Sigiriya, Sri Lanka

A Capital Fortaleza de um Rei Parricida


De regresso a casa
Cingaleses afastam-se do rochedo de Sigiriya, a velha capital-fortaleza do rei parricida Kashyapa.
Tons budistas
Monges budistas tailandeses exploram o cimo de Sigiriya.
Entre calhaus
Mulher muçulmana aguarda pela família à entrada do Boulder Arch.
Rumo ao cimo
Pequena comitiva de monges budistas avança ao longo dos jardins de água de Sigiriya.
Trânsito complicado
Grupo de cingaleses desce a vertente lateral de Sigiriya, a que permite o acesso ao topo através da escadaria dos leões.
À procura da melhor vista
Visitante explora um recanto repleto de socalcos do topo.
Missão cumprida
Casal regressa ao nível intermédio da fortaleza através da escadaria dos leões.
Outra perspectiva
Aluno interrompe os seus esboços e pinturas de Sigiriya para mudar de posição.
De novo os monges
Monges budistas entram no complexo do palácio real, após uma dolorosa ascenção ao topo de Sigiriya.
Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.

Calhou que, no velho Ceilão, distintos negócios instalados sobre tricycles do estilo APE-50 se passassem a identificar por viciantes melodias electrónicas.

Amanhecera há pouco. O sol esforçava-se por iludir o manto de nuvens que reclamava o firmamento.

Percorríamos a viela rural que ligava o Sigiriya Hostel às imediações da grande montanha de rocha quando uma versão fanhosa da bagatela para piano “Para Elisa” profanou a dedicatória de Beethoven. Cada vez mais intensa e perfurante, a melodia impingiu-se a nós e aos moradores daquelas redondezas tropicais.

Por todo o país, o trigo tem vindo a rivalizar com o arroz. Inúmeros padeiros-motoqueiros aproveitam a tendência e, como aquele que nos ultrapassava, fornecem os lares, casas de chá e restaurantes de pão fresco.

Detemo-nos à conversa com dois outros condutores.

Sigiriya capital fortaleza, Condutores Riquexó

Condutores de riquexó aguardam por clientes numa estação de riquexós próxima de Sigiriya.

Enquanto isso, vindos do sentido contrário, três enormes elefantes conduzidos pelos respectivos tratadores usurpam a estrada, mais altos que o autocarro garrido que ali aguardava por passageiros cingaleses.

A Visão Inaugural da Capital Fortaleza Sigiriya

Avançamos um pouco mais e temos a primeira visão de Sigiriya, da sua vertente sul, destacada no fim de uma longa avenida ladeada de vegetação.

Regressamos ao carro e dizemos a Ari, para nos levar à entrada do complexo. “Directos a Sigiriya, de certeza?” devolve-nos o condutor com o típico “eeh” com que costumava espancar as próprias frases, frustrado com o tempo que tínhamos “desperdiçado” naquela manhã e que lhe atrasara o pequeno-almoço.

Dez minutos depois, já atravessávamos os jardins sumptuosos da velha cidade, uns dos mais antigos espaços ajardinados à face da Terra, divididos em secções de água, de rochas e de terraços que contemplámos à medida que nos aproximávamos do sopé do colosso de granito.

À hora a que chegamos, são ainda poucos os visitantes. Cruzamo-nos com bandos de macacos rufias, com lagartos monitores e até com longas serpentes sibilantes, os répteis a atravessarem os relvados com todo o vagar do mundo.

Sigiriya capital fortaleza: noivos

Noivos em plena sessão fotográfica em frente da fortaleza de Sigiriya.

Para diante, passamos ainda por jovens casais ceilonenses, trajados com requinte e entregues a aprimoradas produções fotográficas.

Do Sopé ao Cimo Alisado do Rochedo Fortaleza de Sigiriya

Internamo-nos na pequena selva que envolve o sopé, passamos pelo Boulder Arch, um túnel natural formado por dois grandes calhaus. Do lado de lá, inauguramos a dolorosa ascensão ao topo.

Sigiriya capital fortaleza: entre calhaus

Mulher muçulmana aguarda pela família à entrada do Boulder Arch.

Por essa altura, tínhamos interrompido a caminhada por várias vezes, umas mais demoradas que outras. De acordo, quando nos fazemos às primeiras escadarias, já estamos na companhia de famílias do Sri Lanka, em êxtase pela descoberta do monumento mais notório do país.

Degrau após degrau, lá damos de cara com a falésia avermelhada e, pouco depois, surpreende-nos num plano acima um guarda que, com uma expressão ternurenta e pachorrenta, nos pede os bilhetes.

Desviamos da verdadeira ascensão por uma escada de caracol fechada por um gradeamento.

A Galeria de Frescos de Mulheres, Exposta na Parede Vermelha de Sigiriya

No fim da espiral, espera-nos uma pequena galeria histórica – noutros tempos terá coberto quase toda a vertente ocidental do rochedo – de frescos de mulheres que segundo teorias rivais podem ser concubinas de Kashyapa I, apsaras (ninfas celestiais).

Sigiriya capital fortaleza: Frescos que se estimam de concubias

Um de vários frescos que integram uma galeria exposta na parede do rochedo de Sigiriya

Ou ainda diversas ilustrações de Tara Devi, a consorte de Avalokitesvara, um ser divino do budismo que opta por se manter na esfera terrena para auxiliar os humanos a atingir a iluminação.

A fazer fé nos relatos do Culavamsa, o registo da vida dos monarcas do Sri Lanka compilado ao longo dos tempos por monges budistas, Kashyapa I precisava de distracções que o salvassem dos demónios do seu passado.

Terá sido de tal forma maquiavélica a sua ascensão ao trono que até Calígula se impressionaria.

A Ascensão ao Trono Maquiavélica do Patricida Kashyapa

Kashyapa era o filho do rei Dathusena e de uma consorte considerada não real. O herdeiro legítimo de Dathusena era o seu meio irmão Mugalan. Mas, em 477 d.C., Kashyapa decidiu adulterar a ordem dinástica. Obteve o apoio do sobrinho de Dathusena que, por conveniência, era um comandante do exército em conflito com o monarca.

Aliados, engendraram um golpe de estado.

Sigiriya capital fortaleza: tons budistas

Monges budistas tailandeses exploram o cimo de Sigiriya.

Ainda segundo o Culavamsa, este mesmo comandante levou Kashyapa a acreditar que Dathusena teria enormes tesouros escondidos. Kashyapa exigiu-os do pai. Dathusena conduziu-o a um grande tanque de irrigação que havia construído.

Ali, transmitiu ao filho que aquele era o único tesouro que possuía. Enfurecido, Kashyapa emparedou o pai até à morte, eventualmente numa das paredes desse mesmo tanque.

Receoso de um fim semelhante, Mugalan fugiu para o sul da Índia.

Sigiriya: uma Capital Fortaleza Assente no Medo

O novo rei, esse, temia o regresso vingativo do irmão. Kashyapa – que passou a ser conhecido pelo povo como o Patricida – mudou a capital da tradicional Anuradhapura para o cimo da rocha que continuávamos a conquistar.

A galeria de frescos está instalada numa zona côncava da vertente sem saída. É controlada por um outro funcionário sentado numa pequena secretária que impõe aos visitantes a proibição de fotografar as imagens.

Regressamos ao caminho principal e percorremos o que faltava da longa vertente oeste. Quando chegamos ao vértice com a face norte, cai água do topo. Esse inesperado chuveiro dinamiza o desafio de vencer nova escadaria de pedra.

Sigiriya capital fortaleza: trânsito complicado

Grupo de cingaleses desce a vertente lateral de Sigiriya, a que permite o acesso ao topo através da escadaria dos leões.

Como se não bastasse, a determinada altura deparamo-nos com uma placa que alerta para a presença de vespas nos paredões acima e roga aos visitantes que não criem agitação. O aviso é mais que justificado.

Num passado pouco distante e em várias ocasiões, visitantes irrequietos despertaram a ira daqueles insectos. As vespas responderam com ataques coordenados e causaram graves danos.

A vertente norte funciona como uma espécie de base intermédia para o assalto final ao topo. Concede a clemência de um descanso até então inconveniente devido à estreiteza dos trilhos e escadarias.

A Rampa que Sobe das Patas da Rocha do Leão Sigiriya

Um descanso que usufruímos de frente para as impressionantes patas de leão, o que sobra da enorme estátua-portal que deu origem ao actual nome cingalês do maciço, Sigiriya, a Rocha do Leão.

Antes da destruição da parte superior da estátua, o acesso para o cimo era feito com passagem pela boca de um leão de tijolo. Desde o século V, o leão foi-se desintegrando. Sobram os primeiros degraus da passagem e as suas patas.

Sigiriya capital fortaleza, Missão cumprida

Casal regressa ao nível intermédio da fortaleza através da escadaria dos leões.

É por entre elas que retomamos a lenta ascensão.

Seguimos na cauda de uma fila de cingaleses, alguns idosos que, mesmo ofegantes, convivem e apreciam a vista fabulosa da planície verdejante.

Vencidos os derradeiros degraus, já a 200 metros acima do solo, revela-se-nos, por fim, a estrutura com 1.6 hectares do que terá sido a cidade-fortaleza de Kashyapa.

Sigiriya capital fortaleza: outra perspectiva

Aluno interrompe os seus esboços e pinturas de Sigiriya para mudar de posição.

Sigiriya é um dos melhores exemplos de planeamento urbanístico do primeiro milénio, dotada dos seus próprios reservatórios de água que alimentavam complexos sistemas hidráulicos e ainda de cinco entradas, incluindo a do leão que terá sido usada apenas pela realeza.

As Ruínas da Capital Fortaleza do Reino Anuradhapura

Pouco resta dos edifícios que a compunham pelo que, como os restantes visitantes, depressa damos por nós a privilegiar a orla do cimo.

Sigiriya capital fortaleza: jardim

Pequena comitiva de monges budistas avança ao longo dos jardins de água de Sigiriya.

E, a partir dela, os cenários incríveis em volta, com destaque para os vastos jardins na base que tínhamos atravessado no início da manhã.

O cume de granito tinha-se já transformado num braseiro sob o sol tropical quando um grupo de monges budistas tailandeses trajados das habituais túnicas laranjas lá apareceu, acompanhado de outros crentes que os fotografavam e auxiliavam a desbravar os sucessivos altos e baixos.

Sigiriya capital fortaleza: de novo os monges

Monges budistas entram no complexo do palácio real, após uma dolorosa ascenção ao topo de Sigiriya.

Mais que turística, a sua presença e o esforço que faziam sob o calor atroz, eram parte de uma de muitas peregrinações a lugares sagrados do budismo.

Sigiriya e os seus rochedos e grutas terão sido usados como abrigos ou retiros religiosos desde três séculos antes de Cristo até à ocupação de Kashyapa.

De volta à narrativa do Culavamsa, os receios do rei patricida confirmaram-se. Em 495 d.C., Mugalan regressou com um exército recrutado na Índia.

A batalha entre ambas as forças dotadas de centenas de elefantes pendeu para o lado do pretendente.

Sigiriya capital fortaleza: À procura da melhor vista

Visitante explora um recanto repleto de socalcos do topo.

O Fim Temido e Trágico do Fundador Kashyapa

Enquanto montava o seu paquiderme, Kashyapa terá feito um movimento estratégico que foi (mal) interpretado pelos súbditos como uma retirada. Em apuros, o seu próprio exército levou Kashyapa ao desespero.

Demasiado orgulhoso para se render, o usurpador deposto cortou a garganta com um punhal.

Mugalan recuperou o reino que sempre lhe pertencera. Pouco depois, devolveu a capital a Anuradhapura, a par de Pollonnaruwa, uma das capitais históricas sumptuosas da nação.

Quanto a Sigiriya, Mugalan tê-la-á convertido num dos santuários budistas mais místicos de toda a Ásia. Mas, no século XIV, foi abandonada e gradualmente engolida pela vegetação que, nestas latitudes, cresce a grande ritmo.

Sigiriya capital fortaleza: selva em redor

A selva entre montanhas que envolve o rochedo de Sigiriya.

Só em 1898, o arqueológo HCP Bell a redescobriu.

Em 1907, John Still um outro explorador, plantador de chá e arqueólogo inglês prosseguiu as escavações e incentivou a recuperação do lugar sob os auspícios coloniais da sua coroa que desde o início do século XIX, já bem depois do período da supremacia portuguesa, controlava grande parte do Ceilão.

Por reverência à solenidade de Sigiriya, não é permitido qualquer negócio dentro do limite do complexo. Às três da tarde, vimo-nos de rastos, com a água prestes a esgotar-se sob uma temperatura destiladora e já sem qualquer snack que nos restabelecesse as energias.

Chegara a hora de regressarmos o que nos custou bem menos do que contávamos.

Fomos presenteados com a mesma perspectiva impressionante da vertente ocidental destacada da vegetação mas, desta feita, envolta de um céu azulão bem mais resplandecente e contagiante que o da manhã.

Sigiriya capital fortaleza: de regresso a casa

Cingaleses afastam-se do rochedo de Sigiriya, a velha capital-fortaleza do rei parricida Kashyapa.

Kashyapa tinha tido a sua era de Sigiriya. Inúmeros monges budistas partilharam desse privilégio.

O nosso tempo de descoberta da rocha mais fascinante do Ceilão também se findava.

Galle, Sri Lanka

Nem Além, Nem Aquém da Lendária Taprobana

Camões eternizou o Ceilão como um marco indelével das Descobertas onde Galle foi das primeiras fortalezas que os portugueses controlaram e cederam. Passaram-se cinco séculos e o Ceilão deu lugar ao Sri Lanka. Galle resiste e continua a seduzir exploradores dos quatro cantos da Terra.
Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
Fortalezas

O Mundo à Defesa - Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Massada, Israel

Massada: a Derradeira Fortaleza Judaica

Em 73 d.C, após meses de cerco, uma legião romana constatou que os resistentes no topo de Massada se tinham suicidado. De novo judaica, esta fortaleza é agora o símbolo supremo da determinação sionista
PN Yala-Ella-Kandy, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Cândia, Sri Lanka

Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Cortejo Ortodoxo
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Kremlin de Rostov Veliky, Rússia
Cidades
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cultura
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
viagem de volta ao mundo, símbolo de sabedoria ilustrado numa janela do aeroporto de Inari, Lapónia Finlandesa
Em Viagem
Volta ao Mundo - Parte 1

Viajar Traz Sabedoria. Saiba como dar a Volta ao Mundo.

A Terra gira sobre si própria todos os dias. Nesta série de artigos, encontra esclarecimentos e conselhos indispensáveis a quem faz questão de a circundar pelo menos uma vez na vida.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Étnico
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Twyfelfontein, Ui Aes, Twyfelfontein, Adventure Camp
História
Twyfelfontein - Ui Aes, Namíbia

À Descoberta da Namíbia Rupestre

Durante a Idade da Pedra, o vale hoje coberto de feno do rio Aba-Huab, concentrava uma fauna diversificada que ali atraía caçadores. Em tempos mais recentes, peripécias da era colonial coloriram esta zona da Namíbia. Não tanto como os mais de 5000 petróglifos que subsistem em Ui Aes / Twyfelfontein.
Castelo de Shuri em Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão
Ilhas
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Pitões das Júnias, Montalegre, Portugal
Natureza
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Fuga de Seljalandsfoss
Parques Naturais
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Viajante acima da lagoa gelada de Jökursarlón, Islândia
Património Mundial UNESCO
Lagoa Jökursarlón, Glaciar Vatnajökull, Islândia

Já Vacila o Glaciar Rei da Europa

Só na Gronelândia e na Antárctica se encontram geleiras comparáveis ao Vatnajökull, o glaciar supremo do velho continente. E no entanto, até este colosso que dá mais sentido ao termo Terra do Gelo se está a render ao cerco inexorável do aquecimento global.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Cruzeiro Princess Yasawa, Maldivas
Praias
Maldivas

Cruzeiro pelas Maldivas, entre Ilhas e Atóis

Trazido de Fiji para navegar nas Maldivas, o Princess Yasawa adaptou-se bem aos novos mares. Por norma, bastam um ou dois dias de itinerário, para a genuinidade e o deleite da vida a bordo virem à tona.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Magome a Tsumago, Nakasendo, Caminho Japão medieval
Sociedade
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Vida Selvagem
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.