Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa


Luz Vermelha
Lampião garrido assinala um dos muitos bares e restaurantes de Ponto cho, o bairro nocturno mais reputado de Quioto.
Kikuno a última gueixa de Nara, Japão
Exibição de Kikuno, a última gueixa de Nara.
Gueixa em Quioto, Japão
Gueixa percorre uma ruela estreita de Quioto.
Altivez Maiko
Amigas vestidas de maiko reunem-se à sombra de uma àrvore do bairro de Hanami-koji.
Figurantes-Manequins
Manequim de quimono "recebe" clientes à entrada de um restaurante repleto de outros manequins, em Quioto.
Gueixa em Pontocho
Gueixa percorre um beco do bairro de Pontocho.
Roteiro “maiko”
Amigas vestidas de "maiko" passeiam-se por uma rua tradicional de Quioto.
Caminhada pela história
Maikos passeiam-se nas ruas tradicionais de Hanami-koji e Shinmonzen-dori, com os seus quimónos de costas armadas.
Sombra da gueixa Kikuno, Nara, Japão
Sombra de Kikuno, durante um espectáculo da última gueixa de Nara
Companhia Gueixa
Duas maikos caminham por uma ruela de Gio, o âmago gueixa de Quioto.
Maikos a fingir
Visitantes de Quioto vestidas de maikos.
Gueixa Kikuno, em Nara, Japão
Kikuno assume uma das poses que as gueixas apuram como forma de sensualidade.
Promo Quimono
Montra de loja de Gion com diversos quimonos em promoção.
Sob as luzes de Ponto cho
Transeuntes percorrem a ruela estreita de Ponto cho, um território privilegiado das gueixas de Quioto.
Costas de maikos a fingir
Visitantes vestidas de maikos passeiam-se pelo centro histórico de Quioto.
Pose Gueixa
Gueixa em Ponto-Cho, a ruela mais emblemática da arte gueixa de Quioto.
Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.

A derradeira luz do dia dissipa-se e os candeeiros balão destacam-se e animam a ruela de Ponto-cho que a história transformou no coração da vida nocturna de Quioto.

A esta hora, as gueixas da cidade afluem para os bares e restaurantes preparadas para os compromissos que têm marcados. Aparecem sem aviso, com faces fantasmagóricas desafiadoras da penumbra. E somem-se em pequenos edifícios tradicionais térreos identificados por letreiros em kanji estilizado.

As Artes e Virtudes de uma Gueixa

Por respeito à sua arte milenar e aos muitos milhares de ienes que auferem, um patrono não pode esperar. Mas, tão importante como a pontualidade, cada minuto de companhia deve ser usufruído como um momento especial.

Para o garantir, uma gueixa (gei=arte + sha=pessoa) desenvolve várias aptidões. Aprendem cedo a tocar koto (arpa japonesa), a declamar poesia e prosa, contar anedotas, interpretar canções e danças tradicionais japonesas.

Geisha Gion, Gion, Geisha, Quioto, Japao

Gueixa percorre uma ruela estreita de Quioto.

Mas, se estes são atributos superiores, também a conversação, a forma de servir chá ou outras bebidas, o simples caminhar, o riso e, em certas situações, até o choro se esperam graciosos.

É suposto o nível cultural das gueixas alimentar diálogos requintados incluindo sobre política e arte mas, quando os efeitos do saquê e da cerveja se fazem sentir, as acompanhantes não se podem furtar aos piropos e a comportamentos eróticos.

O Sexo ou Não Sexo e Outras Polémicas Gueixa

A questão do sexo permanece envolta em mistério e polémica. O facto de fazer parte das funções ou chegar a acontecer é motivo de discórdia entre as gueixas quanto mais entre observadores gaijin (estrangeiros) da cultura nipónica. Algumas gueixas e maikos (jovens em aprendizagem) mostram-se ofendidas com a simples insinuação.

É o caso de Ichimame, uma aprendiz que mantém um blogue sobre a profissão e para quem o filme “Memórias de uma Gueixa” se revelou abusador quer por ter envolvido actrizes chinesas na cultura nipónica, quer pela componente sexual acrescentada à narrativa.

Também Susumu Harema, um dos gerentes da casa de chá que forma Ishigame se escandalizou: “uma gueixa não dorme com um cliente” a sua função é apenas divertir a clientela”.

Algumas admitiram, no entanto, que o sexo é pouco habitual mas nem sempre descartado e que certos clientes recusariam patrociná-las se lhes fosse interdito. Basta recuar no tempo para considerarmos a sua versão.

Passeio de Maikos Gion, Gion, Geisha, Quioto, Japao

Visitantes vestidas de maikos passeiam-se pelo centro histórico de Quioto.

A Remotas Origens Nipónicas das Gueixas

No fim do século XVII, começaram a proliferar, no Japão, as odoriki, dançarinas de aluguer que eram contratadas pelos samurais e senhores feudais mais abastados. Cem anos mais tarde, vendiam também serviços sexuais.

Aquelas que tinham deixado de ser adolescentes (e, como tal, não se podiam considerar odorikis) adoptaram outros títulos. O que mais se popularizou foi gueixa, tomado de empréstimo aos animadores masculinos de então.

A primeira mulher que assim se auto-denominou foi Kikuya, uma prostituta de Fukagawa. Fê-lo por volta de 1750, quando era já conhecida como cantora e jogadora de shamisen dotada.

Amigas Maikos passeio Gion, Gion, Geisha, Quioto, Japao

Maikos passeiam-se nas ruas tradicionais de Hanami-koji e Shinmonzen-dori, com os seus quimónos de costas armadas.

À medida que outras começaram a usar o título, muitas passaram a trabalhar apenas como animadoras (não como prostitutas), frequentemente nos mesmos estabelecimentos dos homens.

Em 1800, ser gueixa era já uma ocupação feminina (apesar de ainda hoje existirem alguns gueixas homens) e aquelas tornaram-se bem mais desejadas que as cortesãs antiquadas rivais, as oirans.

Entretanto, as autoridades japonesas promulgaram leis que procuraram consolidar o estatuto cultural das gueixas. Tornou-se obrigatório que atassem o obi (faixa) nas costas para dificultar a remoção do quimono.

E também o  penteado e a maquilhagem passaram a ser mais simples que os das oirans para que a sua beleza fosse encontrada na arte e não nos corpos.

Retrato de Geisha Gion, Gion, Geisha, Quioto, Japao

Gueixa em Ponto-Cho, a ruela mais emblemática da arte gueixa de Quioto.

A Promoção Social Proporcionada pela Restauração Meiji

A partir da Restauração imperial Meiji, o papel da gueixa foi gradualmente valorizado pela sociedade masculinizada japonesa. Por volta de 1920, atingiu um clímax de importância.

Mas a 2ª Guerra Mundial destruiu esse ascendente. Enquanto o milagre da recuperação económica transformava o Japão na nação altamente industrializada e tecnológica das últimas décadas, o número de gueixas diminuía de 80.000 para um máximo de 2000.

O seu ofício tornou-se numa verdadeira relíquia que, malgrado, sobrevive por detrás de tantas portas e paredes de papel de arroz de Tóquio e Quioto.

Geisha em Gion, Gion, Geisha, Quioto, Japao

Gueixa percorre um beco do bairro de Pontocho.

Nos últimos anos, alguns empresários nipónicos dedicaram-se a explorar o fascínio dos japoneses e estrangeiros pela estranha profissão.

Gion tem duas hanamachis (comunidades de gueixas), a Kobu e a Higashi. Estes bairros preservam a tradição com uma base sólida na arquitectura antiga das machiyas, as casas “velhas” da cidade.

As suas ruas são o ambiente fidedigno que inspirou um fenómeno da criatividade empresarial japonesa que começa a fazer furor.

Rua Puntocho, Gion, Geisha, Quioto, Japao

Transeuntes percorrem a ruela estreita de Ponto cho, um território privilegiado das gueixas de Quioto.

O Âmago Nipónico Gueixa de Gion, em Quioto

Enquanto deambulamos pelo bairro de Gion, deparamo-nos com estúdios coloridos e sofisticados que alugam trajes, serviços de caracterização, de guias e de fotografia a adolescentes japonesas e gaijin.

Pautado pelo perfeccionismo nipónico, o seu trabalho é tão fiel que quase só os nativos detectam as diferenças. As clientes agradecem a dedicação e rejubilam com a sua nova imagem.

Encontramo-las protegidas da timidez em grupos de amigas e aconchegadas em quimonos extra-coloridos. Passeiam-se de faces alvas ao longo dos cenários perfeitos das ruas Hanami-koji e Shinmonzen-dori, hirtas sobre sandálias de madeira okobo-geta e orgulhosas de cada passo da sua curta vida de geikos (outro termo para gueixas).

Maikos posam em Gion, Gion, Geisha, Quioto, Japao

Amigas vestidas de maiko reunem-se à sombra de uma àrvore do bairro de Hanami-koji.

Como se tratassem das personagens originais, são frequentemente seguidas e interpeladas por forasteiros de máquinas fotográficas em riste e por grupos de alunos fardados a caminho das aulas ou de casa. Não nos fazemos rogados e acompanhamos os seus movimentos.

Mas estas encenações descartáveis não compensam o desaparecimento gradual das verdadeiras gueixas.

A Resistência Inglória da Única Gueixa de Nara

Em Nara – outra antiga capital nipónica – só existe uma maiko. Enquanto inúmeros adolescentes nativos se queixam do excessivo tradicionalismo e atraso civilizacional da sua cidade, Kikuwaka, a tal aprendiz, sempre se orgulhou do passado nipónico.

Geixa durante espectáculo cultural Maikos, Geisha, Nara, Japao

Kikuno assume uma das poses que as gueixas apuram como forma de sensualidade.

Por sugestão da mãe, inscreveu-se no Ganrin In, uma espécie de escola que continua a ensinar as antigas artes requeridas às gueixas. Em menos tempo do que esperava, tornou-se numa atracção única e incontornável. Só que a ausência de concorrência revelou-se, ao mesmo tempo, um trunfo e um fardo.

Durante um espectáculo a que assistimos numa associação cultural que a acolhe vezes sem conta, os seus passos sobre o palco acompanham a música dramática e minimal.

São tão belos e arrastados quanto possível e os restantes movimentos pausados, como as expressões que mudam com suavidade, iluminadas pelo fundo brilhante de biombos dourados.

Maiko durante espectaculo cultural-Nara, Maikos, Geisha, Nara, Japao

Exibição de Kikuno, a última gueixa de Nara.

Quando a actuação termina, pelo contrário, a pretendente de gueixa deixa as instalações a grande velocidade. Está atrasada para um dos quatro compromissos culturais que assumira para essa noite.

Apesar do stress a que foi condenada, Kikukawa não tem as piores razões de queixa da sua actividade.

A Adaptação à Realidade dos Nossos Tempos

O Japão também foi assolado pela nova crise económica e cada vez menos homens se atrevem a pagar os honorários elevadíssimos contabilizados ao minuto pelas mama-san e cobrados por algumas gueixas de Quioto e Tóquio.

Estas tiveram que improvisar. Ignoraram regras milenares da profissão e tornaram-se menos exclusivas, misteriosas e furtivas.

Sombra maiko durante espectaculo cultural em Nara, Geisha, Nara, Japao

Sombra de Kikuno, durante um espectáculo da última gueixa de Nara

A partir do virar do milénio em diante, todos os anos, em Fevereiro, várias gueixas servem 3000 pessoas numa cerimónia do chá ao ar livre realizada durante o Festival das Ameixas em Flor da cidade dos templos.

E, no Verão de 2010, começaram a servir imperiais e canecas e a dançar no jardim de cerveja de um teatro local. A evolução (ou degradação) da sua arte dificilmente ficará por aí.

Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Tóquio, Japão

À Moda de Tóquio

No ultra-populoso e hiper-codificado Japão, há sempre espaço para mais sofisticação e criatividade. Sejam nacionais ou importados, é na capital que começam por desfilar os novos visuais nipónicos.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Arquitectura & Design
Fortalezas

O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
A Crucificação em Helsínquia
Cidades
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Noiva entra para carro, casamento tradicional, templo Meiji, Tóquio, Japão
Cultura
Tóquio, Japão

Um Santuário Casamenteiro

O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Twelve Apostles, Great Ocean Road, Victoria, Austrália
Em Viagem
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
Promessa?
Étnico
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Panorama no vale Licungo e sua plantação de chá
História
Gurué, Moçambique, Parte 2

Em Gurué, entre Encostas de Chá

Após um reconhecimento inicial de Gurué, chega a hora do chá em redor. Em dias sucessivos, partimos do centro da cidade à descoberta das plantações nos sopés e vertentes dos montes Namuli. Menos vastas que até à independência de Moçambique e à debandada dos portugueses, adornam alguns dos cenários mais grandiosos da Zambézia.
Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, caminho para o vulcão
Ilhas
Montserrat, Pequenas Antilhas

A Ilha do Vulcão que se Recusa a Adormecer

Abundam, nas Antilhas, os vulcões denominados Soufrière.  O de Montserrat, voltou a despertar, em 1995, e mantém-se um dos mais activos. À descoberta da ilha, reentramos na área de exclusão e exploramos as áreas ainda intocadas pelas erupções.  
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Parque Terra Nostra, Furnas, São Miguel, Açores, Portugal
Natureza
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Vulcão ijen, Escravos do Enxofre, Java, Indonesia
Parques Naturais
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Nacionalismo Colorido
Património Mundial UNESCO
Cartagena de Índias, Colômbia

A Cidade Apetecida

Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Apanhador de cocos, em Unawatuna, Sri Lanka
Praias
Unawatuna a Tongalle, Sri Lanka

Pelo Fundo Tropical do Velho Ceilão

Deixamos a fortaleza de Galle para trás. De Unawatuna a Tangale, o sul do Sri Lanka faz-se de praias com areia dourada e de coqueirais atraídos pela frescura do Índico. Em tempos, palco de conflito entre potências locais e coloniais, este litoral é há muito partilhado por mochileiros dos quatro cantos do Mundo.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
city hall, capital, oslo, noruega
Sociedade
Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Vida Selvagem
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.