Mafra, Portugal

Périplo pelo Âmago Ilustre de Mafra


O moinho à Entrada
Réplica de moinho de vento típico, à entrada da aldeia típica de José Franco
Vida de Oleiros
Escultura do dia a dia duma família de oleiros, como o foi a de José Franco
Panorâmica da Aldeia miniatura Pórtico com visual de castelo da aldeia típica de José Franco
Aldeia miniatura Pórtico com visual de castelo da aldeia típica de José Franco, vista de cima
Forno da Cal da Tapada
O forno da cal da Tapada de Mafra
aldeia-tipica-jose-franco-sobreiro-mafra-portugal4
Pórtico com visual de castelo da aldeia típica de José Franco
Decoração a Condizer
Papel de parede condizente de um salão da Tapada de Mafra
Dito Popular em Azulejo
Dito em azulejo acima de uma casa miniatura Ponte sobre outra das aldeias miniatura da aldeia típica de José Franco
Ponte sobre mini-aldeia
Ponte sobre outra das aldeias miniatura da aldeia típica de José Franco
Família Javali
Família de javalis na Tapada de Mafra
Recanto de uma aldeia miniatura da aldeia típica de José Franco
Recanto de uma aldeia miniatura da aldeia típica de José Franco
O Palácio de Mafra
Vista lateral do Palácio de Mafra
A Ponte Medieval de Cheleiros
A ponte medieval de Cheleiros, sobre o rio Lizandro
Cheleiros do Ar
Vista aérea de Cheleiros
A igreja de Nª Srª do Reclamador
A igreja de Nª Srª do Reclamador de Cheleiros
jardim-cerco-mafra-portugal1
Lago e nora reflectida no Jardim do Cerco
Chafariz de Azulejo
Velho chafariz sinalizado como da CM Mafra
Paisagismo Moderno, Jardim do Cerco
Recanto mais moderno do Jardim do Cerco, Mafra
Tapada Murada
Encosta murada da Tapada de Mafra
Edifício anexo ao Forno da Cal
Edifício anexo ao forno da cal da Tapada de Mafra
Das povoações miniatura da aldeia típica José Franco à monumentalidade histórica do palácio e da tapada, às voltas pelo interior de Mafra, redescobrimos um domínio incontornável da portugalidade.

Quem ascende do litoral privilegiado da Ericeira, apontado a oriente, encontra uma rotunda ampla.

Lá optamos pela saída para a velha nacional 116, em vez da que leva à bem mais recente auto-estrada A21.

Optamos, assim, por uma incursão, a ritmo comedido, por uma sequência de povoados e lugarejos com marcas inconfundíveis da região Oeste.

Progredimos entre casas e muros caiados. Sucedem-se Seixal, Pinhal dos Frades, Achada e Sobreiro. Sem desprimor para as terras para trás, em Sobreiro, temos uma razão superior para nos determos.

A Mafra da Aldeia Típica de José Franco

Foi lá que nasceu, em 1920, entre quinze irmãos, o oleiro e escultor José Silos Franco.

Foi também em Sobreiro que, orgulhoso das suas raízes, a partir dos 54 anos de vida, José Franco e a esposa Helena deram início à obra meticulosa e duradoura da sua aldeia museu, evocativa e homenageante da cultura, do modo de vida da região saloia.

Réplica de moinho de vento típico, à entrada da aldeia típica de José Franco

Réplica de moinho de vento típico, à entrada da aldeia típica de José Franco

Rodam as velas de um moinho de vento diminuto. Produzem um som mecânico repetitivo, semelhante ao de centenas de moinhos genuínos que coroam colinas e morros da vastidão ondulante de Mafra, com o seu zénite a sul de Rogel, nos 430 metros do Cabeço de Manique.

Esse moinho rítmico surge-nos na dianteira de uma sequência de casas alvas, com molduras garridas, azuis, amarelas, protegidas por telhados de telha antiga, de tipo canudo.

Algumas dessas casas servem de montras de antigos misteres e negócios. Umas poucas, combinam-no com lojas de artesanato e recordações, com bares e restaurantes igualmente pitorescos que seduzem os visitantes com os petiscos da região.

Pão saloio com chouriço, broa de mel e noz e, claro está, as queijadas de Mafra, consideradas a especialidade gastronómica primordial do município, com, pelo menos, meio milénio de tradição.

Entre as lojas e a zona de restauração, sucedem-se as obras-primas, a nosso ver, mais peculiares e cativantes de José Franco, as suas aldeias modelo, animadas, pejadas de casinhas, noras e moinhos diminutos, de bonecos figurativos de camponeses, pastores e pescadores.

De animais de trabalho e de utensílios, em tempos, essenciais ao dia-a-dia e à subsistência das gentes locais. Como o foi a da família numerosa, de origem oleira e remediada, de que se veio a destacar o autor.

José Franco: uma Vida dedicada à Olaria, à Cerâmica, ao Sobreiro e a Mafra

José Franco começou por seguir os passos dos progenitores.

Abriu a sua própria olaria.

Escultura do dia a dia duma família de oleiros, como o foi a de José Franco

Escultura do dia a dia duma família de oleiros, como o foi a de José Franco

A partir desse estabelecimento, mas também nos mercados, feiras e festas populares sazonais, abastecia de peças de barro de tudo um pouco uma vasta população que delas carecia.

Esse seu trabalho e, mais tarde, o amor e empenho que dedicou a Sobreiro e à sua “aldeia típica” oleira e ceramista, granjeou-lhe as visitas e a admiração de incontáveis figuras de renome.

Com destaque para a do escritor Jorge Amado que por ele nutria uma estima especial, que mantinha a sua casa de Salvador, Bahia, embelezada com várias suas obras.

Dito em azulejo acima de uma casa miniatura Ponte sobre outra das aldeias miniatura da aldeia típica de José Franco

Dito em azulejo acima de uma casa miniatura Ponte sobre outra das aldeias miniatura da aldeia típica de José Franco

Pela obra mais vasta do tudo que fez na sua vida, o Presidente da República de então, Ramalho Eanes, condecorou-o, em 1981, como Cavaleiro da Ordem Militar de Sant’iago da Espada.

Em 2001, José Franco foi ainda condecorado Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

A sua aldeia típica subsiste, mais resplandecente que nunca, no Sobreiro.

No caminho de A-da-Perra, de Salgados, de Paz. De sucessivas aldeias já não tão típicas como nos tempos de José Franco.

Vista aérea de Cheleiros

Vista aérea de Cheleiros

Dessa zona, desviamos para sudoeste. Em busca de uma outra povoação emblemática do concelho.

Às Margens do Rio Lizandro, a Quase Milenar Cheleiros

De tal maneira importante, que, pouco depois de Portugal ter assegurado a sua independência precoce, no contexto da reorganização cristã pós-Reconquista, recebeu (em 1195) uma das primeiras cartas de foral atribuídas por monarcas portugueses, neste caso, por D. Sancho I.

Cheleiros, a aldeia que se segue, surge acima das margens do rio Lizandro, em terras férteis que produziam grande quantidade de víveres, a razão de ser de vários cellarius.

Ora, mais tarde, esses celeiros terão suscitado a nomenclatura da aldeia.

A ponte medieval de Cheleiros, sobre o rio Lizandro

A ponte medieval de Cheleiros, sobre o rio Lizandro

Em Cheleiros, admiramos a ponte velha que arca sobre o Lizandro.

A igreja paroquial de Nª Srª do Reclamador, ajustada de uma construção original gótica, cujo adro ainda acolhe as festas populares locais.

Voltamos a descer para mais próximo do rio. Por ali, encontramos o Pelourinho que reforçava o estatuto do povoado de sede do seu próprio concelho, em vigor de 1195 até 1836, ano em que se viu despromovida a sede de uma das freguesias do actual município de Sintra.

E, em 1855, do de Mafra.

Velho chafariz sinalizado como da CM Mafra

Velho chafariz sinalizado como da CM Mafra

De Cheleiros, revertemos rumo à vila de Mafra. Quando nos acercamos, deslumbramo-nos com a visão bela e amarela do seu palácio desmesurado.

Palácio de Mafra. Um Deslumbre Monumental mas Custoso de D. João V

Com quase 70 metros de altura, as suas torres erguem-se bem acima da linha do casario circundante.

A sua imponência arquitectónica assume verdadeiras proporções, génese de muita controvérsia.

Vista lateral do Palácio de Mafra

Vista lateral do Palácio de Mafra

Recuemos ao início do século XVIII. As sucessivas remessas de ouro vindo do Brasil asseguravam a Portugal e ao seu império um poderio económico só suplantado pelo espanhol.

D. João V, o rei vigente assumiu a vocação de o afirmar através de monumentos e infra-estruturas a par com as mais grandiosas da sempre dividida e conflituosa Europa.

Em 1708, no contexto da Guerra de Sucessão Espanhola, a corte portuguesa gizou o plano político-diplomático de D. João V se casar com Maria Ana de Áustria, irmã do arquiduque Habsburgo Carlos IV que Portugal apoiava contra o pretendente Bourbon Filipe, neto de Luis XVI de França.

O Tratado de Utretch acabou por reconhecer, em 1714, a desfavor de Portugal, que Filipe assumiria o trono, enquanto Filipe V de Espanha.

Seis anos antes, todavia, uma boda faustosa realizada em Viena tinha já oficializado a união de D. João V com Maria Ana. O rei casou com dezanove anos. Pouco depois, terá feito a frades franciscanos a promessa de que, assim que estivesse garantida a sua descendência, ergueria um convento condigno.

A 4 de Dezembro de 1711, nasceu Maria Bárbara, a primeira de seis filhos de D. João V e de Maria Ana. Pio, o rei manteve a palavra. Mais que cumprir a promessa, deslumbrou-se.

Recrutou o arquitecto e engenheiro militar alemão Johann Friedrich Ludwig que acabou por se mudar para Portugal por forma a trabalhar em equipa com Custódio Vieira, o engenheiro-mor do reino.

Lago e nora reflectida no Jardim do Cerco

Lago e nora reflectida no Jardim do Cerco

Em vez do mero convento, D. João V, apelidado de “Rei-Sol Português”, ordenou todo um complexo com quatro hectares. Johann Friedrich Ludwig desenhou-o em estilo barroco.

Com base em projectos do arquitecto italiano Filippo Juvarra, um palácio imenso, com 1200 divisões, uma basílica desafogada, paço aprimorado, digno de acolher a família real e uma área conventual preparada para acomodar, pelo menos, 300 religiosos.

O palácio foi ainda dotado dum conjunto sineiro com 120 sinos. E, como expoente cultural, de uma biblioteca com 1000m2 e um acervo de 36mil obras, por volta de 1794, uma das maiores da Europa.

Encosta murada da Tapada de Mafra

Encosta murada da Tapada de Mafra

A Vastidão Florestal e Real da Tapada de Mafra

Como se não bastasse, foram adicionados ao Palácio de Mafra o hoje denominado Jardim do Cerco e a imensa Tapada de Mafra, uma área florestal considerada essencial para a subsistência dos moradores e servos do palácio e do convento,

Assim como para as caçadas e outras formas de evasão de que a família real carecia.

Família de javalis na Tapada de Mafra

Família de javalis na Tapada de Mafra

Por volta de 1750, o Palácio de Mafra foi dado como finalizado. Na realidade, como expectável em qualquer obra, inúmeros acabamentos continuavam por acabar.

Mais importante. Ao contrário do previsto, nem a família real nem a corte chegaram a ocupá-lo.

Nesse mesmo ano, D. João V faleceu.

Decorrida meia década, dá-se o grande cataclismo europeu do século XVIII. Na manhã de 1 de Novembro de 1755, um sismo e consequente maremoto arrasaram a capital portuguesa.

O Palácio Real que os Reis (quase) Nunca Habitaram

Também deitaram por terra qualquer esperança que o sucessor rei D. José habitasse o palácio.

Papel de parede condizente de um salão da Tapada de Mafra

Papel de parede condizente de um salão da Tapada de Mafra

Diz-se que D. José receava de tal maneira morrer soterrado que, quando ia a caçadas na Tapada de Mafra, em vez de dormir no palácio, o fazia numa barraca real que mandou erguer.

No rol de monarcas portugueses, D. João VI provou-se, a partir de 1807, um morador pioneiro, mas efémero do Palácio de Mafra. Isto, devido a outra catástrofe iminente, as Invasões Francesas, concretizadas, na primeira de três fases, em Novembro desse ano, sob o comando de um tal de general Junot.

A 29 de Outubro, D. João VI e a família real zarparam de Lisboa rumo a Salvador. Levaram consigo boa parte do valioso espólio reunido em Mafra.

E o Percalço Histórico das Invasões Francesas

Um mês depois, o Palácio de Mafra e as suas gentes conformaram-se com um uso imprevisto, o de acomodar os invasores franceses que ocuparam a região, num clima de violência, de pilhagem, de extorsão.

Com a reacção dos aliados históricos britânicos, as forças anglo-portuguesas comandadas pelo futuro Duque de Wellington e pelo Major Neves da Costa agruparam-se ao longo das Linhas de Torres, incumbidas de deter o avanço napoleónico para sul.

No processo, em Novembro de 1810, Sir Arthur Wellesley, William Beresford e o Marquês de La Romana, trio que integrava a Junta da Regência de Portugal que substituiu o rei exilado, ofereceu um banquete memorável na Galeria da Bênção do Palácio de Mafra.

Em Abril do ano seguinte, com um apoio importante da guerrilha portuguesa, Sir Arthur Wellesley, derrotou de vez as forças napoleónicas que debandaram para Espanha.

A monarquia portuguesa foi, assim, restaurada. D. João VI regressou do Brasil. Ele e os monarcas seguintes raramente frequentaram o Palácio de Mafra.

D. Manuel II, o derradeiro rei português, dormiu lá uma noite, na véspera do embarque, na Praia dos Pescadores, Ericeira, em fuga das forças que, em Outubro de 1910, impuseram a república portuguesa.

Mesmo se fruto de um capricho, menosprezado pela monarquia e alvo de incontáveis críticas, o Real Edifício de Mafra – leia-se, o conjunto formado pelo Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada – mantém-se uma das maravilhas arquitectónicas portuguesas.

O forno da cal da Tapada de Mafra

O forno da cal da Tapada de Mafra

É, aliás, desde 2019, Património Mundial da Humanidade.

Como Ir

Via auto-estrada A21 que parte da A8, Mafra dista meros 30 minutos de Lisboa. 2h30 do Porto.

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Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
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Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
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Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

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Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
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Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Ilhéu de Cima, Porto Santo, Portugal

A Primeira Luz de Quem Navega de Cima

Integra o grupo dos seis ilhéus em redor da Ilha de Porto Santo mas está longe de ser apenas mais um. Mesmo sendo o ponto limiar oriental do arquipélago da Madeira, é o ilhéu mais próximo dos portosantenses. À noite, também faz do fanal que confirma às embarcações vindas da Europa o bom rumo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
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À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
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Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Balo Praia Creta, Grécia, a Ilha de Balos
Praias
Balos a Seitan Limani, Creta, Grécia

O Olimpo Balnear de Chania

Não é só Chania, a pólis secular, repleta de história mediterrânica, no extremo nordeste de Creta que deslumbra. Refrescam-na e aos seus moradores e visitantes, Balos, Stavros e Seitan, três dos mais exuberantes litorais da Grécia.

Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Religião
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Dia da Austrália, Perth, bandeira australiana
Sociedade
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Vida Selvagem
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.