Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL


Ilha menor, habitante XL
Tupola Tapaau, moradora da ilha de Manono, uma ilha menor de Samoa.
Recolecção II
Nativos de Tongatapu vasculham os recifes durante a mare?-baixa.
Recolecção I
Moradora da ilha de Tongatapu mostra um polvo rece?m-capturado.
Ao balcão
Kosetalau Toreafoa, dono de uma loja de beira de estrada de Samoa Ocidental.
Sobrelotado
Passageira volumosa em trajes tradicionais entra num mini-bus de Tongatapu.
Floresta alimentar
Grandes taros, em tempos, o tube?rculo na base alimentar de Tonga e de boa parte da Poline?sia.
Skipper XL
Timoneiro ao leme de um barco que liga Tongatapu a? Fafa Island Resort.
Desgosto
Senhoras sai?das de um cemite?rio de Tongatapu onde visitaram um parente que pereceu devido a?s doenc?as na?o comunica?veis que assolam Tonga e o Paci?fico do Sul.
Recolecção III
Nativa de Tongatapu vasculha os recifes durante a mare?-baixa.
A iguaria possível
Moradores de Tongatapu cozinham torresmos a? moda local, outro petisco nada sauda?vel.
Corrida literária
Samoano corre acima e abaixo da colina em que esta? sepultado Robert Louis Stevenson para perder peso.
Recolecção IV
Nativos de Tongatapu vasculham os recifes durante a mare?-baixa.
Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.

Sentimos o tema do excesso de peso na pele bem mais cedo do que contávamos.

Embarcamos no avião com destino a Nuku’ Alofa, a capital de Tonga. Menos de um minuto depois de nos sentarmos a bordo, ficamos a conhecer os parceiros de voo mais imediatos. Uma senhora que se aproxima dos fundos da coxia ganha um volume intimidante.

A muito esforço, encaixa-se no assento exíguo. Sem que o pudesse evitar, faz sumir o braço esquerdo da nossa cadeira mais próxima e invade o espaço que nos estava reservado.

O avião desacelera na pista do aeroporto Fua’amotu e imobiliza-se em frente ao seu edifício principal. Livres do aperto, atravessamos os metros derradeiros do asfalto atentos às peculiaridades inaugurais da nação.

Seguiam-nos, vagarosos, dezenas de outros passageiros tonganeses que acenavam aos familiares e amigos na varanda sobranceira do aeroporto.

Entre uns e os outros, saltava uma vez mais à vista o tamanho exagerado e arredondado das pessoas. Nem os tupenus e os kofu-tupenus – as saias tradicionais de tarja – disfarçavam a corpulência dos vultos, muitos deles acima dos 90, 100 ou até bem mais quilos.

À medida que exploramos a cidade e a ilha de Tongatapu em redor, percebemos o quão generalizado se revelava o excesso de peso e de dimensão da população. E de como, com o tempo, se havia acumulado desde o topo da sua esfera dinástica.

Uma Monarquia de Peso

Em Setembro de 2006, após 41 anos no trono, Tonga perdeu o seu rei Taufa’ahau Tupou IV.

Nas três décadas anteriores ao falecimento, Tupou IV manteve lugar no livro dos recordes como o monarca mais pesado do mundo, à data do registo inicial (1976) com uns módicos 209 kg. Ao longo da sua vida, os problemas de saúde sucederam-se, cardíacos, de diabetes e derivados.

O rei ainda se aventurou a fazer exercício três vezes por semana e perdeu quase metade desse peso. Baixou para os 130kg. O esforço não chegou para evitar um ano e meio de desterro e de tratamentos em Auckland. E a sua morte, aos 88 anos,  mesmo assim não tão precoce como se poderia prever.

Muitos dos seus inocentes e humildes súbditos sucumbem às mesmas maleitas, demasiados, em plena meia-idade, ou pouco depois.

Nem sempre assim foi. Malgrado a prevalência da má alimentação e das doenças, uma porção significativa dos tonganeses resiste, em especial, aqueles que não chegam a ter dinheiro para se alimentar fora de casa, ou para consumir diferente do que as suas terras lhes proporcionam.

Nativa de Tongatapu mostra um polvo recém-capturado

Moradora da ilha de Tongatapu mostra um polvo recém-capturado

A base alimentar do arquipélago de Tonga, de todas as ilhas da vasta Polinésia, aliás, assentava em tubérculos (em especial no taro), em bananas, coco e no peixe e marisco capturado ao largo.

No entanto, a partir dos séculos XIX e XX, por influência da emigração destes ilhéus para a Nova Zelândia e Austrália, começaram por se popularizar, na origem, peças de carne gordas (repletas de gorduras saturadas, cartilagens e pele) e pouco dispendiosas.

Taros, Tongatapu, Tonga

Grandes taros, em tempos, o tubérculo na base alimentar de Tonga e de boa parte da Polinésia.

Tonga: da Alimentação Tradicional à Prejudicial

Foram os casos das maminhas de cordeiro e das caudas de peru, consideradas restos nos países produtores de gado. O hábito de as comer ter-se-á desenvolvido nesses mesmos países. Com o tempo, os produtores constataram que os polinésios imigrados as apreciavam.

Conscientes da dificuldade que as ilhas isoladas de Tonga, Samoa e restante Polinésia, tinham de consumir carne, fosse pela sua escassez fosse pelo custo elevado das peças de melhor qualidade, encontraram na exportação daquelas “sobras” um nicho de negócio lucrativo.

A Nova Zelândia começou a para lá exportar os mutton flats que produzia em quantidades industriais ou não tivesse muitos mais habitantes ovinos que humanos. Já os Estados Unidos, detentores da vizinha Samoa Americana, exportaram as caudas de peru.

Em pouco tempo, os polinésios do Pacífico do Sul viam-nas como iguarias.

No mesmo tempo, a tal pseudo-carne gerou uma epidemia de obesidade que só se agravaria, o que não surpreende se tivermos em conta que cada 100g dos mutton flaps contêm 40g de gordura, 20g das quais, saturadas.

Alguns tonganeses consomem quase 1kg numa única refeição.

Preparação de torresmos em Tongatapu, Tonga

Moradores de Tongatapu cozinham torresmos à moda local, outro petisco nada saudável

Os Mutton Flaps, em vez de Peixe e Vegetais

Nos dias que dedicamos a Nuku’Alofa, trabalhamos ao computador, repousamos e alimentamo-nos num tal de “Friends Cafe” um antro cosmopolita que atraía e reunia os forasteiros, turistas e em negócios.

Mesmo se o seu menu ocidentalizado se provava dos mais dispendiosos da cidade e o WiFi oferecido demorava meia-hora a enviar ou a receber ficheiros com umas dezenas de kb.

Também alugamos um carro e saímos à descoberta de Tongatapu, a ilha-mãe de Tonga. Nessas voltas, apercebemo-nos da quantidade de nativos que, durante a maré-baixa, passavam os recifes a pente fino e recolhiam tudo o que se movesse ou parecesse vivo: polvos, chocos, moluscos, ouriços e criaturas afins.

Moradores de Tongatapu vasculham os recifes durante a maré-baixa, em Tonga.

Nativos de Tongatapu vasculham os recifes durante a maré-baixa

E, para o interior, como diversas famílias continuavam a lavrar as terras e a plantar e a colher os vegetais mais apreciados.

No entanto, desprovidos de quaisquer noções de saúde ou nutricionismo, muitos destes pescadores, recolectores e agricultores procuram vender os produtos do seu trabalho.

Se o conseguem (o que nem sempre é fácil), adquirem os apetecidos mutton flaps que alimentaram e viciaram as últimas gerações que cresceram sem alternativas viáveis de carne. Com frequência, os mutton flaps eram a única peça de ovídeo à venda.

Carnes mais saudáveis de outro tipo de gado tinham preços fora do alcance. Em simultâneo, os consumidores deixaram-se iludir pelo preconceito generalizado de que o que vinha de fora era de qualidade superior:

“Em tempos, os tonganeses remaram pela vastidão destes mares do Pacífico nas suas grandes canoas” declarou à BBC sobre o problema a anciã Papiloa Bloomfield Foliaki. “Quando deixou de ser necessário, invertemos essas canoas em terra e usámo-las como lares.

O Preconceito Prejudicial de que Se é Estrangeiro é Melhor

Agora já ninguém está contente com essas casas. Só as ocidentais, mais evoluídas, as que encontram na Nova Zelândia, na Austrália e Estados Unidos satisfazem as famílias. Com a comida é a mesma coisa.”

À medida que a modernidade deu à costa de Tonga e de outras ilhas polinésias, distintas receitas do mesmo mal se propagaram.

À imagem do que testemunhámos em comunidades mais pobres e socialmente desprotegidas da Nova Zelândia, sobretudo de etnia maori ou de imigrantes polinésios, mais tarde em Apia – a capital de Samoa Ocidental – os MacDonalds, Burguer Kings, KFCs e franchisados do género enriqueciam os proprietários e as empresas-mãe.

Gerava grandes lucros gerados com base no desconhecimento das famílias do que deviam ou não comer, do que era saudável ou lhes arruinaria a saúde.

Em repetidas ocasiões, reparámos em como reuniam os seus grandes clãs às meses destes estabelecimentos. E em como se empanturravam de hambúrgueres e asinhas de frango e batatas fritas, de gelados e batidos e os empurravam com quase-baldes de bebidas gaseificadas e açucaradas.

Noutras ocasiões, vimos como se entregavam a churrascos caseiros animados em que devoravam entrecostos, salsichas e outros petiscos tão ou mais gordos e gordurosos.

Ou como, em Samoa, Kosetalau Toreafoa, o dono regressado da diáspora na Austrália e E.U.A. de uma loja de beira de estrada pouco mais tinha à venda que refrigerantes, enlatados e pacotes chineses de noodles instantâneos, inundados de MSG’s, sal e gorduras saturadas.

Dono de uma loja da ilha de Upolu, Samoa Ocidental

osetalau Toreafoa, dono de uma loja de beira de estrada de Samoa Ocidental.

A Vulnerabilidade Genética dos Polinésios

Como se não bastasse, os cientistas apuraram que muitos dos polinésios portam um gene da obesidade desenvolvido ao longo dos séculos crê-se que por, nas suas viagens e tentativas de colonização do Pacífico, se terem visto obrigados a resistir a longos períodos sem se alimentarem.

Este gene faz alegadamente com que mais gordura se acumule nos seus corpos e com que ganhem mais depressa peso e volume.

Tal factor será determinante na predominância polinésia no topo do ranking dos países mais “pesados” no mundo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, nove dos dez países cimeiros são a Samoa Americana, Nauru, Ilhas Cook, Tokelau, Tonga, Samoa, Ilhas Marshall, Kiribati e Palau.

Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.

Tupola Tapaau, moradora da ilha de Manono, uma ilha menor de Samoa.

Só o Qatar, o Kuwait, Saint Kitts and Nevis, as Bahamas, Barbados e outras ilhas caribenhas  se imiscuem no Top 20 neste clube restrito de obesos. Em vários dos territórios mais de 50% da população é obesa.

Em alguns, a percentagem nacional ultrapassa os 80%. Nos tempos mais recentes, a Samoa Americana, com nove obesos em cada dez habitantes tem vindo a destacar-se dos demais. Ao que não será alheia a ainda mais intensa adopção do fast food que há muito devassa os E.U.A.

Polinésios como o tatuado, encorpado e barrigudo Kosetalau Toreafoa, que nos atende a afagar a grande barriga exibida acima do balcão, resistem a abandonar as crenças culturais de que “grande é belo e sinal de riqueza e prosperidade”.

Mulheres de Tongatapu, de luto, Tonga

Senhoras saídas de um cemitério de Tongatapu onde visitaram um parente que pereceu devido às doenças não comunicáveis que assolam Tonga e o Pacífico do Sul.

Falham em entender que, ao invés, magro não significa necessariamente pobre ou com fome e em distinguir entre grande e gordo.

Outros Agentes Nocivos em Tonga e Samoa: as Igrejas e as Multinacionais

A religião, por sua vez, preenche uma variável não desprezável no tema.

Os sacerdotes de igrejas como a Free Wesleyan Church, a igreja mórmon de Jesus Cristo e dos Santos dos Últimos Dias, a Igreja Livre de Tonga e até mesmo as igrejas católicas romanas ocupam lugares de autoridade e modelo social influentes mas prejudiciais se tivermos em conta que quase todos são obesos.

Nem tudo é negativo. Tanto em Tonga como em Samoa os jovens e homens até à meia-idade continuam a praticar râguebi ao fim de tarde ou manhãs de fim-de-semana e feriados, em vários ervados naturais disseminados pelo arquipélago.

Jogging em redor da sepultura de Robert Louis Stevenson, em Upolu, Samoa Ocidental

Samoano corre acima e abaixo da colina em que está sepultado Robert Louis Stevenson para perder peso

Um râguebi nem sempre de primeira água mas atlético e sôfrego, a espaços violento e que faz da pequena nação a 12ª potência mundial do desporto, fornecedora de inúmeros jogadores naturalizados sobretudo à todo-poderosa Nova Zelândia.

Na Polinésia Francesa, as autoridades gaulesas reagiram em 2009 com taxas sobre as bebidas açucaradas. Desde então, outras nações do Pacífico seguiram o exemplo, com sucesso reduzido.

As multinacionais são de tal forma predominantes que acabam por manipular os governos e contornar as restrições. Aqui e ali, os seus logos e designs decoraram as fachadas de lares, bares e outros negócios das ilhas, como acontece com os das multinacionais de fast food proeminentes.

Enquanto isso, boa parte dos polinésios continua sem saber como se desenrodilhar do flagelo nutricional que os vitima.

Mais informação sobre este tema na página respectiva da Wikipedia.

Moorea, Polinésia Francesa

A Irmã Polinésia que Qualquer Ilha Gostaria de Ter

A meros 17km de Taiti, Moorea não conta com uma única cidade e abriga um décimo dos habitantes. Há muito que os taitianos veem o sol pôr-se e transformar a ilha ao lado numa silhueta enevoada para, horas depois, lhe devolver as cores e formas exuberantes. Para quem visita estas paragens longínquas do Pacífico, conhecer também Moorea é um privilégio a dobrar.
Maui, Havai

Maui: o Havai Divino que Sucumbiu ao Fogo

Maui é um antigo chefe e herói do imaginário religioso e tradicional havaiano. Na mitologia deste arquipélago, o semi-deus laça o sol, levanta o céu e leva a cabo uma série de outras proezas em favor dos humanos. A ilha sua homónima, que os nativos creem ter criado no Pacífico do Norte, é ela própria prodigiosa.
Apia, Samoa Ocidental

Fia Fia - Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Samoa  

Em Busca do Tempo Perdido

Durante 121 anos, foi a última nação na Terra a mudar de dia. Mas, Samoa percebeu que as suas finanças ficavam para trás e, no fim de 2012, decidiu voltar para oeste da LID - Linha Internacional de Data.
Papeete, Polinésia Francesa

O Terceiro Sexo do Taiti

Herdeiros da cultura ancestral da Polinésia, os mahu preservam um papel incomum na sociedade. Perdidos algures entre os dois géneros, estes homens-mulher continuam a lutar pelo sentido das suas vidas.
Tongatapu, Tonga

A Última Monarquia da Polinésia

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Upolu, Samoa  

No Coração Partido da Polinésia

O imaginário do Pacífico do Sul paradisíaco é inquestionável em Samoa mas a sua formosura tropical não paga as contas nem da nação nem dos habitantes. Quem visita este arquipélago encontra um povo dividido entre sujeitar-se à tradição e ao marasmo financeiro ou desenraizar-se em países com horizontes mais vastos.
Savai'i, Samoa

A Grande Samoa

Upolu acolhe a capital e boa parte das atenções turísticas. Do outro lado do estreito de Apolima, a também vulcânica Savai’i é a maior e mais elevada ilha do arquipélago de Samoa e a sexta da imensa Polinésia. Os samoanos louvam de tal maneira a sua genuinidade que a consideram a alma da nação.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
Arquitectura & Design
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
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PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Cerimónias e Festividades
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Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Família em Hobart, Tasmânia, Austrália
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À Descoberta de Tassie, Parte 1 - Hobart, Austrália

A Porta dos Fundos da Austrália

Hobart, a capital da Tasmânia e a mais meridional da Austrália foi colonizada por milhares de degredados de Inglaterra. Sem surpresa, a sua população preserva uma forte admiração pelos modos de vida marginais.
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Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
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Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

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O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Verão Escarlate
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Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

vale profundo, socalcos arroz, batad, filipinas
Étnico
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
História
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
A pequena-grande Senglea II
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A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
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Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Natureza
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(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Parques Naturais
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Barco navega ao largo do litoral ocidental de Spinalonga
Património Mundial UNESCO

Spinalonga, Creta, Grécia

Uma Ilha Fortaleza Rendida a Colónia de Leprosos

Desde sempre disputada, ocupada por cristãos e sarracenos, venezianos, otomanos e, mais tarde, cretenses e gregos, entre 1903 e 1957, a árida Spinalonga acolheu um lazareto. Quando lá desembarcamos, estava desabitada, graças ao dramatismo do seu passado, era um dos lugares mais visitados da Grécia.

Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Praias
Batemans Bay a Jervis Bay, Austrália

Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
Religião
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Sociedade
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Jovens mulheres gémeas, tecelãs
Vida Quotidiana

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
Duo de girafas cruzadas acima da savana, com os montes Libombo em fundo
Vida Selvagem
Reserva de KaMsholo, eSwatini

Entre as Girafas de KaMsholo e Cia

Situada a leste da cordilheira de Libombo, a fronteira natural entre eSwatini, Moçambique e a África do Sul, KaMsholo conta com 700 hectares de savana pejada de acácias e um lago, habitats de uma fauna prolífica. Entre outras explorações e incursões, lá interagimos com a mais alta das espécies.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.