Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe


Em manobras
Funcionários de uma estação do comboio FCE sobre a carruagem do velho comboio.
À espera da partida
Passageiros convivem numa carruagem de Primeira Classe do FCE, ainda antes da sua partida tardia de Fianarantsoa.
Ar condicionado malgaxe
Vários passageiros seguem às janelas das carruagens a refrescar-se e a apreciar a paisagem tropical do percurso.
Márcia & cia
Márcia e amigas à entrada da carruagem exclusiva dos vazahas, os passageiros turísticos não malgaxes, de outras partes do mundo.
Mercado sobre carris
Vendedores de beira de linha fornecem víveres aos passageiros do comboio Fianarantsoa - Côte Est
Transbordo em equilíbrio
Trabalhador encarrega-se de mudar sacas pesadas de um vagão para outro.
Crime e Castigo
Carteirista capturado pelos próprios utentes de uma estação segue algemado e vigiado pelos militares que protegem a carruagem normalmente ocupada por estrangeiros.
Mais fruta
Dióspiros: uma sugestão colorida e revigorante que, na época certa, se repete ao longo do percurso.
De um conforto que chegue
O interior de uma das carruagens de 1ª Classe que, de luxuosas, só têm a sugestão do nome.
Bananas ao sol
Uma das inúmeras vendedoras que aproveitam para aumentar os proveitos da família de cada vez que o FCE passa nas suas povoações.
A ver Madagáscar passar
Funcionário segue sobre a locomotiva do FCE, numa zona luxuriante do percurso.
Mais bananas
Jovem vendedora equilibra bananas enquanto percorre a composição não muito longa do comboio.
Mais uma paragem
Comboio detém-se numa zona escarpada do percurso.
O Celeiro de Madagáscar
Um dos muitos arrozais que preenche a zona de etnia merina de Madagáscar, como as de outras etnias.
Galinha fora
Passageiro faz desembarcar uma galinha pela saída mais fácil do TGV Malgaxe: a janela.
Petisco nocturno
Vendedores partilham uma ceia improvisada com o que sobrou das vendas do dia.
Destacamento Ferroviário
Um dos militares destacados para a "carruagem dos estrangeiros" aprecia a vista de arrozais típica das terras mais altas de Madagáscar.
Tabela de Preços
Os valores a pagar por cada trajecto e classe entre sub-trajectos da linha Fianarantsoa - Manakara.
Venda Nocturna
Chegada a noite, os vendedores recorrem a vela, candeeiros a petróleo e a lanternas. As vendas prosseguem.
Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.

Mais por uma questão de consciência que outro motivo qualquer, levantamo-nos antes das seis da manhã. Deixamos o hotel Cotsoyannis apontados para a estação amarela e vermelha de Fianarantsoa.

Depois de chegarmos, depressa se reforçam as suspeitas que nunca sairíamos a horas.

Mais e mais veículos largam viajantes intrigados pelo que os espera. Faltam quinze para as sete quando Lalah Randrianary, um guia nado e criado na cidade, nos acompanha à bilheteira repleta de gente.

Despedimo-nos dele apenas até ao fim do dia. Passamos os revisores e o torniquete para a primeira plataforma da gare que, é, em parte, limitada por uma pequena plantação urbana de cana-de-açúcar.

A composição, formada por carruagens de passageiros verdes com listas amarelas e por vagões de carga meio ferruginosos já lá aguarda. Falta o mais importante, a locomotiva.

A Disputa dos Velhos Assentos do TGV Malgaxe

Os passageiros malgaxes disputam a entrada a bordo como se fugissem de um maremoto.

Uma vez instalados, passam a sua bagagem através das janelas e, finda a tormenta, procuram a harmonia no paralelepípedo metálico abafado que lhes calhou ou entregam-se a despedidas, algumas mais comoventes que outras.

Vemos a locomotiva vermelha ao longe, em manobras ininteligíveis. Uma vez que tarda em se aproximar, entramos em modo de investigação. Percorremos a plataforma de uma extremidade para a outra com incursões esporádicas nas seguintes.

Uma placa gasta pelo tempo assinala o início das carruagens de 1ª classe.

Nestas, por mais apertados que venham a estar, os malgaxes têm lugar sentado. Outras, de segunda e conforto a condizer, são de tal forma desconsideradas que não merecem uma tabuleta que as identifique.

É suposto os vazahas (estranjas) como nós seguirem numa carruagem suprema, exclusiva, imaculada e cosmopolita. Antes de a eles nos juntarmos, metemos o nariz numa ou outra de 1ª Classe, o que deixa os passageiros malgaxes intrigados.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, passageiros

Passageiros convivem numa carruagem de Primeira Classe do FCE, ainda antes da sua partida tardia de Fianarantsoa.

“Será que para aqui vêm? Ou que raio querem daqui?” pensam para com os botões das suas melhores vestes de domingo enquanto nos examinam de alto a baixo.

Um apito indicia a aproximação da locomotiva.

Um Atraso Malgaxe e a Partida quase em Câmara Lenta

Ainda decorre um bom tempo até que, às 8h30, com uma hora e meia de atraso, o maquinista do Train FCE Fianarantsoa – Côte Est faz soar um outro silvo definitivo.

A composição, por fim motorizada, parte aos soluços.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, composição

Vários passageiros seguem às janelas das carruagens a refrescar-se e a apreciar a paisagem tropical do percurso.

Começa por se arrastar a uns 20 ou 30 kms/h pelos arredores incaracterísticos de Fianara.

Favorecem-na uma série de passagens de nível em que dezenas de transeuntes a caminho dos seus trabalhos e afazeres saúdam o comboio e os passageiros com entusiasmo.

Pouco depois, suscita a primeira inclinação dos passageiros para a esquerda da carruagem, quando um francês sexagenário, guia de vários outros, anuncia que estávamos a passar pela plantação e fazenda de chá Sahambavy, a única do país.

Os Merina e as Terras Malgaches Repletas de Arrozais que Dominam

A população de Madagáscar divide-se em dezoito etnias distintas. Uma das predominantes e influentes é a Merina do nosso guia Lalah. Os Merina ocuparam grande parte das terras altas e centrais da nação.

Ora, por mais improvável que pareça, crê-se que chegaram à grande ilha africana em enormes canoas, entre 200 a.C. e 500 d.C., vindos de ilhas da actual Indonésia, provavelmente das Sunda.

Com eles, trouxeram o hábito de plantar e consumir arroz e, hoje, Madagáscar é o maior arrozal de África.

Os seus socalcos encharcados e os camponeses que os cuidam como das próprias vidas surgem logo à saída de Fianara.

Acompanham os velhos carris da linha férrea FCE que se diz serem provenientes da Alsácia, tomados pelos franceses aos alemães com o desfecho da Primeira Guerra Mundial e montados de 1926 a 1930 por trabalhadores chineses.

Os arrozais pintam quase todo o percurso de um verde bem mais garrido e diáfano que o da floresta tropical.

Mas não só os arrozais que nos acompanham.

Também de verde, se bem que tropa, dois militares negros, imponentes e munidos de metralhadoras seguem sentados no varandim em frente às portas da carruagem, com a missão de proteger os preciosos passageiros forasteiros do que der e vier.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, militar

Um dos militares destacados para a “carruagem dos estrangeiros” aprecia a vista de arrozais típica das terras mais altas de Madagáscar.

A sua primeira intervenção não poderia revelar-se mais díspar. Uma das janelas do grupo de idosos francófonos é a única a não abrir.

Os quatro gauleses indignados que partilham o azar, fartam-se de tentar e recorrem à ajuda dos militares que pensam ser uma força mais bruta. Sem sucesso, para óbvio embaraço dos soldados de quem todos, incluindo eles próprios, esperavam melhor desempenho.

É pelas portas e janelas que os moradores das povoações e lugarejos porque passamos se fazem à composição e com ela interagem. No caso do TGV Malgaxe, pode-se esperar quase tudo.

Vendedores Ferroviários Malgaxes de Tudo um Pouco

Em Mahatsinjony, Tolongoina, Manampatrana, Sahasinaka, Ambila e outras com nomes igualmente extensos mas menor importância, ainda o comboio desacelera já um exército de vendedores de todas idades o disputa em corrida para oferecer as suas especialidades.

Madame, madame! Regardez, des kakis!“ apela uma rapariga que exibe um tabuleiro redondo repleto de dióspiros maduros.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, diospiros

Dióspiros: uma sugestão colorida e revigorante que, na época certa, se repete ao longo do percurso.

Missy, missy j’ai des bonnes samoussas!”. “Monsieur, monsieur pouvez-vous me passer les Eau Vive vides?”, roga um rapazote que recolhe garrafas de água vazias para mais tarde vender.

Por forma a evitar feiras demasiado caóticas e prejudiciais ao conforto dos passageiros, os funcionários do comboio e os militares proibiram há muito a entrada dos vendedores nas carruagens, ainda mais nas dos vazahas.

Os vendedores permanecem, assim, o mais tempo que podem a incentivá-los a comprar sob as janelas e nas suas imediações.

Mais bananas

Jovem vendedora equilibra bananas enquanto percorre a composição não muito longa do comboio.

Outros, por norma, crianças e jovens atrevidos, sobrem os degraus de acesso à nossa carruagem e ficam à entrada da porta centrada, num convívio comercial irrequieto mas gentil entre si e com os estrangeiros que conseguem cativar.

A patusca Márcia e os compinchas optaram por outros ramos de negócio.

A miúda instala-se de pé, com os seus grandes olhos que, mesmo debaixo de um chapéu de palha, irradiam simpatia e curiosidade enquanto perscrutam a carruagem em busca de oportunidades. “Stylo madame…Eau Vive.

Missy, des cadeaux…” e insiste até se dispersar enquanto os amigos e colegas de pedinchice entram e saem vezes sem conta de cena.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, Márcia & cia

Márcia e amigas à entrada da carruagem exclusiva dos vazahas, os passageiros turísticos não malgaxes, de outras partes do mundo.

A Carga que Sobrecarrega a Composição do TGV Malgaxe

O comboio deixou de cumprir o percurso numa base diária, como antes acontecia. Fá-lo, agora, apenas às terças e aos sábados. Por essa razão, a companhia que o explora procura lucrar o mais possível com o transporte de carga em cada viagem.

De cada vez que se detém numa nova estação ou apeadeiro, o velho FCE fá-lo por tempo indeterminado, enquanto trabalhadores de corpos secos de gorduras e suados carregam grandes sacas em equilíbrio,

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, carregadores

Trabalhador encarrega-se de mudar sacas pesadas de um vagão para outro.

Tentam domar longas verguinhas de ferro, despacham caixotes com tudo o que se pode imaginar e, claro está, enormes cachos de bananas e animais domésticos, imobilizados de improviso.

Quando voltamos a arrancar, nós e dezenas de outros passageiros adeptos do ar livre, regressamos ao curioso jogo com que antes nos entretínhamos. Mais que nos contemplarmos uns aos outros e aos cenários verdejantes, divertimo-nos a evitar o mato.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, selva

Funcionário segue sobre a locomotiva do FCE, numa zona luxuriante do percurso.

De ambos os lados da linha, a vegetação tropical cresce a uma velocidade quase superior à do comboio. Torna-se invasiva e agressiva.

Força-nos a recolher ao interior da carruagem, como acontece à entrada dos quarenta e oito túneis que se repetem como interlúdios de negrume naquela fascinante parada malgaxe de cor e de vida.

As Atracções que Surgem de Ambos os Lados da Linha

Um dos funcionários a bordo da composição atravessa a secção dos turistas e anuncia que estamos prestes a vislumbrar as cascatas de Mandriampotsy. Desta vez, todos os passageiros afluem para o lado direito o que vem a calhar. No oposto, o caminho de ferro espreita para um enorme precipício.

Não tarda, detemo-nos em Andrambovato. Uma paragem que contempla mais uma série de estranhas manobras da locomotiva e se estende para lá de toda e qualquer demora.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva

Funcionários de uma estação do comboio FCE sobre a carruagem do velho comboio.

Temos tempo de entrar no túnel que se seguia e de examinar a roupa colorida que secava entre dois pares de carris, à sua entrada.

O Convite para subirmos à Locomotiva do Maquinista Rakoto Germain

Metemos conversa com o maquinista que nos convida a subir a bordo da máquina e se apresenta com indisfarçável orgulho: “Vou-lhe escrever aqui o meu nome e morada. Veja, por favor, se me consegue mandar uma das fotos.

Sou o maquinista-instrutor Rakoto Germain e rabisca tudo como se estivesse a aperfeiçoar a sua caligrafia, nas costas de uma fatura que lhe passamos.

A vida em redor desta linha de comboio continua a provar-se prolífica.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, Mercado sobre carris

Vendedores de beira de linha fornecem víveres aos passageiros do comboio Fianarantsoa – Côte Est

Só do regresso da locomotiva à carruagem em que seguíamos testemunhamos dois outros eventos marcantes: junto da entrada da estação, uma dupla recém-casada faz-se fotografar numa produção ferroviária arrojada e iluminada por grandes focos que, assim aparenta, se havia tornado moda.

Em simultâneo, dez ou onze homens saídos da multidão entregam um carteirista acabado de capturar aos militares que connosco seguiam.

Estes, por sua vez, algemam-no ao gradeamento do varandim da carruagem.

Interrogam-no de uma forma que nos parece pedagógica, tendo em conta a humilhação popular a que é sujeito até ser desembarcado na próxima povoação dotada de cárcere, várias horas depois do delito.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, carteirista aprisionado

Carteirista capturado pelos próprios utentes de uma estação segue algemado e vigiado pelos militares que protegem a carruagem normalmente ocupada por estrangeiros.

A determinada altura, torna-se óbvio que o maquinista segue os carris mas perdeu por completo a preocupação com o horário.

Damos entrada em Mananpatrana, outra das povoações chave do percurso, reconhecível pelas palafitas empoleiradas de ambos os lados da linha.

São seis da tarde, a hora a que era suposto chegarmos ao destino final. A noite não tarda a cair e ainda estamos bem longe de Manakara mas o regresso à marcha está ainda mais demorado que em Andrambovato.

Por fim, encetamos o derradeiro trajecto em direcção à costa, logo interrompido por uma falha de energia que nos deixa mais de meia-hora entregues ao breu.

Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, 2ª classe

O interior de uma das carruagens de 1ª Classe que, de luxuosas, só têm a sugestão do nome.

Não é que o tivéssemos testemunhado mas, no último terço do percurso, o caminho-de-ferro deixa a floresta primária. Faz-se a uma sequência de colinas preenchidas por árvores do viajante.

Passa pela pequena aldeia de Mahabako e, logo, pela quase cidade de Fenomby.

Como nós, grande parte dos passageiros já se rendeu ao calor e ao cansaço e encostam as cabeças às janelas ou aos parceiros do lado caso tenham essa confiança.

Lá fora, os vendedores partilham ceias improvisadas, com o que sobrou das vendas do dia.

Outros, mantêm-se despertos ora incomodados ora fascinados com a invasão de insectos e pequenos répteis que a luz da carruagem e os galhos trespassantes da vegetação convidam a bordo.

Um pequeno camaleão, em particular aterra-nos mesmo à frente. Quando damos por ela, temos todos os passageiros da nossa carruagem despertos e inclinados sobre nós, determinados em admirar e fotografar a pobre criatura.

Aqui e ali, o comboio continua a deter-se. Do nosso assento, acompanhamos os movimentos dos vendedores e das crianças, agora pelos rastos difusos das suas vozes animadas e das suas velas, lanternas e candeeiros a petróleo.

Não temos grande ideia de onde estávamos, mas por volta das onze e meia, voltámos a submeter-nos à exaustão.

Perdemos inclusive o trecho excêntrico em que o comboio atravessa a pista do aeroporto de Manakara, na costa malgaxe oposta à de Morondava e da Avenida dos Baobás que já tínhamos também explorado.

Acordamos às três da manhã, já com o reboliço do FCE a entrar na estação terminal.

Um exército de mortos-vivos malgaxes e vazahas precipita-se para a saída desesperado por descanso e conforto.

Lalah volta a acolher-nos: “Desta vez, tiveram azar. É normal o comboio demorar, mas nove horas de atraso é realmente mau. Bom, têm duas sopas bem quentes no quarto. Amanhã às oito, o Canal dos Panglanes espera-vos.

Vai ser, no mínimo, a manhã toda de canoa!”

Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Flam a Balestrand, Noruega

Onde as Montanhas Cedem aos Fiordes

A estação final do Flam Railway, marca o término da descida ferroviária vertiginosa das terras altas de Hallingskarvet às planas de Flam. Nesta povoação demasiado pequena para a sua fama, deixamos o comboio e navegamos pelo fiorde de Aurland abaixo rumo à prodigiosa Balestrand.
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Safari
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Uma Cidade Perdida e Achada
Arquitectura & Design
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Cerimónias e Festividades
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
mao tse tung, coracao dragao, praca tianamen, Pequim, China
Cidades
Pequim, China

O Coração do Grande Dragão

É o centro histórico incoerente da ideologia maoista-comunista e quase todos os chineses aspiram a visitá-la mas a Praça Tianamen será sempre recordada como um epitáfio macabro das aspirações da nação
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
Cultura
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Fuga de Seljalandsfoss
Em Viagem
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Conversa entre fotocópias, Inari, Parlamento Babel da Nação Sami Lapónia, Finlândia
Étnico
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
História
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Visitante arrisca a vida no cimo das colunas de basalto de Reynisfjara.
Ilhas
Sul da Islândia

Sul da Islândia vs Atlântico do Norte: uma Batalha Monumental

Vertentes de vulcões e fluxos de lava, glaciares e rios imensos, todos pendem e fluem do interior elevado da Terra do Fogo e Gelo para o oceano frígido e quase sempre irado. Por todas essas e tantas outras razões da Natureza, a Sudurland é a região mais disputada da Islândia.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Literatura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Madu River: dono de um Fish SPA, com os pés dentro do viveiro de peixes-doutores
Natureza
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Cavalgada em tons de Dourado
Parques Naturais
El Calafate, Argentina

Os Novos Gaúchos da Patagónia

Em redor de El Calafate, em vez dos habituais pastores a cavalo, cruzamo-nos com gaúchos criadores equestres e com outros que exibem para gáudio dos visitantes, a vida tradicional das pampas douradas.
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Património Mundial UNESCO
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Praias
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Djerba, Ilha, Tunísia, Amazigh e os seus camelos
Religião
Djerba, Tunísia

A Ilha Tunisina da Convivência

Há muito que a maior ilha do Norte de África acolhe gentes que não lhe resistiram. Ao longo dos tempos, Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Árabes chamaram-lhe casa. Hoje, comunidades muçulmanas, cristãs e judaicas prolongam uma partilha incomum de Djerba com os seus nativos Berberes.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Sociedade
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Tombolo e Punta Catedral, Parque Nacional Manuel António, Costa Rica
Vida Selvagem
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.