Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira


Em Pouso
Ave-marinha em pouso sobre uma aresta basáltica.
Colónia vermelha de Penhascos
Penhascos aguçados ao largo da costa norte da Ponta de São Lourenço.
Cauda de Lancha
Uma lancha percorre a costa sul da Ponta de São Lourenço.
Flora Exuberante
Um dos poucos exemplos de planta verdejante.
Ilhéu do Farol
O Farol de São Lourenço, a coroar o Ilhéu do Farol.
ponta-sao-lourenco-madeira-portugal-costa-norte
Estrada que conduz ao norte da Ponta de São Lourenço, com vista para a costa norte da Madeira.
Ponta de São Lourenço
A forma caprichosa da Ponta de São Lourenço.
Vista Partilhada
Caminhantes fazem uma pausa no percurso PR8 da Madeira para admirarem a costa norte da Ponta de São Lourenço.
Abençoada Pesca
Pesca artesanal ao largo da costa sul da Ponta de São Lourenço.
Rocha-Elefante
Uma rocha com forma de paquiderme entre o Caniçal e a Ponta de São Lourenço.
O Cais do Sardinha
Cais do Sardinha e a sua praia pedregosa.
Paraíso pouco acessível
Mar esmeralda e cristalino na costa norte da Ponta de São Lourenço.
A Caminho
Caminhante percorre o itinerário PR 8 ao longo do limiar leste da ilha da Madeira.
Em Pouso
Ave-marinha em pouso sobre uma aresta basáltica.
Colónia vermelha de Penhascos
Penhascos aguçados ao largo da costa norte da Ponta de São Lourenço.
Cauda de Lancha
Uma lancha percorre a costa sul da Ponta de São Lourenço.
Flora Exuberante
Um dos poucos exemplos de planta verdejante.
Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.

Decorriam os primeiros tempos da vigente pandemia e seus confinamentos quando, a notícia de uma evasão indevida se destacou das demais.

Cristiano Ronaldo tinha ido passar uns dias à Madeira.

Com a ilha e todo o Portugal confinados, publicou fotos suas com a companheira e o filho em passeio na Ponta de São Lourenço.

O seu, à época, mais recente capricho suscitou uma polémica condigna, ainda assim, muito aquém da excentricidade geológica da península extravagante que o acolheu.

Rocha Elefante, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Uma rocha com forma de paquiderme entre o Caniçal e a Ponta de São Lourenço.

O Primeiro e Estranho Avistamento da Ilha da Madeira

À passagem ao largo, se distraído, quem chega de ferry da vizinha ilha de Porto Santo poderá ser levado a pensar que nunca chegou a deixar o ponto de partida.

A Ponta de São Lourenço condiz bem mais com Porto Santo ou as Desertas que com a verdejante, em certos pontos, luxuriante Madeira.

E, no entanto, encerra-a como um apenso oriental, sinuoso e bizarro, que o confim oposto da ilha não tem igual.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A forma caprichosa da Ponta de São Lourenço.

No nosso caso, partimos da capital Funchal. Passado o Machico, a visão do porto e complexo industrial do Caniçal deixa-nos apreensivos.

Contornada a Quinta do Lorde, deixamos para trás o derradeiro vestígio de civilização povoada.

Costa Norte, Madeira, Portugal

Estrada que conduz ao norte da Ponta de São Lourenço, com vista para a costa norte da Madeira.

Uma rotunda que acolhe uma palmeira frondosa e uma roulotte de comes e bebes estabelece o limite rodoviário.

Daí em diante, ao longo de 9km, a Ponta de São Lourenço assume as cores e formas que a sua geologia vulcânica e pré-histórica lhe concedeu.

Revela-se e deslumbra por Natureza.

Caminhantes, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Caminhantes fazem uma pausa no percurso PR8 da Madeira para admirarem a costa norte da Ponta de São Lourenço.

PR8 – Um Trilho Acima e Abaixo da Ponta de São Lourenço

O trilho que a sulca recebeu o código de PR8. Começa por curvar a meia-encosta, acima do Atlântico suave e cristalino da Baía d’Abra.

Logo, desce para um aperto encerrado pela Praia de São Lourenço.

Entretanto, desvia para a vertente oposta.

Lá nos deixa num miradouro virado a norte que exibe um castro de ilhéus e rochedos exuberantes, castigados sem clemência pelo mar setentrional.

Penhascos, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Penhascos aguçados ao largo da costa norte da Ponta de São Lourenço.

Mesmo à sombra, impressiona-nos a imponência da enseada que dali se estende até à espécie de cabo da Ponta do Rosto.

Os seus penhascos elevam-se mais cem metros acima do mar.

Em diversos pontos, o trilho avança sobre o fio da navalha dessas alturas. Renova uma inesperada sensação de vertigem.

Aos ziguezagues, descemos para o istmo rasante, curvo e sombrio em que o “mar do Norte” por pouco se funde com o do Sul.

O extremo oposto, coloca-nos na base da quase-ilha que se segue.

Barco à pesca, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Pesca artesanal ao largo da costa sul da Ponta de São Lourenço.

Havia algum tempo que vislumbrávamos um oásis diminuto, um palmeiral tão verdejante como destoante.

Umas centenas de passos depois, percebemos que emprestava sombra à famosa Casa do Sardinha, bar, restaurante, centro de actividades e de recuperação de energias.

Para muitos, a principal razão de ser da caminhada.

Casa do Sardinha, o Coração Logístico da Ponta de São Lourenço

O nome do estabelecimento mantém-se aquele porque ao longo dos anos ficou conhecido.

Ambos, foram legados pelos antigos proprietários daquelas terras, criadores de gado, como o provam as pedras de curral que por ali subsistem, num tempo em que boa parte da península admitia pastos e até cultivos.

De trigo, da cevada plantada pelos também camponeses da vila piscatória do Caniçal que a faziam germinar no solo aparentemente inóspito do actual Ilhéu da Cevada (dos Desembarcadouros).

Não tardámos a avistá-lo.

São Lourenço, o Porquê do Santo Baptismo

A Ponta de São Lourenço está para sempre ligada aos primeiros momentos da descoberta e colonização da Madeira. Preserva o nome da caravela de João Gonçalves Zarco, um dos três descobridores da ilha.

O achamento da Madeira deu-se em 1419, um ano após do de Porto Santo. Por sua vez, a colonização mais próxima da Ponta de São Lourenço, a do Caniçal, verificou-se por volta de 1489, quando Vasco Martins Moniz e o seu filho primogénito Garcia Moniz lá se instalaram numa fazenda.

No início do século XVI, os Moniz ergueram uma igreja que deu origem à mais antiga das pequenas paróquias da Madeira, São Sebastião do Caniçal, mais tarde, freguesia do Caniçal e uma das coutadas preferidas dos descendentes do Capitão Donatário pioneiro do Porto de Machico, Tristão Vaz.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Mar esmeralda e cristalino na costa norte da Ponta de São Lourenço.

Corsários Ingleses, Piratas Mouros e Ameaças Afins

A colonização do extremo oriental da ilha sempre se provou problemática. Sobre o virar para o século XVII, em plena Dinastia Filipina, os ingleses, inimigos viscerais da Coroa Espanhola, encarregaram-se de atacar e saquear os seus habitantes.

Não foram os únicos. O isolamento daquela ponta da Madeira, às portas de África, tornava-a também vulnerável às pilhagens mouras.

A zona revelava-se tal maneira susceptível, que a Capitania de Machico relembrava com frequência os colonos para se manterem atentos às fogueiras do Caniçal.

Durante algum tempo, foi este o único sistema de alerta de ataques provindos do lado da Ponta de São Lourenço. Anos mais tarde, reforçou-o um pequeno forte-vigia.

As infraestruturas de defesa poderiam ter sido outras, bem mais funcionais, caso tivesse passado da mente do Marquês de Pombal a ambição de erguer um porto na Baía d’Abra, conjecturado para abrigar dez naus.

Em vez dessa estrutura, hoje, serve a Ponta de São Lourenço o ínfimo Cais do Sardinha, o ancoradouro e prainha de seixos e água cristalina que regala os caminhantes com banhos recompensadores. Também lá teríamos o nosso mas, regressemos ao trilho.

Cais do Sardinha, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Cais do Sardinha e a sua praia pedregosa.

A Derradeira e Mais Extenuante Ascensão

É detrás da Casa do Sardinha que parte o derradeiro trecho do PR8, de longe o mais cansativo. Um esboço de escadaria feita de centenas de socalcos irregulares e demasiado largos exigem-nos das coxas, toda a sua força.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Caminhante percorre o itinerário PR 8 ao longo do limiar leste da ilha da Madeira.

Sabemos que o vencemos e que conquistámos os 162 metros do Pico do Furado quando damos com o Miradouro sem saída da Ponta do Furado.

Nesse cimo uma vez mais exposto ao norte, internado no Atlântico como nenhum até então, a ventania é infernal. Perturba-nos a estabilidade necessária à fotografia e agrava o receio de, sem planos para tal, dali nos estatelarmos no fundo rochoso e pedregoso do sopé do Morro do Furado.

Deslumbramo-nos com a solidão insular do Farol algo equilibrista da Ponta de São Lourenço (107m), o limiar humanizado da península. E, para leste, com o vislumbre das esguias Desertas.

Mesmo desejosos de avançar para lá do reduto encordoado, resistimos ao vendaval e fintamos a tragédia.

Uns poucos metros aquém do Pico do Furado, espanta-nos o fulgor vegetal de uma planta que proliferava da sombra e humidade retida entre dois penhascos.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Um dos poucos exemplos de planta verdejante.

Uma Fauna e Flora de Reserva Especial

De aparência inóspita, a Ponta de São Lourenço acolhe formas de vida tão especiais que, em 1982, foi decretada Reserva Natural: a península em si, reserva parcial. O Ilhéu da Cevada, reserva total.

Feitas as contas, a península é habitat de 138 espécies de plantas, 31 delas exclusivas da ilha da Madeira.

No que diz respeito à fauna, abriga uma das maiores colónias de gaivotas do arquipélago, Corre-caminhos, Pintassilgos, Canários-da-Terra, Francelhos, Cagarras, Roques-de-Castro, Almas-Negras e espécimes de Garajau-Comum, bem como alguns inusitados caracóis endémicos.

Pouso, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Ave-marinha em pouso sobre uma aresta basáltica.

Ao largo, apesar de mais fáceis de encontrar nas ilhas Desertas, são avistados, de quando em quando, Lobos-Marinhos.

Revertemos à Casa do Sardinha.

Desse quartel-general providencial, regressamos ao início do trilho.

À Descoberta da Ponta de São Loureço. Agora por Mar

Uns dias depois, complementamos a caminhada com uma exploração marinha da Ponta de São Lourenço. Zarpamos da doca da Quinta do Lorde.

Navegamos ao largo dos recortes que precedem a península e, passada a Ponta do Buraco, sobre as águas tranquilas da Baía d’Abra.

Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

Uma lancha percorre a costa sul da Ponta de São Lourenço.

Após uma escala no Cais do Sardinha, seguimos para a base da Ponta do Furado, de onde, ao contrário do miradouro acima, conseguimos detectar e fotografar o furo geológico em questão.

Prosseguimos ao largo do Ilhéu da Cevada, até chegarmos ao estreito que o separa do vizinho ocre de São Lourenço.

Agora, a partir da superfície do mar, impressionamo-nos a dobrar com o coroar destemido do farol homónimo, inaugurado em 1870 e, como tal, o farol ancião da Madeira.

De alguma forma, o Ilhéu do Farol protegia-nos das correntes e vagas caprichosas geradas pelo encontro dos mares do Norte e do Sul. Protegia, mas não muito.

Farol do Ilhéu do Farol, Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

O Farol de São Lourenço, a coroar o Ilhéu do Farol

Quanto mais deixávamos a sombra dos seus penhascos e nos expúnhamos à vastidão do oceano, mais as ondas e as correntes nos faziam sentir a fragilidade que Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo souberam domar.

Com o vento a dramatizar o fluir da lancha, impôs-se um regresso às águas tranquilas do sul. Tínhamos desvendado a ponta remota da Ponta de São Lourenço.

Nas muitas voltas que demos à grande ilha, não voltámos a ver uma Madeira assim.

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Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
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Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
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A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
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Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
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17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
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Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

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Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

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São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Parques Naturais
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Via Conflituosa
Património Mundial UNESCO
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Praias
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Religião
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Sociedade
Tongatapu, Tonga

A Última Monarquia da Polinésia

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.