Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate


Desconfiança
Monge do mosteiro de Sera reflecte, com cepticismo, sobre premissas apresentadas por um congénere entusiasmado
Idade da Inocência
Bebé tibetano assiste espantado à comoção intelectual protagonizada pelas dezenas de monges à sua frente
No centro do debate
Monge afundado no meio de outros e de um debate intenso
Juzu
Monge segura um juzu (rosário budista).
Entrada para o Debate
Portal tibetano anuncia a entrada para o pátio do debate do Mosteiro de Sera.
Motorizados
Espectadores do debate abandonam o Mosteiro de Sera numa mota sui generis
Chaminé Budista-tibetana
Pormenor arquitectónico-religioso do Mosteiro de Sera.
Aceso debate
Monge fervilha ao transmitir as suas razões a um adversário de debate
Será assim ?
Monges contrapõem argumentos com toda a sua convicção.
Projecção de Argumentos
Monge lança novo argumento com a projecção do corpo para frente e um bater de palmas.
Pausa para meditação
Monge reflecte durante uma argumentação com um colega aprendiz do budismo.
Um contra todos
Monges aglomerados confrontam um colega que propõe uma premissa polémica
De Passagem, nesta vida
Transeuntes passam por um edifício do Mosteiro de Sera, no sopé da montanha de Pubuchok, arredores de Lhasa.
Sera vs Pubuchok
Fachada lateral de um dos edifícios do Mosteiro de Sera com as montanha de Pubuchok em fundo.
Irmãs do termo
Duas mulheres seguram termos junto ao mosteiro de Sera, em mais uma manhã Invernal de céu limpo mas gélida do planalto tibetano
De Passagem na sombra
Crente faz girar um roda budista tibetana enquanto percorre uma longa fachada do mosteiro de Sera, iluminado pelo sol quase sempre incidente sobre o planalto tibetano.
Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.

Estamos no pico do Inverno. Não há um pingo de nuvem no céu azulão sobre Lhasa ou sobre a maior parte do Planalto Tibetano.

Lobsang, o anfitrião tibetano destacado pela agência de viagens chinesa diz-nos que chegámos na época mais genuína possível, que não devem estar sequer vinte estrangeiros em todo o Tibete.

Depressa percebemos que se sente contrariado por ter que trabalhar para o invasor. Desde que chegámos que faz questão de atalhar ao mínimo possível o tempo que nos dedica.

Essa manhã, solarenga mas gélida, como se provaria cada uma das seguintes, não seria excepção.

“Mas querem mesmo ir ao Sera?”, tenta enrolar-nos, ainda atordoado do convívio alcoolizado da noite anterior. “Já visitaram tantos mosteiros aqui em Lhasa. O Sera é só mais um. A arquitectura é igual à dos outros. O que lá vão ver pouca diferença vai fazer face ao que encontraram nos anteriores, garanto-vos.”

De passagem, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Crente faz girar um roda budista tibetana enquanto percorre uma longa fachada do mosteiro de Sera, iluminado pelo sol quase sempre incidente sobre o planalto tibetano.

Por sorte, tínhamos lido sobre o lugar. Sabíamos o que o tornava distinto. Não cedemos. Lobsang opta, então, por uma estratégia de não confrontação: “Bom, eu hoje de manhã tenho que ir tratar dos papéis de uns alemães que vêm em Maio. Se querem mesmo lá ir, chamo-vos táxis e ligo a um camarada que vos pode acompanhar”.

A Curta Viagem de Lhasa para Sera. Em Modo de Sino-Rali

Fá-lo sem apelo. Alguns minutos depois, aparecem dois carros modernos com matrículas e condutores chineses.

O tal colega já segue num deles. Metemo-nos no da frente. Ryan, um “valet” (encarregado de estacionar veículos em hotéis, casinos etc.) norte-americano.

E de Jacob, adolescente sueco estudante de mais de 1 metro e 90 que atraía em redor de si grupos de tibetanos fascinados com a sua altura eram os parceiros de viagem que tínhamos conhecido ainda em Chengdu (a capital da província chinesa de Sichuan). Entraram os dois no táxi de trás.

O mosteiro distava menos de 2 km. Mesmo assim, o motorista surgiu equipado a rigor para a condução, de luvas e óculos escuros. Decidiu que era uma distância mais que suficiente para desafiar o colega.

Percorreram, assim, o trajecto como se de uma competição de rali se tratasse, com arranques chiados e saltos precipitados pelo declive rebaixado de condutas de água.

Ainda nos debatíamos com uma mal das alturas horripilante provocado por termos viajado, numa hora e meia apenas, dos 500 metros de altitude de Chengdu, para os 3650 de Lhasa.

De passagem, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Transeuntes passam por um edifício do Mosteiro de Sera, no sopé da montanha de Pubuchok, arredores de Lhasa.

Quando saímos dos táxis, já com a montanha ressequida de Pubuchok como fundo e nas imediações do mosteiro, a conversa manteve-se centrada neste tema: “Realmente estes chineses dão cabo de tudo! queixa-se Ryan, o único que se tinha furtado ao voo de Chengdu:

”Vim eu três dias apertado no comboio para me safar da dor de cabeça e bastou uns minutos naquele carro infernal para me sentir a rebentar tão ou mais que vocês!”

O Périplo Amanteigado pelo Interior do Mosteiro de Sera

O amigo de Lobsang convida-nos a caminharmos ao longo de uma alameda delimitada por árvores desfolhadas e edifícios tibetanos brancos. No cimo, damos com a entrada principal do mosteiro, construído, em 1419, por Jamchen Chojey, discípulo de um dos principais mestres budistas de então.

Para não variar, é proibido fotografar ou filmar no interior e tresanda a manteiga de iaque, o combustível eleito pelos tibetanos para assegurarem a iluminação e a manutenção da chama nas velas oferecidas pelos crentes.

Irmãs do termo, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Duas mulheres seguram termos junto ao mosteiro de Sera, em mais uma manhã Invernal de céu limpo mas gélida do planalto tibetano

Fazemos o circuito integral das várias salas do templo. E seguimos as explicações exaustivas do recém-empossado novo guia do grupo. A determinada altura, sentimos a justiça de darmos uma razão pelo menos parcial ao que Lobsang nos transmitido: a dissertação do guia substituto soa-nos bastante repetitiva.

Tal como Lobsang, também este amigo se furtava a abordar a melindrosa integração à força do Tibete na China, quanto mais a contribuição dramática de Sera para a revolta de 1959.

Os Danos da Invasão Chinesa Também no Mosteiro de Sera

Nesse ano, o exército chinês danificou vários dos colégios do mosteiro e assassinou centenas dos mais de 5000 monges residentes. Depois de o Dalai Lama se ter asilado na Índia, muitos dos sobreviventes refugiaram-se em Bylakuppe, próximo da cidade indiana de Mysore, estado de Karnataka.

Estabeleceram, ali, um mosteiro de Sera paralelo, com os seus próprios colégios budistas e um Grande Salão de Assembleia com as mesmas linhas arquitectónicas do original.

Chaminé, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Pormenor arquitectónico-religioso do Mosteiro de Sera.

A assistência do governo indiano permitiu que neles se estabelecessem mais de 3.000 monges tibetanos que desenvolvem actividades missionárias budistas na Índia e em diversos outros países.

Além da arquitectura budista e compaixão professada por Buda, os monges também levaram do Tibete o hábito de se reunirem dia após dia com o fim de debaterem, da forma o mais dialéctica possível, os ensinamentos do seu mestre iluminado.

Juzu, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Monge segura um juzu (rosário budista).

A partir do final do século XVI, a seita Gelupga (Chapéu Amarelo) do Budismo Tibetano a que pertencem os 600 monges aprendizes que ainda resistem em Sera tornou-se predominante no Tibete. Habituou-se a estudar as doutrinas budistas através de um processo passo-a-passo.

Durante a sua aprendizagem, até os lamas devem participar nestes debates por forma a aperfeiçoarem a sua capacidade de compreensão e evoluírem para níveis mais avançados de estudo.

As Sessões de Debate Budista ao Ar Livre

Por norma, as sessões têm lugar às três da tarde, de 2ª a 6ª. Duram uma hora e meia. Só são suspensas em virtude de uma celebração ou cerimónia religiosa coincidente ou de extremo mau tempo.

Pórtico, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Portal tibetano anuncia a entrada para o pátio do debate do Mosteiro de Sera.

Quando deixamos o interior lúgubre do mosteiro budista, damos de caras com uma porta que anuncia “Debating Courtyard”. Nesse recreio amplo, entre árvores despidas pelo longo Inverno do planalto, sobre uma brita farinhenta, as múltiplas disputas já se faziam ouvir.

Dispersos pelo pátio, vários núcleos de monges trajados apenas com os seus hábitos vermelhos e que seguram “juzus” (rosários budistas) nas mãos, trocam argumentos atrás de argumentos.

Meditação, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Monge reflecte durante uma argumentação com um colega aprendiz do budismo.

Em certos grupos, um ou dois dos religiosos apoderaram-se do protagonismo. São atentamente seguidos ou desafiados por pequenas plateias amontoadas com relativa intimidade. Para melhor expressarem os seus argumentos, estes profetas da ocasião puxam pelos interlocutores e fazem soar os seus juzus.

Ou, mais frequentemente, repetem um mesmo movimento de recuo, avanço e projecção do corpo para a frente que termina com um batimento de palmas exuberante.

Projecção, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Monge lança novo argumento com a projecção do corpo para frente e um bater de palmas.

Os “claps” sucessivos ressoam por todo o pátio. Fazem as mãos dos autores tão vermelhas como os seus trajes. Parecem ajudar a convencer os adversários. Quando se vêm forçados a reconhecer a razão, estes, soltam “oooooohhhhhs” prolongados em coro.

Então, voltam a analisar as falhas e virtudes das suas alegações perante o exame pouco criterioso do público, então, na sua maioria, tibetano.

Um contra todos, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Monges aglomerados confrontam um colega que propõe uma premissa polémica

Passa a hora e meia. Os lamas recolhem ao conforto quase espartano dos edifícios do mosteiro de Sera. A assistência debanda alameda abaixo.

Motorizados, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete

Espectadores do debate abandonam o Mosteiro de Sera numa mota sui generis

De acordo com instruções telefónicas de Lobsang, regressamos ao centro de Lhasa de autocarro.

Aquele a que subimos segue lotado.

Entre os passageiros intrigados pela presença dos forasteiros e já vestidos para mais um fim de tarde enregelante, reencontramos os sorrisos incondicionais dos tibetanos e o seu aroma familiar a manteiga de iaque.

Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas

Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Dunhuang, China

Um Oásis na China das Areias

A milhares de quilómetros para oeste de Pequim, a Grande Muralha tem o seu extremo ocidental e a China é outra. Um inesperado salpicado de verde vegetal quebra a vastidão árida em redor. Anuncia Dunhuang, antigo entreposto crucial da Rota da Seda, hoje, uma cidade intrigante na base das maiores dunas da Ásia.
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Escadaria Palácio Itamaraty, Brasilia, Utopia, Brasil
Arquitectura & Design
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Cerimónias e Festividades
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
patpong, bar go go, banguecoque, mil e uma noites, tailandia
Cidades
Banguecoque, Tailândia

Mil e Uma Noites Perdidas

Em 1984, Murray Head cantou a magia e bipolaridade nocturna da capital tailandesa em "One Night in Bangkok". Vários anos, golpes de estado, e manifestações depois, Banguecoque continua sem sono.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cultura
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
viagem de volta ao mundo, símbolo de sabedoria ilustrado numa janela do aeroporto de Inari, Lapónia Finlandesa
Em Viagem
Volta ao Mundo - Parte 1

Viajar Traz Sabedoria. Saiba como dar a Volta ao Mundo.

A Terra gira sobre si própria todos os dias. Nesta série de artigos, encontra esclarecimentos e conselhos indispensáveis a quem faz questão de a circundar pelo menos uma vez na vida.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Étnico
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Catedral de Santa Ana, Vegueta, Las Palmas, Gran Canária
História
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Mulheres na Missa. Bora Bora, Ilhas-Sociedade, Polinésia, Francesa
Ilhas
Bora-Bora, Raiatea, Huahine, Polinésia Francesa

Um Trio Intrigante de Sociedades

No coração idílico do vasto oceano Pacífico, o Arquipélago da Sociedade, parte da Polinésia Francesa, embeleza o planeta como uma criação quase perfeita da Natureza. Exploramo-lo durante um bom tempo a partir do Taiti. Os últimos dias, dedicamo-los a Bora Bora, Huahine e Raiatea.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Natal na Austrália, Platipus = ornitorrincos
Natureza
Atherton Tableland, Austrália

A Milhas do Natal (parte II)

A 25 Dezembro, exploramos o interior elevado, bucólico mas tropical do norte de Queensland. Ignoramos o paradeiro da maioria dos habitantes e estranhamos a absoluta ausência da quadra natalícia.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Lago Tinquilco no PN Huerquehue, Pucón, La Araucania, Chile
Parques Naturais
Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Património Mundial UNESCO
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Espantoso
Praias

Ambergris Caye, Belize

O Recreio do Belize

Madonna cantou-a como La Isla Bonita e reforçou o mote. Hoje, nem os furacões nem as disputas políticas desencorajam os veraneantes VIPs e endinheirados de se divertirem neste refúgio tropical.

Banhistas em pleno Fim do Mundo-Cenote de Cuzamá, Mérida, México
Religião
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Jovens mulheres gémeas, tecelãs
Sociedade

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Vida Selvagem
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.