Bacolod, Filipinas

Doces Filipinas


A Ver a Vida Passar
Visitantes na varanda do museu Balay Negrense.
Património
A Casa ancestral de Bernardino Jalandoni, em Bacolod.
Fila de tricycles, Bacolod
Fila de trycicles o sustento de muitos moradores de Bacolod, como das Filipinas em geral.
Very Angry Christ
Altar da Angry Jesus Church, em Vitoria City, Bacolod.
Clínica ao ar livre
Curandeira atende um bébe numa rua de Bacolod.
Catedral de San Sebastian, Bacolod
Catedral de San Sebastian, no coração histórico de Bacolod.
Sinooker
Crianc?as jogam mini-snooker numa rua de Bacolod, a capital de Negros Occidental.
Âmago Cristão de Bacolod
Fachada da Catedral de San Diego em Silay, Bacolod.
Acima de tudo
A cu?pula reluzente da Catedral de San Diego em Silay.
Bacolod é a capital de Negros, a ilha no centro da produção filipina de cana de açúcar. De viagem pelos confins do Extremo-Oriente e entre a história e a contemporaneidade, saboreamos o âmago fascinante da mais Latina das Ásias.

Recém-desembarcados do ferry que liga a ilha de Iloilo à principal urbe de Negros, saímos directos para almoçar num buffet com comida tradicional de um centro-comercial de Bacolod.

Estávamos esfomeados e, de acordo, compenetrados no que tínhamos trazido nos pratos. Betsy Gazo, a guia nativa que nos acompanharia ao longo dos dias, não se deixou demover. Betsy, é – não temos, agora, qualquer dúvida – uma das cidadãs de Bacolod mais orgulhosas da sua cidade e ansiosas por que os visitantes a admirassem pelo muito que tinha por louvar.

Assim mesmo, armada de mapas e folhetos, Betsy serve-nos a sugestão aturada de itinerário que havia delineado. Esforçamo-nos para acompanhar as suas catadupas de raciocínios, demasiadas vezes em vão, perdidos entre as delícias gastronómicas da refeição e sucessivos e inevitáveis desvios temáticos.

Não vimos Betsy desarmar. Como nunca a vimos perder o foco da missão de nos desvendar o que em Bacolod mais a deslumbrava.

Negros é a quarta maior ilha das vastas Filipinas. De longe, a suprema do sub-grupo das Visayas que continuávamos a explorar.

As Famílias e as Mansões Históricas de Negros

Destacam-se dos seus tesouros históricos as mansões erguidas pelas famílias abastadas, algumas dessas famílias com nomes hispânicos, outras pré-hispânicos: os Lopez, os Ledesma, os Locsin. Outras ainda, fruto das fusões estratégicas levadas a cabo, caso da Locsin-Ledesma.

Com o passar das décadas, vários dos seus antigos lares foram restaurados, aprimorados e transformados em pequenos museus. No polo oposto, muitos outros viram-se votados a um abandono que custava a Betsy constatar.

Findo o almoço, a cicerone levou-nos e a Michael – o guia que nos acompanhava onde quer que fossemos nas Filipinas – a um destes últimos casos. “Bom, vou só dar aqui um empurrãozinho e deve ficar resolvido, isto tem donos mas tenho a certeza que não se importariam com a nossa visita, muito pelo contrário.”

De Visita ao Malacañang Palace

Passamos por um portão de ferro mal fechado. Em frente, resplandece uma mansão de base de tijolinhos com adornos de pedra trabalhada. O Malacañang Palace, como ficou conhecido, é  considerado a primeira Residência Presidencial das Filipinas.

Foi erguido pelo General Aniceto Lacson durante a década de 1880, num estilo denominado “Bahay na Bato, com a tradução simples de Casa de Pedra.

Numa altura em que muitos filipinos se tinham fartado sem retorno das imposições da Coroa Espanhola, Aniceto Lacson levou a insatisfação a outro nível. Parte de um grupo regional de insurrectos, liderou a revolta katipunera (anti-hispânica) geral da ilha de Negros contra a guarnição colonial de Bacolod, em 5 de Novembro de 1898. As forças espanholas não tardaram a render-se.

Na ressaca, Aniceto Lacson foi designado presidente da recém-formada República de Negros. Estabeleceu o escritório da sua presidência naquela mesma mansão que admirávamos, primeiro por fora, pouco depois, no seu interior desmobilado e a partir da varanda panorâmica que dá a volta ao piso superior.

Ao longo do século XX, até 1970, a mansão foi habitada por uma sucessão de filhos e netos de Aniceto Lacson. Nesse ano, como acontece todos os anos nas Filipinas, os tufões entraram em acção. Um em particular assolou Negros e danificou o telhado do edifício.

Os descendentes de Lacson ainda ponderaram a sua reparação mas, confrontados com a magnitude dos estragos, viram-se forçados a abandoná-lo. O Malacañang Palace entrou num processo de degradação que desolava Betsy.

Para seu contento, em 2002, foi formada uma fundação de co-proprietários apostados em reunir fundos para a restauração. Quando por ali cirandámos, estava longe de terminada.

Museu Balay Negrense, Bacolod, Negros Occidental, Filipinas

Visitantes na varanda do museu Balay Negrense.

A Victor Fernandez Gaston Ancestral House…

Ditavam os planos de Betsy que, até ao sol se instalar no seu leito ao largo do Estreito de Guimaras, ainda visitaríamos outro velho mas resplandecente domicílio, a Victor Fernandez Gaston Ancestral House.

Victor Gaston era filho de um normando de nome Yves Leopold Germain Gaston, que se revelou um dos pioneiros do cultivo de cana-de-açúcar nestas partes das filipinas. A construção da casa teve lugar em 1897, quando Victor Baston vivia ainda em casa do pai, uma tal de Hacienda Buen Retiro.

Nesse mesmo período, a sua esposa faleceu. A casa ficou pronta a tempo de acolher o viúvo e os doze filhos desde 1901 até à sua morte em 1927, ano em que a família deixou de a habitar. Abandonada por completo, em 1970, começou a degradar-se.

Ao contrário do que sucedeu com o Malacañang Palace de Aniceto Lacson, a sua recuperação veio a gerar um dos patrimónios culturais mais valiosos de Negros. Um dos herdeiros, o padre Monsignor Guillermo Ma. Gaston, decidiu doá-la à Autoridade de Turismo das Filipinas.

Esta Autoridade recorreu à sua capacidade nacional de angariação de fundos, incluindo estatais e investiu cinco milhões de pesos filipinos, (em redor de cem mil euros) para a reparar e mobilar com adereços e mobília da época. Conseguido esse desígnio, transformou a mansão no museu Balay Negrense que nos entretemos a examinar.

… Agora, museu Balay Negrense de Bacolod

O museu exibe um exemplo quase-vivo do lar e do estilo de vida de um barão do açúcar negrense. Está assente em fundações de madeira dura filipina balayong, e as tábuas longas, largas e espessas dos soalhos foram cortadas desse mesmo material.

O andar superior surge coberto de um telhado de ferro galvanizado em vez de telhas, de acordo com as indicações difundidas pelas autoridades de Manila, na ressaca dos sismos que devastaram várias localidades da ilha-mãe Luzon.

Com Negros tranquila e segura, apreciamos o salão superior da casa-museu em todo o seu esplendor revigorado. Um casal de namorados que a visitava em simultâneo chega à janela arqueada tripla e espreita o cenário de Silay ajardinado-luxuriante à sua frente, sob um candeeiro secular com luz quente.

Lá fora, o sol estava prestes a desligar-se. Nós, já usávamos as últimas energias do dia pelo que, momentos depois, recolhemos ao abrigo modernizado do hotel em que nos tinham hospedado.

O Masskara Festival e a Vida a Sério de Bacolod

Chegamos ao Domingo determinado para o Masskara Festival, uma espécie de Carnaval criado para animar a cidade e a ilha após o afundamento trágico do ferry M/S Don Juan. Aos poucos, Bacolod enche-se de vida.

Enquanto os participantes se prepararam para a loucura mascarada e saltitante do evento, seguimos Betsy em mais uma série de voltas e incursões cirúrgicas na vida local. Sob a arcada de uma das ruas da cidade, uma curandeira idosa atende pacientes de todas as idades.

Curandeira, Bacolod, Negros Occidental, Filipinas

Curandeira atende um bébe numa rua de Bacolod.

Temos umas ligeiras dores de fundo das costas, quase inevitáveis de tempos a tempos pelo peso das mochilas de fotografia que carregamos.

Mais curiosos com aquele consultório ao ar livre que em necessidade, colocamo-nos na fila, ao lado de um banco usado pelos doentes mais fracos e de uma banca repleta de frasquinhos com óleos, medicamentos caseiros e afins.

A senhora revela-se sobretudo pediatra mas atende um ou outro adulto com maleitas que domina. Quando se inteira do que nos queixávamos, recruta os serviços de uma quiropatra que, para bem dos nossos pecados, se esquiva a tratamentos radicais.

O Taj Mahal de Negros

Na sequência, visitamos as Ruínas de Talisay, chamadas de “Taj Mahal de Negros”, o que resta de uma mansão erguida pelo barão filipino do açúcar Mariano Ledesma Lacson em homenagem à sua esposa macaense-portuguesa Maria Braga Lacson, que faleceu vítima de um acidente doméstico, quando estava grávida do décimo primeiro filho do casal.

A caminho do que resta desta outra mansão incendiada pela resistência filipina para evitar a sua ocupação pelos japoneses na 2ª Guerra Mundial, atravessamos uma das plantações de cana-de-açúcar a perder de vista da ilha.

Um grupo de jovens trabalhadores corta cana sob o sol tropical. Outros, transportam-na para cima da caixa de um camião já meio-cheio de caules ressequidos.

A Produção Histórica e Artesanal de Cana-de-Açúcar

Betsy mostra-se comovida: “Por incrível que pareça, por cá ainda se corta a cana assim. E ainda temos gente como eles: tão pobres que aceitam trabalhar do nascer ao pôr-do-sol para ganhar uns míseros pesos.”

Séculos depois da introdução da cana-de-açúcar na ilha às mãos de mercadores árabes que terão trazido a planta das Celebes, algum tempo menos desde que a expansão e o aperfeiçoamento do cultivo enriqueceram várias famílias de proprietários da ilha, a economia de Negros evoluiu e diversificou-se.

Ainda assim, Negros é a maior produtora e exportadora de açúcar das Filipinas, a nação, por sua vez, a nona produtora do mundo desta matéria-prima. Mas não é só o açúcar. Uma grande refinadora situada em Cadiz, garante a produção de uma boa série de derivados: acetileno, fertilizantes e até rum.

Mais para o fim da tarde, regressamos a Silay. Betsy leva-nos ao cimo de um prédio que aloja serviços estatais da cidade. Passamos por uma série de salas e gabinetes.

Expedição Panorâmica a um Terraço Estatal de Bacolod

Já no terraço que encerrava os pisos do edifício, admiramos a urbanidade verdejante do centro daquela espécie de sub-cidade de Bacolod, com a cúpula prateada da catedral San Diego Pro, bem destacada da vida abaixo: a dos condutores de tricycles que a percorrem sem descanso.

Trycicles, Bacolod, Negros Occidental, Filipins

Fila de trycicles o sustento de muitos moradores de Bacolod, como das Filipinas em geral.

A dos adolescentes entregues a um jogo de basquete, a dos jardineiros que regam e aparam a vegetação da Silay Public Plaza.

Desde manhã cedo que andamos entregues ao critério cultural e histórico de Betsy Gatso. Possuída por um espírito benéfico de missão, Betsy pede-nos que recorramos às nossas derradeiras energias, que as empregássemos numa última viagem a um lugar em tudo diferente dos anteriores e que prometia não nos desapontar.

Viajamos cerca de 20km para sul, quase sempre à beira do Estreito de Guimaras. Em três quartos de hora, mudamo-nos de Silay para a vizinha Victorias City.

A mando de Betsy, o motorista deixa-nos à porta de uma tal de St. Joseph the Worker Chapel que encontramos vazia. “Já percebi que não são propriamente Cristãos devotos, muito menos beatos. Melhor assim. Preparem-se que vão ter uma grande surpresa.”

O Polémico Jesus Zangado de Victoria City

Entramos na nave moderna da igreja. No imediato, apercebemo-nos apenas de que o altar seria o mais colorido e exuberante que tínhamos alguma vez visto. Calibramos a vista e aproximamo-nos.

Angry Jesus Church, Vitoria City, Bacolod, Filipinas

Altar da Angry Jesus Church, em Vitoria City, Bacolod.

Perante os nossos olhos, umas mãos escarlates mantêm de braços abertos um Cristo de olhos azuis fulminantes e o coração atormentado por espinhos e fogo. Irado, como não sabíamos ser possível, aquele messias parecia julgar-nos antes de tempo.

Confrontamo-lo por um momento, até que Betsy volta a ceder à ansiedade e nos esclarece o muito que ali havia para esclarecer.

“Se querem que seja sincera, nem sei bem como isto foi possível em Negros e nas Filipinas em geral, onde a Igreja é tão conservadora. A verdade é que cá está e eu tenho uma enorme admiração por este trabalho.”

A pintura em questão, criada pelo artista abstracto filipino-americano Alfonso A. Ossorio fez jus à arquitectura sacro-moderna e anti-terramoto do arquitecto checo Antonín Raymond. Foram ambas encomendadas pela maior empresa sacarina das Filipinas, a Victorias Milling Company.

A relativa autonomia religiosa desta empresa face à Igreja deu azo ao capricho artístico mas, como nos confirma Betsy “a facção católica mais rígida de Manila não achou piada e tentou mundos e fundos para que a pintura fosse removida. Até à data em vão.”

Nas Filipinas do açúcar, há séculos que a abertura de espírito e a doçura do carácter das gentes estão acima de tudo.

Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Bohol, Filipinas

Umas Filipinas do Outro Mundo

O arquipélago filipino estende-se por 300.000 km² de oceano Pacífico. Parte do sub-arquipélago Visayas, Bohol abriga pequenos primatas com aspecto alienígena e as colinas extraterrenas de Chocolate Hills.
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Mactan, Cebu, Filipinas

O Atoleiro de Magalhães

Tinham decorrido quase 19 meses de navegação pioneira e atribulada em redor do mundo quando o explorador português cometeu o erro da sua vida. Nas Filipinas, o carrasco Datu Lapu Lapu preserva honras de herói. Em Mactan, uma sua estátua bronzeada com visual de super-herói tribal sobrepõe-se ao mangal da tragédia.
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
Iloilo, Filipinas

A Cidade Muy Leal y Noble das Filipinas

Em 1566, os espanhóis fundaram Iloilo no sul da ilha de Panay e, até à iminência do século XIX, foi capital das imensas Índias Espanholas Orientais. Mesmo se há quase cento e trinta anos filipina, Iloilo conserva-se uma das cidades mais hispânicas da Ásia.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
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Arquitectura & Design
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Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
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Aventura
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A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
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Lombok: Hinduísmo Balinês Numa Ilha do Islão

A fundação da Indonésia assentou na crença num Deus único. Este princípio ambíguo sempre gerou polémica entre nacionalistas e islamistas mas, em Lombok, os balineses levam a liberdade de culto a peito
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Capital Mundial dos Casamentos vs Cidade do Pecado

A ganância do jogo, a luxúria da prostituição e a ostentação generalizada fazem parte de Las Vegas. Como as capelas que não têm olhos nem ouvidos e promovem matrimónios excêntricos, rápidos e baratos.
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O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
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Festival dos Ksour: Castelos de Areia que Não Desmoronam

Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
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Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
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A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

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Étnico
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Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
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A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
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Verificação da correspondência
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Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
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Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
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Natureza
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Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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Parques Naturais
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Património Mundial UNESCO
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Lançamento de rede, ilha de Ouvéa-Ilhas Lealdade, Nova Caledónia
Praias
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Religião
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
cowboys oceania, Rodeo, El Caballo, Perth, Australia
Sociedade
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Curieuse Island, Seychelles, tartarugas de Aldabra
Vida Selvagem
Île Felicité e Île Curieuse, Seychelles

De Leprosaria a Lar de Tartarugas Gigantes

A meio do século XVIII, continuava inabitada e ignorada pelos europeus. A expedição francesa do navio “La Curieuse” revelou-a e inspirou-lhe o baptismo. Os britânicos mantiveram-na uma colónia de leprosos até 1968. Hoje, a Île Curieuse acolhe centenas de tartarugas de Aldabra, o mais longevo animal terrestre.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.