Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira


Cauda de Lancha
Uma lancha percorre a costa sul da Ponta de São Lourenço.
Flora Exuberante
Um dos poucos exemplos de planta verdejante.
Ilhéu do Farol
O Farol de São Lourenço, a coroar o Ilhéu do Farol.
ponta-sao-lourenco-madeira-portugal-costa-norte
Estrada que conduz ao norte da Ponta de São Lourenço, com vista para a costa norte da Madeira.
Ponta de São Lourenço
A forma caprichosa da Ponta de São Lourenço.
Vista Partilhada
Caminhantes fazem uma pausa no percurso PR8 da Madeira para admirarem a costa norte da Ponta de São Lourenço.
Abençoada Pesca
Pesca artesanal ao largo da costa sul da Ponta de São Lourenço.
Rocha-Elefante
Uma rocha com forma de paquiderme entre o Caniçal e a Ponta de São Lourenço.
O Cais do Sardinha
Cais do Sardinha e a sua praia pedregosa.
Paraíso pouco acessível
Mar esmeralda e cristalino na costa norte da Ponta de São Lourenço.
A Caminho
Caminhante percorre o itinerário PR 8 ao longo do limiar leste da ilha da Madeira.
Em Pouso
Ave-marinha em pouso sobre uma aresta basáltica.
Colónia vermelha de Penhascos
Penhascos aguçados ao largo da costa norte da Ponta de São Lourenço.
Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.

Decorriam os primeiros tempos da vigente pandemia e seus confinamentos quando, a notícia de uma evasão indevida se destacou das demais.

Cristiano Ronaldo tinha ido passar uns dias à Madeira.

Com a ilha e todo o Portugal confinados, publicou fotos suas com a companheira e o filho em passeio na Ponta de São Lourenço.

O seu, à época, mais recente capricho suscitou uma polémica condigna, ainda assim, muito aquém da excentricidade geológica da península extravagante que o acolheu.

Rocha Elefante, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Uma rocha com forma de paquiderme entre o Caniçal e a Ponta de São Lourenço.

O Primeiro e Estranho Avistamento da Ilha da Madeira

À passagem ao largo, se distraído, quem chega de ferry da vizinha ilha de Porto Santo poderá ser levado a pensar que nunca chegou a deixar o ponto de partida.

A Ponta de São Lourenço condiz bem mais com Porto Santo ou as Desertas que com a verdejante, em certos pontos, luxuriante Madeira.

E, no entanto, encerra-a como um apenso oriental, sinuoso e bizarro, que o confim oposto da ilha não tem igual.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A forma caprichosa da Ponta de São Lourenço.

No nosso caso, partimos da capital Funchal. Passado o Machico, a visão do porto e complexo industrial do Caniçal deixa-nos apreensivos.

Contornada a Quinta do Lorde, deixamos para trás o derradeiro vestígio de civilização povoada.

Costa Norte, Madeira, Portugal

Estrada que conduz ao norte da Ponta de São Lourenço, com vista para a costa norte da Madeira.

Uma rotunda que acolhe uma palmeira frondosa e uma roulotte de comes e bebes estabelece o limite rodoviário.

Daí em diante, ao longo de 9km, a Ponta de São Lourenço assume as cores e formas que a sua geologia vulcânica e pré-histórica lhe concedeu.

Revela-se e deslumbra por Natureza.

Caminhantes, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Caminhantes fazem uma pausa no percurso PR8 da Madeira para admirarem a costa norte da Ponta de São Lourenço.

PR8 – Um Trilho Acima e Abaixo da Ponta de São Lourenço

O trilho que a sulca recebeu o código de PR8. Começa por curvar a meia-encosta, acima do Atlântico suave e cristalino da Baía d’Abra.

Logo, desce para um aperto encerrado pela Praia de São Lourenço.

Entretanto, desvia para a vertente oposta.

Lá nos deixa num miradouro virado a norte que exibe um castro de ilhéus e rochedos exuberantes, castigados sem clemência pelo mar setentrional.

Penhascos, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Penhascos aguçados ao largo da costa norte da Ponta de São Lourenço.

Mesmo à sombra, impressiona-nos a imponência da enseada que dali se estende até à espécie de cabo da Ponta do Rosto.

Os seus penhascos elevam-se mais cem metros acima do mar.

Em diversos pontos, o trilho avança sobre o fio da navalha dessas alturas. Renova uma inesperada sensação de vertigem.

Aos ziguezagues, descemos para o istmo rasante, curvo e sombrio em que o “mar do Norte” por pouco se funde com o do Sul.

O extremo oposto, coloca-nos na base da quase-ilha que se segue.

Barco à pesca, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Pesca artesanal ao largo da costa sul da Ponta de São Lourenço.

Havia algum tempo que vislumbrávamos um oásis diminuto, um palmeiral tão verdejante como destoante.

Umas centenas de passos depois, percebemos que emprestava sombra à famosa Casa do Sardinha, bar, restaurante, centro de actividades e de recuperação de energias.

Para muitos, a principal razão de ser da caminhada.

Casa do Sardinha, o Coração Logístico da Ponta de São Lourenço

O nome do estabelecimento mantém-se aquele porque ao longo dos anos ficou conhecido.

Ambos, foram legados pelos antigos proprietários daquelas terras, criadores de gado, como o provam as pedras de curral que por ali subsistem, num tempo em que boa parte da península admitia pastos e até cultivos.

De trigo, da cevada plantada pelos também camponeses da vila piscatória do Caniçal que a faziam germinar no solo aparentemente inóspito do actual Ilhéu da Cevada (dos Desembarcadouros).

Não tardámos a avistá-lo.

São Lourenço, o Porquê do Santo Baptismo

A Ponta de São Lourenço está para sempre ligada aos primeiros momentos da descoberta e colonização da Madeira. Preserva o nome da caravela de João Gonçalves Zarco, um dos três descobridores da ilha.

O achamento da Madeira deu-se em 1419, um ano após do de Porto Santo. Por sua vez, a colonização mais próxima da Ponta de São Lourenço, a do Caniçal, verificou-se por volta de 1489, quando Vasco Martins Moniz e o seu filho primogénito Garcia Moniz lá se instalaram numa fazenda.

No início do século XVI, os Moniz ergueram uma igreja que deu origem à mais antiga das pequenas paróquias da Madeira, São Sebastião do Caniçal, mais tarde, freguesia do Caniçal e uma das coutadas preferidas dos descendentes do Capitão Donatário pioneiro do Porto de Machico, Tristão Vaz.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Mar esmeralda e cristalino na costa norte da Ponta de São Lourenço.

Corsários Ingleses, Piratas Mouros e Ameaças Afins

A colonização do extremo oriental da ilha sempre se provou problemática. Sobre o virar para o século XVII, em plena Dinastia Filipina, os ingleses, inimigos viscerais da Coroa Espanhola, encarregaram-se de atacar e saquear os seus habitantes.

Não foram os únicos. O isolamento daquela ponta da Madeira, às portas de África, tornava-a também vulnerável às pilhagens mouras.

A zona revelava-se tal maneira susceptível, que a Capitania de Machico relembrava com frequência os colonos para se manterem atentos às fogueiras do Caniçal.

Durante algum tempo, foi este o único sistema de alerta de ataques provindos do lado da Ponta de São Lourenço. Anos mais tarde, reforçou-o um pequeno forte-vigia.

As infraestruturas de defesa poderiam ter sido outras, bem mais funcionais, caso tivesse passado da mente do Marquês de Pombal a ambição de erguer um porto na Baía d’Abra, conjecturado para abrigar dez naus.

Em vez dessa estrutura, hoje, serve a Ponta de São Lourenço o ínfimo Cais do Sardinha, o ancoradouro e prainha de seixos e água cristalina que regala os caminhantes com banhos recompensadores. Também lá teríamos o nosso mas, regressemos ao trilho.

Cais do Sardinha, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Cais do Sardinha e a sua praia pedregosa.

A Derradeira e Mais Extenuante Ascensão

É detrás da Casa do Sardinha que parte o derradeiro trecho do PR8, de longe o mais cansativo. Um esboço de escadaria feita de centenas de socalcos irregulares e demasiado largos exigem-nos das coxas, toda a sua força.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Caminhante percorre o itinerário PR 8 ao longo do limiar leste da ilha da Madeira.

Sabemos que o vencemos e que conquistámos os 162 metros do Pico do Furado quando damos com o Miradouro sem saída da Ponta do Furado.

Nesse cimo uma vez mais exposto ao norte, internado no Atlântico como nenhum até então, a ventania é infernal. Perturba-nos a estabilidade necessária à fotografia e agrava o receio de, sem planos para tal, dali nos estatelarmos no fundo rochoso e pedregoso do sopé do Morro do Furado.

Deslumbramo-nos com a solidão insular do Farol algo equilibrista da Ponta de São Lourenço (107m), o limiar humanizado da península. E, para leste, com o vislumbre das esguias Desertas.

Mesmo desejosos de avançar para lá do reduto encordoado, resistimos ao vendaval e fintamos a tragédia.

Uns poucos metros aquém do Pico do Furado, espanta-nos o fulgor vegetal de uma planta que proliferava da sombra e humidade retida entre dois penhascos.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Um dos poucos exemplos de planta verdejante.

Uma Fauna e Flora de Reserva Especial

De aparência inóspita, a Ponta de São Lourenço acolhe formas de vida tão especiais que, em 1982, foi decretada Reserva Natural: a península em si, reserva parcial. O Ilhéu da Cevada, reserva total.

Feitas as contas, a península é habitat de 138 espécies de plantas, 31 delas exclusivas da ilha da Madeira.

No que diz respeito à fauna, abriga uma das maiores colónias de gaivotas do arquipélago, Corre-caminhos, Pintassilgos, Canários-da-Terra, Francelhos, Cagarras, Roques-de-Castro, Almas-Negras e espécimes de Garajau-Comum, bem como alguns inusitados caracóis endémicos.

Pouso, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Ave-marinha em pouso sobre uma aresta basáltica.

Ao largo, apesar de mais fáceis de encontrar nas ilhas Desertas, são avistados, de quando em quando, Lobos-Marinhos.

Revertemos à Casa do Sardinha.

Desse quartel-general providencial, regressamos ao início do trilho.

À Descoberta da Ponta de São Loureço. Agora por Mar

Uns dias depois, complementamos a caminhada com uma exploração marinha da Ponta de São Lourenço. Zarpamos da doca da Quinta do Lorde.

Navegamos ao largo dos recortes que precedem a península e, passada a Ponta do Buraco, sobre as águas tranquilas da Baía d’Abra.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Uma lancha percorre a costa sul da Ponta de São Lourenço.

Após uma escala no Cais do Sardinha, seguimos para a base da Ponta do Furado, de onde, ao contrário do miradouro acima, conseguimos detectar e fotografar o furo geológico em questão.

Prosseguimos ao largo do Ilhéu da Cevada, até chegarmos ao estreito que o separa do vizinho ocre de São Lourenço.

Agora, a partir da superfície do mar, impressionamo-nos a dobrar com o coroar destemido do farol homónimo, inaugurado em 1870 e, como tal, o farol ancião da Madeira.

De alguma forma, o Ilhéu do Farol protegia-nos das correntes e vagas caprichosas geradas pelo encontro dos mares do Norte e do Sul. Protegia, mas não muito.

Farol do Ilhéu do Farol, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

O Farol de São Lourenço, a coroar o Ilhéu do Farol

Quanto mais deixávamos a sombra dos seus penhascos e nos expúnhamos à vastidão do oceano, mais as ondas e as correntes nos faziam sentir a fragilidade que Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo souberam domar.

Com o vento a dramatizar o fluir da lancha, impôs-se um regresso às águas tranquilas do sul. Tínhamos desvendado a ponta remota da Ponta de São Lourenço.

Nas muitas voltas que demos à grande ilha, não voltámos a ver uma Madeira assim.

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Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
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Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
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A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
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Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
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Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
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Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
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Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
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Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
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O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
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Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Arquitectura & Design
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
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O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Verificação da correspondência
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Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
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Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
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Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
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Religião
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

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26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
Vida Selvagem
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.