Ho Chi-Minh a Angkor, Camboja

O Tortuoso Caminho para Angkor


Guest-Houses
Donos de pousadas tentam atrair clientes saídos do barco proveniente de Phnom Penh.
Travessia de Nek Luong
Passageiros de uma balsa que cruza o rio em Nek Luong.
Legado de Ta Phrom
Raízes apoderam-se de uma das paredes do templo de Ta Phrom.
Vertigem de Angkor
Visitantes vencem a escadaria do grande templo de Angkor.
Entrada para Angkor
Visitantes entram num corredor do templo de Angkor
Escultura
Uma das esculturas de divindades do templo de Angkor.
Vertigem de Angkor II
Visitante intimidada pela inclinação de uma das escadarias de Angkor.
Retiro
Monge budista retirado num recanto do templo de Angkor Wat.
camboja-Angkor-wat-templo-monge
Para Mais tarde
Monges budistas fotografam-se com o templo de Angkor em Fundo.
Sobrelotação
Veículo à pinha, no caminho para Angkor.
Ta Phrom
Visitantes cruzam uma entrada do templo de Ta Phrom.
Mais Raízes
Raízes apoderam-se de uma das paredes do templo de Ta Phrom.
Vishnu
Estátua do deus do Hinduismo Vishnu.
Do Vietname em diante, as estradas cambojanas desfeitas e os campos de minas remetem-nos para os anos do terror Khmer Vermelho. Sobrevivemos e somos recompensados com a visão do maior templo religioso

O cartaz do Sinh Office de Ho Chi Minh City falava em 12 horas.

Mencionava um preço modesto de alguns milhões de Dongs. Não mencionava o tipo de autocarro ou o que quer que fosse sobre o percurso.

Quando se trata de agências de países do terceiro mundo ou se vai ou se fica. Não há tempo para indecisões e, esperar por respostas honestas é ser ingénuo. Conscientes disso, compramos os bilhetes e mentalizamo-nos para o que o dia seguinte poderia reservar.

Deixamos a caótica rua De Tham por volta das oito da manhã. Três horas depois, chegamos à fronteira. E ao princípio de um longo tormento.

A área que marca a divisão entre o Vietname e o Camboja estabelece uma separação óbvia na paisagem. De um momento para o outro, os arrozais encharcados e outros campos verdes dão lugar a uma vastidão ressequida. Dela se destacam dois enormes arcos que assinalam a saída de um país e a entrada no outro.

O motorista dá indicação para que toda a gente abandone o autocarro. Aponta, de forma rude, para a cancela mais próxima, a uns bons 500 metros.

Lá fora estão 40 graus, um forno que torna a caminhada um castigo. Viria a repetir-se da barreira vietnamita à cambojana, onde a fila, aumentada pela preguiça prepotente dos soldados de serviço, é maior que a anterior.

Algum tempo depois, o asfalto até então aceitável transforma-se numa sucessão terrosa de buracos convencionais, de antigas crateras provocadas pelas bombas largadas durante a Guerra do Vietname e por lombas e desníveis subsumidos numa poeira densa.

O percurso passa também a fazer-se aos “esses” e aos saltos. Ainda não é tudo.

Camboja, Angkor, Nek Luong

Passageiros de uma balsa que cruza o rio em Nek Luong.

A Tortura Rodoviária do Cambodja do Pós-Guerra

Aguentamos 150, talvez 200 km de solavancos. As bexigas de alguns passageiros estão nas últimas. Contamo-nos entre os mais aflitos. Por sorte e conveniência, o motorista mal humorado satura-se do desconforto e decide parar.

Andamos já sobre a savana do sudeste asiático quando notamos que os restantes elementos da excursão esbracejam. Tinha-nos passado despercebida uma placa sinalizadora. Caminhávamos entre minas.

A aflição agrava-se mas, uma vez que nada tinha acontecido à ida, no regresso, só temos que identificar e pisar as pegadas no solo. Evitamos a inesperada catástrofe mas não nos safamos do sarcasmo irritante do motorista: “Pode ter sido por pouco, não é? Para a próxima, vejam se se lembram que não estão a passear em Paris!”.

Malgrado o tempo decorrido desde as atrocidades porque se tornou popular o país, aquele cambojano ainda tinha toda a razão.

Em 2010, Kang Kek Lew tornou-se no primeiro khmer vermelho a ser condenado pelos seus crimes de guerra durante o regime maoista de Pol Pot. Muitos mais se deveriam seguir mas o primeiro-ministro Hun Sen sacrificou as condenações em função da estabilidade política.

Foi algo que visto como uma protecção a vários líderes guerrilheiros, hoje presentes nas instituições locais e nacionais do governo cambojano.  Se os antigos criminosos continuam dissimulados no poder, o Camboja permanece uma das nações mais vulneráveis da Ásia, dependente da assistência das nações desenvolvidas e do investimento chinês.

Camboja, Angkor, cambojanos à pinha

Veículo à pinha, no caminho para Angkor.

À medida que progredimos no país, percebemos a quantidade de campos ressequidos ainda infestados de minas e por cultivar, a predominância de habitações básicas sobrelotadas pelas famílias e pelos seus animais domésticos.

Palmeira cambojana atrás de palmeira cambojana (Borassus flabellifer), palafita após palafita, já bem depois do pôr-do-sol e com um atraso de cinco horas, chegamos por fim a Phnom Penh. Temos apenas uma curta noite de sono para recuperar na capital.

A Navegação Deslumbrante de Phnom Penh a Siem Reap

A viagem recomeça cedo, com partida de uma doca sobre o rio Tonlé Sap que ali se junta ao Mekong.  O Tonlé Sap muda de direcção duas vezes por ano, invertido pelo refluxo do caudal do rio principal que a época das chuvas torna excessivo. Aguardam-nos embarcações futuristas mas desgastadas que, em três tempos, se enchem de estrangeiros.

Zarpamos. A grande velocidade, o barco deixa para trás as aldeias ribeirinhas que aparecem pelo caminho. E faz balouçar, os pequenos barcos dos pescadores que as alimentam.

A dois terços do percurso, o leito alarga e dá lugar a uma imensidão disforme. De rio, o Tonlé Sap passa a lago. Mais duas horas de navegação, atingimos as proximidades de Siem Reap. Mas estamos em plena época seca. Nesta altura, as margens são inacessíveis aos barcos maiores. E esse recuo do lago, obriga a um complexo transbordo.

Provenientes de filiais flutuantes, dezenas de recrutadores turísticos a trabalhar para guest houses acercam-se de nós em pequenas embarcações. Num processo divisório, tentam convencer o maior número possível de visitantes a prosseguir com eles.

Camboja, lago Tonle sap, Angkor, guest-houses

Donos de pousadas tentam atrair clientes saídos do barco proveniente de Phnom Penh.

Sem alternativas válidas, é o que fazemos.

Dia e meio depois da partida de Ho Chi Minh, tínhamos chegado a Siem Reap. Os templos de Angkor pareciam mais próximos que nunca. Aproximava-se a hora da recompensa.

A Cidade Legada Pela Poderosa civilização Khmer

Construídos entre os séculos XI e XIV, quando a civilização khmer estava no seu auge, os templos de Angkor testemunham, mais do que a grandeza, a enorme criatividade arquitectónica de um povo que dominou o Sudeste da Ásia.

Os khmer subjugaram diferentes etnias durante 600 anos, desde o sul do que é hoje o Vietname, ao território de Yunnan no sul da China, até à baía de Bengala na Índia.

Os mais de cem templos de Angkor que tínhamos por diante são os vestígios vivos de um centro administrativo e religioso que albergava centenas de casas, edifícios públicos e palácios construídos em madeira e que, por isso, desapareceram.  Segundo a crença Khmer, o direito de habitar em edifícios de pedra ou tijolo reservava-se apenas aos deuses.

Camboja, templo de Angkor, escultura

Uma das esculturas de divindades do templo de Angkor.

Vários séculos depois, as autoridades cambojanas e da UNESCO concederam a visitantes de todo o mundo, o privilégio de os admirar. Estavamos determinados em aproveitar ao máximo a benesse.

Dirigimo-nos ao lado oposto da entrada do complexo, ansiosos por encontrar as ruínas furtivas de Ta Phrom (Brahma ancestral) um dos poucos templos a que não foi roubada à protecção original da selva.

Descobrimo-lo fiel ao imaginário dos viajantes, cercado por árvores tropicais com raízes tentaculares que se agarram aos muros e paredes envelhecidos.

Camboja, Angkor, Ta Phrom

Raízes apoderam-se de uma das paredes do templo de Ta Phrom.

Ali, o canto exótico das aves quebra o silêncio e reforça uma atmosfera de puro misticismo. Assim contemplado, o templo abandonado não faz justiça à grandiosidade da civilização que o ergueu.

E, no entanto, uma placa informativa afiança que eram 12.500 as pessoas que nele viviam ou que lá serviam. Dois mil e setecentos oficiais, seiscentos e quinze dançarinos e mais de 80.000 almas das povoações circundantes trabalhavam para assegurar os mantimentos e outros serviços.

Está provado que Angkor foi mais que um lugar artístico ou religioso. Acolheu cidades impressionantes que também serviam o povo khmer.

Voltamos ao reduto de Angkor Thom em busca de Bayon.

Camboja, Angkor, templo de Ta Phrom

Visitantes cruzam uma entrada do templo de Ta Phrom.

Tal como Ta Prohm, também este edifício agrupa corredores estreitos e lances vertiginosos de escadas. Nele se destaca a colecção de cinquenta torres decoradas com duzentas misteriosas faces sorridentes de Avalokiteshvara, o Buda da compaixão.

E a inspiração do rei Jayavarman VII para a construção da cidade.

A Imponência Religiosa e Khmer de Angkor Wat

Mudamo-nos para o Angkor Wat a mais imponente de todas as estruturas de Angkor, considerado o trono do Império Khmer e o maior edifício religioso do mundo.

Muitas das características de Angkor Wat são únicas no conjunto dos templo. Uma delas é a sua orientação para Oeste. 

O Oeste é, no universo khmer, a direcção da morte. Essa constatação levou vários estudiosos a concluir que o Angkor Wat havia sido erguido como túmulo.

A ideia foi ainda alavancada pelo facto de muitos dos seus baixos-relevos terem sido criados de forma a serem interpretados ao contrário do movimento dos ponteiros de um relógio, uma opção com antecedentes nos rituais funerários hindus.

Por outro lado, o deus hindu Vishnu sempre foi associado ao Oeste. De acordo, a explicação hoje mais aceite é a de que o Angkor Wat foi inicialmente um templo, mais tarde, o mausoléu de Suryavarman II, o décimo sexto rei do império khmer.

Camboja, templo de Angkor, Vishnu

Estátua do deus do Hinduismo Vishnu.

Atravessarmos a ponte sobre o fosso exterior. Passamos para o interior de uma câmara escura. Ao sairmos, temos a visão inesperada e majestosa de três enormes torres longínquas. E pela frente, uma enorme avenida conduz ao templo central.

Percorremo-la lado a lado com um grupo de monges budistas que, com os seus trajes cor-de-laranja ,emprestam cor ao lugar e que se fotografam sem parar.

Camboja, templo de Angkor, monges budista

Monges budistas fotografam-se com o templo de Angkor em Fundo.

Acabamos a conversar, apesar do seu inglês limitado que têm o ensejo de praticar: “Não somos khmer, somos tailandeses. Vimos a Angkor de vez em quando.

Para nós é um privilégio sagrado podermos aqui rezar em paz. Durante muito tempo, corríamos risco de vida de cada vez que o tentávamos.”

Chegados ao pátio interior do templo, examinamos as galerias térreas e enfrentamos as escadarias assustadoras que dão acesso aos níveis superiores, determinados a conquistarmos o acesso à vista desafogada sobre o complexo em redor.

Camboja, templo de Angkor, escadaria

Visitante intimidada pela inclinação de uma das escadarias de Angkor.

Nessa altura, compreendemos um pouco melhor o discurso dos monges. E confirmamos que a longa e dolorosa viagem partir de Ho chi Minh tinha valido a pena.

Camboja: do Fratricídio ao Esquecimento Forçado

Devastado pela guerra e pelo regime sanguinário de Pol Pot, o Camboja esteve mais de vinte anos fora do mapa turístico do mundo.

Após o cessar-fogo e a estabilização relativa da situação política, o país abriu-se, pouco a pouco, ao estrangeiro. Expôs aos visitantes o estado em que havia ficado: uma destruição quase total da sua escassa rede de transportes e da maior parte das infraestruturas importantes.

Uma população oprimida pela violência impune dos khmers vermelhos e pela corrupção generalizada de um governo vendido a todo o tipo de interesses.

Um território repleto de minas por rebentar que impedem os camponeses de voltar a cultivar os campos e mata, ainda hoje, várias pessoas por dia.

Em 2003, a situação do Camboja era ainda muito frágil.

Camboja, templo de Angkor, monge budista

Monge budista retirado num recanto do templo de Angkor Wat.

Em termos políticos, o país continua dividido pelos conflitos do passado: os dirigentes são vistos como tendo sido pró ou contra vietnamitas; antigos apoiantes da barbárie perpetrada pelos khmers vermelhos ou opositores.

Esta última oposição é uma verdadeira ferida aberta na sociedade cambojana. Depois das eleições de 1998, uma parte significativa dos guerrilheiros khmer deixou a selva.

Entregou-se às forças governamentais da recém-criada coligação que uniu as duas maiores forças políticas do país, o CPP e a FUNCINPEC.

Em 25 de Dezembro desse ano, o líder da coligação, Hun Sen, foi prendado com um pedido de autorização dos principais dirigentes khmer vermelhos para também eles se entregarem ao governo.

Hun Sen fora desde sempre um defensor de um julgamento dos responsáveis pelo genocídio generalizado em que havia mergulhado o país.

No entanto, inexplicavelmente, os líderes khmer vermelhos tiveram uma recepção VIP à chegada à capital. Hun Sen passou a defender a necessidade primordial de uma reconciliação nacional e evitou castigar os seus antigos inimigos, como a população cambojana esperava que acontecesse.

Esta reviravolta é ainda hoje uma causa latente de instabilidade. À medida que os membros da guerrilha khmer vermelha voltaram às suas casas, muitos deles passaram a viver lado a lado com pessoas que haviam torturado ou mutilado, ou a quem haviam assassinado parte da família.

O receio de que um julgamento justo das altas patentes khmer vermelhas possa assustar os restantes ex-guerrilheiros e levá-los de novo para a selva e reacender do conflito, tem sido um forte factor dissuasor.

Assim mesmo, habituados a sofrer e calar, os cambojanos agarram-se à única opção que lhes foi dada: esquecer o que ficou para trás.

Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
Banguecoque, Tailândia

Mil e Uma Noites Perdidas

Em 1984, Murray Head cantou a magia e bipolaridade nocturna da capital tailandesa em "One Night in Bangkok". Vários anos, golpes de estado, e manifestações depois, Banguecoque continua sem sono.
Hoi An, Vietname

O Porto Vietnamita Que Ficou a Ver Navios

Hoi An foi um dos entrepostos comerciais mais importantes da Ásia. Mudanças políticas e o assoreamento do rio Thu Bon ditaram o seu declínio e preservaram-na como as cidade mais pitoresca do Vietname.

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Monte Kyaiktiyo, Myanmar

A Rocha Dourada e em Equilíbrio de Buda

Andamos à descoberta de Rangum quando nos inteiramos do fenómeno da Rocha Dourada. Deslumbrados pelo seu equilíbrio dourado e sagrado, juntamo-nos à peregrinação já secular dos birmaneses ao Monte Kyaiktyo.
Yangon, Myanmar

A Grande Capital da Birmânia (Delírios da Junta Militar à Parte)

Em 2005, o governo ditatorial do Myanmar inaugurou uma nova capital bizarra e quase deserta. A vida exótica e cosmopolita mantém-se intacta, em Yangon, a maior e mais fascinante cidade birmanesa.
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
Hanói, Vietname

Sob a Ordem do Caos

Hanói ignora há muito os escassos semáforos, outros sinais de trânsito e os sinaleiros decorativos. Vive num ritmo próprio e numa ordem do caos inatingível pelo Ocidente.
Hué, Vietname

A Herança Vermelha do Vietname Imperial

Sofreu as piores agruras da Guerra do Vietname e foi desprezada pelos vietcong devido ao passado feudal. As bandeiras nacional-comunistas esvoaçam sobre as suas muralhas mas Hué recupera o esplendor.
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Duo de girafas cruzadas acima da savana, com os montes Libombo em fundo
Safari
Reserva de KaMsholo, eSwatini

Entre as Girafas de KaMsholo e Cia

Situada a leste da cordilheira de Libombo, a fronteira natural entre eSwatini, Moçambique e a África do Sul, KaMsholo conta com 700 hectares de savana pejada de acácias e um lago, habitats de uma fauna prolífica. Entre outras explorações e incursões, lá interagimos com a mais alta das espécies.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Escadaria Palácio Itamaraty, Brasilia, Utopia, Brasil
Arquitectura & Design
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Cerimónias e Festividades
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Templo Nigatsu, Nara, Japão
Cidades
Nara, Japão

Budismo vs Modernismo: a Face Dupla de Nara

No século VIII d.C. Nara foi a capital nipónica. Durante 74 anos desse período, os imperadores ergueram templos e santuários em honra do Budismo, a religião recém-chegada do outro lado do Mar do Japão. Hoje, só esses mesmos monumentos, a espiritualidade secular e os parques repletos de veados protegem a cidade do inexorável cerco da urbanidade.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Cabine lotada
Cultura
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
kings canyon, Red centre, coracao, Australia
Em Viagem
Red Centre, Austrália

No Coração Partido da Austrália

O Red Centre abriga alguns dos monumentos naturais incontornáveis da Austrália. Impressiona-nos pela grandiosidade dos cenários mas também a incompatibilidade renovada das suas duas civilizações.
MAL(E)divas
Étnico
Malé, Maldivas

As Maldivas a Sério

Contemplada do ar, Malé, a capital das Maldivas, pouco mais parece que uma amostra de ilha atafulhada. Quem a visita, não encontra coqueiros deitados, praias de sonho, SPAs ou piscinas infinitas. Deslumbra-se com o dia-a-dia maldivano  genuíno que as brochuras turísticas omitem.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Ao fim da tarde
História
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Mme Moline popinée
Ilhas
Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Natureza
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Machangulo, Moçambique, ocaso
Parques Naturais
Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Colonia del Sacramento, Uruguai
Património Mundial UNESCO
Colónia do Sacramento, Uruguai

Colónia do Sacramento: o Legado Uruguaio de um Vaivém Histórico

A fundação de Colónia do Sacramento pelos portugueses gerou conflitos recorrentes com os rivais hispânicos. Até 1828, esta praça fortificada, hoje sedativa, mudou de lado vezes sem conta.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Cargueiro Cabo Santa Maria, Ilha da Boa Vista, Cabo Verde, Sal, a Evocar o Sara
Praias
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Religião
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Ovelhas e caminhantes em Mykines, ilhas Faroé
Vida Selvagem
Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.