Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol


Bastião Ryukyu
O castelo de Shuri, reconstruído após a 2a Guerra Mundial para recuperar a história Ryukyu de Okinawa.
Superstição mitológica
Pintura de um dragão shisa amuleto num recanto de uma casa de campo.
Sam’s Sailor Girls
Empregadas de mesa do restaurante Sam's Sailor, de Naha.
Muralha de Castelo Ryukyu
Muralha do castelo Zakimi erguido no século XV em pedra calcária.
Dança tradicional
Dançarina Ryukyu actua no castelo Shuri de Naha.
Sanã-de-Okinawa
Estátua gigante de uma ave endémica ameaçada desta ilha destaca-se no Cabo Hedo.
Guardião Ryukyu
Guarda do castelo de Shuri, em trajes tradicionais ryukyu.
Refeições Privativas
Clientes de um restaurante-bar tradicional de Naha.
Japoneses veraneantes
Casal no cimo de uma falésia, com o mar cristalino de Okinawa em fundo.
Petisco marinho
Taça de algas, uma dos trunfos alimentares de Okinawa, alegadamente responsável por a ilha ter a população mais longeva do mundo.
Fast Food Americana à japonesa
Outdoor promove um restaurante A&W de fast food americana nos arredores de Naha.
Mar a fingir
Anfitriã narra informação científica aos visitantes do aquário de Shuraumi, o 2º; maior do mundo.
Passeio no Tempo
Casal prestes a atravessar uma porta do velho castelo de Zakimi, a norte de Naha.
Ciclo-Amizade
Amigas passeiam-se numa aldeia piscatória de Okinawa.
Decoração Venenosa
Cobras preservadas, expostas numa loja de Naha.
A vida veraneante de Okinawa
Cena de rua num recanto colorido da capital de Okinawa, Naha
Estilo Silver 925
Empregada posa ao volante de um Porsche Carrera estacionado dentro da bijuteria em que trabalha.
Esquina de Naha
Taxi passa numa rua colorida de Naha, a capital de Okinawa.
Foto emblemática
Amigas fotografam-se junto a um monumento que homenageia o retorno de Okinawa ao Japão, no cabo Hedo, extremo norte da ilha.
Fruteira
Vendedora de fruta idosa do mercado de Naha
Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.

O avião descolou, há minutos, do aeroporto Haneda.

Ganha altitude sobre a baía de Tóquio. Aos poucos, desvenda os arrozais encharcados e o relevo acidentado que preenchem o sudeste de Honshu incluindo, à distância, o imponente monte Fuji.

Até que, já próximo dos 11000 m de altitude, passa a sobrevoar a imensidão do oceano Pacífico e rende-se ao azul do céu e do mar. Para diante, estende-se o longo Nansei-shoto, uma sequência de ilhas que se alinham para sul da extremidade de Kyushu.

Como gigantescas alpondras, estas ilhas conduzem a Okinawa, falham a aproximação a Miyako mas, dali, continuam, ponto atrás de ponto no mapa, até Hateruma-jima, o último estertor territorial nipónico do sul.

Uma hora depois da partida, aterramos em Naha, a capital e principal cidade da província de Okinawa e da vasta região insular em redor.

Vida de rua de Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão

Cena de rua num recanto colorido da capital de Okinawa, Naha.

Um Japão Sem Raízes Nipónicas

Esqueça por momentos tudo o que sabe sobre o país dos imperadores. Esqueça as gueixas e o Sumo, esqueça os ambientes futuristas de néon e gigantescos ecrãs outdoor, esqueça os comboios-bala, as cerejeiras em flor, as paisagens vermelho-amareladas de Outono e as montanhas quase afundadas em neve.

O Japão que lhe vamos revelar fica a mais de 700 km do que conhece e pouco ou nada tem que ver com este seu imaginário.

Arrasada pelos bombardeamentos norte-americanos do fim da 2ª Guerra Mundial, Naha foi rapidamente recuperada. Acolheu uma profusão de edifícios modernos que deram resposta a uma inesperada explosão populacional. Erguido como palácio real, o castelo de Suri continua a ser o seu coração e alma.

Castelo de Shuri em Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão

O castelo de Shuri, reconstruido após a 2a Guerra Mundial para recuperar a história Ryukyu de Okinawa.

Grandioso e elegante, sobressai na paisagem luxuriante como um testemunho arquitectónico e histórico imponente do reino Ryukyu que, entre os séculos XV e XIX, unificou Okinawa e várias outras ilhas a norte e a sul e teve um papel de destaque no comércio marítimo entre o sudeste e o leste da Ásia.

Durante séculos, esta estranha simbiose diplomática foi benéfica para todas as partes e em especial para o reino Ryukyu e para os nipónicos.

As Danças Tradicionais Ryukyunas: Seculares e sem Pressas

É com uma atmosfera dessa época que nos deparamos ao entrarmos no enorme pátio do palácio onde são reencenadas danças tradicionais ryukyuanas. O palco tem como fundo uma tela branca bordada com motivos florais.

Ali, os músicos alinham-se munidos de sanshins (instrumentos comparáveis ao alaúde, mas forrados a pele de cobra) e de flautas.

O ritmo dos primeiros e das sanba (tiras de madeira com funções de percussão leve) define a peculiaridade da música de Ryukyu mas são as flautas que anunciam a entrada em cena das dançarinas.

No acto inicial, surgem uma de cada vez. Trajam quimonos garridos e chapéus hanagasa (em forma de flor), tal como o fundo, decorados com forte inspiração na natureza.

Dançarina Ryukyu Okinawa o Império do Sol, Japão

Dançarina Ryukyu actua no castelo Shuri de Naha

Os seus movimentos, quase sempre sincronizados e tão lentos como graciosos, foram aperfeiçoados segundo a função de cada dança.

Temos a honra de assistir a uma exibição de cada estilo e de apreciar as suas peculiaridades, como têm todos os visitantes do Shuri Castle que as apresenta vezes sem conta.

A Incorporação Forçada no Império Nipónico

Em 1879, o governo Meiji aproveitou fragilidades internas da China (o poder precursor do império nipónico) e anunciou a tomada das ilhas Ryukyu. A medida teve uma oposição apenas diplomática por parte dos chineses que reclamaram a mediação do então presidente dos Estados Unidos Ulysses S. Grant.

Este, ignorou as pretensões dos indígenas e apoiou a posição do governo japonês que, legitimado pelo ocidente, assassinou parte substancial dos políticos e civis que continuavam a opor-se à anexação.

Daí para diante, a cultura japonesa passou a ser imposta como forma de diluir a civilização ryukyuana que, em termos étnicos, sempre foi absolutamente distinta e mais íntima da China que da esfera nipónica.

Mas, apesar de os indígenas terem perdido a sua já comprometida liberdade, o destino, de novo traçado pelos influentes E.U.A. guardava-lhes piores provações.

Estátua de Sanã-de-Okinawa, Japão

Estátua gigante de uma ave endémica ameaçada desta ilha destaca-se no Cabo Hedo

Da Incorporação no Japão à Destruição Generalizada da 2ª Guerra Mundial

Estávamos em Abril de 1945. Várias das ilhas do mar azul-celeste para sul tinham já sido tomadas pelos norte-americanos mas, devido à sua importância estratégica, a conquista de Okinawa era essencial à invasão final do Japão.

De acordo, cento e oitenta mil aliados foram mobilizados para o ataque e cerca de 115.000 japoneses tentaram evitar um desfecho que, o desenrolar furioso da batalha – conhecida por Tufão de Aço pelos ocidentais e por Chuva de Aço pelos nipónicos – tardou a anunciar.

Quatro meses depois, encerradas as hostilidades, Okinawa encontrava-se devastada e mais de um quarto da sua população (cerca de 100.000 pessoas, o mesmo número dos militares nipónicos mortos) havia perecido.

A resistência da ilha foi feroz e destrutiva também para os aliados. De tal maneira que vários historiadores militares acreditam ter levado à decisão dos Estados Unidos de lançar bombas atómicas sobre o Japão para apressar a sua rendição.

Tão ou mais devastadas que Okinawa, Hiroxima, Nagasaki e a quase totalidade do Japão viram-se livres dos norte-americanos em 1953, ano em que foi devolvida ao país a sua soberania.

A Presença Semi-Repelente das Forças Militares dos E.U.A.

Já Okinawa, permaneceu na posse dos ocupantes até 1972. Representa 1% do território nipónico, nos dias que correm, acolher mais de 75% da presença dos Estados Unidos.

A maior parte dos nativos tem dificuldade em aceitar, em especial quanto ocorrem abalos sociais como o de Junho passado em que um trabalhador da base assassinou uma mulher local de 20 anos, duas décadas depois do rapto e violação de uma criança de 12 por três militares norte-americanos.

Ao mesmo tempo, muitos indígenas rejeitam a integração das ilhas Ryukyu no Japão. Outros – os mais preocupados com a debilidade económica da ilha resignam-se. A permanência norte-americana é, aliás, um tema fulcral que determina o resultado tanto das eleições regionais como das nacionais.

À medida que exploramos, os sinais desta ocupação são omnipresentes. Voam caças e helicópteros a toda a hora nos céus de Okinawa.

Enquanto percorremos as suas estradas perfeitas, a única sintonia a que o rádio se mostra fiel é a American Forces Network-Okinawa e cruzamo-nos frequentemente com veículos com matrículas Y, em que os japoneses evitam a todo o custo bater por saberem pertencer aos todos poderosos yankees.

Aquário de Shuraumi, Japoneses veraneantes, Okinawa o Império do Sol, Japão

Anfitriã narra informação científica aos visitantes do aquário de Shuraumi, o 2º; maior do mundo

Especialmente em Okinawa City e no corredor de terra que se estende para oeste, até à Kadena Air Force Base, sucedem-se mais e mais evidências que se concentram de forma singular na Mihama American Village de Chatan.

É este o paraíso shopping-entertainment do norte de Okinawa, um mega-complexo reconhecido à distância pela sua roda panorâmica de Ferris. A atracção emprega mais de três mil locais.

Atrai cerca de um milhão de visitantes por ano, incluindo os militares norte-americanos, sempre fascinados pelas inesgotáveis sugestões de consumo da cultura ocidental e pela atmosfera festiva que se apodera do lugar durante a noite, quando os artistas de rua dão um ar da sua graça.

Restaurante AW, Japoneses veraneantes, Okinawa o Império do Sol, Japão

Outdoor promove um restaurante A&W de fast food americana nos arredores de Naha

Quando o Estilo de Vida Americano contrasta com o Ryukyuano e o Nipónico

Situada em plena capital, com uma aparência nipónica mas muito conteúdo ryukyuano, a avenida Kokusai é a principal artéria de Naha e contrabalança a sul a oferta comercial e de diversão da American Village.

Dela ramificam a longa arcada Heiwa Dori, e o shotengai Makishi, um mercado interior público repleto de peixe fresco, carnes e uma panóplia inesgotável de outros produtos que tanto encantam como surpreendem ou assustam os forasteiros.

Fruteira de Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão

Vendedora de fruta idosa do mercado de Naha.

Vagueamos entre as bancas fascinados com o exotismo tanto das mercadorias como dos vendedores tímidos mas, à sua maneira, bem dispostos.

Aqui e ali, encontramos representantes da famosa longevidade de Okinawa, conseguida sem esforço – apesar das atribulações passadas pela ilha – com base num estilo de vida simples e numa alimentação leve e equilibrada assente na combinação vegetais-peixe-soja que, contra qualquer lógica, pouco diz da riquíssima gastronomia de Ryukyu.

Clientes num restaurante-bar de Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão

Clientes de um restaurante-bar tradicional de Naha.

A Gastronomia que Garante a Longevidade dos anciãos de Okinawa

A comida de Okinawa e das ilhas do Sudoeste pouco ou nada tem em comum com a das grandes ilhas japonesas. Reflecte o seu isolamento histórico e geográfico.

É descendente tanto do esplendor da corte ryukyuana como das vidas empobrecidas do seu povo, de uma preocupação em comer saudável que vem de tempos longínquos em que a medicina e a comida eram vistas como uma só e os alimentos se dividiam em kusui-mun (os medicinais) e os ujinimum (os nutritivos).

Hoje, malgrado o contágio da fast food trazida pelas cadeias americanas, estes princípios sobrevivem. Duas iguarias tornaram-se mais representativas que toda as outras: o porco e o konbu local (um tipo de algas).

Taça de algas marinhas, Japoneses veraneantes, Okinawa o Império do Sol, Japão

Taça de algas, uma dos trunfos alimentares de Okinawa, alegadamente responsável por a ilha ter a população mais longeva do mundo

Todas as partes do animal parecem ser cozinhadas na região, segundo uma miríade de receitas que envolvem os mais inesperados ingredientes e sabores. As algas, essas, compensam a riqueza nutritiva e ácida do suíno. Têm zero calorias, são alcalinas e conferem às sopas e restantes alimentos um sabor distinto.

Nos apertados intervalos para almoço, no entanto, os trabalhadores optam por pratos mais digestíveis e fáceis de comer.

Quando subimos ao andar superior do mercado Makishi, todo ele dedicado à restauração, depressa nos vemos cercados de executivos e empregados de lojas que devoram soba de Okinawa e Yaeyama, massas robustas servidas em caldos de porco.

E de outros comensais que não resistem ao suculento bife de Ishigaki, oriundo da ilha homónima do arquipélago Yaeyama, por coincidência, a nossa próxima paragem.

Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

À Moda de Tóquio

No ultra-populoso e hiper-codificado Japão, há sempre espaço para mais sofisticação e criatividade. Sejam nacionais ou importados, é na capital que começam por desfilar os novos visuais nipónicos.
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Basseterre, São Cristóvão e Neves, St. Kitts, Berkeley Memorial
Cidades
Basseterre, São Cristóvão e Neves

Uma Capital ao Nível do Mar das Caraíbas

Instalada entre o sopé da montanha Olivees e o oceano, a diminuta Basseterre é a maior cidade de São Cristóvão e Neves. Com origem colonial francesa, há muito anglófona, mantém-se pitoresca. Desvirtuam-na, apenas, os gigantescos cruzeiros que a inundam de visitantes de toca-e-foge.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Maiko durante espectaculo cultural em Nara, Geisha, Nara, Japao
Cultura
Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka
Em Viagem
PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Étnico
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

História
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Fajãzinha, Ilha das Flores
Ilhas
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Ponte Suspensa, Cabro Muco, vulcão Miravalles
Natureza
Miravalles, Costa Rica

O Vulcão que Miravalles

Com 2023 metros, o Miravalles destaca-se no norte da Costa Rica, bem acima de uma cordilheira de pares que inclui o La Giganta, o Tenório, Espiritu Santo, o Santa Maria, o Rincón de La Vieja e o Orosi. Inactivo no que diz respeito a erupções, alimenta um campo geotermal prolífico que amorna as vidas dos costarriquenhos à sua sombra.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Rio Matukituki, Nova Zelândia
Património Mundial UNESCO
Wanaka, Nova Zelândia

Que Bem que Se Está no Campo dos Antípodas

Se a Nova Zelândia é conhecida pela sua tranquilidade e intimidade com a Natureza, Wanaka excede qualquer imaginário. Situada num cenário idílico entre o lago homónimo e o místico Mount Aspiring, ascendeu a lugar de culto. Muitos kiwis aspiram a para lá mudar as suas vidas.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde, Baía do Tarrafal
Praias
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
Religião
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Jovens mulheres gémeas, tecelãs
Sociedade

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Vida Selvagem
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.