Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol


Bastião Ryukyu
O castelo de Shuri, reconstruído após a 2a Guerra Mundial para recuperar a história Ryukyu de Okinawa.
Superstição mitológica
Pintura de um dragão shisa amuleto num recanto de uma casa de campo.
Sam’s Sailor Girls
Empregadas de mesa do restaurante Sam's Sailor, de Naha.
Muralha de Castelo Ryukyu
Muralha do castelo Zakimi erguido no século XV em pedra calcária.
Dança tradicional
Dançarina Ryukyu actua no castelo Shuri de Naha.
Sanã-de-Okinawa
Estátua gigante de uma ave endémica ameaçada desta ilha destaca-se no Cabo Hedo.
Guardião Ryukyu
Guarda do castelo de Shuri, em trajes tradicionais ryukyu.
Refeições Privativas
Clientes de um restaurante-bar tradicional de Naha.
Japoneses veraneantes
Casal no cimo de uma falésia, com o mar cristalino de Okinawa em fundo.
Petisco marinho
Taça de algas, uma dos trunfos alimentares de Okinawa, alegadamente responsável por a ilha ter a população mais longeva do mundo.
Fast Food Americana à japonesa
Outdoor promove um restaurante A&W de fast food americana nos arredores de Naha.
Mar a fingir
Anfitriã narra informação científica aos visitantes do aquário de Shuraumi, o 2º; maior do mundo.
Passeio no Tempo
Casal prestes a atravessar uma porta do velho castelo de Zakimi, a norte de Naha.
Ciclo-Amizade
Amigas passeiam-se numa aldeia piscatória de Okinawa.
Decoração Venenosa
Cobras preservadas, expostas numa loja de Naha.
A vida veraneante de Okinawa
Cena de rua num recanto colorido da capital de Okinawa, Naha
Estilo Silver 925
Empregada posa ao volante de um Porsche Carrera estacionado dentro da bijuteria em que trabalha.
Esquina de Naha
Taxi passa numa rua colorida de Naha, a capital de Okinawa.
Foto emblemática
Amigas fotografam-se junto a um monumento que homenageia o retorno de Okinawa ao Japão, no cabo Hedo, extremo norte da ilha.
Fruteira
Vendedora de fruta idosa do mercado de Naha
Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.

O avião descolou, há minutos, do aeroporto Haneda.

Ganha altitude sobre a baía de Tóquio. Aos poucos, desvenda os arrozais encharcados e o relevo acidentado que preenchem o sudeste de Honshu incluindo, à distância, o imponente monte Fuji.

Até que, já próximo dos 11000 m de altitude, passa a sobrevoar a imensidão do oceano Pacífico e rende-se ao azul do céu e do mar. Para diante, estende-se o longo Nansei-shoto, uma sequência de ilhas que se alinham para sul da extremidade de Kyushu.

Como gigantescas alpondras, estas ilhas conduzem a Okinawa, falham a aproximação a Miyako mas, dali, continuam, ponto atrás de ponto no mapa, até Hateruma-jima, o último estertor territorial nipónico do sul.

Uma hora depois da partida, aterramos em Naha, a capital e principal cidade da província de Okinawa e da vasta região insular em redor.

Vida de rua de Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão

Cena de rua num recanto colorido da capital de Okinawa, Naha.

Um Japão Sem Raízes Nipónicas

Esqueça por momentos tudo o que sabe sobre o país dos imperadores. Esqueça as gueixas e o Sumo, esqueça os ambientes futuristas de néon e gigantescos ecrãs outdoor, esqueça os comboios-bala, as cerejeiras em flor, as paisagens vermelho-amareladas de Outono e as montanhas quase afundadas em neve.

O Japão que lhe vamos revelar fica a mais de 700 km do que conhece e pouco ou nada tem que ver com este seu imaginário.

Arrasada pelos bombardeamentos norte-americanos do fim da 2ª Guerra Mundial, Naha foi rapidamente recuperada. Acolheu uma profusão de edifícios modernos que deram resposta a uma inesperada explosão populacional. Erguido como palácio real, o castelo de Suri continua a ser o seu coração e alma.

Castelo de Shuri em Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão

O castelo de Shuri, reconstruido após a 2a Guerra Mundial para recuperar a história Ryukyu de Okinawa.

Grandioso e elegante, sobressai na paisagem luxuriante como um testemunho arquitectónico e histórico imponente do reino Ryukyu que, entre os séculos XV e XIX, unificou Okinawa e várias outras ilhas a norte e a sul e teve um papel de destaque no comércio marítimo entre o sudeste e o leste da Ásia.

Durante séculos, esta estranha simbiose diplomática foi benéfica para todas as partes e em especial para o reino Ryukyu e para os nipónicos.

As Danças Tradicionais Ryukyunas: Seculares e sem Pressas

É com uma atmosfera dessa época que nos deparamos ao entrarmos no enorme pátio do palácio onde são reencenadas danças tradicionais ryukyuanas. O palco tem como fundo uma tela branca bordada com motivos florais.

Ali, os músicos alinham-se munidos de sanshins (instrumentos comparáveis ao alaúde, mas forrados a pele de cobra) e de flautas.

O ritmo dos primeiros e das sanba (tiras de madeira com funções de percussão leve) define a peculiaridade da música de Ryukyu mas são as flautas que anunciam a entrada em cena das dançarinas.

No acto inicial, surgem uma de cada vez. Trajam quimonos garridos e chapéus hanagasa (em forma de flor), tal como o fundo, decorados com forte inspiração na natureza.

Dançarina Ryukyu Okinawa o Império do Sol, Japão

Dançarina Ryukyu actua no castelo Shuri de Naha

Os seus movimentos, quase sempre sincronizados e tão lentos como graciosos, foram aperfeiçoados segundo a função de cada dança.

Temos a honra de assistir a uma exibição de cada estilo e de apreciar as suas peculiaridades, como têm todos os visitantes do Shuri Castle que as apresenta vezes sem conta.

A Incorporação Forçada no Império Nipónico

Em 1879, o governo Meiji aproveitou fragilidades internas da China (o poder precursor do império nipónico) e anunciou a tomada das ilhas Ryukyu. A medida teve uma oposição apenas diplomática por parte dos chineses que reclamaram a mediação do então presidente dos Estados Unidos Ulysses S. Grant.

Este, ignorou as pretensões dos indígenas e apoiou a posição do governo japonês que, legitimado pelo ocidente, assassinou parte substancial dos políticos e civis que continuavam a opor-se à anexação.

Daí para diante, a cultura japonesa passou a ser imposta como forma de diluir a civilização ryukyuana que, em termos étnicos, sempre foi absolutamente distinta e mais íntima da China que da esfera nipónica.

Mas, apesar de os indígenas terem perdido a sua já comprometida liberdade, o destino, de novo traçado pelos influentes E.U.A. guardava-lhes piores provações.

Estátua de Sanã-de-Okinawa, Japão

Estátua gigante de uma ave endémica ameaçada desta ilha destaca-se no Cabo Hedo

Da Incorporação no Japão à Destruição Generalizada da 2ª Guerra Mundial

Estávamos em Abril de 1945. Várias das ilhas do mar azul-celeste para sul tinham já sido tomadas pelos norte-americanos mas, devido à sua importância estratégica, a conquista de Okinawa era essencial à invasão final do Japão.

De acordo, cento e oitenta mil aliados foram mobilizados para o ataque e cerca de 115.000 japoneses tentaram evitar um desfecho que, o desenrolar furioso da batalha – conhecida por Tufão de Aço pelos ocidentais e por Chuva de Aço pelos nipónicos – tardou a anunciar.

Quatro meses depois, encerradas as hostilidades, Okinawa encontrava-se devastada e mais de um quarto da sua população (cerca de 100.000 pessoas, o mesmo número dos militares nipónicos mortos) havia perecido.

A resistência da ilha foi feroz e destrutiva também para os aliados. De tal maneira que vários historiadores militares acreditam ter levado à decisão dos Estados Unidos de lançar bombas atómicas sobre o Japão para apressar a sua rendição.

Tão ou mais devastadas que Okinawa, Hiroxima, Nagasaki e a quase totalidade do Japão viram-se livres dos norte-americanos em 1953, ano em que foi devolvida ao país a sua soberania.

A Presença Semi-Repelente das Forças Militares dos E.U.A.

Já Okinawa, permaneceu na posse dos ocupantes até 1972. Representa 1% do território nipónico, nos dias que correm, acolher mais de 75% da presença dos Estados Unidos.

A maior parte dos nativos tem dificuldade em aceitar, em especial quanto ocorrem abalos sociais como o de Junho passado em que um trabalhador da base assassinou uma mulher local de 20 anos, duas décadas depois do rapto e violação de uma criança de 12 por três militares norte-americanos.

Ao mesmo tempo, muitos indígenas rejeitam a integração das ilhas Ryukyu no Japão. Outros – os mais preocupados com a debilidade económica da ilha resignam-se. A permanência norte-americana é, aliás, um tema fulcral que determina o resultado tanto das eleições regionais como das nacionais.

À medida que exploramos, os sinais desta ocupação são omnipresentes. Voam caças e helicópteros a toda a hora nos céus de Okinawa.

Enquanto percorremos as suas estradas perfeitas, a única sintonia a que o rádio se mostra fiel é a American Forces Network-Okinawa e cruzamo-nos frequentemente com veículos com matrículas Y, em que os japoneses evitam a todo o custo bater por saberem pertencer aos todos poderosos yankees.

Aquário de Shuraumi, Japoneses veraneantes, Okinawa o Império do Sol, Japão

Anfitriã narra informação científica aos visitantes do aquário de Shuraumi, o 2º; maior do mundo

Especialmente em Okinawa City e no corredor de terra que se estende para oeste, até à Kadena Air Force Base, sucedem-se mais e mais evidências que se concentram de forma singular na Mihama American Village de Chatan.

É este o paraíso shopping-entertainment do norte de Okinawa, um mega-complexo reconhecido à distância pela sua roda panorâmica de Ferris. A atracção emprega mais de três mil locais.

Atrai cerca de um milhão de visitantes por ano, incluindo os militares norte-americanos, sempre fascinados pelas inesgotáveis sugestões de consumo da cultura ocidental e pela atmosfera festiva que se apodera do lugar durante a noite, quando os artistas de rua dão um ar da sua graça.

Restaurante AW, Japoneses veraneantes, Okinawa o Império do Sol, Japão

Outdoor promove um restaurante A&W de fast food americana nos arredores de Naha

Quando o Estilo de Vida Americano contrasta com o Ryukyuano e o Nipónico

Situada em plena capital, com uma aparência nipónica mas muito conteúdo ryukyuano, a avenida Kokusai é a principal artéria de Naha e contrabalança a sul a oferta comercial e de diversão da American Village.

Dela ramificam a longa arcada Heiwa Dori, e o shotengai Makishi, um mercado interior público repleto de peixe fresco, carnes e uma panóplia inesgotável de outros produtos que tanto encantam como surpreendem ou assustam os forasteiros.

Fruteira de Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão

Vendedora de fruta idosa do mercado de Naha.

Vagueamos entre as bancas fascinados com o exotismo tanto das mercadorias como dos vendedores tímidos mas, à sua maneira, bem dispostos.

Aqui e ali, encontramos representantes da famosa longevidade de Okinawa, conseguida sem esforço – apesar das atribulações passadas pela ilha – com base num estilo de vida simples e numa alimentação leve e equilibrada assente na combinação vegetais-peixe-soja que, contra qualquer lógica, pouco diz da riquíssima gastronomia de Ryukyu.

Clientes num restaurante-bar de Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão

Clientes de um restaurante-bar tradicional de Naha.

A Gastronomia que Garante a Longevidade dos anciãos de Okinawa

A comida de Okinawa e das ilhas do Sudoeste pouco ou nada tem em comum com a das grandes ilhas japonesas. Reflecte o seu isolamento histórico e geográfico.

É descendente tanto do esplendor da corte ryukyuana como das vidas empobrecidas do seu povo, de uma preocupação em comer saudável que vem de tempos longínquos em que a medicina e a comida eram vistas como uma só e os alimentos se dividiam em kusui-mun (os medicinais) e os ujinimum (os nutritivos).

Hoje, malgrado o contágio da fast food trazida pelas cadeias americanas, estes princípios sobrevivem. Duas iguarias tornaram-se mais representativas que toda as outras: o porco e o konbu local (um tipo de algas).

Taça de algas marinhas, Japoneses veraneantes, Okinawa o Império do Sol, Japão

Taça de algas, uma dos trunfos alimentares de Okinawa, alegadamente responsável por a ilha ter a população mais longeva do mundo

Todas as partes do animal parecem ser cozinhadas na região, segundo uma miríade de receitas que envolvem os mais inesperados ingredientes e sabores. As algas, essas, compensam a riqueza nutritiva e ácida do suíno. Têm zero calorias, são alcalinas e conferem às sopas e restantes alimentos um sabor distinto.

Nos apertados intervalos para almoço, no entanto, os trabalhadores optam por pratos mais digestíveis e fáceis de comer.

Quando subimos ao andar superior do mercado Makishi, todo ele dedicado à restauração, depressa nos vemos cercados de executivos e empregados de lojas que devoram soba de Okinawa e Yaeyama, massas robustas servidas em caldos de porco.

E de outros comensais que não resistem ao suculento bife de Ishigaki, oriundo da ilha homónima do arquipélago Yaeyama, por coincidência, a nossa próxima paragem.

Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

À Moda de Tóquio

No ultra-populoso e hiper-codificado Japão, há sempre espaço para mais sofisticação e criatividade. Sejam nacionais ou importados, é na capital que começam por desfilar os novos visuais nipónicos.
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
cavaleiros do divino, fe no divino espirito santo, Pirenopolis, Brasil
Cerimónias e Festividades
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Bonaire, ilha, Antilhas Holandesas, ABC, Caraíbas, Rincon
Cidades
Rincon, Bonaire

O Recanto Pioneiro das Antilhas Holandesas

Pouco depois da chegada de Colombo às Américas, os castelhanos descobriram uma ilha caribenha a que chamaram Brasil. Receosos da ameaça pirata, esconderam a primeira povoação num vale. Decorrido um século, os holandeses apoderaram-se dessa ilha e rebaptizaram-na de Bonaire. Não apagaram o nome despretensioso da colónia precursora: Rincon.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Momento de partida de uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club
Cultura
Bridgetown, Barbados

Canhões e Corridas de Cavalos na Velha Savannah Barbadiana

Nos séculos XVIII e XIX, Bridgetown acolheu o Quartel-General do Exército e da Marinha da Grã-Bretanha para as Índias Ocidentais. Em 1966, após 300 anos, Barbados conquistou a sua independência. A Garrison e, em particular, o relvado-hipódromo no seu âmago exaltam o vigor da jovem nação.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Em Viagem
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Étnico
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Ao fim da tarde
História
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal
Ilhas
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Cruzeiro Navimag, Puerto Montt a Puerto-natales, Chile
Natureza
Puerto Natales-Puerto Montt, Chile

Cruzeiro num Cargueiro

Após longa pedinchice de mochileiros, a companhia chilena NAVIMAG decidiu admiti-los a bordo. Desde então, muitos viajantes exploraram os canais da Patagónia, lado a lado com contentores e gado.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Nacionalismo Colorido
Património Mundial UNESCO
Cartagena de Índias, Colômbia

A Cidade Apetecida

Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Conversa ao pôr-do-sol
Praias
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
Templo Kongobuji
Religião
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Gatis de Tóquio, Japão, clientes e gato sphynx
Sociedade
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Curieuse Island, Seychelles, tartarugas de Aldabra
Vida Selvagem
Île Felicité e Île Curieuse, Seychelles

De Leprosaria a Lar de Tartarugas Gigantes

A meio do século XVIII, continuava inabitada e ignorada pelos europeus. A expedição francesa do navio “La Curieuse” revelou-a e inspirou-lhe o baptismo. Os britânicos mantiveram-na uma colónia de leprosos até 1968. Hoje, a Île Curieuse acolhe centenas de tartarugas de Aldabra, o mais longevo animal terrestre.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.