom ocre, ruivo como o baptismo do monte, predominante no topo.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Trilho percorre o tecto avermelhado do Pico Ruivo, o tecto da ilha da Madeira.

Alguns outros caminhantes chegavam-se ao limiar seguro e vedado do cimo, entregavam-se a poses gloriosas de “Joões e o Pé de Feijão”, ali sim, visivelmente sustidos pelo mar de nuvens.

Nós e Gonçalo encenámos as nossas próprias poses, refrescados pela aragem marinha com que o Atlântico a norte nos prendava.

Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal

Caminhante acima do mar de nuvens que banha o norte da Madeira.

Meia-hora depois, descemos rumo à Achada da Teixeira onde encerramos a jornada. Tínhamos passado metade do dia no auge.

Seguiram-se quinze dias de puro deslumbre madeirense.

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Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Parques Naturais
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Castelo de Shuri em Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão
Património Mundial UNESCO
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
vista monte Teurafaatiu, Maupiti, Ilhas sociedade, Polinesia Francesa
Praias
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Detalhe do templo de Kamakhya, em Guwahati, Assam, Índia
Religião
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Erika Mae
Sociedade
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Rinoceronte listado após sair de uma lagoa repleta de limos.
Vida Selvagem
Reserva de Vida Selvagem Mkhaya, eSwatini

A Reserva dos Rinocerontes Garantidos

Criada, em 1979, com o fim de evitar a extinção do precioso gado nguni, Mkhaya ajustou-se a uma missão tão ou mais importante. Preserva espécimes de boa parte da fauna indígena ameaçada da região. Com destaque para rinocerontes (brancos e negros) que os rangers locais se gabam de sempre revelarem.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.