Barra a Kunta Kinteh, Gâmbia

Viagem às Origens do Tráfico Transatlântico de Escravos


Albreda, rio Gâmbia
Never Again Monument
Pontão Adentro
Ruínas de São Domingos
Trabalho Fluviai
Ruínas do Fort St. James
Pescadores
Faina do Pontão
Sr. Eduardo
Portal “Roots”
Fila Fluvial
Canhão do Fort St. James
Drenagem
O Museu da Escravatura
Kunta Kinteh à Vista
Peixe à cabeça
Os Embondeiros de Kinteh
Maré (quase) Vazia
Uma das principais artérias comerciais da África Ocidental, a meio do século XV, o rio Gâmbia era já navegado pelos exploradores portugueses. Até ao XIX, fluiu pelas suas águas e margens, boa parte da escravatura perpetrada pelas potências coloniais do Velho Mundo.

No ponto exacto em que se entrega ao oceano Atlântico, o rio Gâmbia estreita.

É aí que o cruzamos, com partida do porto da capital gambiana, Banjul.

O ferry cumpre a ligação entre o sul e o norte da nação, dividida na íntegra pelo rio, com 1100 km de extensão, um dos mais longos e largos da África Ocidental.

Como quase sempre, vai à pinha, dentro de um limite de pessoas e carga que, confrontadas com naufrágios terríveis nas suas águas e ao largo, as autoridades se viram obrigadas a respeitar.

Sobre o convés, os passageiros ocupam todos os bancos disponíveis, costas contra costas, joelhos contra joelhos.

Seguem de pé, à galhofa, contra as vedações limiares do barco. Malgrado o aperto, dezenas de vendedores percorrem os espaços entre filas. Impingem amendoim e caju, máscaras sanitárias, utensílios para telemóveis e afins.

Outros, promovem cabeleiras e uma incrível farmácia naturalista portátil.

Meia-hora de navegação depois, já sobre a margem oposta, avistamos uma frota de pirogas, lado a lado sobre um areal, aquém de um casario abarracado que, a espaços, se funde com uma linha de coqueiros, de palmeiras, de outras árvores tropicais.

No limiar nordeste da costa, vislumbramos ainda muralhas de uma fortificação.

Entre embondeiros massivos que a época seca desfolhou, esconde-se o emblemático forte Bullen.

O Desembarque em Barra, do Outro lado do Rio Gâmbia

Um grande pórtico dá-nos as boas-vindas: “Welcome to Barra”.

Uma multidão de passageiros desembarca para uma via murada que os leva mais para dentro desta povoação contraponto de Banjul.

Mesmo escrita em inglês, a única língua oficial da Gâmbia, a mensagem incorpora o nome secular português da região: “Barra”, em vez do Niumi que o antecedeu.

Foram os navegadores enviados pelo Infante D. Henrique, os responsáveis por o Reino de Niumi vigente em redor da boca do rio Gâmbia, ficar conhecido como Reino de Barra, mais tarde, apenas como Barra.

Em 1446, durante a sua quarta viagem ao longo da costa ocidental de África, com a missão de chegar à África negra, Nuno Tristão, terá entrado pela foz de um rio da zona, subsiste a polémica quanto a qual, se o Gâmbia, ou outro mais a sul.

Por ele acima se aventurou. Enquanto pôde. Cerca de oitenta nativos (estima-se que Niumi) que seguiam sobre mais de dez canoas cercaram e atacaram o batel para que se tinha transbordado, com vinte e poucos homens.

Dispararam sobre os portugueses centenas de flechas envenenadas.

Só quatro dos alvos sobreviveram para, a muito esforço, regressarem a Lagos e contarem a tragédia. Nuno Tristão não foi um deles.

Com o ferry já a preparar-se para o regresso a Banjul. Damos seguimento à nossa própria, incomparável, aventura.

Sem surpresa, abordam-nos vários “empresários” da cidade. Uns, são condutores de táxi e de sept-places.

Outros, oportunistas que que lucram de recrutarem passageiros toubab (leia-se brancos) a preços inflacionados. Voltamos a exasperar com os esquemas destes “gambian men”, assim conhecidos entre os forasteiros pela sua imaginação negocial e falta de escrúpulos.

Enfiamo-nos num velho VW Golf. Apontamos a Albreda, 33km para sudeste e o interior da Gâmbia.

E a Chegada a Albreda

Lá nos recebe Mrs. Aminata, a co-proprietária do Kunta Kinteh Lodge em que iríamos pernoitar. Aminata é tão branca quanto possível. Tem olhos azuis, algo siameses.

Fala com um leve british accent. Não obstante, traja grandmubas, vestidos tradicionais gambianos repletos de folhos e cores. E é muçulmana.

Quando lhe narramos o frenesim da garage (gare de transportes) de Barra, Aminata desabafa. “Por cá, quando veem pele branca, veem dinheiro. Comigo é a mesma coisa!”

Ms. Aminata, serve-nos almoço. Um guia local não espera sequer que terminemos. Senta-se à mesa. Faz de tudo para que o recrutemos antes de outros.

Naquele momento, queríamos deambular. Assimilar os visuais e atmosfera do lugar. É o que fazemos.

Depressa constatamos a vida dupla de Albreda, dividida entre o dia-a-dia da comunidade local de pescadores e o dos moradores que se dedicam ao mais proveitoso acolhimento e acompanhamento dos visitantes.

À hora do calor, um grupo de barqueiros e guias tagarelavam à sombra, junto à base do pontão que serve Albreda.

À nossa passagem, interrompem a conversa para nos venderem os seus serviços.

Adiamo-los.

O Memorial UNESCO do Tráfico de Escravos de Albreda

Apreciamos o “Never Again Monument”, símbolo anti-esclavagista e modernista com cabeça de planeta Terra, corpo de gente e braços desagrilhoados ao alto.

Três burros erráticos detêm-se na sua base, a devorarem uma rara erva tenra.

Quatro ou cinco cabras fazem o mesmo, sob duas enormes sumaúmas. Passamos junto às suas raízes, em busca do Museu da Escravatura.

Examinamos mapas, painéis explicativos e outros itens e aprendemos um pouco mais sobre o flagelo que assombrou África séculos a fio.

Entre Albreda e as ruínas de São Domingos que logo nos propusemos encontrar, também percorremos a génese do tráfico de escravos europeu.

Perdidas numa floresta ribeirinha, estas ruínas e – apesar de já quase imperceptíveis – as da capela no centro de Albreda, testemunham a presença pioneira dos portugueses, nestas terras que o desfecho da expedição de Nuno Tristão augurava traiçoeiras.

O Regresso à África Ocidental e a Exploração do Rio Gâmbia

O Infante D. Henrique voltou à carga. Volvida uma década, enviou dois outros navegadores, o veneziano Alvise Cadamosto e o genovês Antoniotto Usodimare.

Em Maio de 1456, evitando expor-se demasiado aos nativos Niumi, ancoraram junto a uma pequena ilha, cerca de 3km ao largo da actual Albreda.

Lá terão enterrado André, um marinheiro que a viagem vitimou. Após o que procuraram estabelecer contacto.

Em 1458, seguiu-se-lhes Diogo Gomes.

No regresso de uma incursão ao estuário do Rio Grande de Geba (Guiné Bissau), o navegador de Lagos, voltou a ancorar na recém-baptizada ilha de Santo André.

Desta incursão, veio a resultar a aquisição da ilha a mansas (reis) mandingas locais e ainda a sua autorização para o assentamento fortificado de São Domingos.

Os portugueses apostavam em se imiscuírem nas rotas auríferas que ligavam Timbuktu e o Alto Níger, pelo Saara, ao litoral marroquino. Em vez do ouro, deparam-se com escravos.

O Tráfico de Escravos Fomentado pelos Reis Indígenas

Tal como há séculos faziam com mercadores árabes e de outras paragens de África, diversos reis mandingas procuraram comerciar prisioneiros das suas guerras com os portugueses.

Os portugueses acederam.

Em breve, passaram a fomentar as capturas de nativos africanos em maior número, para uso dos escravos nas suas distintas colónias, com destaque para o Brasil.

Após a União Ibérica de 1580, a coroa espanhola institucionalizou o sistema de asientos que viabilizava contractos de tráfico de escravos com mercadores de outras nações.

Nos séculos XVI e XVII, franceses, holandeses, britânicos, curlandeses, suas companhias privadas e mercenários gananciosos aproveitaram esta brecha no monopólio português e aniquilaram a supremacia portuguesa nas margens do Gâmbia e no litoral em redor.

O centrado na Ilha de Goreia era igualmente prolífico.

Mesmo assim, até ao século XVIII, por lá persistiram bolsas de colonos lusos.

Os Refugiados sem Retorno da Guerra Civil Guineense

Hoje, por motivos distintos, muitos habitantes do rio provêm da lusofonia mais próxima.

Regressados das ruínas de São Domingos, cruzamo-nos com o sr. Eduardo, um homem de etnia diola, esguio, enfiado numa velha camisola da selecção portuguesa e que ainda dizia o dinheiro em contos.

Entendemo-nos num nosso esboço de crioulo e em português.

Eduardo explica-nos que a Guerra Civil de 1998-99 o obrigou a deixar o norte da Guiné Bissau.

À imagem de tantos outros refugiados no Senegal e na Gâmbia, nunca mais voltou.

Eduardo queria levar-nos à ex-ilha de Santo André. As autoridades turísticas atribuíram-nos outro barqueiro.

A Ilha Memorial de Kunta Kinteh às Ruínas do Fort St. James

Atingimos a ilha num ápice. Lá cirandamos entre as ruínas do forte e os embondeiros despidos que lhe servem de sentinelas.

Nas décadas seguintes, como o rio que a envolve, a ilha mudou de potência colonial e de nome amiúde.

Até que, em 1702, ao mesmo tempo que consolidavam a sua Senegâmbia, os britânicos a capturaram e a renomearam e ao forte, de St. James.

Todas as sucessivas potências coloniais se envolveram no tráfico negreiro.

Em Albreda, em parte, sob as grandes sumaúmas, damos com o maior edifício colonial, o edifício CFAO (do administrador) da era francesa, restaurado, agora usado como um bar-restaurante que não chega a desafiar o gerido pela Srª Aminata.

Os britânicos que conquistaram a colónia aos franceses, chegaram a tempo de abastecer de milhões de escravos as suas Índias Ocidentais e os E.U.A..

Avancemos até 1807. Os britânicos votaram a Abolição da Escravatura. Passaram a combate-la.

Durante largos anos, traficantes de escravos de outras nacionalidades procuraram contornar a acção anti-esclavagista britânica.

E, na Senegâmbia, em particular, os tiros dos canhões do fort Bullen de Barra com que os britânicos visavam os navios esclavagistas.

O fort Bullen já só serve de atractivo turístico. Quando o visitámos, nem isso.

Frequentavam-no três enormes vacas, deitadas entre outros tantos embondeiros seculares.

E, no entanto, África sofre um inusitado regresso da escravatura. Sofrem-na os migrantes em busca da Europa que se veem aprisionados na Líbia.

Mas não só.

Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.

Ilha de Goreia, Senegal

Uma Ilha Escrava da Escravatura

Foram vários milhões ou apenas milhares os escravos a passar por Goreia a caminho das Américas? Seja qual for a verdade, esta pequena ilha senegalesa nunca se libertará do jugo do seu simbolismo.​

Elmina, Gana

O Primeiro Jackpot dos Descobrimentos Portugueses

No séc. XVI, Mina gerava à Coroa mais de 310 kg de ouro anuais. Este proveito suscitou a cobiça da Holanda e da Inglaterra que se sucederam no lugar dos portugueses e fomentaram o tráfico de escravos para as Américas. A povoação em redor ainda é conhecida por Elmina mas, hoje, o peixe é a sua mais evidente riqueza.
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Acra, Gana

A Capital no Berço da Costa do Ouro

Do desembarque dos navegadores portugueses à independência em 1957, sucederam-se as potências que dominaram a região do Golfo da Guiné. Após o século XIX, Acra, a actual capital do Gana, instalou-se em redor de três fortes coloniais erguidos pela Grã-Bretanha, Holanda e Dinamarca. Nesse tempo, cresceu de mero subúrbio até uma das megalópoles mais pujantes de África.
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

Após algum tempo na grande capital ganesa ashanti cruzamos o país até junto à fronteira com o Togo. Os motivos para esta longa travessia foram os do kente, um tecido de tal maneira reverenciado no Gana que diversos chefes tribais lhe dedicam todos os anos um faustoso festival.
Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Cansaço em tons de verde
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Cidade do Cabo, África do Sul, Nelson Mandela
Cidades
Cidade do Cabo, África do Sul

Ao Fim e ao Cabo

A dobragem do Cabo das Tormentas, liderada por Bartolomeu Dias, transformou esse quase extremo sul de África numa escala incontornável. E, com o tempo, na Cidade do Cabo, um dos pontos de encontro civilizacionais e urbes monumentais à face da Terra.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Eswatini, Ezulwini Valley, Mantenga Cultural Village
Cultura
Vale de Ezulwini, eSwatini

Em Redor do Vale Real e Celestial de Eswatini

Estendido por quase 30km, o vale de Ezulwini é o coração e a alma da velha Suazilândia. Lá se situa Lobamba, a capital tradicional e assento da monarquia, a pouca distância da capital de facto, Mbabane. Verdejante e panorâmico, profundamente histórico e cultural, o vale mantém-se ainda o cerne turístico do reino de eSwatini.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Em Viagem
Moçamedes ao PN Iona, Namibe, Angola

Entrada em Grande na Angola das Dunas

Ainda com Moçâmedes como ponto de partida, viajamos em busca das areias do Namibe e do Parque Nacional Iona. A meteorologia do cacimbo impede a continuação entre o Atlântico e as dunas para o sul deslumbrante da Baía dos Tigres. Será só uma questão de tempo.
Capacete capilar
Étnico
Viti Levu, Fiji

Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Ocaso no Flat Lake, Luisiana
História
Atchafalaya Basin, Luisiana, E.U.A.  

O Grande Pântano do Sul Americano Profundo

Por alguma razão os indígenas o tratavam por “rio longo”. A determinado ponto, o Atchafalaya espraia-se num pântano feito de lagoas ligadas por canais, salpicadas de ciprestes, carvalhos e tupelos. Exploramo-lo, entre Lafayette e Morgan, Luisiana, no caminho para a sua foz do Golfo do México.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Ilhas
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Aurora, Pico do Arieiro ao Pico Ruivo, Ilha da Madeira, Portugal
Natureza
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Caminhada sobre a orla, vulcão villarrica, Pucon, Chile
Parques Naturais
Vulcão Villarrica, Chile

Ascensão à Cratera do Vulcão Villarrica, Sempre em Actividade

Pucón abusa da confiança da natureza e prospera no sopé da montanha Villarrica.Seguimos este mau exemplo por trilhos gelados e conquistamos a cratera de um dos vulcões mais activos da América do Sul.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Património Mundial UNESCO
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Praias
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Estante Sagrada
Religião
Tsfat (Safed), Israel

Quando a Cabala é Vítima de Si Mesma

Nos anos 50, Tsfat congregava a vida artística da jovem nação israelita e recuperava a sua mística secular. Mas convertidos famosos como Madonna vieram perturbar a mais elementar discrição cabalista.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Parada e Pompa
Sociedade
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Vida Selvagem
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.