Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar


Mokoros
Canoeiros equilibram-se sobre mokoros,
Um céu em fogo
Aves esvoaçam num céu tingido pelos tons fortes do ocaso, em mais um fim de dia africano.
Meandros do Okavango
Linhas do caudal do Okavango que se espraia no deserto do Kalahari, um dos poucos rios do mundo que não atingem nem o mar nem um lago.
Dentro do labirinto
Embarcação com visitantes embrenha-se no labirinto de papiro formado pelo rio.
Sorriso da Terra
Funcionária batswana do lodge Moremi, um dos mais reputados e isolados do Delta do Okavango.
Um pasto fácil
Gazelas devoram erva fresca num prado humedecido pela chuva recente e pela humidade libertada pela água do Okavango.
Power Ranger do Delta
Ranger de serviço a um dos lodges do Delta do Okavango, perito no habitat e nas espécies desta zona do sul de África.
Em formação
Patos alinhados na beira de uma das muitas lagoas do delta.
Cuidados maternais
Gazela lambe uma cria recém-nascida após um período de chuvas.
Rei do Delta
Leão observa a savana em busca de potenciais presas, por norma, muito abundantes na vasta região do delta, sempre repleta de água.
Olho de Ranger
Rangers do parque nacional munidos de binóculos e de muita experiência avistam animais.
Navegação de Delta
Embarcação percorre uma das muitas lagoas vastas formadas pelo dispersar do caudal do rio Okavango.
Um necrófago dos ares
Marabu percorre um céu bem azul sobre o Delta do Okavango, com a habitual grande envergadura de asas.
Panthera pardus
Leopardo descansa e controla os restantes animais da savana do cimo de uma árvore de grande porte.
Chuva vs Sol
Precipitação e ocaso simultâneos sobre o horizonte longínquo do Delta do Okavango, um capricho meteorológico mais ou menos comum nestas partes de África.
Do alto da savana
Girafas destacam-se da vegetação verde, em que o seu padrão malhado não funciona tão bem como camuflagem.
Noite quase escura
Uma lanterna e uma fogueira iluminam ligeiramente o crepúsculo suave que se apodera do delta do Okavango.
Tons de ocaso
Pôr-do-sol resplandecente sobre a savana alagada do Delta do Okavango.
Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.

O voo com partida da região do Savuti que a BBC tornou conhecida pelos documentários sobre os seus leões comedores de elefantes só durou 35 minutos.

Foi o suficiente para nos revelar a imensidão árida do Kalahari, salpicada de arbustos espinhosos, sulcada por longas estradas sinuosas de terra mais arenosa que batida.

Da altitude a que viajávamos, percebíamos em modo geológico e panorâmico, a importância que água tinha para aquela região.

À imagem do caudal do rio Solimões que corre lado a lado com o do Amazonas quilómetros a fio, ambos incompatibilizados devido às suas distintas composições e densidades, vistas do ar, extensões imensas da superfície terrestre ali opunham-se com diferentes graus de humidade.

Verde-amarelado contra um acastanhado aparentemente mais poeirento definiam quantidades discrepantes de água subterrânea.

De quando em quando, fosse em que tipo de mancha de solo fosse, avistávamos manadas longínquas de elefantes que bebiam e chafurdavam em charcos perdidos no nada.

Eram estes os postos de abastecimento que permitiam aos paquidermes e a outras espécies sobreviver à longa migração para sudeste, onde se escondia um domínio bem mais verdejante e estável.

De Rio Cubango em Angola ao Rio Okavango que Alaga o Kalahari

Quando nasce no município Tchikala-Tchohanga do Huambo, o Okavango é chamado de Cubango. Dali, flui através das províncias do Bié, de Huila e de Cuando-Cubango e, logo, pela faixa namibiana de Caprivi.

Pouco antes de entrar no noroeste do Botswana, na iminência das cascatas de Popa, o rio acelera o seu curso. Nas imediações de uma aldeia de nome Shakawe, as suas águas dispersam-se.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Meandros do Okavango

Linhas do caudal do Okavango que se espraia no deserto do Kalahari, um dos poucos rios do mundo que não atingem nem o mar nem um lago.

Retêm-nas as areias do deserto do Kalahari e ar seco acima. Só nesta divagação fluvial conta-se 95% da água doce do Botswana.

Enquanto a avioneta se faz ao aeródromo desvendámos meandros caprichosos do rio, desenhados em vegetação baixa.

Pousamos na pista relvada da Reserva Animal de Moremi.

Aterragem Suave no Coração do Delta do Okavango

Assim se denomina a única secção do Delta do Okavango oficialmente delimitada (em 1963) para permitir a preservação da vida selvagem que a caça ilegal fazia declinar.

Rangers nativos recebem-nos com boas-vindas acolhedoras. Em seguida, conduzem-nos a um pontão próximo do aeródromo. Subimos a bordo de um pequeno barco metálico com tecto de lona. Logo, zarpamos rumo à lagoa de Xugana.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Navegação de Delta

Embarcação percorre uma das muitas lagoas vastas formadas pelo dispersar do caudal do rio Okavango.

A viagem pouco fica a dever às melhores cenas de acção dos clássicos jamesbondianos.

Durante quarenta minutos, serpenteamos a alta velocidade, por canais com água ocre ou cor-de-champanhe, delimitados por papiros às vezes com mais de dois metros de altura.

Estes canais alargam e estreitam de forma mais ou menos aleatória. Aqui e ali, apertam tanto que as canas invadem os barcos e nos prendam com estaladas vegetais.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Canal

Embarcação com visitantes embrenha-se no labirinto de papiro formado pelo rio.

Na sua imensidão, o Delta do Okavango revela visuais contrastantes e, em quase 16.000 km2, abriga os mais diversos habitats.

Grandes áreas de terra seca, surgem do meio de zonas encharcadas sem fim. São florestas de mopane e arbustos espinhosos, savana seca, pastos, planícies alagadas, um labirinto de pântanos, de canais e de enormes lagoas.

Visto do espaço, o Delta do Okavango aparenta uma pegada de ave.

O papiro é uma das duas espécies vegetais que predominam nos seus pântanos perenes , uma das que fornece os registos mais úteis das suas oscilações.

A outra, a palmeira Fénix ou anã, prevalece nas muitas ilhas da região.

As Grandes Lagoas que Intercalam a Navegação pelos Canais

Quando menos esperamos, a embarcação volta a entrar nas tais lagoas desafogadas, cobertas de nenúfares e partilhadas por cerca de trinta e cinco milhões de peixes de oitenta espécies, por crocodilos do Nilo, por hipopótamos, marabus, mergulhões, íbis e uma miríade de outros répteis e aves.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, marabu

Marabu percorre um céu bem azul sobre o Delta do Okavango, com a habitual grande envergadura de asas.

Os crocodilos e os hipopótamos são os reis e senhores do Delta do Okavango. De tal forma perigosos que os Bayei – um dos cinco grupos étnicos dos nativos que o habitam o – ensinam uma espécie de poema preventivo às suas crianças:

“Eu sou o rio. A minha superfície dá-nos vida. Por debaixo, está a morte.”

A liquidez impressionante e luxuriante do cenário é alimentada de uma forma pouco palpável ou localizada.

Pode faltar pluviosidade no delta durante meses a fio. No entanto, chuvas intensas nas terras altas ( 1780m ) do Planalto angolano do Bié – a mais de 800 km a noroeste – geram uma espécie de enxurrada em câmara lenta.

A superfície destas paragens interiores de África é tão plana que a inundação pode levar mais de três meses a sentir-se à entrada delta. Aos cerca de 800 km que a nova água percorre desde Angola, há que contar ainda com quatro meses para que atravesse os 240 km de extensão do grande pantanal do Botswana.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Um céu em fogo

Aves esvoaçam num céu tingido pelos tons fortes do ocaso, em mais um fim de dia africano.

Ao chegar às imediações de Shakawe, o Delta aumenta de forma substancial. Daí, em diante, a enxurrada vagarosa move-se em várias frentes, pelos tais seis dedos da pata que os satélites registam.

Os habitats mais profundos e diversos residem na “perna” de quase 100 km. Ali, a inundação atinge o seu pico em Abril, quando faz o nível do rio subir quase dois metros.

Em Maio, a profundidade começa a diminuir.

O Achado que Deixou o Missionário David Livingstone Incrédulo

Terá sido o explorador e missionário David Livingstone o primeiro europeu a dar com o Delta do Okavango.

O escocês encontrou-o, em 1849. Nessa altura, o caudal fluía de forma diferente da de hoje, não menos misteriosa.

“A água não pode correr para trás ou para cima” retorquiu Livingstone, ao companheiro de descobertas dessa altura, o naturalista sueco Charles Andersson.

Ambos se mostraram abismados com os canais que ora fluíam a grande velocidade ora paravam de fluir. Ou que chegavam mesmo a inverter o seu sentido.

Livingstone pediu a nativos Bayei para lhe explicarem o fenómeno. Estes, contaram-lhe o que sabiam: todos os anos um chefe do norte do seu território, de nome Mazzekiva, matava um homem e atirava o corpo ao rio. Depois disso, a água corria para sul.

É pouco provável que o aventureiro se tenha conformado com tal esclarecimento.

Muito depois de Livingstone, um Turismo Ecológico Sempre em Voga

Livingstone abriu caminho para uma catadupa de visitantes que, a partir da segunda metade do século XX, se deslumbraram com um dos cenários mais fascinantes de a África.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, boma, fogueira

Uma lanterna e uma fogueira iluminam ligeiramente o crepúsculo suave que se apodera do delta do Okavango.

Nos nossos dias, o Delta do Okavango foi protegido pelas normas da Convenção de Ramsar que salvaguardam a preservação dos pantanais do mundo.

Mesmo se a origem e parte substancial do rio Okavango está em Angola e na Namíbia, onde não usufrui dos mesmos cuidados que tem no Botswana, o Botswana só beneficiou.

Nesta jovem nação, apenas as prolíficas reservas de diamantes garantem mais divisas estrangeiras que o turismo no Delta do Okavango.

Os proveitos turísticos têm origem em licenças de operação e taxação de ecolodges sofisticados e dispendiosos instalados em lugares estratégicos. Vários, são geridos por proprietários sul-africanos, mais experientes no ofício.

Xugana. Outro dos EcoLodges Privilegiados do Delta do Okavango

O Xugana em que nos instalamos era um deles.

Camuflado por vegetação densa, culminada por árvores majestosas, tinha, entre outros, o dom da absoluta simbiose com a natureza circundante.

Pulavam, nadavam, arrastavam-se e esvoaçavam, por lá, esquilos e uma miríade de pássaros e insectos coloridos, répteis e anfíbios.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, patos

Patos alinhados na beira de uma das muitas lagoas do delta.

Como é frequente no Botswana e noutros lodges que ficaram para trás, o Xugana mantinha-se aberto à fauna local.

De noite, para gáudio dos hóspedes mais entusiasmados com o realismo da Natureza da zona, visitam-no espécies de maior porte, incluindo os furtivos leopardos.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, leopardo

Leopardo descansa e controla os restantes animais da savana do cimo de uma árvore de grande porte.

Já instalados, descansamos até por volta das quatro da tarde.

Nesse fim de dia, ainda voltamos a sair de barco para o delta.

A incursão tem como objectivo explorarmos os cenários e a fauna de outras das suas ilhas, também de mokoro, a canoa tradicional da região, feita de um único tronco escavado.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros

Canoeiros equilibram-se sobre mokoros,

Mas as mokoro eram demasiado estreitas e instáveis. Tendo em conta que dificilmente conseguiríamos resistir a fotografar de pé, representavam um sério risco para as câmaras que transportávamos.

A Imponência Selvagem e Intimidante de África

Optamos, assim, por começar de fora.

Por avaliar e registar primeiro a acção a partir da margem. Quando nos separamos do resto da comitiva, um dos guias deixa-nos apenas com um conselho: “Se algum animal aparecer, saltem para a caixa da carrinha.”

Olho de Ranger

Rangers do parque nacional munidos de binóculos e de muita experiência avistam animais.

Sós, face à vastidão do delta, sentimos como nunca a imponência esmagadora de África.

As nuvens azuis e lilases que descarregavam à distância, as acácias gigantescas que se destacavam contra o céu pesado e o vento que siflava através da floresta de papiros, impunham-nos uma desagradável sensação de vulnerabilidade.

Além dos hipopótamos e crocodilos que sabíamos ser mais raro atacarem longe das margens ensopadas, o Delta do Okavango acolhe uma população generosa dos mais capazes predadores terrestres.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, leão

Leão observa a savana em busca de potenciais presas, por norma, muito abundantes na vasta região do delta, sempre repleta de água.

Leões, chitas, leopardos, hienas e mabecos eram apenas alguma das espécies de que teríamos, em vão, que nos defender caso algo corresse mal.

Em redor, percorriam-no ainda cerca de 60.000 elefantes – uma das maiores manadas do mundo – e milhares de búfalos irascíveis.

Sobrevivemos à espera solitária e ao percurso de mokoro entre hipopótamos e crocodilos furtivos.

No regresso, assistimos a um pôr-do-sol esplendoroso, rasgado por centenas de aves. Vimo-lo, adornado por uma mancha cinzenta e granulada, desenhada pela queda da Pula, a chuva do Botswana.

Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Chuva vs Sol

Precipitação e ocaso simultâneos sobre o horizonte longínquo do Delta do Okavango, um capricho meteorológico mais ou menos comum nestas partes de África.

De tão forma valiosa que denomina a moeda nacional da nação.

Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Zanzibar, Tanzânia

As Ilhas Africanas das Especiarias

Vasco da Gama abriu o Índico ao império luso. No século XVIII, o arquipélago de Zanzibar tornou-se o maior produtor de cravinho e as especiarias disponíveis diversificaram-se, tal como os povos que as disputaram.
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
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Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
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