Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos


Do Cimo do Farol
O Vulcão dos Capelinhos como visto do cimo do farol homónimo.
Cimo do Velho Farol
O Farol dos Capelinhos, desactivado após a destruição provocada pelas sucessivas erupções e sismos de 1957-58.
Arco-Íris de Limiar
Arco-íris resplandece sobre a fronteira entre a área verdejante e a árida da Península dos Capelinhos.
O Derradeiro Caminho
O Caminho do Vulcão. Atravessa a Península dos Capelinhos até a Ponta dos Capelinhos.
Jipe & Império
Jipe passa em frente a um dos Impérios do Divino da ilha do Faial.
Almoxarife
Vista de Almoxarife do cimo do Miradouro da Conceição.
Moinho Flamengo.
O moinho da Espalamaca, com a montanha do Pico em fundo.
Convívio ao vento
Amigas conversam junto a uma vedação do Vulcão dos Capelinhos.
Pasto Viçoso
Vacas pastam num prado entre Almoxarife e a Caldeira do Faial.
Arco e Íris
Arco-Íris dá mais cor a área enegrecida da Península dos Capelinhos.
O Velho Farol
Secção da Ponta dos Capelinhos, coroada pelo farol homónimo.
Coroa do Império
O cimo de um dos Impérios do Divino da Ilha do Faial.
O Vulcão dos Capelinhos
Panorâmica da Ponta dos Capelinhos com o vulcão homónimo em fundo.
Almoxarife de Basalto
Areal vulcânico da Praia de Almoxarife, com a montanha do Pico do outro lado do Canal do Faial.
De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.

Estava longe ser o caminho mais fácil e rápido para a costa e o extremo ocidental da ilha.

Era, no entanto, o único que a quase atravessava ao meio. Com passagem pela Caldeira, a cratera afundada e lacustre que era suposto provar-nos como o Faial, à imagem do vizinho Pico, tinha tanto de ilha como de vulcão.

Partimos para essa ascensão, das imediações da Praia do Almoxarife. Viramos as costas de vez ao Pico, primeiro apontados a Conceição, dali, EN1-2A acima, a ziguezaguearmos por entre moinhos de vento e minifúndios férteis, fertilizados por vacas entregues aos seus infindáveis pastos.

Vulcao dos Capelinhos, Misterios, Faial, Açores

Vista de Almoxarife do cimo do Miradouro da Conceição.

Aos poucos, subimos do quase nível do mar, aos 1.043 metros do Cabeço Gordo, o tecto da ilha.

Estávamos a menos de metade da altitude do Pico. Mesmo assim, quando saímos do carro e vencemos o derradeiro trecho para o Miradouro, um vendaval tresloucado quase nos varre Faial abaixo.

Se fosse só a ventania, não estaríamos mal.

O Zénite Nublado do Cabeço Gordo e a Caldeira Sumida na Névoa

Uma caravana de nuvens passava por ali. Tão densas como desgovernadas, levavam consigo a visibilidade com que contávamos, uma claridade de atmosfera, parcial que fosse, que nos deixasse deslumbrarmo-nos com a cratera iminente. Sabíamos o quão verdejante e especial era a caldeira. Mede 1.5km de diâmetro. E quase 400 metros até ao seu ponto mais fundo, no leito da lagoa que há muito a habita.

Para mais, um trilho percorria toda a volta da sua orla. Dar-lhe um giro contemplativo, era, num dia de bonança, um exercício também fotográfico deslumbrante. Naquelas condições, só com muita sorte evitaríamos acabar estatelados nas profundezas do vulcão.

Esperamos vinte minutos. Depois meia-hora. De início sobre a orla, a tremer que nem varas. Momentos depois, já dentro do carro que o vento, além de furioso, soprava húmido e batia em nós gélido. Quase três quartos de hora de ditadura de branco depois, rendemo-nos à frustração.

Damos uma olhadela definitiva do cimo da orla. Sem vislumbrarmos uma aberta de azul que fosse, revertemos. Para o carro. E para a Estrada Nacional 2-2A.

Com aquelas desventuras da caldeira, já nos tínhamos esquecido da excentricidade rodoviária em que andávamos. Nuns poucos quilômetros, a estrada tratou de nos reavivar a memória. Em vez de uma mera via linear e estável de asfalto, à imagem do seu próprio nome, a EN 2-2A desmultiplicava-se e travestia-se numa sucessão de trechos inusitados.

O Percurso Mágico para a Costa Oeste. Na Senda dos Capelinhos

O percurso para o litoral oeste, obrigava-nos a contornar pelo menos metade da base da Caldeira, contra os ponteiros do relógio, em soluços ondulantes gerados pelas incontáveis linhas de água que ramificavam da barriga do Cabeço Gordo, em busca do Atlântico.

Nalgumas secções, a estrada mantinha-se convencional. Sem aviso, interrompia-a um longo remendo empedrado que as frequentes enxurradas abaulavam a seu gosto.

A espaços, a rota sinuosa entregava-nos ainda a pinhais e florestas de cedro, lúgubres a condizer.

Em puro contraste, de cada novo cimo de meandro, com o oceano cada vez mais perto, a estrada voltava a embasbacar-nos com a exuberância verde-azul-marinha em redor.

Praia de Almoxarife, Misterios, Faial, Açores

Areal vulcânico da Praia de Almoxarife, com a montanha do Pico do outro lado do Canal do Faial.

Nas imediações da aldeia de Joana Alves, sabíamos que tínhamos já entrado na espécie de fatia de queijo faialense da freguesia de Cedros.

Chegados a Ribeira Funda, faltava-nos pouco para entrarmos na de Praia do Norte. Seguir-se-iam a do Capelo e a península homónima que perseguíamos desde os antípodas de Almoxarife.

Escondia-se em Capelo, o intrincado Mistério dos Capelinhos, uma profusão de expressões vulcânicas e tectónicas que se alongava até à Ponta dos Capelinhos e salpicava o mar ao largo.

O Passado Dramático do Vulcão dos Capelinhos

Desde os confins da colonização portuguesa do Faial que as gentes da ilha ali confluíam em função da fertilidade dos solos. Século atrás de século, as gentes beneficiaram de uma produção agrícola imaculada e das pastagens que davam sentido a toda e qualquer existência.

Vulcao dos Capelinhos, Misterios, Faial, Açores

Vacas pastam num prado entre Almoxarife e a Caldeira do Faial.

De tal maneira que, de ainda antes do Valadouro, estrada fora, pela falda circular do Monte Capelo, até ao Norte Pequeno, se repetem casas e casinhas alvas, boa parte delas, com vistas desafogadas para o oceano e que concedem aos moradores vidas rurais, piscatórias e até turísticas tão simples e estáveis como se possa imaginar.

No dia 16 de Setembro de 1957, a Terra começou a agitar essa tranquilidade. Nesse dia, tomou conta do lugar uma hiperactividade sísmica que abalaria, para sempre, as vidas destas paragens. Até dia 27, registaram-se mais de 200 sismos de intensidade Mercali intermédia.

Nesse mesmo dia, verificou-se que, a meras três centenas de metros da Ponta dos Capelinhos, o Atlântico, por norma frio, fervia e borbulhava.

Chegado o fim do mês, a intensidade dos sismos aumentou de forma brusca.

Vulcao dos Capelinhos, Misterios, Faial, Açores

Arco-Íris dá mais cor a área enegrecida da Península dos Capelinhos.

Da Ameaça Sísmica, à Catástrofe Vulcânica

O mero borbulhar deu origem a uma projecção de cinza vulcânica, que nos seus momentos mais dramáticos, chegou ao quilómetro e meio de altitude, quinhentos metros mais alto que o tecto do Faial do Cabeço Gordo.

Mas não eram apenas as cinzas que explodiam para o céu. Com a água do oceano num modo de panela de pressão, também se geraram gigantescas nuvens de vapor. As mais dantescas ascenderam aos quatro quilómetros. Como se não bastasse, a 27 de Setembro, deu-se ainda uma erupção submarina ao largo da Ponta dos Capelinhos.

Avancemos até 13 de Outubro. A actividade vulcânica subiu de nível. Explosões poderosas projectaram verdadeiras bombas de lava e cinza para os céus.

Ao caírem sobre o Faial, essa lava e as cinzas arrasaram os cultivos e os pastos sobretudo os das freguesias actuais do Capelo e da Praia do Norte. Mas não só. Tornaram-se de tal forma aflitivas e perigosas que obrigaram à evacuação em massa dos habitantes com lares nas imediações do vulcão.

O Refúgio Providencial no Nordeste dos Estados Unidos

Daí em diante, durante um longo período, milhares de faialenses afligidos viram-se aliciados por uma cota de emigração extraordinária concedida pelas regiões de Rhode Island e de Massachussetts, também por vontade do Senador, não tarda presidente dos E.U.A., John Fitzgerald Kennedy.

Convencidos pelo espírito comunitário da migração, a maior parte dos faialenses caídos em desgraça, mudaram as suas vidas para o litoral nordeste dos Estados Unidos. É, aliás, a razão porque a maior parte dos emigrantes portugueses na América se concentram nestas zonas.

E porque nelas se perpetua o culto açoriano do Divino, com forte expressão no Faial.

Império do Divino, Vulcao dos Capelinhos, Misterios, Faial, Açores

Jipe passa em frente a um dos Impérios do Divino da ilha do Faial.

Enquanto essa emigração atlântica se desenrolava, nos Capelinhos, ao nível do solo e subterrâneo, já fluíam para o mar rios de lava imparáveis.

A actividade vulcânica prosseguiu, assim mesmo, dinâmica e complexa. O Faial ganhou novas terras.

Uma Iniciativa Nacionalista Desprezada pela Geologia do Faial

No dia 10 de Outubro, foi avistada uma ilha recém-formada. Treze dias depois, dois repórteres da RTP, Carlos Tudela e Vasco Hogan Teves e Urbano Carrasco, jornalista do Diário Popular, transportados num barco a remos pelo proprietário Carlos Raulino Peixoto, desembarcaram na recém-descoberta Ilha Nova.

Plantaram sobre as cinzas uma bandeira portuguesa. Este seu atrevimento ficou para a eternidade. Ao contrário da ilha.

Inflada até a uns quase 100 metros de altura e 800 de diâmetro, a Ilha Nova aguentou a bandeira das quinas apenas seis dias. A 29 de Outubro, afundou-se.

A actividade sísmica prolongou-se meses a fio. Nesse tempo, moldou a paisagem do Capelo e do oceano ao largo a seu bel-prazer. Esta obra da Terra provou-se de tal forma exuberante que a National Geographic decidiu registá-la e enviou dois dos seus repórteres.

Farol, Vulcao dos Capelinhos, Misterios, Faial, Açores

Secção da Ponta dos Capelinhos, coroada pelo farol homónimo.

Em termos sísmicos, o Vulcão dos Capelinhos teve um novo ápice na noite de 12 para 13 de Maio de 1958, quando se registaram quase quinhentos abalos.

No dia seguinte, as erupções passaram a um modo estromboliano. Mais regulares, as suas projecções de lava incandescente chegaram aos 500 metros.

Geraram um bruar assustador e uma vibração avassaladora que ameaçaram as casas do Faial e até das outras ilhas do triângulo atlântico.

Malgrado a sua exuberância, o longo fenómeno vulcânico do Mistério dos Capelinhos não fez vítimas.

Uma Séria Averiguação Fotográfica do Mistério dos Capelinhos

Mais metro menos metro de areal e cinza, ou de diâmetro da cratera e das ilhas que então se formaram, os Capelinhos e o Capelo ficaram como os estávamos prestes a encontrar.

Caminho do Vulcao dos Capelinhos, Misterios, Faial, Açores

O Caminho do Vulcão. Atravessa a Península dos Capelinhos até a Ponta dos Capelinhos.

Norte Pequeno já para trás, ao passarmos pelo sopé do Cabeço do Canto, flectimos para o Caminho do Vulcão.

Esta espécie de recta inaugural, transpõe-nos de um mato verdejante para uma planície de cinza-terra. Estacionamos.

Vulcao dos Capelinhos, Misterios, Faial, Açores

O Vulcão dos Capelinhos como visto do cimo do farol homónimo.

Caminhamos até ao Centro de Interpretação do Vulcão que estava prestes a fechar e subimos numa correria ao topo do farol da Ponta dos Capelinhos.

Ali, em modo panorâmico, batidos por um vendaval similar àquele com que a Caldeira nos havia prendado, apreciamos o cenário surreal, algo lunar em redor.

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Panorâmica da Ponta dos Capelinhos com o vulcão homónimo ao fundo.

A mesma caravana de nuvens do zénite faialense sobrevoava-nos.

Prendava-nos com um jogo de sol e de sombra mágico que fazia oscilar o prateado marinho da enseada por diante e, de tempos a tempos, dourava a terra vulcânica do areal, das encostas de cinza e do que resta da cratera.

Chegaram nuvens mais densas que largaram uma chuva miudinha. E legaram um arco-íris que fez de ponte entre o mar de verde no interior da península e as “traseiras” da cratera.

Arco-íris, Vulcao dos Capelinhos, Misterios, Faial, Açores

Arco-íris resplandece sobre a fronteira entre a área verdejante e a árida da Península dos Capelinhos.

Já demasiado encharcados, recolhemos ao interior do farol e regressamos à sua base.

Com o sol quase a pôr-se ao largo, metemo-nos pelo trilho que conduzia à praia do vulcão. Caminhamos sobre o areal  basáltico. Resistimos a uma súbita vontade de mergulhar e de nadar.

Mal abrigados sob uma ilha de arbustos que ali resistia à opressão geológica, vimos mais nuvens e uma nova chuvinha apoderarem-se da velha torre.

O aguaceiro seguinte, caiu já com o grande astro a sumir-se para o outro lado da Terra.

Sabíamos que a longa erupção de 1957/58 dos Capelinhos tinha arruinado o farol. De acordo, consolámo-nos a apreciar a luz derradeira do ocaso.

Farol, Vulcao dos Capelinhos, Misterios, Faial, Açores

O Farol dos Capelinhos, desactivado após a destruição provocada pelas sucessivas erupções e sismos de 1957-58.

Com uma tempestade séria e o breu a instalarem-se sobre a península cinzenta, refugiamo-nos no carro e inauguramos o regresso ao outro lado do Faial. E à Horta.

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O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
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Vulcões

Montanhas de Fogo

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O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Fira, Santorini, Grécia

Fira: Entre as Alturas e as Profundezas da Atlântida

Por volta de 1500 a.C. uma erupção devastadora fez afundar no Mar Egeu boa parte do vulcão-ilha Fira e levou ao colapso a civilização minóica, apontada vezes sem conta como a Atlântida. Seja qual for o passado, 3500 anos volvidos, Thira, a cidade homónima, tem tanto de real como de mítico.
Nea Kameni, Santorini, Grécia

O Cerne Vulcânico de Santorini

Tinham decorrido cerca de três milénios desde a erupção minóica que desintegrou a maior ilha-vulcão do Egeu. Os habitantes do cimo das falésias observaram terra emergir no centro da caldeira inundada. Nascia Nea Kameni, o coração fumegante de Santorini.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Ilha do Pico, Açores

A Ilha a Leste da Montanha do Pico

Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores

Heroína do Mar, de Nobre Povo, Cidade Valente e Imortal

Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
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Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Montezuma e Malpaís, melhores praias da Costa Rica, Catarata
Praias
Montezuma, Costa Rica

De Volta aos Braços Tropicais de Montezuma

Passaram 18 anos desde que nos deslumbrámos com este que é um dos litorais abençoados da Costa Rica. Há apenas dois meses, reencontrámo-lo. Tão aconchegante como o  tínhamos conhecido.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Religião
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Ovelhas e caminhantes em Mykines, ilhas Faroé
Vida Selvagem
Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.