Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva


Locomotiva garrida
Locomotiva do Kuranda train em Kuranda.
Derradeiro apito
Chefe de estação anuncia a partida do Kuranda train.
Visitantes Orientais
Passageiros orientais em predomínio numa das carruagens do Kuranda Train.
Contemplação sobre carris
Passageira aprecia a paisagem da selva tropical do PN Barren Falls, em movimento.
Lynda
Vendedora psicadélica da feira de Kuranda.
Colosso Ferroviário
Composição do Kuranda atravessa um dos viadutos amplos que viabilizaram o percurso entre Cairns e Kuranda.
Reposicionamento
Funcionário da estação de Kuranda ajusta uma placa de sinalização.
Tropical
Passageiro em traje tropical fotografa a composição do Kuranda train acabada de chegar à plataforma de Freshwater.
Varandim
Kuranda train detém-se acima das quedas d'àgua de Barron para que os passageiros apreciem o cenário.
Sinalética
Composição de Kuranda train passa junto a sinalética 10
Sada
Sada, escultor de artefactos e instrumentos aborígenes.
Visitantes Orientais II
Passageiros orientais em predomínio numa das carruagens do Kuranda Train.
Kuranda train
O Kuranda train avança por um traçado sinuoso ao longo da selva do Parque Nacional Barron Falls.
Kuranda Hippie
Imagem da época hippie de Kuranda.
Sombra Preciosa
Passageiros protegem-se do calor abafado na esplanada do Kuranda Hotel.
Barren Falls
Kuranda train detém-se para que os passageiros admirem as quedas d'àgua mais emblemáticas da região, normalmente mais impressionantes.
Maternidade aussie
Mãe vendedora em Kuranda com o seu filho.
Bem-vindo a Kuranda
Passageiros deixam a estaçao de Kuranda e dirigem-se para o centro da pequena povoaçao.
Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.

A composição aproxima-se da plataforma de Freshwater.

A funcionária tem dificuldade em conter os passageiros curiosos, ávidos de fotografarem a grande locomotiva colorida que se aproxima e demasiado próximos da extremidade proibida da linha.

Estamos nos arredores de Cairns, no norte luxuriante do leste da Austrália. O comboio chega do centro da cidade com algum atraso e o maquinista sabe que tem que recuperar tempo perdido.

Conta com a colaboração do chefe de estação para apressar os procedimentos: “All aboard” grita este do fundo dos pulmões. Volta a inspirar e sopra o apito com igual vigor ferroviário.

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Passageiro em traje tropical fotografa a composição do Kuranda train acabada de chegar à plataforma de Freshwater.

A Viagem de Cairns pela Selva do PN Barron Falls acima

Já estamos instalados nos assentos vermelhos quando sentimos a carruagem oscilar. O Kuranda Train avança primeiro entre a floresta húmida limítrofe e os areais ervados do Mar de Coral.

Depois, galga as alturas da cordilheira de Macalister e entra na selva cerrada do Parque Nacional Barron Falls onde serpenteia ao longo de desfiladeiros imponentes.

O fluir gracioso das carruagens, arejadas e confortáveis e a imponência dos cenários pouco dizem das agruras na origem daquele caminho-de-ferro. E, no entanto, passou pouco mais de um século desde o esboçar tresloucado do projecto.

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Composição do Kuranda atravessa um dos viadutos que viabilizaram o percurso entre Cairns e Kuranda.

A Urgência Histórica na Origem do Kuranda Railway

Estávamos em 1881 e o norte de Queensland vivia mais uma de tantas épocas prolongadas de monção. Uma comunidade numerosa de mineiros de estanho nas margens do Wild River, próximo de Herberton, sofria já vários meses de racionamento e de fome.

Isto, porque estrada de terra resgatada ao mato se tinha transformado num longo atoleiro e não permitia a chegada de mantimentos de Port Douglas. Tal provação suscitou uma forte contestação entre os colonos daquela área remota e o intensificar da exigência de um caminho de ferro que os ligasse ao litoral.

Passou o período de aflição, como o calor e as chuvas predominantes. Vindos os meses mais frios e secos da Austrália, os políticos do sul afluíram ao Top End para fazer as suas campanhas eleitorais. Todos prometiam construir a desejada linha.

Em Março de 1882, o Ministro do Trabalho e das Minas decidiu materializar as promessas e encarregou Christie Palmerston, um bushman e pioneiro experiente, de achar a melhor rota entre a costa e o Planalto de Atherton.

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Passageiros orientais em predomínio numa das carruagens do Kuranda Train.

A Rivalidade entre Cairns e Port Douglas pelo Terminal Costeiro

Com o apoio estatal garantido, as cidades rivais de Cairns e Port Douglas lutaram pelo direito de acolher o terminal costeiro e de desenvolver a linha. Nesse tempo, Palmerston investigava já as diversas hipóteses para o itinerário e dava sistematicamente com um trilho antes marcado por um tal de inspector Douglas.

No fim do seu percurso, Douglas mandou um telegrama ao secretário colonial que resumia a situação: “… Viagem temível. Nenhuma hipótese de estrada. Vinte dias sem rações e a subsistir quase só de raízes. Dezanove dias de chuva contínua.”

Dois anos depois, os relatórios das investigações de Christie Palmerston estavam submetidos e avaliados. Foi escolhida a rota da garganta do Barron Valley. A população de Port Douglas explodiu de indignação. Ao mesmo tempo, a de Cairns celebrou tanto quanto pôde.

Este seria apenas o início de uma grande epopeia sobre carris.

A Selva cada Vez Mais Densa, em tempos, dos Aborígenes Tjapukai

A bordo, entretemo-nos a percorrer as carruagens e constatamos uma espécie de babel em movimento animada por visitantes dos quatro cantos do mundo mas com predominância de aussies e de asiáticos.

A composição imobiliza-se e é concedido aos passageiros o privilégio de observar as imponentes Barron Falls e outras quedas de água mais insignificantes como as Stoney Creek, a apenas alguns metros do comboio.

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O Kuranda train avança por um traçado sinuoso ao longo da selva do Parque Nacional Barron Falls.

À medida que nos aproximamos do destino final, uma locução multilíngue dá informações curiosas sobre a construção atribulada da linha.

Nada disto faz parte do texto mas, em Março de 2010, o Kuranda Train descarrilou por causa de uma derrocada. Cinco dos 250 passageiros ficaram feridos e a operação foi suspensa para reavaliação de riscos até 7 de Maio, um contratempo insignificante se comparado com os sofridos durante a obra original.

A determinada altura da construção, estavam envolvidos no projecto 1500 homens, na maioria, irlandeses e italianos, distribuídos por aquartelamentos instalados junto a cada túnel – 15 escavados à mão –  e a cada uma das 37 pontes.

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Composição de Kuranda train passa junto a sinalética 10

Com o tempo, germinaram povoações de campanha fornecidas por pequenas mercearias e lojas de roupa, equipamento e dinamite. Kamerunga, no sopé do desfiladeiro, chegou a ter cinco hotéis.

Em Junho de 1891, foi inaugurado o serviço do caminho de ferro aos passageiros. Cairns prosperou enquanto Port Douglas se tornou num retiro habitacional tranquilo. Esta discrepância continua a ser bem notória.

A Resistência Aguerrida dos Aborígenes Tjapukai

Quase uma hora e meia depois, o Kuranda Train faz-se à estação final, Kuranda.

A vila de pouco mais de 1000 pessoas continua a integrar a “nação” indígena Tjapukai e acolhe o Tjapukai Indigenous Dance Theatre. Na prática, são os colonos quem mais a ocupam.

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Sada, escultor de artefactos e instrumentos aborígenes.

Durante a construção da linha, os aborígenes, insatisfeitos pela invasão e destruição das suas terras, responderam atacando, com lanças, os bois e colonos trespassantes dos seus territórios.

Isto levou a que o líder John Atherton enviasse tropas nativas rivais a perpetrar a vingança, algo que resultou no infame massacre de Speewah.

Como consequência extra, os clãs Tjapukai responsáveis pelos ataques iniciais dos colonos foram segregados e enviados para uma missão de nome Mona-Mona onde não puderam mais caçar, pescar ou sequer movimentar-se com liberdade.

No virar do século, o número daqueles aborígenes tinha diminuído drasticamente. Os poucos que resistiram foram empregues em plantações de café entretanto introduzidas. Mais recentemente, o governo australiano devolveu aos descendentes as terras que eram das suas famílias.

Alguns exploram-nas. Vários fazem comércio de artesanato nos mercados da estação terminal.

Muitos, nunca mais recuperaram dos reveses sofridos. Para estes, a derradeira ironia será ver nos dias que correm, a pintura de Budaadji, a serpente mitológica que criou todos os rios e riachos do seu mundo selvagem a viajar na locomotiva do Kuranda Scenic Railway.

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Locomotiva do Kuranda train em Kuranda.

A Estação Final do Kuranda Scenic Railway

Nos anos 60 e 70, Kuranda acolheu centenas de australianos em busca de uma vida retirada e mais existencial, uma nova comunidade hippie que se deliciou com aquele porto de abrigo improvável.

Rosie Madden escreve algumas linhas orgulhosas e esotéricas, num mini-fórum sobre a povoação: “fui uma das primeiras chamadas hippies de Kuranda. Vivi numa casa numa árvore que eu e uns mates construímos.

O nosso capataz Kevin levou-me de Brissy (Brisbane) para lá de avioneta e fomos recebidos por residentes amigos numa Combi.

Jesus conheceu-nos, depois teve uma briga com Deus, duas pessoas que me deixaram sem palavras. Isto foi nos anos 70. Desde então, dei dois filhos à família Rusch: Rastah e Reuben.

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Passageiros protegem-se do calor abafado na esplanada do Kuranda Hotel.

Mas eu estava lá quando os mercados abriram pela primeira vez. Até existia um panfleto turístico que dizia “Venha a Kuranda, o centro hippie do Norte de Queensland!” Esses dias foram assim, agora é como é. Mas fico muito contente por ter contribuído para a prosperidade actual da vila”.

Os Dias Agora Turísticos e Prósperos de Kuranda

“Agora é como é” refere-se ao forte influxo de visitantes ozzies e estrangeiros e a total comercialização da vila que, das 9 da manhã até que o último comboio parte, factura em contra-relógio.

Lá encontramos resquícios modernizados da era mais espiritual do lugar, inúmeras pinturas psicadélicas e negócios peculiares. Seduzem-nos leituras de aura, venda de iguarias exóticas como vinho de manga e as inevitáveis peças do folclore aborígene: didgeridoos e bumerangues para mencionar apenas os conhecidos.

Descemos uma pequena escadaria e entramos numa zona sombria do mercado que uma placa anuncia como Bizarre. À laia de guardiã alucinogénia, Lynda gere o seu estaminé de dentro de uma túnica largueirona de todas as cores e, com um pequeno rafeiro lambedor de faces ao colo, impinge peças de roupa e bugigangas de um outro mundo.

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Vendedora psicadélica da feira de Kuranda.

Voltamos a subir para o sol impiedoso. Nessa secção elevada, conhecemos Sada que mantém uma pequena tenda de artefactos que ele próprio esculpe.

Uma curta conversa revela-nos que aquele aborígene de tronco nu assimilou bem mais da realidade exterior do que esperávamos: “São de Portugal? Bem, como eu adoro o vosso futebol. Mas, para nós, o Eusébio contínua a ser o grande ídolo, digo-vos já.

Numa época em que nós, como a maior parte dos indígenas africanos lutávamos pelos nossos direitos, ele elevou-se e foi idolatrado pelos brancos. Isso foi muito importante!”.

Na proximidade, uma mulher com visual excêntrico segura ao colo o filho abonecado que veste apenas uma t-shirt com padrão de leopardo. Acabamos por dialogar e dá-nos provas do aprofundar da relação entre as partes alinhadas por Sada.

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Mãe vendedora em Kuranda com o seu filho.

Eu sou do norte de Queensland. O Kwame nasceu cá mas o pai é do Gana. Parece um pequeno aborígenezito, não parece?

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Cidade
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Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
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Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Cerimónias e Festividades
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Sé Catedral, Funchal, Madeira
Cidades
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Kente Festival Agotime, Gana, ouro
Cultura
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

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Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
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A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
viagem de volta ao mundo, símbolo de sabedoria ilustrado numa janela do aeroporto de Inari, Lapónia Finlandesa
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Viajar Traz Sabedoria. Saiba como dar a Volta ao Mundo.

A Terra gira sobre si própria todos os dias. Nesta série de artigos, encontra esclarecimentos e conselhos indispensáveis a quem faz questão de a circundar pelo menos uma vez na vida.
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De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
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Portfólio Got2Globe

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Hoi An foi um dos entrepostos comerciais mais importantes da Ásia. Mudanças políticas e o assoreamento do rio Thu Bon ditaram o seu declínio e preservaram-na como as cidade mais pitoresca do Vietname.
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Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
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Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
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Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
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À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
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A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
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Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
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Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Ulugh Beg, Astrónomo, Samarcanda, Uzbequistão, Um matrimónio espacial
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Neto de um dos grandes conquistadores da Ásia Central, Ulugh Beg preferiu as ciências. Em 1428, construiu um observatório espacial em Samarcanda. Os seus estudos dos astros levaram-lhe o nome a uma cratera da Lua.
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Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Sociedade
Tongatapu, Tonga

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Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
PN Tortuguero, Costa Rica, barco público
Vida Selvagem
PN Tortuguero, Costa Rica

A Costa Rica e Alagada de Tortuguero

O Mar das Caraíbas e as bacias de diversos rios banham o nordeste da nação tica, uma das zonas mais chuvosas e rica em fauna e flora da América Central. Assim baptizado por as tartarugas verdes nidificarem nos seus areais negros, Tortuguero estende-se, daí para o interior, por 312 km2 de deslumbrante selva aquática.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.