Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.


Ngawal, a aldeia
Panorama de Ngawal da encosta acima do templo budista local.
Sortido budista
Bandeiras de oração tremelicam ao vento e contra a luz.
Repasto animado
Grupo de mulheres almoça e convive numa pequena tea-house de Munchi, a pouca distância de Braga.
Natureza moribunda
Árvore ressequida no caminho entre Ngawal e Munchi e Braga.
Recenseamento eleitoral é obrigatório
Poster numa porta velha de Ngawal profetiza sobre os prodígios do voto.
Moldura nepalesa
Janela de Ngwal com a arquitectura simples mas elegante das aldeias nepalesas.
Mandamentos
Lajes de oração budistas na base de uma das estupas de Ngawal
Geminação
Casario de adobe e pedra de Ngawal, visto da encosta oposta à dos Anapurnas
Duo bovino
Jovens iaques apanham sol junto à parede tibetana de orações de Ngawal.
Moradora
Anciã de Ngawal atarefada no terraço de sua casa.
Vida ao sol
Fardos de feno secam durante a longa época seca do Nepal.
Uma pausa ensolarada
Jovem moradora no alpendre do seu lar, bem no centro de Ngawal
Estupa & Tunel
Outra estupa, bem no centro de Ngawal e com abertura para dar passagem pela rua.
Estupa vs Annapurna
Estupa de Ngawal com os Anapurnas nevados em fundo.
Fé ao vento
Bandeiras de oração budistas esvoaçam acima do templo de Ngawal.
Cor da luz e da fé
Bandeiras de oração budistas resplandecem contra a luz do quase pôr-do-sol
Amuleto dourado
Estátua de Buda abençoa os moradores e visitantes de Munchi.
Lar budista
Estandarte colorido sinaliza a fé de uma das casas de Ngawal.
Estupa já quase em Braga
Uma velha e elegante estupa, entre Munchi e Braga.
Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.

O banho: esse tema transcendental e quase bélico do Circuito do Annapurna.

Intriga os anfitriões nepaleses a urgência dos mochileiros de se banharem. Exasperam-nos as sucessivas exigências por água quente: ao fim de cada dia. Logo após o despertar.

A maior parte dos nativos cresceram a tomar banho de quinze em quinze dias. Os mais velhos, fazem-no, com sorte, de mês a mês. Escapa à sua razão o porquê de os hóspedes implorarem por duches fluídos com água cálida. E, no entanto, quando interrogados sobre se os seus hotéis garantem banhos quentes, seja ou não verdade, prometem-nos.

Assim nos tínhamos decidido instalar na Ngawal Mountain Home, à entrada da povoação em vez de no seu centro. Uma hora após o check-in, estávamos deitados. Cobertos pelos sacos-cama polares e por todos os cobertores que o quarto oferecia, a tentarmos recuperar de uma inesperada hipotermia.

“Os alemães tomaram há pouco. Parece que estava bom!” assim nos incentivou o nepalês de serviço na pousada. Metemo-nos no duche, pensávamos que em segurança. Decorridos três minutos, ainda ensaboados, sentimos a água a passar de morna a gélida.

Vemo-nos forçados a continuar o banho a uns cruéis 0º (ou lá perto) e a nos enregelarmos ainda mais no regresso ao quarto.

Quando lá reentramos, estamos a tiritar que nem varas verdes. Só após meia-hora de recobro acamado  recuperamos o normal controlo dos movimentos. Ainda a tempo do jantar.

À Descoberta de Ngawal

Derreados da subida anterior às alturas panorâmicas de Ghyaru, dormimos cedo. Acordamos mais tarde do que queríamos numa segunda-feira radiante. Saímos na direcção do casario de pedra e adobe que víamos à distância. Já em pleno reduto habitacional, encontramos uma das várias estupas da aldeia.

Na sua base, uma escadaria desenrolava-se encosta acima, a perder de vista, decorada por uma colónia multicolor de bandeirinhas budistas de oração que tremelicavam ao vento.

Havia ainda um letreiro que com três avisos em inglês de “notice” e o dobro dos pontos de exclamação alertava para a entrada do Nar-Phoo trekk, uma derivação do circuito Annapurna que ascendia aos 5300 metros de altitude do desfiladeiro de Kang-La.

Ngawal, circuito Anapurnna, Nepal

Panorama de Ngawal, com os montanhas Anapurnna em fundo.

Ficamo-nos pela escadaria. Pouco depois de meio, abandonamo-la para a encosta abrupta em que ziguezagueamos com cuidados redobrados para evitarmos rebolar por ali abaixo.

Mesmo antes de chegarmos a um ponto de observação que nos parece ideal, fazemos soltar uma grande pedra tão arredondada quanto instável.

O calhau ganha ímpeto. Rola na direcção das casas mais próximas e da estrada por que tínhamos entrado na aldeia e em que víamos cirandar alguns vultos.

Por momentos, fazemos fé em que se deteria na falda. A gravidade acelera-o de tal forma que o imaginamos a entrar por uma casa adentro e, a nós, a fugirmos de uma turba nepalesa em fúria.

Por sorte, a rocha acaba por se estatelar entre o mosteiro e uma outra estupa. Sem danos.

O alívio faz-nos apreciar o cenário abaixo e por diante com prazer redobrado.

De Volta ao Sopé de Ngawal

Ngawal estende-se numa área plana mas elevada do vale, sobranceira ao leito do rio Marsyangdi e à pista do aeródromo local que se aninha aos pés da cordilheira dos Annapurnas, ali, já da montanha Annapurna III, com a Gangapurna a sugerir-se a oeste.

Como a víamos daquele ponto panorâmico, era formada por um núcleo de telhados lisos de argila e palha, cada qual com o seu estandarte budista a esvoaçar ao vento.

Bandeiras de oração, Ngawal, circuito Anapurnna, Nepal

Bandeiras de oração tremelicam ao vento e contra a luz.

Regressamos à escadaria e descemos para às ruelas ainda semi-solarengas da povoação.

Como tínhamos feito nas aldeias para trás, lá admiramos o dia-a-dia arrastado dos poucos habitantes e os detalhes arquitectónicos dos lares e edifícios religiosos: as janelas coloridas com molduras recortadas, os alpendres e varandins que se abrem para a atmosfera pura dos Himalaias e garantem aos moradores uma supremacia sempre útil face às ruas contíguas.

Aproximamo-nos do maior hotel de Ngawal, bem destacado no seu âmago. Duas senhoras nepalesas de alerta para a chegada de turistas insistem em impingir-nos o pequeno-almoço que já trazíamos tomado.

Continuamos a deambulação por mais meia-hora até que decidimos resgatar as mochilas grandes da Ngawal Mountain Home e avançarmos até à povoação que tínhamos prevista para o novo fim de dia.

Nativa, Ngawal, circuito Annapurna, Nepal

Anciã de Ngawal no alpendre da sua casa.

Ngawal, a Caminho de Braga.

Mal passamos o portão da propriedade, esbarramos com Fevsi. Tínhamo-lo deixado, ao alemão Josh e ao casal ítalo-espanhol Edu e Sara em Ghyaru.

Nessa manhã, Josh retrocedera em busca do permit do circuito de que se esquecera em Chame. Edu e Sara já tinham passado para diante. Fevsi, caminhava sozinho no seu encalço. Saudamo-lo agradados por termos companhia.

Enquanto andamos, inteiramo-nos das novidades e entretemo-nos com sucessivos temas, dos relacionados com o circuito à vida de Fevsi na sua terra turca na iminência da Geórgia e até as incursões que fazia a Batumi e a outros litorais do Mar Negro e da antiga república soviética.

Descemos os três do cimo intermédio em que se espraiava Ngawal para o desfiladeiro do Marsyangdi abaixo. Caminhamos ao longo do prolongamento alpino do vale, com os picos bem nevados da cordilheira Annapurna a rasgarem o firmamento azulado. Ao contrário do que acontecera noutros, esse trecho mantêm-se movimentado.

Cruzamo-nos com um grupo de mulheres que trazem as suas crianças da escola. Não tarda, também com dois ou três motociclistas apontados a terras mais baixas.

Duas horas depois, contornamos o fundo raiado de uma zona de encosta que quase fechava o vale.

O lado de lá revela-nos novo lugarejo e um enfiamento de pequenos restaurantes locais em que, malgrado a proximidade do destino final, optamos por almoçar.

Repasto numa casa de chá de Munchi, Circuito Annapurna, Nepal

Grupo de mulheres almoça e convive numa pequena tea-house de Munchi, a pouca distância de Braga.

O Descanso Merecido de Munchi

Sabe-nos bem pousar as mochilas pesadas como chumbo. Quase tão bem como a tagarelice e os sumos de bagas de espinheiro-mar que bebericamos na esplanada diminuta enquanto esperamos pelos petiscos.

Sentimo-nos reanimados. Mesmo assim, não tão animados como o grupo de nativas instaladas no interior que, na companhia dos proprietários, alternam entre uma conversa matraqueada e ataques desenfreados de riso.

Pequenos pelotões de caminhantes, alemães, israelitas, na sua maioria, dirigidos a Manang, passam por nós e pela estátua dourada de Buda que abençoa a povoação.

Conscientes de que pouco faltava para o nosso destino, deixamos arrastar o repasto tardio de sopas, iaque guisado e pão tibetano. Até que o sol cai para trás das montanhas e o calorzinho que nos afagava as faces dá lugar à brisa frígida que, por norma, anuncia a noite.

Pagamos o almoço. Recolocamos as mochilas às costas. Retomamos o serpentear da longa via Manang Sadak que continuava a emular o do Marsyangdi. Vencidas mais umas centenas de metros, damos com uma profusão de tabuletas de beira-de-estrada que indicavam o Ice Lake e uma tal de Milarepa Cave.

Por essa altura, não estávamos disso conscientes, mas, viriam a provar-se ambas caminhadas árduas, cruciais para a aclimatização que a conquista do Thorong-La Pass, feita a 5.416 metros de altitude, nos exigia.

O Derradeiro Esforço

Deixamos para trás essas placas e deparamo-nos com uma estupa antiga envolta de bandeiras de oração. No meandro seguinte, cruzamo-nos com quatro ou cinco iaques negros a caminho sabe-se lá de onde.

Por essa altura, o grupo de mulheres que encontrámos em convívio dentro do restaurante de Munchi já quase nos apanhava. Ao perceberem o interesse fotográfico que tínhamos pelos animais, bloqueiam-lhes a marcha até que nos aproximássemos. Mesmo se o proveito fora pouco por os bichos terem, de imediato, debandado, agradecemos-lhes o esforço e a gentileza.

Fevsi continuava a sua caminhada. Encurtamos o espaço que dele nos separava na companhia das mulheres, que falavam algum inglês e seguiam na mesma boa-disposição em que as tínhamos visto pela primeira vez.

As senhoras despedem-se e retomam um passo acelerado que as nossas mochilas nunca nos concederiam. No entretanto, alcançamos Fevsi que, ao invés, tinha reduzido o seu ritmo.

Juntamo-nos a ele sobre um novo meandro. Contornamo-lo, uma vez mais curiosos. Até que vislumbramos um mosteiro budista branco e vermelho encaixado a meio de um fim de encosta coroado por penhascos afiados.

Só podia ser Braga. Ou Braka, como era também conhecida.

Estupa, Braka, circuito Annapurna, Nepal

Uma velha e elegante estupa, entre Munchi e Braga.

Enfim, Braga

Descemos da vertente que fechava o anfiteatro natural em que se abrigava a povoação para o prado inclinado e semi-encharcado no entremeio.

O pasto que ali se exibia bem mais viçoso que na maior parte do Nepal, servia de cama e de alimento a alguns iaques pachorrentos.

Mas não só. Bandos de patos selvagens e outras aves chafurdavam e vasculhavam a relva enlameada em busca de alimento. De tempo a tempo, aterrava um novo bando que reforçava o contingente de visitantes asados.

Ainda estávamos a chegar mas Braga já nos conquistava. Voltamos à Manang Sadak de que nos tínhamos perdido. Percebemos que quase todos os hotéis da povoação surgiam alinhados à beira da estrada.

Esta nova escala do Circuito Annapurna podia até ser bem distinta de Ngawal. O tema premente na altura de escolher a estadia, esse, era o da noite anterior e o de sempre: o banho.

O New Yak Hotel – o primeiro que encontramos em Braga – prometia duches aquecidos a gás de botija. Estava ainda servido de uma padaria repleta de tarte de maça e outras pastelarias de fazer água na boca.

Os preços da estadia e da alimentação destoavam pouco do habitual pelo que concordámos num ápice em lá nos instalarmos. Em boa-hora. Os banhos a gás de botija eram raros ao longo do circuito. Ofereciam-nos apenas hotéis que, como o New Yak, tinham conseguido fama online e que, como tal, se mantinham cheios.

Mesmo sem o dramatismo térmico do fim de dia em Ngawal, o duche inaugural volta a desiludir-nos. Ao contrário da Braga do Nepal, que não mais deixaria de nos encantar.

Mais informações sobre caminhadas no Nepal no site oficial do Turismo do Nepal.

Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna - A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Monges na escadaria do mosteiro Tashi Lha Khang
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
Escadaria Palácio Itamaraty, Brasilia, Utopia, Brasil
Arquitectura & Design
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
A Crucificação em Helsínquia
Cerimónias e Festividades
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Porvoo, Finlândia, armazéns
Cidades
Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Sombra de sucesso
Cultura
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
ilha Streymoy, Ilhas Faroe, Tjornuvik, Gigante e Bruxa
Em Viagem
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Étnico
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
História
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia
Ilhas
Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Pescador manobra barco junto à Praia de Bonete, Ilhabela, Brasil
Natureza
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Mulher atacamenha, Vida nos limites, Deserto Atacama, Chile
Parques Naturais
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Catedral de Santa Ana, Vegueta, Las Palmas, Gran Canária
Património Mundial UNESCO
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
vista monte Teurafaatiu, Maupiti, Ilhas sociedade, Polinesia Francesa
Praias
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Jerusalém deus, Israel, cidade dourada
Religião
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Macaco-uivador, PN Tortuguero, Costa Rica
Vida Selvagem
PN Tortuguero, Costa Rica

Tortuguero: da Selva Inundada ao Mar das Caraíbas

Após dois dias de impasse devido a chuva torrencial, saímos à descoberta do Parque Nacional Tortuguero. Canal após canal, deslumbramo-nos com a riqueza natural e exuberância deste ecossistema flúviomarinho da Costa Rica.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.