Tongatapu, Tonga

A Última Monarquia da Polinésia


tonga-tongatapu-ultima-monarquia-polinesia-agricultura
Homem efeminado e criança trabalham um campo no interior da ilha principal de Tonga
Alunas no Recreio
Alunas de um colégio têm aulas de macramé ao ar livre.
De luto
Família enlutada faz uma visita à sepultura de um ente querido, num cemitério de Nuku'alofa.
Mini bus com crentes
Mini-bus fretado para uma cerimónia aguarda por passageiros em falta.
Estendal Tropical
Estendal de roupa em frente a uma praia nos arredores de Nuku' alofa.
Amigas e estudantes
Estudantes de uma escola de Nuku' alofa posam para a fotografia enquanto aguardam por um autocarro.
Litoral de Fa
Uma das muitas praias tropicais desertas do arquipélago de Tonga
Loja chinesa fortificada
Jovem cliente tonganês faz compras numa mercearia chinesa hiper-protegida de Nuku' alofa.
Trânsito colorido de Nuku’ alofa
O trânsito só aparentemente caótico da capital tonganesa.
Relaxamento Insular
Tonganês observa a pequena ilha de Fa, ao largo de Tongatapu.
Em Jardinagem
Morador de Nuku' alofa segura vegetação em frente a sua casa.
Pesca de Maré Baixa
Habitantes de Tongatapu apanham peixes e moluscos no mar liso ao largo da ilha.
Nas Alturas
Equipas disputam um alinhamento lateral durante uma competição regional de raguebi.
Pacífico contra Tongatapu
Ondas do oceano Pacífico rebentam contra o litoral vulcânico de Tongatapu.
Tecelagem de grupo
Colegas conversam durante o recreio de uma escola de Nuku' alofa, a capital de Tonga.
Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.

O desembarque no aeroporto Fua’amotu deixa antever um destino, no mínimo, peculiar.

A varanda cénica do edifício está à pinha com famílias chorosas que acenam e gritam aos seus regressados. Os homens que descem com peso e pompa a escadaria do avião vestem tupenus tradicionais – longas saias de sarja – que combinam com camisas ou t-shirts coloridas, invariavelmente XL, XXL ou XXXL. É raro o tonganês adulto com menos de 90 quilos.

As mulheres, essas, gerem, de forma criativa, a combinação kofu-tupenu. Por vezes, recorrem a cores e cortes inovadores mas respeitadores da tradição.

Nota-se nos presentes a felicidade concentrada própria dos retornos com tempo contado.

No interior do edifício, o stand do turismo parece ter sido abandonado há décadas. Não encontramos bandas a tocar melodias de boas-vindas nem anfitriões de ocasião a oferecer colares cheirosos de flores ou a saudação polinésia nacional malo e lelei.

Noutros países do terceiro mundo, os  turistas têm que aturar autênticos cercos e quase raptos de taxistas, comissionistas de guest-houses etc etc. À chegada a Tonga, são literalmente ignorados por não passarem de forasteiros, personagens à margem da corrente de emoções gerada pelos reencontros.

Depois da Educação, a Diáspora de Tonga para o Mundo

Tongatapu – a ilha sagrada do sul – alberga cerca de 71.000 habitantes. São 70% da população total do arquipélago de Tonga. Aqui, como nas restantes ilhas, é rara a família que não se sacrificou à diáspora. Esse é um dos preços que Tonga continua a pagar pela sua soberania e consequente preservação étnica e cultural.

Tantos como os residentes no arquipélago, os emigrantes dispersaram-se por subúrbios da Austrália, Nova Zelândia e dos Estados Unidos. Lá formam colónias pesadas e saudosas.

A Capital Diminuta e Sui Generis de Nuku’alofa

A capital de Tonga, Nuku’alofa, depressa desilude todos os que chegam à procura de mais um paraíso tropical.

Incaracterística em termos urbanísticos e arquitectónicos – apesar de alguns edifícios notórios, como o Palácio Real – a cidade espraia-se entre a vastidão do Pacífico do Sul e os mangais da lagoa de Fanga’ Uta.

Nuku' alofa, capital de Tonga, Última Monarquia da Polinesia

O trânsito só aparentemente caótico da capital tonganesa.

Algo poeirenta e gasta, Nuku’alofa (Residência do Amor) em tonganês – tem nas suas gentes genuínas e o principal cartão de visita.

Entre os números que classificam Tonga, destacam-se os 98% da taxa nacional de literacia. A acção educacional de Tonga assenta numa sólida base religiosa. Está bem patente na quantidade de uniformes com cortes e cores inequívocos que distinguem as entidades formadoras, quase todas tradicionalistas.

Nos pátios escolares, nas paragens de autocarro, nas lojas à beira da estrada, onde quer que calhe, os agrupamentos espontâneos de trajes repetem-se e saltam à vista. São de tal maneira considerados que a sua produção é, para as raparigas, uma prática académica obrigatória. Como quase tudo, em Tonga, comunal.

Aula de tecelagem, Tongatapu, Tonga, Última Monarquia da Polinesia

Colegas conversam durante o recreio de uma escola de Nuku’ alofa, a capital de Tonga.

A importância da aprendizagem vem de há muito. O Reino nunca foi governado por um país ocidental.

E no entanto, quando os primeiros missionários chegaram, no século XVIII, a desconfiança  deu lugar a um respeito venerador que moldou a cultura vigente e lhe impôs o Cristianismo em diferentes expressões.

A maioria dos tonganeses (cerca de 38%) são metodistas seguidores de Wesley.

Entre as várias outras religiões adoptadas pela população destacam-se a Mórmon, o Catolicismo e a Igreja Livre de Tonga.

Fiéis, Tongatapu, Tonga, Última Monarquia da Polinésia

Mini-bus fretado para uma cerimónia aguarda por passageiros em falta.

Ao fim da tarde e aos fins de semana, os tonganeses reúnem-se nas suas igrejas.

Participam em longos e intensos ensaios musicais e cerimoniais que aprofundam os laços entre os crentes e uma fé incondicional na graça divina.

O Desgoverno Real de Tonga

Qualquer visitante atento e interessado depressa percebe que, malgrado a reverência histórica pela monarquia, acima deles, os tonganeses não têm podido confiar em mais ninguém.

De motoreta ou de carro, dá-se a volta a Tongatapu em menos de duas horas e isto apesar de os rent-a-car locais entregarem os veículos com os depósitos quase vazios e de a velocidade máxima permitida ser 40 km/h.

Entre coqueirais densos e campos cultivados, a berma das estradas revela povoações pacatas que agrupam pequenas casas rurais, hortas e jardins patrulhados por cães e gatos, por galinhas e porcos que contribuem para a auto-subsistência quase sempre problemática dos lares.

Agricultura de família, Tongatapu, Tonga, Última Monarquia da Polinesia

Homem efeminado e criança trabalham um campo no interior da ilha principal de Tonga

A economia nacional conta com uma vasta componente não monetária. Depende das remessas de dólares garantidas pelos emigrantes.

O sector monetário – a começar pelas telecomunicações e satélites, ambas vitais para um país espalhado pelo oceano – está nas mãos da família real e outros nobres.

E, se em tempos, os reis de Tonga dominaram o Pacífico em redor se tornaram famosos pela ambição e coragem, mais recentemente, Tāufaʻāhau e o seu governo (mas não só) pouco mais fizeram que sujar a imagem da monarquia.

O Descalabro Real da Monarquia de Tonga

Espantaram primeiro os vizinhos australianos e neozelandeses – depois todo o Pacífico – com uma série de investimentos e esquemas imaturos que comprometeram futuras ajudas externas ao país.

Entre as medidas polémicas – todas tomadas com o objectivo de obter rendimento fácil – contaram-se os projectos de tornar Tonga numa lixeira nuclear; de vender passaportes tonganeses (e respectiva nacionalidade) a estrangeiros, alguns com sérios problemas com as justiças de outros países…

Estendal em Tongatapu, Tonga, Última Monarquia da Polinésia

Estendal de roupa em frente a uma praia nos arredores de Nuku’ alofa.

…permitir o registo de embarcações sob a bandeira de Tonga, muitos dos quais se viria a descobrir envolvidos em operações ilegais incluindo o fornecimento da Al Qaeda;

… o frete, por um ano, de um Boeing 757 depois deixado inoperacional no aeroporto de Auckland, que viria a causar a falência da Royal Tongan Airlines;

a reclamação de um slot de satélites geo-orbitais para lucro exclusivo da princesa; a construção de um hotel de aeroporto e casino com um criminoso procurado pela Interpol; a aprovação de uma fábrica de cigarros para exportação para a China, apesar da reprovação das autoridades médicas e contra décadas de promoção da saúde pública.

A encerrar esta prodigiosa lista, há ainda que assinalar a confiança quase cega em diversos especuladores “milagrosos” que prometeram mundos e fundos, com destaque para Jesse Bogdanov, que se auto-proclamou publicamente o bobo da corte de Tonga e foi responsável por parte dos 26 milhões de dólares americanos entretanto perdidos pelo monarca de Tonga.

Estes procedimentos erróneos e vários outros que envolveram a liberdade de imprensa e de expressão reforçaram a acção do movimento pró-democracia de Tonga e a contestação da nação. A frustração só aumentou quando Siaosi Tupou V chegou ao poder e adiou, de imediato, o cumprimento de promessas de abertura política feitas pelo pai.

Este adiamento viria, aliás, a ter graves consequências.

A Lei da Subsistência Tonganesa

Durante um passeio ao entardecer pelos famosos Mapu’a Vaca blow-holes – buracos nas rochas que projectam enormes jactos de água quando atingidos pelas ondas – e ao longo da Piha Passage, voltamos a desvendar a dependência da natureza em que vive a maior parte dos tonganeses.

Assim que a maré vaza, um pelotão de nativos munidos de facas e catanas passa o recife a pente. Recolhem todos os peixes e moluscos que se deixaram aprisionar pelo recuar da água.

Logo ao lado, pescadores regressam da faina em barcos artesanais em que arriscam as vidas para assegurar alimento para a família.

Pesca no recife, Tongatapu, Tonga, Última Monarquia da Polinesia

Habitantes de Tongatapu apanham peixes e moluscos no mar liso ao largo da ilha.

Salvo raras excepções, a concentração da riqueza nacional de Tonga na família real e o agravar do desequilíbrio social retiraram aos tonganeses mais humildes qualquer possibilidade empresarial.  Até os mais insignificantes negócios, surgem nas mãos de estrangeiros.

Distribuídas por Tongatapu como pequenas prisões coloridas, as mercearias são todas chinesas. Sucedem-se à beira das estradas, às vezes separadas por escassas dezenas de metros.

A única proprietária que cede a explicar-nos a razão de ser das grades, fá-lo de forma receosa.

A determinada altura arrepende-se: “os tonganeses não nos querem aqui, odeiam-nos e nós também não queremos nada com eles …” … em 2006 assaltaram todas as nossas lojas … levaram tudo … “

Tongatapu, Tonga, Última Monarquia da Polinesia

Jovem cliente tonganês faz compras numa mercearia chinesa hiper-protegida de Nuku’ alofa.

Foi preciso encontrarmos Bob, um expatriado holandês de idade avançada para percebermos um acto que parecia ir contra a aparente pachorra inesgotável dos locais. “Isso deveu-se a mais uma das espertezas da realeza” Explica-nos Bob.

“Depois de terem permitido a entrada dos chineses ao abrigo da venda de passaportes, o rei não resistiu aos subornos e permitiu a entrada de contentores vindos da China por valores simbólicos. Além disso, a promessa de abertura à democracia foi mais uma vez adiada ad eternum … As pessoas daqui, respeitam a monarquia. Infelizmente, a monarquia não as tem respeitado de volta! …“

Os tonganeses entregam-se de alma e coração à sua fé e paixões. São formas de esquecerem as traições de que são vítimas. E de enriquecerem espiritualmente as suas vidas. Nalguns casos, não só.

Soluções Alternativas para Tonga: o Râguebi e o Turismo

O râguebi foi introduzido na ilha pelos colonos, missionários e comerciantes de origem britânica. O brilhantismo do desporto nos vizinhos Austrália e Nova Zelândia, depressa contagiou as ilhas mais próximas do Pacífico. Tonga não foi excepção.

Como a própria sociedade, o râguebi local organizou-se em redor das pequena povoações.

Em, Tongatapu, a partir das cinco da tarde, os rapazes e homens mais jovens confluem para os campos pitorescos e mal amanhados das suas aldeias.

São irregulares. Não têm quaisquer marcações. A erva chega, por vezes, aos joelhos dos praticantes. Estes, apesar de conscientes das melhores condições no ocidente, não se queixam.

Encarregam-se eles próprios de cortar os relvados e de outras tarefas acessórias.

Raguebi em Tongatapu, Tonga, Última Monarquia da Polinesia

Equipas disputam um alinhamento lateral durante uma competição regional de raguebi.

Instigada por tanta dedicação, Tonga continua a ter uma das selecções de râguebi mais aguerridas e respeitadas do mundo.

Por detrás da entrega, escondem-se, no entanto, sonhos de sucesso internacional, já tornados realidade por jogadores poderosos e de renome de que se revelaram expoentes o All Black Jonah Lomu e o Wallabie Toutai Kefu.

Já o turismo é a eterna solução adiada para todos os males do Reino.

Em termos de potencial, as maiores probabilidades surgem do lado de Vava’u, um grupo de ilhéus do norte com as características certas para aliciar investidores, acolher resorts, atrair turistas do sol e da praia em voos charters e facturar de imediato.

A Tongatapu parece estar reservado um papel de entreposto logístico e cultural. Até isso está por preparar.

Enquanto as condições políticas e económicas continuam por reunir, a capital Nuku’ alofa ensaia esse seu papel com algumas pequenas ilhas idílicas ao largo: Pangaimotu, Fa e Atafa e em cada uma das raras ocasiões em que os cruzeiros internacionais atracam no porto.

Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia

Tonganês observa a pequena ilha de Fa, ao largo de Tongatapu.

Até lá, caso a realeza não adira a novos contos do vigário, o mercado de Talamahu manter-se-á como a maior expressão comercial da capital.

As principais fontes de receitas de Tonga continuarão a provir das remessas dos emigrantes, da exportação de cocos, baunilha, bananas e café e de raízes alimentares como a mandioca o taro e a cassava.

Para todos os efeitos, os tonganeses já perderam uma vez a paciência.

Aguardam, ansiosos, pela representação parlamentar tantas vezes esquecida conscientes de que, uma vez conquistada, a democracia e o progresso dificilmente lhes irão escapar.

Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Maui, Havai

Maui: o Havai Divino que Sucumbiu ao Fogo

Maui é um antigo chefe e herói do imaginário religioso e tradicional havaiano. Na mitologia deste arquipélago, o semi-deus laça o sol, levanta o céu e leva a cabo uma série de outras proezas em favor dos humanos. A ilha sua homónima, que os nativos creem ter criado no Pacífico do Norte, é ela própria prodigiosa.
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Apia, Samoa Ocidental

Fia Fia - Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
Upolu, Samoa  

No Coração Partido da Polinésia

O imaginário do Pacífico do Sul paradisíaco é inquestionável em Samoa mas a sua formosura tropical não paga as contas nem da nação nem dos habitantes. Quem visita este arquipélago encontra um povo dividido entre sujeitar-se à tradição e ao marasmo financeiro ou desenraizar-se em países com horizontes mais vastos.
Viti Levu, Fiji

A Partilha Improvável da ilha Viti Levu

Em pleno Pacífico Sul, uma comunidade numerosa de descendentes de indianos recrutados pelos ex-colonos britânicos e a população indígena melanésia repartem há muito a ilha chefe de Fiji.
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Waikiki, OahuHavai

A Invasão Nipónica do Havai

Décadas após o ataque a Pearl Harbor e da capitulação na 2ª Guerra Mundial, os japoneses voltaram ao Havai armados com milhões de dólares. Waikiki, o seu alvo predilecto, faz questão de se render.
Samoa  

Em Busca do Tempo Perdido

Durante 121 anos, foi a última nação na Terra a mudar de dia. Mas, Samoa percebeu que as suas finanças ficavam para trás e, no fim de 2012, decidiu voltar para oeste da LID - Linha Internacional de Data.
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Viti Levu, Fiji

Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
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Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
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Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
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Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
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Cerimónias e Festividades
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Miami, entrada da América Latina, Florida, Estados Unidos,
Cidades
Miami, Flórida, E.U.A.

A Porta de Entrada da América Latina

Não é só a localização privilegiada, entre um oceano exuberante e o verde dos Everglades, com a vastidão caribenha logo ali a sul. É o afago tropical, o do clima e o cultural e uma modernidade urbana exemplar. Cada vez mais em castelhano, num contexto latino-americano.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
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Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
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Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
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O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
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A Milhas do Natal (parte II)

A 25 Dezembro, exploramos o interior elevado, bucólico mas tropical do norte de Queensland. Ignoramos o paradeiro da maioria dos habitantes e estranhamos a absoluta ausência da quadra natalícia.
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Étnico
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A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Catedral de Santa Ana, Vegueta, Las Palmas, Gran Canária
História
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
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Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
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