Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas


A Caminho da Tabanca
A Tabanca
Os Homens Grandes
Hora do Chá
A Fonte Mecânica
Sorriso d’Água
Convívio Meio à Sombra
Em redor dos anciãos
Baidi
Aprendiz de Balafonista II
Aprendiz de Balafonista
Fatu
Dançarinas
Demba e os miúdos
Tábuas Muçulmanas
Fanta e Satan
Fatu Sissoko
Fili e Descendentes
Exibição do grupo dos Anciãos
Iaia Djabaté
Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.

Quatro horas depois de termos deixado Bissau, o condutor da velha carrinha Peugeot sinaliza-nos a beira de estrada mais próxima de Tabatô.

Saímos para um lugarejo percorrido por porcos, galinhas e cabras deambulantes.

Como é também habitual por estas partes, decoram-no sacas de carvão vegetal.

Mulheres em modo de cabeleireiro mutual indicam-nos o trilho certo. Seguimo-lo, em plena floresta de cajueiros, sustento principal de quase todas as aldeias da região.

Junta-se a nós um outro grupo. São moradoras de Tabatô. Dirigem-se para a sua tabanca.

Algumas equilibram cargas sobre a cabeça. Nem isso, nem o pouco português que falam nos impede de estabelecermos uma comunicação elementar.

Passado um campo pelado de futebol, damos com o casario do destino final.

Na ausência temporária de Demba, com quem tínhamos combinado a visita à tabanca, recebe-nos Fili, um outro dos irmãos Djabaté.

São músicos prodigiosos da aldeia, herdeiros do apelido comum que define os “djébatés”, “os construtores”, neste caso, dos balafons que a comunidade há muito aperfeiçoa e toca.

Fili mostra-nos uma divisão de uma das casas em que os guardam.

E, no exterior, onde queimavam e secavam a madeira que, sobre a base de cabaças, produz o som característico de xilofone africano.

O Cicerone Demba e um Périplo Inicial por Tabatô

Demba aparece. Assume o papel de anfitrião e a responsabilidade de nos apresentar aos anciãos e líderes da comunidade.

Encontramo-los à sombra de uma árvore, em frente à mesquita rosada da tabanca. As jilabas e kufis brancas que trajam confirmam a fé muçulmana da tabanca.

Demba instala-nos frente a frente. Assume-se tradutor.

Ajuda-nos a explicar o que fazíamos e como poderíamos ajudar a promover a arte secular de Tabatô. Vemo-nos aprovados.

Demba enceta um périplo pela aldeia. Começa pela casa das madrastas, as mulheres que dele tinham cuidado após a morte da mãe, quando ainda era criança.

Das suas madrastas, passamos aos outros irmãos, do mesmo pai Aladjer Imutar Djabaté (um dos líderes que nos havia validado) mas de mães diferentes.

A Grande Família Djabaté

De uma assentada, conhecemos Bubacar e Mutaro. Dos irmãos, vemos no jovem Mutaro, o mais parecido com o pai Aladjer. É ele quem nos hospeda.

Já em termos de geografia de vivência, Bubacar revela-se o mais familiar. Com o filho mais novo ao colo, fala-nos da sua outra existência, a de Lisboa. Da vida que leva por Arroios, Martim Moniz e a do Castelo de São Jorge, onde vende artesanato, e complementa o dinheiro dos seus espectáculos musicais.

Em Lisboa, mas não só, Bubacar Djabaté é apresentado com frequência como mestre do balafom. À imagem de outro nome famoso gerado pela tabanca e morador de Lisboa, o também cantor Kimi Djabaté.

Já Mutaro, nunca tinha ido a Portugal. Ainda assim, surpreende-nos com um português quase-perfeito que lhe elogiamos.

À hora do calor, o seu alpendre garante sombra ao convívio com os irmãos e outros nativos de Tabatô de distintas gerações, muitos deles, crianças curiosas.

Demba reaparece.

Entregamo-nos a um almoço tradicional muçulmano, uma grande dose de arroz com galinha, regada com molho de quiabo picante. Partilhamos o repasto com os irmãos e vários outros comensais.

Eles, de Tabatô, comem à mão. Nós, forasteiros, com colheres que, por respeito ao que estávamos habituados, nos permitem usar.

Finda a refeição, Demba convoca-nos para nova conferência com os anciãos. Confirmamos a nossa contribuição monetária para a visita e a exibição com que a tabanca nos prendaria.

Escolhemos o lugar que nos parecia indicado ao trabalho fotográfico e vídeo que íamos levar a cabo. Optamos pelo espaço entre a árvore mangueira e a mesquita, o mesmo da reunião inicial.

Com o essencial resolvido, os anciãos, Demba e os irmãos, convocam os djidius(músicos) da aldeia.

Num ápice, estendem um grande tapete vermelho pejado de motivos africanos.

Um biombo de vime estabelece um fundo à orquestra. Nesse espaço, organizam-se os balafonistas, os tocadores de tambores e jambés e até um de corá.

Iaia Djabaté, irmão de Aladjer Imutar, dita um derradeiro ajustamento. No mesmo ápice, os músicos afinam os instrumentos e dão por completo um breve ensaio.

A Actuação de Arrepiar da Tabanca em Peso

Demba, enuncia-nos que o que se segue é algo com que, para nosso contentamento, a tabanca nos prenda. Os djidius de Tabatô começam a tocar.

E, nós, a filmá-los.

No centro, ladeados de crianças que os imitam, Fili e Mutaro, os balafonistas destacados, geram ritmos e melodias acelerados que os tocadores de tambores e ferrinhos acompanham.

As mulheres juntam-lhes as suas vozes.

Queta e Fatou, fazem-nas propagar de megafones em riste, nos mesmos tons sinuosos a que as dançarinas e coros ondulam os seus corpos e os longos vestidos coloridos, seguidas pelo, agora batucador, Iaia Djabaté.

Ainda nos arrepiamos com a genuinidade e intensidade da actuação quando Baidi, o mais exuberante dos tocadores de jambé, de traje amarelo e apito na boca, assume um protagonismo frenético e enriquece a já incrível diversidade de sons e de visuais.

Nesse êxtase, completam-se quatro temas.

Bubacar, que participara como tocador de tambor, traduz as palavras de cerimónia de Imutar Djabaté.

Encerrada a actuação, aos poucos, os djidius voltam aos seus lares e os trajes do dia.

Demba, recupera o périplo incompleto.

Passamos pela bomba de água, em que diversas raparigas da tabanca enchem alguidares e convivem.

Também pelo campo de futebol, onde homens e rapazes disputam uma partida poeirenta.

Em jeito de dever protocolar, Demba apresenta-nos ainda ao chefe fula de Tabatô e o sector fula da tabanca, em termos políticos, o predominante.

A Migração dos Mandingas Djidius

É algo que só o contexto histórico destas partes da África Ocidental explica.

Recuemos a 1866.

Uma vaga de coligação e imposição de estados islâmicos fula fez derrocar o Império de Kaabu (Gabu) de etnia mandinga.

Entre outras, essa coligação tomou a região de Boké, a sul da Guiné Bissau (hoje, parte da Guiné Conacri).

Ora, até então, aí estabilizados e prolíficos, o subgrupo mandinga djidiu viu-se forçado a encontrar novas paragens.

Viajaram para norte. Diz-se que se detiveram em Koiada, em Sintchan Ocko, sobre a fronteira actual entre as Guinés. E em Gabu, já na Guiné Bissau, destinados a Geba, a oeste da Bafatá natal de Amílcar Cabral.

Tal como nos explica Demba, “durante esse seu percurso, o régulo fula local (Mamadu Alfa) reconheceu o valor da presença dos djidius. Concedeu-lhes a terra de que precisavam para assentarem na actual Tabatô”.

Com os djidius de Boké, chegou o balafom, o instrumento que tocavam a mando de quem requeria a sua animação e que lhes servia de sustento.

Uma Arte que os Tempos e a Guiné Bissau tornaram menos Rentável

Faziam-no, amiúde, em matrimónios de gente abastada e poderosa, em que cantavam e contavam a sua história, em que acompanhavam os noivos até à sua casa de casados.

Essas actuações rendiam-lhes um bom proveito, uma, duas vacas do régulo e contribuições adicionais das famílias e participantes.

Mais tarde, foram vários os djabatés que difundiram a arte de Tabatô em redor do Mundo.

Em 1940, Bunun Ka Djabaté exibiu os seus dotes de balafonista na Exposição Colonial de Lisboa. Tcherno Djabaté, na sempre artística China e na Coreia.

Com o passar dos anos, exponenciado pelo caos pós-colonial da Guiné Bissau, as oportunidades e recompensas dos djidius diminuíram.

Noutra era, músicos prodigiosos a tempo inteiro, os mandingas de Tabatô têm agora que assegurar cultivos e que criar gado.

Essa noção, ajuda-nos a compreender a importância da contribuição financeira que deixamos.

Convívio sob o Céu Estrelado da Guiné Bissau

Cai a noite.

Jantamos na mesma modalidade partilhada.

Logo, recuperamos o convívio no alpendre de Mutaro, com os mesmos irmãos, com Fanta e Satan, as filhas gémeas de Bubacar, com outros adolescentes e crianças, cada vez mais à vontade connosco e divertidos.

Sob o firmamento salpicado de outras estrelas, Mutaro, Bubacar e Demba tocam guitarra e cantam.

As crianças acompanham-nos, afinadas, numa exibição deslumbrante de harmonia intergeracional que, na manhã seguinte, de volta à casa de Fili, vemos replicada.

Os Super Kamarimba e Participações Internacionais Memoráveis

Ali, Demba, Mutaro, Fili, Baidi, outros Djabatés da mesma geração e seus descendentes tocam, cantam e dançam sob outro dos nomes musicais de Tabatô, a banda familiar Super Kamarimba.

Aplaudimo-los e agradecemos o empenho que nos dedicavam, sendo, como éramos, tão ínfima assistência.

Chega a hora de nos despedirmos. Demba leva-nos à casa do pai Aladjer Imutar. Este, senta-se num sofá cor-de-rosa volumoso. Passamos-lhe o pagamento estipulado.

O ancião elogia o modo como tínhamos aparecido, sozinhos, a caminharmos aldeia adentro, em vez de guiados, como é usual. Relembra o quanto a recuperação da importância de Tabatô dependia de visitas como a nossa.

Nessa mesma lógica, narra-nos glórias de outros tempos.

O ano de 1982 em que o falecido presidente Nino Vieira convidou a tabanca a representar a Guiné Bissau num festival internacional na Coreia do Sul. “Ficámos em segundo lugar, atrás da Tanzânia. E só levámos cinco elementos, sublinha.”

“Estamos certos de que, se se tivessem exibido com mais músicos e dançarinas, com a beleza a que tínhamos assistido e filmado, que teriam ganho.” respondemos-lhe.

Como nós, o líder dos músicos sabia ser essa a verdade.

E que a sua talentosa Tabatô merecia todo apoio que, na vulnerável e instável Guiné Bissau, lhe tem faltado.­

 

COMO IR:

Voe com a Euroatlantic , Lisboa-Bissau e Bissau-Lisboa, às sextas-feiras.

Contacto para Visitas a Tabatô

Demba Djabaté: Telm. e Whats App: +245 6825243

Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Cruzeiro Africa Princess, 2º Orangozinho, Bijagós, Guiné Bissau

Orangozinho e os Confins do PN Orango

Após uma primeira incursão à ilha Roxa, zarpamos de Canhambaque para um fim de dia à descoberta do litoral no fundo vasto e inabitado de Orangozinho. Na manhã seguinte, navegamos rio Canecapane acima, em busca da grande tabanca da ilha, Uite.
Ilha Kéré, Bijagós, Guiné Bissau

A Pequena Bijagó que Acolheu um Grande Sonho

Criado na Costa do Marfim, o francês Laurent encontrou, no arquipélago das Bijagós, o lugar que o arrebatou. A ilha que partilha com a esposa portuguesa Sónia, aceitou-os e ao afecto que sentiam pela Guiné Bissau. Há muito que Kéré e as Bijagós encantam quem os visita.
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Cruzeiro Africa Princess, 1º Bijagós, Guiné Bissau

Rumo a Canhambaque, pela História da Guiné Bissau

O Africa Princess zarpa do porto de Bissau, estuário do rio Geba abaixo. Cumprimos uma primeira escala na ilha de Bolama. Da antiga capital, prosseguimos para o âmago do arquipélago das Bijagós.
Bubaque, Bijagós, Guiné Bissau

O Portal das Bijagós

No plano político, Bolama subsiste capital. No âmago do arquipélago e no dia-a-dia, Bubaque ocupa esse lugar. Esta cidade da ilha homónima acolhe a maior parte dos forasteiros. Em Bubaque se encantam. A partir de Bubaque, muitos se aventuram rumo a outras Bijagós.
Grande ZimbabuéZimbabué

Grande Zimbabwe, Pequena Dança Bira

Nativos de etnia Karanga da aldeia KwaNemamwa exibem as danças tradicionais Bira aos visitantes privilegiados das ruínas do Grande Zimbabwe. o lugar mais emblemático do Zimbabwe, aquele que, decretada a independência da Rodésia colonial, inspirou o nome da nova e problemática nação.  
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Erriadh, Djerba, Tunísia

Uma Aldeia Feita Galeria de Arte Fugaz

Em 2014, uma povoação djerbiana milenar acolheu 250 pinturas murais realizadas por 150 artistas de 34 países. As paredes de cal, o sol intenso e os ventos carregados de areia do Saara erodem as obras de arte. A metamorfose de Erriadh em Djerbahood renova-se e continua a deslumbrar.
Varela, Guiné Bissau

Praia, derradeiro Litoral, até à Fronteira com o Senegal

Algo remota, de acesso desafiante, a aldeia pacata e piscatória de Varela compensa quem a alcança com a afabilidade da sua gente e com um dos litorais deslumbrantes, mas em risco, da Guiné Bissau.
Elalab, Guiné Bissau

Uma Tabanca na Guiné dos Meandros sem Fim

São incontáveis os afluentes e canais que, a norte do grande rio Cacheu, serpenteiam entre manguezais e encharcam terras firmes. Contra todas as dificuldades, gentes felupes lá se instalaram e mantêm povoações prolíficas que envolveram de arrozais. Elalab, uma delas, tornou-se uma das tabancas mais naturais e exuberantes da Guiné Bissau.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
Arquitectura & Design
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Treasures, Las Vegas, Nevada, Cidade do Pecado e Perdao
Cidades
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Cultura
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Étnico
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

panorâmica, Saint Pierre, Martinica, antilhas francesas
História
Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
Ilhas
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
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Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
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