Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul


Acima de tudo
Visitantes de Graaf-Reinet sobre um penhasco de dolomitos com vista para o vasto Valley of Desolation.
Luzes do Karoo urbano
Casario de Graaf-Reinet encaixado num vale menos inóspito do semi-deserto de Karoo.
Numa manhã calma
Transeuntes atravessam a Church Street, rua da cidade que parte da enorme Igreja Holandesa Reformada.
Karoo
Cenário do Great Karoo, a poucos quilómetros de Graaf-Reinet.
Fé em pleno Karoo II
A Igreja Holandesa Reformada com a sua enorme torre frontal.
Asas sem uso
Avestruzes no PN Camdeboo, um parque prolífico em vida selvagem às portas de Graaf-Reinet.
(Muito) Velhas falésias
Escarpas criadas por uma erosão pré-histórica no limiar do Valley of Desolation.
Moda académica de Graaf-Reinet
Aluno de uma escola local, a caminho das aulas.
Fé em pleno Karoo
A Igreja Holandesa Reformada destacada acima do casario baixo de Graaf-Reinet.
Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.

Demoramos apenas uma hora e meia a descer de Malealea, nas terras altas do Lesoto. Às 7h30, cruzamos à fronteira sul-africana de Makhaleng Bridge e a apanhamos a estrada R56 para sudoeste, com Graaf-Reinet como destino.

Por essa altura, o condutor e guia do camião-autocarro Albertrham “Tenk” Engel já se sentia a regressar à Elim em que nascera e vivera a maior parte da sua vida, nas imediações do Cabo Agulhas. Com a progressão simplificada pelas rectas longas e planas do Grande Karoo, pisava forte no acelerador.

À medida que a tarde se anunciava, o bafo sufocante do semi-deserto, fazia-nos esquecer o frio enregelante do Lesoto.

Não tardamos a entrar nos domínios do Great Escarpment onde o Planalto Central do Sul de África mergulha na direcção dos oceanos meridionais. É entre as suas falésias e mesetas imponentes que damos entrada no destino do dia: Graaf-Reinet.

Karoo, África do Sul

Cenário do Great Karoo, a poucos quilómetros de Graaf-Reinet

Na Companhia de David McNaughton

“Tenk” faz o camião desdobrar-se pelas intersecções da grelha geométrica da cidade, até o imobilizar no estacionamento do hotel. “Muito bem rapazes e raparigas, quem disse que não queria fazer mais nada pode instalar-se, descansar ou dedicar-se ao que bem lhe apetecer.

Os que disseram que ainda queriam sair, aguardem um pouco, o guia de cá está quase aí.

Não tardamos a apurar que somos os únicos nesta categoria. Minutos depois, David McNaughton aparece em trajes beije-caqui de explorador e leva-nos a bordo da sua carrinha. Em tempo semelhante, sentimos por ele enorme empatia.

David trabalhou na Força Aérea Sul-Africana antes de criar a sua empresa de tours em Graaf-Reinet. Apaixonado por história, tinha aprendido a fundo a da África do Sul, mas não só. Falamos de Fernão Magalhães, de Bartolomeu Dias e, claro está, de Vasco da Gama.

Aproveitamos para com ele esclarecer questões nas nossa mentes parcialmente nebulosas quanto à passagem dos navegadores portugueses pelas costas da sua nação: o porquê de nunca lá se terem fixado, apenas mais a norte, em terras do Moçambique de hoje.

A Fauna e a Geologia Exuberantes de Camdeboo

Mas, não tardamos, a dar com a entrada do Parque Nacional Camdeboo. A explicação entusiasta do cicerone é interrompida pelo avistamento quase imediato de avestruzes, zebras, macacos, cabras-de-leque e de espécimes distintos da fauna residente.

PN Camdeboo, Graaf-Reinet, África do Sul

Avestruzes no PN Camdeboo, um parque prolífico em vida selvagem às portas de Graaf-Reinet

Vínhamos de outros safaris na África do Sul. Entusiasmados pela proximidade de um tal de Valley of Desolation, os animais retiveram-nos apenas alguns momentos.

Do fundo da savana, subimos a uma das mesetas que a recortam. No cimo, admiramos a vastidão da pradaria pejada de animais. David mostra-nos um outro ponto de observação na orla de uma falésia.

Dali, desvendamos uma barreira de colunas de doleritos com 120 metros de altura, alaranjados pelos últimos raios do ocaso, o mesmo que se repete nos mais de 100 milhões de anos de acção vulcânica e de erosão que produziram tais esculturas.

Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul

Visitantes de Graaf-Reinet sobre um penhasco de dolomitos com vista para o vasto Valley of Desolation

Dessas colunas para diante, o Grande Karoo estende-se a perder de vista, com um visual ainda mais ermo e inóspito que a secção porque tínhamos chegado do Lesoto.

E, entre a elevação em que estávamos e outra oposta, dispunha-se o casario quase todo térreo de Graaf-Reinet, instalado num desfiladeiro com perfil de oásis.

O crepúsculo dá lugar à noite. Quando regressamos à cidade, Graaf-Reinet estava já entregue à sua paz. Durante muito tempo, esse foi um raro privilégio.

Graaf-Reinet iluminada, África do Sul

Casario de Graaf-Reinet encaixado num vale menos inóspito do semi-deserto de Karoo.

A Cidade Mais Antiga da África do Sul

No virar do século XVIII para o XIX, o interior da África do Sul, além de repleto de animais selvagens, era habitado por tribos belicosas, como se provavam há muito os San, hoje também conhecidos por Bushmen.

Ainda assim, holandeses intrépidos acabaram por se aventurar nos limites indómitos da Colónia do Cabo.

A Companhia Holandesa das Índias Orientais geria a colónia com mão de ferro e, demasiadas vezes, contra os interesses dos seus súbditos.

Insatisfeitos pela permanente repressão, sucessivos grupos de agricultores bóeres nómadas, os voortrekkers, deixaram o litoral em busca de maior autonomia. Nem assim a Companhia Holandesa das Índias Orientais os largou. Os seus líderes tinham o objectivo de expandir o comércio da colónia para o interior onde esses pioneiros se refugiavam.

Assim, em 1786, fundaram Graaf-Reinet. A povoação foi baptizada em homenagem ao governador de então da Colónia do Cabo, Cornellis Jacob van de Graaf e da sua esposa, Reinet.

Ainda e sempre fartos das castrações da Companhia Holandesa das Índias Orientais, os voortrekkers da região expulsaram o seu administrador, proclamaram Graaf-Reinet independente e pediram a protecção directa do governo holandês.

Ficaram, então, na expectativa do que viria da Colónia do Cabo. A esperada reacção nunca chegou a acontecer já que, entretanto, os rivais coloniais britânicos dela se apoderaram.

O casario de Graaf-Reinet, Karoo, África do Sul

A Igreja Holandesa Reformada destacada acima do casario baixo de Graaf-Reinet.

Como havia acontecido com a Companhia Holandesa das Índias Orientais, os voortrekkers rejeitaram os Britânicos.

Aqueles que persistiam na Colónia do Cabo, inauguraram uma nova vaga épica de migrações que ficou conhecida por Great Trek e a que se deve a actual presença Bóer em recantos improváveis da África do Sul.

O Triunfo Britânico Sobre os Voortrekkers

Após feroz resistência, os Britânicos colocaram termo à pioneira República Independente de Graff-Reinet. Capturaram os seus líderes e condenaram-nos à morte ou a longas penas de prisão na Cidade do Cabo.

Já no século XX, durante a Segunda Guerra Bóer, os Britânicos fizeram de Graaf-Reinet o centro das suas operações. Voltaram a lá condenar e executar dezenas de Bóers.

Passado este período conturbado, mesmo a evoluir devagar devagarinho, Graaf-Reinet veio a revelar-se providencial para o desenvolvimento da área circundante. Do final do século XVIII até à chegada do caminho-de-ferro que a ligou ao litoral de Port Elisabeth, teve a fama e o proveito de polo comercial movimentado.

Em 1865, contava com sessenta e quatro outspans, locais onde os criadores de gado e vaqueiros podiam repousar e refrescar os seus animais. E remover outros das carroças em que seguiam.

Dezenas de pousadas floresceram nas imediações destes outspans e recém-chegados aptos nos mais diversos misteres aumentaram a população. A meio do século XIX, Graaf-Reinet era a povoação mais importante a leste da Colónia do Cabo e a norte de Port Elisabeth.

Pouco depois de desembarcar na Cidade do Cabo, em 1841, o explorador escocês Dr. David Livingstone prosseguiu numa caravana de carros-de-bois rumo a Kuruman, no norte da África do Sul. Pelo caminho, passou por Graaf-Reinet.

Ali conheceu o reverendo Andrew Murray e a sua esposa, como ele, fervorosos cristãos. Por certo entusiasmado pela empatia religiosa do encontro, descreveu Graaf-Reinet como “A Cidade Mais Bonita de toda a África”.

Church Street em Graaf Reinet, África do Sul

Transeuntes atravessam a Church Street, rua da cidade que parte da enorme Igreja Holandesa Reformada.

Uma Pequena Emblemática Cidade do Interior

Na actualidade, com menos de 60.000 habitantes, Graaf-Reinet não surge nem nas primeiras setenta maiores cidades sul-africanas.

Mantém-se relevante devido à presença arrojada em pleno Karoo, pela sua produção agrícola e  criação pecuária: de ovelhas merino, de cabras angorá e de mohair, de avestruzes e de outras espécies e derivados.

Mesmo diminuta, Graaf-Reinet orgulha-se sobremaneira da sua história. Brada aos ventos a incrível concentração de monumentos nacionais que abriga.

Na manhã seguinte, é Domingo. Dedicamo-lo ao centro secular da cidade, vazio de gente e tranquilo como nunca supusemos possível na África do Sul.

Um sócio de David dá-nos boleia até a um miradouro próximo, situado numa elevação oposta à da tarde anterior.

Igreja holandesa de Graaf-Reinet, Karoo, África do Sul

A Igreja Holandesa Reformada com a sua enorme torre frontal.

Dali, contemplamos a Igreja Reformada Holandesa, destacada  acima da vegetação frondosa que dissimula o casario, na sua maior parte branco. Descemos do morro apontados à igreja.

Espreitamos o interior e ascendemos ao coro. Um grupo de cinco crentes, quatro cantores e uma pianista, ensaiam os cânticos que irão entoar, daí a umas horas, na missa.

Graaf-Reinet orgulha-se também de que a sua enorme igreja é a única da África do Sul – provavelmente do mundo – equipada com uma cozinha e uma chaminé. Fosse ou não assim, os nossos olfactos diziam-nos que, àquela hora, não deveriam ainda ter uso.

As Ruas Brancas e Rectilíneas de Graaf-Reinet

Voltamos ao exterior e ao dia solarengo mas fresco. Caminhamos Church Street abaixo com desvios estratégicos para ruas paralelas e perpendiculares. Mantemo-nos atentos à arquitectura peculiar dos edifícios históricos que a delimitavam, com óbvia génese na dos Países-Baixos dessa época, retocada para se adaptar ao clima e ambiente do Karoo.

A do Drostdy Hotel e da Old Parsonage, hoje, Reinet House Museum. Na sua génese, a primeira foi a sede do magistrado da cidade, logo, a sede do poder judicial. Já a Old Parsonage, abrigava os membros do clero mas, ao longo dos anos, acolheu vários outros hóspedes.

Para onde quer que viremos, a nomenclatura das ruas é, ou inglesa ou afrikaans, a língua falada pela maior parte dos moradores brancos da cidade e da província de Cabo Oriental. Num caso ou no outro, menos que 10% do total de negros ou mestiço, com sangue khoiSan (90%).

Os khoisan são um curioso grupo étnico formado pela fusão dos antigos grupos rivais, os San e Khoi Khoi. Os colonos holandeses tratavam os últimos por Hottentots, numa referência onomatopeica aos cliques orais da sua linguagem.

O Predomínio Linguístico do Afrikaans

Curiosamente, o longo predomínio bóer ditou que, em Graaf Reinet, mais de três quartos da população negra ou mestiça fale agora afrikaans em vez de inglês ou de línguas-mãe africanas como o Xhosa, o Zulu da província de Kwazulu Natal , os dialectos KhoiSan.

Aluno de Graaf-Reinet, África do Sul

Aluno de uma escola local, a caminho das aulas.

À imagem do que acontece noutras partes da África do Sul, passo atrás de passo, também a imaculada Graaf-Reinet nos parecia cada vez mais um privilégio histórico. Um privilégio criado e preservado pela minoria branca, neste caso Bóer.

Reparamos como abundavam as casas seculares vazias, disponíveis para alugueres de curtos períodos aos compatriotas endinheirados vindos de outras paragens. Por contraste, boa parte dos habitantes negros ou mestiços moravam em lares remediados nos arredores. Pareciam-nos desenquadrados da grelha urbana arejada, verdejante e requintada no âmago da cidade.

À chegada, “Tenk”, também ele mestiço, que se dizia descendente dos pioneiros voortrekkers, alertou-nos para o facto de estarmos na África do Sul e termos que estar bem atentos durante a nossa exploração da cidade, tal como o fez à chegada a Durban, a Port Elisabeth, à Cidade do Cabo e noutros lugares.

Mesmo de máquinas fotográficas ao pescoço, não experimentamos qualquer problema. O crime persiste, todavia, em Graaf-Reinet. E é quase sempre cometido pela maioria negra-mestiça que sobrevive à margem da prosperidade Bóer ou anglófona.

Tal como acontecia há séculos quando os seus antepassados se viram forçados a roubar o gado aos colonos europeus trespassantes. Faz há muito parte do seu passado, um passado único e prolífico feito de determinação, conflito e imposição.

Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Cabo da Boa Esperança - Cape of Good Hope NP, África do Sul

À Beira do Velho Fim do Mundo

Chegamos onde a grande África cedia aos domínios do “Mostrengo” Adamastor e os navegadores portugueses tremiam como varas. Ali, onde a Terra estava, afinal, longe de acabar, a esperança dos marinheiros em dobrar o tenebroso Cabo era desafiada pelas mesmas tormentas que lá continuam a grassar.
Robben Island, África do Sul

A Ilha ao Largo do Apartheid

Bartolomeu Dias foi o primeiro europeu a vislumbrar a Robben Island, aquando da sua travessia do Cabo das Tormentas. Com os séculos, os colonos transformaram-na em asilo e prisão. Nelson Mandela deixou-a em 1982, após dezoito anos de pena. Decorridos outros doze, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.
Cidade do Cabo, África do Sul

Ao Fim e ao Cabo

A dobragem do Cabo das Tormentas, liderada por Bartolomeu Dias, transformou esse quase extremo sul de África numa escala incontornável. E, com o tempo, na Cidade do Cabo, um dos pontos de encontro civilizacionais e urbes monumentais à face da Terra.
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Panorama Route, África do Sul

Na Rota Panorâmica da África do Sul

Conduzimos dos meandros profundos do rio Blyde até ao povoado ex-colonial e pitoresco de Pilgrim’s Rest e às grutas de Sudwala. Km após Km, a província de Mpumalanga revela-nos a sua grandiosidade.
Pilgrim's Rest, África do Sul

Peregrinação ao Legado Mineiro do Velho Transvaal

A região a norte do rio Vaal acolheu duas grandes febres do ouro. A segunda teve início em 1870, só já no século XX, com a introdução da electricidade e maquinaria industrial gerou riqueza substancial. A suficiente para fixar uma casa da moeda, um banco, dezenas de outros negócios e os lares do monumento nacional sul-africano de Pilgrim’s Rest.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Monges na escadaria do mosteiro Tashi Lha Khang
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
Igreja colonial de São Francisco de Assis, Taos, Novo Mexico, E.U.A
Arquitectura & Design
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Cerimónias e Festividades
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Palácio de Cnossos, Creta, Grécia
Cidades
Iraklio, CretaGrécia

De Minos a Menos

Chegamos a Iraklio e, no que diz respeito a grandes cidades, a Grécia fica-se por ali. Já quanto à história e à mitologia, a capital de Creta ramifica sem fim. Minos, filho de Europa, lá teve tanto o seu palácio como o labirinto em que encerrou o minotauro. Passaram por Iraklio os árabes, os bizantinos, os venezianos e os otomanos. Os gregos que a habitam falham em lhe dar o devido valor.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Tequila, cidade de Jalisco, México, jima
Cultura
Tequila, JaliscoMéxico

Tequila: a Destilação do Oeste Mexicano que Anima o Mundo

Desiludidos com a falta de vinho e de aguardente, os Conquistadores do México aprimoraram a aptidão indígena milenar de produzir álcool. No século XVII, os espanhóis estavam satisfeitos com a sua pinga e começaram a exportá-la. A partir de Tequila, o pueblo, hoje, centro de região demarcada. E nome por que se tornou famosa.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Tsitsikamma Parque Nacional
Em Viagem
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Insólito Balnear
Étnico

Sul do Belize

A Estranha Vida ao Sol do Caribe Negro

A caminho da Guatemala, constatamos como a existência proscrita do povo garifuna, descendente de escravos africanos e de índios arawaks, contrasta com a de vários redutos balneares bem mais airosos.

tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Varandas Avenida Marítima
História
Santa Cruz de La Palma, Canárias

A Viagem na História de Santa Cruz de La Palma

Começou como mera Villa del Apurón. Chegado o séc. XVI, a povoação não só tinha ultrapassado as suas dificuldades como era já a terceira cidade portuária da Europa. Herdeira dessa abençoada prosperidade, Santa Cruz de La Palma tornou-se uma das capitais mais elegantes das Canárias.
Sol e coqueiros, São Nicolau, Cabo Verde
Ilhas
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Natureza
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Uma Cidade Perdida e Achada
Património Mundial UNESCO
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Praias
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
Promessa?
Religião
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Bar de Rua, Fremont Street, Las Vegas, Estados Unidos
Sociedade
Las Vegas, E.U.A.

O Berço da Cidade do Pecado

Nem sempre a famosa Strip concentrou a atenção de Las Vegas. Muitos dos seus hotéis e casinos replicaram o glamour de néon da rua que antes mais se destacava, a Fremont Street.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Gandoca Manzanillo Refúgio, Baía
Vida Selvagem
Gandoca-Manzanillo (Refúgio de Vida Selvagem), Costa Rica

O Refúgio Caribenho de Gandoca-Manzanillo

No fundo do seu litoral sudeste, na iminência do Panamá, a nação “tica” protege um retalho de selva, de pântano e de Mar das Caraíbas. Além de um refúgio de vida selvagem providencial, Gandoca-Manzanillo revela-se um deslumbrante éden tropical.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.