Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes


A Caminho da Lavra
Moradores de Pitões das Júnias cruzam uma das suas ruas graníticas sobre um tractor.
Abençoado Gado
Pitões contra Fragas II
Cavalos desconfiados
Os lares de Pitões das Júnias
Arte de granito
As Paredes Religiosas do Rio
O Mais Velho Mosteiro II
O Mais Velho Mosteiro
Manhã em Sirvozelo
Paredes & Muralhas
Pôr-do-sol doura as torres do Castelo de Montalegre e o casario da vila
Grande Barrosã
Bar Aberto
Pitões das Júnias
Panorâmica da aldeia de Pitões das Júnias, uma das mais elevadas de Portugal
Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.

João Dias faz-nos companhia numa das mesas da sua Casa do Castelo, uma pousada-restaurante elegante e acolhedora, como o nome deixa antever, contígua às muralhas da fortaleza sobranceira de Montalegre.

Os temas de conversa sucedem-se ao ritmo das garfadas na gastronomia barrosã deliciosa que saboreamos.

Como seria de esperar nestes confins de meteorologia inclemente, o tempo vem à baila. “Vocês tão a ver o Oscar Branco, certo?” pergunta-nos João. “Ele era daqui. O pai dele é que costumava dizer “em Montalegre só há duas estações: o Inverno e a dos Correios (onde ele trabalhava).” Em pleno Verão português, depressa constatamos que, humor e dramatismo à parte, estava longe de assim ser.

Os dias sucediam-se secos e mornos. Sentíamos o seu bafo na pele pouco depois de cada partida matinal e, por norma, ainda fresca do topo da vila.

Os Tons de Alvor do Castelo de Montalegre

Na primeira delas, descemos as ruelas para sul do castelo à pressa, determinados a acompanhar o incidir da luz solar suave nas muralhas. Boa parte dos moradores dormitavam. Três ou quatro cães surpresos pela nossa atabalhoada passagem, dedicaram-nos ladrares de indignação.

Castelo de Montalegre, Barroso, Trás-os-Montes, Portugal

Torres do Castelo de Montalegre acima do casario da vila

Desconhecíamos àquelas paragens. Apesar disso, lá encontrámos um recanto de onde conseguimos contemplar o lento amarelar das torres que coroam a povoação desde o 1273, ainda no reinado de D. Afonso III, se bem que a maior parte da sua construção como fortificação fulcral da região de Montalegre terá decorrido durante o do rei povoador Dom Dinis.

Povoações não faltam nas vastas Terras de Barroso que se avistam das suas ameias, serra do Gerês a oeste, a do Larouco a leste e, a norte, a iminente Galiza.

Com o sol já a galgar o plano das torres, regressamos à Casa do Castelo. De lá, apontamos a uma de tantas aldeias locais que continuam a padecer de despovoamento. Apanhamos a estrada M308.

Serpenteamos para ocidente, não tarda, na companhia do Alto Cávado que por ali nasce e irriga uma albufeira homónima de que sai como mero Cávado. Passamos a sul de Frades. De Sezelhe. De Travassos do Rio e de Covelães.

O Cávado e a estrada prosseguem rumo à Albufeira de Paradela. Nós, ficamo-nos em Paredes do Rio. Passeamos ao longo da rua da Igreja.

Conversamos com o senhor Artur, um ancião que encontramos a tentar limitar as desventuras encharcadas do Leão, o seu golden retriever.

Morador Paredes-do-Rio, região do Barroso, Montalegre, Portugal

Sr. Artur conduz o seu golden retriever junto à igreja de Paredes do Rio.

À Descoberta de Paredes do Rio

Passamos às portas da Casa da Travessa, uma casa senhorial de granito talhado quando o Sr. Acácio, proprietário da pousada e membro da Associação Social e Cultural de Paredes de Rio nos aborda: “Ah, são vocês que nos vêm visitar de Lisboa. Ligaram-nos de Montalegre e avisaram-nos disso.” Daí em diante, seguimo-lo em modo de périplo guiado. Acácio leva-nos directos ao ex-libris histórico da aldeia, o Pisão.

Várias corgas fluem pela encosta por que se dispõe a aldeia abaixo, na direcção do Cávado. Desde sempre rurais, necessitados de força motriz que processasse a sua produção agrícola, os habitantes de Paredes do Rio não se pouparam a esforços. Ao primeiro moinho, seguiu-se um segundo.

A esses, outros. A determinada altura, eram já oito. Em tempos mais recentes, o saudoso Sr. Adelino Gil, que vivia entre os moinhos, prendou a aldeia com um Pisão, um engenho hídrico que alimentava um gerador, uma serra eléctrica e dois enormes martelos que castigavam lã molhada em água quente, de forma a torná-la forte e impermeável.

O Invento Multiusos do Pisão

Com o passar dos anos, o Pisão teve diversos usos. O mais popular continua a ser a produção do burel, o famoso tecido artesanal negro, empregue nas capas, calças e coletas ainda hoje vestidas pelos nativos desta raia nortenha.

Já nos nossos dias, o Pisão foi legado à Associação Cultural. Também o forno comunitário de Paredes do Rio continua operacional. Ao longo dos tempos maioritariamente frios da região, serviu de Casa de Povo e de convívio. Acolheu debates e discussões.

Abrigou viajantes e sem-abrigos a quem era permitido passar a noite ao calor alimentado a lenha, enquanto as broas coziam. Com frequência, às fornadas de trinta.

Antes de deixarmos Paredes do Rio, ainda espreitamos o tanque comunitário. Quando dele nos abeiramos, uma pequena manada de vacas barra-nos o caminho.

Um outro morador da aldeia conduzia-as ao bebedouro próximo, abaixo de um milheiral embelezado por girassóis. Não as seguia propriamente da forma tradicional de outras eras: a pé e de sachola ao ombro. Fazia-o ao volante de uma pequena e conveniente moto-quatro azul.

O Mosteiro Enigmático de Santa Maria das Júnias

Retomamos a M308. Retrocedemos na direcção de Montalegre. Chegados a Covelães, desviamos para a M513 que conduz a Tourem e à Espanha Galega.

A meio deste trecho, cortamos para Pitões das Júnias e, sem resistirmos mais ao apelo do seu misticismo, descemos em busca do Mosteiro de Santa Maria das Júnias.

Encontramo-lo nas profundezas de um vale estreito, nas imediações de um riacho que, mais abaixo, se precipita numa queda d’água àquela hora sombria, dissimulada entre os penhascos.

Mosteiro de Santa Maria das Júnias, Pitões das Júnias, Barroso, Trás-os-Montes, Portugal

Mosteiro de Santa Maria das Júnias prestes a ceder à sombra

Reparamos de imediato na combinação dos estilos românico e gótico da estrutura. Crê-se que o mosteiro foi erguido, aos poucos, ainda antes do estabelecimento da nação portuguesa (início do século XII), no lugar de um retiro de um ermita usado desde o século IX.

Da Origem Medieval, à Ruína do Século XIX

De início, ocuparam-no os monges da Ordem de São Bento. A meio do século XIII, tornou-se Cistercience e foi agregado à Abadia galega de Oseira.

Aninhado num nicho improvável, este nunca se revelou um mosteiro convencional. Por norma, mesmo isolados, os mosteiros costumavam subsistir do cultivo de coutos. Em vez disso, os monges das Júnias dedicaram-se à criação de animais e sua pastorícia. Mesmo assim, prosperaram tanto ou mais que outros mosteiros contemporâneos.

Com o passar dos anos, o Mosteiro de Santa Maria das Júnias congregou mais e mais terras da região do Barroso e da Galiza. Nesse período, o seu desafogo justificou diversas obras de expansão e melhoramentos que se prolongaram pela Idade Moderna adentro, até quase meio do século XVIII.

Mas a localização aventureira do monastério impôs distintos revezes. O ribeiro que escutámos e vimos fluir nas traseiras do edifício assoreou e destruiu parte das estruturas acrescentadas. Já em pleno século XIX, um incêndio avassalador arruinou outras das dependências.

De qualquer maneira, por essa altura, já o mosteiro havia sido abandonado. Em 1834, as ordens religiosas masculinas foram extintas. Pouco depois, o  derradeiro monge da abadia das Júnias assumiu a função de pároco da aldeia vizinha de Pitões.

O mosteiro ficou entregue ao vale que o recebeu. E ao tempo.

ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias, Barroso, Trás-os-Montes, Portugal

As ruínas do Mosteiro de Santa Maria das Júnias, nas imediações de Pitões das Júnias

A Raia ex-Contrabandista de Tourém

A sombra não tardou a a apoderar-se do talvegue e a destacar as ruínas graníticas resplandecentes. Percebemos, então, que o dia se esgotava e dedicamos o que dele restava a outras paragens incontornáveis do Barroso.

De Pitões, retornamos à M513. Apontamos a uma estranha protuberância rectangular portuguesa na Galiza e a uma aldeia raiana situada já quase no cimo dessa península mapeada.

Atravessamos a ponte sobre o braço oriental do Encoro de Salas, assim chamam os galegos à represa. Do lado de lá, estamos no topo da freguesia de Tourém e já na Galiza. Entramos, assim, num dos dois únicos exclaves do território de Portugal, a par com o de Mourão.

À imagem de tantas outras das nossas povoações raianas, em tempos de fronteiras fechadas, Tourém prosperou. É algo em que reparamos quando percorremos a sua longa rua principal.

Constatamo-lo na abundância de domicílios, nas dimensões desafogadas dos lares e nos materiais bem mais modernos que o granito rude de outras partes e, hoje, em muito melhor estado de conservação.

“Tourém, foi sempre um caso à parte…” explica-nos João Dias, ele próprio experiente em cruzar fronteiras. João emigrou cedo para Boston, Estados Unidos. Graças a muita dedicação e trabalho a condizer, regressou a Montalegre e conseguiu um à vontade financeiro raro nesta região limítrofe e, durante largo tempo, serva da agricultura e da pecuária.

Do Bacalhau aos Colchões: mercadoria para todos os gostos

Em Tourém, com Espanha além do Salas, favorecidos pela escassez de vários bens e uma guarda fiscal algo permissiva, muitos moradores da aldeia que ainda hoje falam uma miscelânea de português e galego recorreram à única alternativa financeiramente equiparável à emigração: o contrabando. Assim orientaram as suas vidas.

Os comerciantes habituaram-se a contratar passadores de mercadoria que cobravam para cima de 1000 escudos (5€) à hora, nessa altura, um verdadeiro luxo.

As mercadorias eleitas formavam um insólito sortido: os portugueses queriam sobretudo bacalhau e bananas. Mas também encomendavam colchões, azeite, vacas, colmeias e outros produtos díspares. Já os espanhóis, privilegiavam a roupa, os têxteis do lar e as televisões.

O negócio prosperou até à abertura das fronteiras. De 1990 em diante, boa parte destes homens tiveram que se adaptar a uma nova realidade: a vida rural, a criação do gado. Fosse como fosse, quase todos haviam acumulado boas poupanças e os sempre disponíveis fundos europeus só facilitaram a transição.

Os Garranos Esquivos do Planalto da Mourela

A tarde começa a ceder à noite. Voltamos a atravessar Tourém no sentido contrário e reentramos nos montes e vales verdejantes do Planalto da Mourela, a 1200m de altitude. Cruzamos terras idolatradas pelos observadores de aves que lá buscam, entre dezenas de pássaros, o picanço-de-dorso-ruivo. Sem que o esperássemos, os dorsos que avistamos são outros.

Garranos no Planalto da Mourela, Montalegre, Barroso, Trás-os-Montes, Portugal

Garranos inquietos pela presença de humanos no seu território do Planalto da Mourela.

Uma manada de garranos pasta sobre uma encosta forrada de tojo e de ervas tenras. Uns são pretos, outros são de um castanho-dourado, todos eles selvagens. Ao sinal do garanhão líder, esquivam-se das nossas tentativas de aproximação a trote. Acabam por trotar para trás de uma cumeada.

Somem-se para os lados do Couto Misto, um microestado que, favorecido por uma combinação de circunstâncias políticas, se manteve independente de Portugal, dos reinos a norte e, mais tarde, de Espanha, estima-se que desde o século XII até 1868.

Quando regressamos a Montalegre, o sol poente já alaranjava as torres do castelo e o casario da vila de que se destacavam.

Reabrigamo-nos na Casa do Castelo. Recuperamos energias. E retomamos a conversa prolífica com João Dias.

De Volta às Júnias. Agora aos seus Pitões

Na manhã seguinte, na sua companhia, saímos disparados para Pitões das Júnias.

À medida que subimos aos 1100 metros que fazem da aldeia uma das mais elevadas de Portugal, vemo-la definir-se nos seus tons de granito acinzentado e vermelho-telha, entre um retalho harmonioso de plantios murados e as fragas pedregosas da Serra do Gerês.

Casario de Pitões das Júnias, Montalegre, Barroso, Trás-os-Montes

Casario de Pitões das Júnias disposto no sopé de fragas ponteagudas

Entramos pelo povoado pela Avenida de São Rosendo e pela Rua Rigueiro. Chegados ao Largo Eiró, João Dias encontra um conhecido. Deixamo-los à conversa. Por nossa conta, continuamos a desvendar a aldeia que, entre os seus cerca de duzentos habitantes conta com vários emigrantes retornados e de brasileiros que, como o recém-chegado turismo rural, a ajudam a reavivar.

Chega a hora de apontarmos a Braga. Pelo caminho, João Dias ainda nos leva a Sirvozelo, outra aldeia encantadora, instalada entre grandes rochedos arredondados de granito. Em seguida, escolta-nos até Ferral onde se realiza um de frequentes concursos pecuários.

Subimos ao precinto do evento no momento exacto da Bênção do Gado. Lá assistimos ao Padre de serviço a borrifar de água benta vacas barrosãs com os cornos maiores que alguma vez testemunhámos em bovinos portugueses.

Bênção do Gado de Ferral, casario de granito e telha de Pitões das Júnias, região do Barroso, Trás-os-Montes

Padre borrifa vacas barrosãs com água benta durante a Bênção do Gado de Ferral

Os proprietários pacientes dos animais seguram-nos pelos focinhos, para assim evitarem interações que poderiam arruinar a passagem religiosa do sacerdote.

Nem tudo corre como é suposto. Alguns dos criadores de gado queixam-se, em modo de escárnio, de terem sido mais abençoados – leia-se aspergidos – que propriamente as vacas. Contamos o sucedido a João Dias e partilhamos risadas generosas. Após o que nos despedimos de Ferral, do anfitrião e do Barroso.

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Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
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Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Ilhéu de Cima, Porto Santo, Portugal

A Primeira Luz de Quem Navega de Cima

Integra o grupo dos seis ilhéus em redor da Ilha de Porto Santo mas está longe de ser apenas mais um. Mesmo sendo o ponto limiar oriental do arquipélago da Madeira, é o ilhéu mais próximo dos portosantenses. À noite, também faz do fanal que confirma às embarcações vindas da Europa o bom rumo.
Ilha do Pico, Açores

A Ilha a Leste da Montanha do Pico

Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Igreja colonial de São Francisco de Assis, Taos, Novo Mexico, E.U.A
Arquitectura & Design
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
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Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Hinduismo Balinês, Lombok, Indonésia, templo Batu Bolong, vulcão Agung em fundo
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Lombok: Hinduísmo Balinês Numa Ilha do Islão

A fundação da Indonésia assentou na crença num Deus único. Este princípio ambíguo sempre gerou polémica entre nacionalistas e islamistas mas, em Lombok, os balineses levam a liberdade de culto a peito
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Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
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Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
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Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
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Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
San Juan, Cidade Velha, Porto Rico, Reggaeton, bandeira em Portão
Património Mundial UNESCO
San Juan, Porto Rico (Parte 2)

Ao Ritmo do Reggaeton

Os porto-riquenhos irrequietos e inventivos fizeram de San Juan a capital mundial do reggaeton. Ao ritmo preferido da nação, encheram a sua “Cidade Muralhada” de outras artes, de cor e de vida.
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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
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Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Salão de Pachinko, video vício, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo – Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Vida Selvagem
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.