Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense


De volta ao porto
Barco de pesca prestes a percorrer a baía de Kachemak, prestes a dar entrada no porto de Homer.
Ala dos Negócios
Sequência de casas de madeira palafiticas que abrigam distintas lojas.
Aventura a dois
Casal desce o rio Kenai, durante o curto Verão alasquense, muito veloz e repleto de salmões.
Ala dos Negócios 2
Outra perspectiva da plataforma palafitica quer alberga uma série de lojas, vista durante a maré vazia em redor da língua de terra de Homer.
Estação de pesagem
Jovem trabalhador da doca de Homer pesa grandes alabotes acabados de pescar.
Salty Dawg Saloon
O mais famoso e pitoresco dos bares de Homer, com as suas notas penduradas do tecto.
Herança russa
Um visitante no cemitério "russo" de Ninilchik uma povoação alasquense com origem russa.
Bush Planes
Dois "hidroaviões do mato" alasquenses, atracados nas imediações de Homer.
homer-alasca-viagem-anchorage
homer-alasca-viagem-estrada-anchorage-aerea
A maior cidade do Alasca, Anchorage, vista de um avião.
Avenida RV
Uma margem do Spit de Homer repleta de veículos de férias americanos RV (Recreation Vehicle).
Halibut Jackpot
Painel anuncia um concurso de pesca de alibotes, um dos peixes mais comuns nas águas ao largo do Alasca.
Pier One Landing
Gaivotas ocupam o telhado do teatro Pier One de Homer.
Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.

Os nativos Aleutas chamavam-lhe Alyeska, “a grande terra”.

A noção de vastidão é, desde sempre, indissociável deste domínio remoto do continente americano.

Alguns números e factos geográficos encarregam-se de desfazer qualquer dúvida. Com 1.717.854 km2, só dezoito dos países do mundo o ultrapassam em tamanho. Em termos nacionais, o Alasca tem uma linha costeira maior que a de todos os outros estados dos E.U.A. juntos.

E mais de dois gigantescos Texas caberiam no seu espaço tão imenso como inóspito.

Mas o clima austero próprio da latitude elevada – 51º,20 N a 71º,50 N – e a solidão geográfica face ao resto do Mundo são pouco convidativos e nem os privilégios financeiros nem a dotação tecnológica das principais povoações chegaram para suster uma imigração que, durante as várias febres do ouro, se receou excessiva.

Com os seus 710.000 habitantes, em termos populacionais, o Alasca surge quase no fim do ranking dos E.U.A

Kerby “Crazy Doughnut” é um dos últimos refugiados de Anchorage, a cidade mais setentrional do país e que, ao mesmo tempo, abriga 40% da população do estado.

Como nos confessou, a determinada altura, a sua existência na exuberante Los Angeles tinha-se tornado insuportável e a fama da vida genuína e livre de impostos da última fronteira norte-americana seduziam-no mais que as luzes ofuscantes de Hollywood e o requinte plástico de Beverly Hills e Mulholland Drive: “Os californianos são chanfrados …”, desabafa enquanto emborca o segundo shot de vodka dos últimos dez minutos.

“Ano atrás de ano, fui fingindo que o problema era meu mas já não podia continuar a mentir-me. O que conta, ali, é o que se exibe e todos querem passar por cima de todos. Tive uma relação que considerava abençoada até que percebi que era só mais uma mentira.

Foi a última gota. Logo que me senti com energias mudei-me para aqui e, apesar de não serem tudo rosas, estou a adaptar-me e o negócio vai bem…”

A cidade que o acolheu também prospera. De entreposto portuário e ferroviário, desenvolveu-se sem retorno com a instalação de várias bases militares e da descoberta de petróleo em Prudhoe-Bay, na costa norte do Alasca.

Hoje, Anchorage recuperou da devastação provocada pelo segundo maior tremor de terra de que há registo em todo o mundo (9.2 Richter) – que fez tremer parte significativa do Alasca numa Sexta-Feira Santa, de 1964 – e as suas ruas são mais largas, delimitadas por casas pré-construídas com, no máximo, três andares.

Em termos de construção, apenas a “baixa” foi considerada excepcional e é dominada pelos edifícios-sede arranha-céus das multinacionais que comercializam o ouro-negro, casos das poderosas BP e ConocoPhilips Alaska e de companhias aéreas multimilionárias que lucram da posição da cidade, estratégica para várias rotas que ligam os estados do Lower 48 a destinos nevrálgicos da Ásia.

O sucesso de Anchorage abriu portas à sofisticação da diversão nocturna e a distintas expressões culturais com expoente formal no Alaska Center for the Performing Arts.

Kerby, ele próprio auto-definido como um “criador”, dá o seu contributo e dele vai subsistindo. Pintor, designer e artista plástico multi-facetado, o seu talento impressionou donos de clubes e bares e, a partir do momento em que decorou os primeiros espaços, passou a ser requisitado com frequência.

Homer viagem a, Alasca, Anchorage

A maior cidade do Alasca, Anchorage, vista de um avião.

Mas Anchorage é também um ponto de chegada e de partida quase obrigatório para os visitantes do Alasca que, de Junho a fim de Agosto, ali ultimam as suas viagens, alugam carros e caravanas e fazem as derradeiras compras, e assim dinamizam a economia local.

Não fugimos à regra.

Em dois dias, finalizamos os preparativos e damos por encerrada a exploração da cidade que a modernização tornou menos interessante que outros locais do estado. Fazemo-nos então à Seward Highway e ao sul do Grande Norte.

De via com oito faixas à saída de Anchorage, a estrada depressa afunila para outras duas com que aborda o Cook Inlet, um braço do Golfo do Alasca que separa a Península Kenai do continente. Durante várias dezenas de quilómetros, seguimos apertados entre o sopé de montanhas cobertas de coníferas e um mar de aparência fluvial.

O azul resiste no céu.

Aproveitamos as mais de 18 horas de luz diária e, na mesma tarde, partimos para Homer, um lugar tão emblemático como polémico, situado no quase extremo ocidental da Península Kenai.

Interrompemos a viagem sempre que os cenários o requerem e para apreciarmos a visão bizarra de uma pescaria descomunal de salmão que detectamos nas margens do rio Russian.

Passadas Nikolaevsk e Kasilof, paramos também a poucos quilómetros do destino final, em Ninilchik, uma povoação fundada, em 1820, igualmente por colonos russos, como o nome deixa perceber.

Encontramos, ali, a sua igreja ortodoxa branca e o cemitério contíguo, repleto de cruzes convencionais e de oito braços, de lápides com nomes russos, apetrechadas com bandeiras dos Estados Unidos que formam um monumento póstumo ao delicado convívio alasquense com a Rússia.

Ninilchik, Alasca - a caminho de Homer

Um visitante no cemitério “russo” de Ninilchik uma povoação alasquense com origem russa.

Em 1867, as duas nações transaccionaram o Alasca por 7.2 milhões de dólares, (108 milhões ao câmbio de hoje), o equivalente a dois cêntimos de então, por acre.

Passados apenas uns anos, já se tinha percebido a escala do erro dos russos.

Como uma miragem, o longo (7km) Spit de Homer invade a baía de Kachemak e marca o fim da estrada no que diz respeito à Península Kenai.

Homer, direcções, Alasca

Clássico de um Fim do Mundo, o agregado de setas com as mais distintas direcções.

Desprezado por uns (que o consideram abarracado) e idolatrado por outros que o apreciam como “A Quaint Little Drinking Village with a Fishing Problem”, o lugarejo pouco mudou desde a recuperação do tsunami que lhe passou por cima em 1964. Conquista, todos os anos, novos adeptos.

Para os veteranos do Alasca, Homer é solo sagrado, uma espécie de Shangri-La sub-árctica que atrai fiéis como poucas outras povoações. A atmosfera do lugar revela-se descontraída, favorecida pela grandiosidade da natureza em redor e pelo clima privilegiado.

Entre os turistas – zonzos pela profusão de bares e lojas de recordações – convivem, ali, radicais, artistas e teóricos desiludidos com a sociedade em geral, e dedicados à permanente troca de utopias.

Há ainda um teatro – o Pier One – que agora serve, acima de tudo, de pouso às gaivotas.

Homer, Pior One Theatre, Alasca

Gaivotas ocupam o telhado do teatro Pier One de Homer.

Esta sala de espectáculos decadente surge cercada por incontáveis RV’s (recreation vehicles), as imensas caravanas que, com frequência rebocam enormes jipes ou SUVs, partilhadas por famílias que passam as férias na povoação a pescar e a devorar halibut & chips.

Homer, Alasca, veículos RV estacionados

Uma margem do Spit de Homer repleta de veículos de férias americanos RV (Recreation Vehicle).

É à última das actividades que nos entregamos no Salty Dawg Saloon, o mais excêntrico e venerado dos bares locais. Quando entramos naquele antro escuro em que a luz solar se enfia à força por uma velha janela de madeira, sentimo-nos intrusos.

Homer, Alasca, Salty Dawg Saloon

O mais famoso e pitoresco dos bares de Homer, com as suas notas penduradas do tecto.

Retrai-nos o aperto do espaço exíguo como o peso das incontáveis notas penduradas no tecto irregular e nas paredes curtas que o sustêm. Ainda assim, avançamos. Encontramos um poiso sobre a enorme tábua dourada repleta de nomes esculpidos que fazia de mesa.

Pedimos cervejas e ficamos a absorver a atmosfera barulhenta daquele antro secular, instalado numa casa construída em 1897 e que, ao longo do tempo, serviu de tudo um pouco: esquadra de polícia, estação de caminho de ferro, mercearia, escritório de uma empreitada de mineração de carvão, entre outros.

Sabíamos que, lá fora, a luz solar estava para durar pelo que saboreamos as Alaskan Amber sem pressas.

Do Salty Dawg prosseguimos pelo longo “Spit” fora sem expectativas de maior. Apenas umas centenas de metros para diante encontramos uma estação informal de pesagem da pesca capturada pelos pescadores residentes e pelos que chegam durante o Verão alasquense entusiasmados pela genuinidade do passatempo.

Ali, um grupo de funcionários em trajes casuais penduram e exibem os espécimes durante algum tempo.

Homer, Alasca, pesagem alabotes

Jovem trabalhador da doca de Homer pesa grandes alabotes acabados de pescar.

São, na maioria, enormes alabotes, peixes rasos e vorazes que se alimentam de todas as outras espécies que conseguem abocanhar e que os alasquenses, por sua vez, devoram em quantidades industriais até mesmo em tempo de salmão fresco e fácil como era aquele em que estávamos.

A faina decorria em frente a um de vários edifícios de madeira erguidos acima do plano mais alto da língua de terra (menos de 6 metros de altura), em jeito de palafita, a forma que a comunidade local encontrou de as proteger dos caprichos das marés, das tempestades e não só.

Homer, Alasca, Spit

Outra perspectiva da plataforma palafitica quer alberga uma série de lojas, vista durante a maré vazia em redor da língua de terra de Homer.

Como uma boa parte do Alasca litoral, também Homer sofreu com o tsunami gerado pelo grande terramoto alasquense de 1964.

Na Sexta Feira Santa desse ano, a vinte minutos das seis da tarde, a zona tremeu com a intensidade esperada de um sismo de magnitude 9.2 Richter, o mais poderoso da história da América do Norte.

Em Homer, em particular, ninguém pereceu vítima da tragédia. Ainda assim, o “spit” afundou quase dois metros por cedência do sub-solo e gerou-se uma onda de oito metros. O antigo porto e vários edifícios – incluindo o velho Salty Dawg Saloon – não resistiram à torrente marinha, tal como uma porção da antes mais longa língua de terra e de toda a sua antiga vegetação.

O que sobrou da ponta sinuosa é ainda muito. Continuava para diante.

Homer, casas no Spit, Alasca

Sequência de casas de madeira palafiticas que abrigam distintas lojas.

Caminhámo-lo com o longo dia e aquele fim do mundo alasquense finalmente nos seus últimos estertores. Ao atingirmos os derradeiros metros, damos com o mar frígido da baía de Kachemak contida pelas montanhas ainda semi-nevada da Península de Kenai.

Sucessivos barcos de pesca regressavam ao porto da povoação, pequenas cascas de nós metálicas que enfrentavam as águas árcticas tantas vezes revoltas.

Homer, Alasca, baía Kachemak

Barco de pesca prestes a percorrer a baía de Kachemak, prestes a dar entrada no porto de Homer.

Um bando de águias pesqueiras pousadas no solo contemplavam-nos e ao mar, ansiosas por alimento.

Um pai e dois filhos entretinham-se a atirar pedras de maneira a que saltassem o maior número de vezes possível sobre a água quase imóvel. Mesmo se de uma forma estranha, tudo nos parecia no seu lugar pelo que não tardámos a percorrer a estranha península no sentido contrário.

Nós últimos tempos, cada vez mais habitantes do Lower 48 norte-americano e até de Anchorage parecem ter-se fartado dos vaivéns veraneantes e fixaram-se de vez em Homer, muitos deles devido à tranquilidade da vida e à abundância de sol.

“Homer inspira os sonhos de quem se quer mudar mas, em troca, exige uma boa dose de tenacidade” afirma Asia Freeman que se mudou de São Francisco com os pais quando contava com apenas seis anos. Neste momento, ela e o marido gerem uma galeria de arte. “Os meus pais não estavam interessados na arte kitsch que predomina no Alasca.

Em vez, eles convidaram artistas de todos os tipos: escritores, músicos, poetas. Aos poucos, a cidade passou a ser desejada pelas almas mais criativas.

Homer, Alasca

Transeunte percorre o passadiço de madeira do Spit.

Mas não é qualquer um que sobrevive por aqui. Eu e o meu marido partilhamos cinco empregos. Venda de obras de arte, ensino, um B&B, construção e a gestão imobiliária de propriedades.”

Não tardámos a encontrar-nos com outro destes exemplos. Michael – só ficámos a saber o seu primeiro nome – instalou-se no Alasca para pilotar aviões e indicar aos barcos de pesca a localização dos melhores cardumes.

Homer, Alasca, Halibut Jackpot

Painel anuncia um concurso de pesca de alibotes, um dos peixes mais comuns nas águas ao largo do Alasca.

Durante a época alta de Homer, operava viagens de avião guiadas ao litoral de Katmai, um território por excelência dos ursos grizzly locais.

Convidou-nos a juntarmo-nos a um grupo do dia seguinte algo que aceitámos com grande entusiasmo.

Voltámos a Homer sãos e a salvo e continuámos a explorar a cidade.

Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Prince William Sound, Alasca

Viagem por um Alasca Glacial

Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Glaciar Mendenhall, Juneau, Alasca

O Glaciar por detrás de Juneau

Os nativos Tlingit denominavam assim este que é um dos mais de 140 glaciares do campo de gelo de Juneau. Mais conhecido por Mendenhall, nos últimos três séculos, o aquecimento global fez a sua distância para a capital diminuta do Alasca aumentar mais de quatro quilómetros.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Queima de preces, Festival de Ohitaki, templo de fushimi, quioto, japao
Cerimónias e Festividades
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Bonaire, ilha, Antilhas Holandesas, ABC, Caraíbas, Rincon
Cidades
Rincon, Bonaire

O Recanto Pioneiro das Antilhas Holandesas

Pouco depois da chegada de Colombo às Américas, os castelhanos descobriram uma ilha caribenha a que chamaram Brasil. Receosos da ameaça pirata, esconderam a primeira povoação num vale. Decorrido um século, os holandeses apoderaram-se dessa ilha e rebaptizaram-na de Bonaire. Não apagaram o nome despretensioso da colónia precursora: Rincon.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Cultura
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Em Viagem
Batemans Bay a Jervis Bay, Austrália

Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
Étnico
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Ilhéu das Rolas, São Tomé e Príncipe, equador, enseada
História
Ilhéu das Rolas, São Tomé e Príncipe

Ilhéu das Rolas: São Tomé e Principe a Latitude Zero

Ponto mais austral de São Tomé e Príncipe, o Ilhéu das Rolas é luxuriante e vulcânico. A grande novidade e ponto de interesse desta extensão insular da segunda menor nação africana está na coincidência de a cruzar a Linha do Equador.
La Digue, Seychelles, Anse d'Argent
Ilhas
La Digue, Seicheles

Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
viajantes contemplam, monte fitz roy, argentina
Natureza
El Chalten, Argentina

O Apelo de Granito da Patagónia

Duas montanhas de pedra geraram uma disputa fronteiriça entre a Argentina e o Chile.Mas estes países não são os únicos pretendentes.Há muito que os cerros Fitz Roy e Torre atraem alpinistas obstinados
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Parques Naturais
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Património Mundial UNESCO
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Praias
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Religião
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Sociedade
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Vida Selvagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.