Balestrand, Noruega

Balestrand: uma Vida Entre Fiordes


Postas
O bacalhau é um dos alimentos locais da Noruega e de Balestrand. Também é exportado em enormes quantidades para Portugal.
Barquinhos
Pequenos barcos a remos garridos à entrada do Esefjord.
A Casa do Dragão
Uma das casas de arquitectura tradicional mais imponentes de Balestrand, a Casa do Dragão.
Sognefiorde adentro
Uma das casas servidas por pontões particulares da marginal de Balestrand.
Quase em casa
Casal rema em frente à fachada principal do Hotel Kviknes.
O assento do Kaiser
Sigurd Kviknes, um dos donos do hotel Kviknes mostra a cadeira usada pelo Kaiser Guilherme II quando lhe foi comunicado o despoletar da 1ª Guerra Mundial.
Fé de Madeira
Interior da igreja de Santo Olavo, também conhecida por inglesa.
A Igreja Inglesa
A igreja de madeira de Santo Olavo, também conhecida como "Inglesa" por ter sido erguida em homenagem a Elisabeth, uma inglesa falecida em Balestrand.
Em estilo dragão
Cimos de fachadas de casas tradicionais em arquitectura de inspiração viquingue "dragão".
Bele Pensativo
Estátua de bronze do rei lendário Bele, em contemplação do Sognefjord.
Lares de Balestrand
Secção da marginal de Balestrand com vários edifícios tradicionais
São comuns as povoações nas encostas dos desfiladeiros da Noruega. Balestrand está à entrada de três. Os seus cenários destacam-se de tal forma dos demais que atraíram pintores famosos e continuam a seduzir viajantes intrigados.

A varanda do quarto do Hotel Kviknes revela-nos o braço profundo do Esefjord.

Delimitam-no montanhas pardas de neve tardia. E percorrem-no novelos de humidade que pairam bem abaixo dos cumes, como que a desafiar a sua supremacia milenar.

Por volta das sete daquela tarde sem fim, fazemos fé na misericórdia da meteorologia. Agarramos nas mochilas com a tralha fotográfica e saímos sem rumo.

Não chegamos a caminhar quinze minutos. Ainda em plena rua Laerargata, as mesmas nuvens plúmbeas que admiravámos da varanda do quarto, descarregam todo um dilúvio. Mal conseguíamos ver a rua por diante quanto mais os cenários e a vida local que contávamos apreciar.

Cansados de sucessivos despertares e deitares madrugadores, a precisarmos de recuperar energias e o ânimo, batemos em retirada.

Aguardava-nos um jantar revigorante. Mas não só. Ainda nos refazemos da molha quando o telefone do quarto toca. Confirmam-nos um encontro já antes marcado com o proprietário do hotel.

O Périplo pela História Secular do Hotel Kviknes

Sigurd Kviknes identifica-nos. Sigurd é um dos descendentes de quarta geração da secular e profícua família Kviknes que assumiu o controle do hotel em 1877. Também é general manager do negócio, a par das suas irmãs Marta e Kari.

Sigurd assume o papel de cicerone. Conduz-nos pelas salas históricas do seu estabelecimento num modo de visita de museu.

As paredes do Kviknes Hotel estão repletas de quadros. Quadros dos pintores famosos que, a determinada altura, lá se hospedavam ou que construíam casas na povoação. Artistas que se cruzavam em Balestrand determinados a pincelarem paisagens para a eternidade.

Sigurd apresenta-nos naturezas, sobretudo fiordes, de Hans F. Gude, Johannes Flintoe e Hans Dahl. Além das naturezas, retratos dos Kviknes ancestrais.

Espreitamos ainda o Hoivik Room, assim baptizado em homenagem ao artesão Ivar Hoivik que criou inúmeras peças de mobiliário e decorativas em madeira esculpida em estilo viquingue-norueguês dragenstil, que é como quem diz, do dragão.

Hoivik foi ainda responsável por muitas das molduras e trabalhos que enfeitam as casas mais antigas de Balestrand.

Sigurd prossegue com a sua apresentação. Sala após sala, quadro após quadro, chegamos a um episódio do acolhimento histórico do hotel que nos faz redobrar a atenção.

Os Kviknes receberam realezas, presidentes e primeiros-ministros, estrelas de cinema e outros artistas dos quatro cantos do mundo, incluindo Kofi Annan, Kirk Douglas e Tony Curtis.

O Destino de Férias Favorito do Kaiser Guilherme II

Fascinou-nos em particular a estória local de Guilherme II, o último Imperador da Alemanha e rei da Prússia. A sua paixão pela Noruega e pela magnificência dos fiordes era tal que o Kaiser Wilhem se tornou um dos visitantes mais frequentes da região. Guilherme II chegou a confessar que a Noruega preservava o encanto genuíno e tradicional que a Alemanha nunca devia ter perdido.

Visitou Balestrand quase todos os anos entre 1889 e 1914. Nessas ocasiões, foi cliente do hotel, não hóspede. Sigurd explica-nos que Guilherme II chegava a bordo do seu iate imperial de 120 metros Hohenzollern II e lá dormia e saía para explorar o entorno.

Guilherme II perdia-se de amores pelo mar. De tal maneira que o tempo total que passou a viajar neste iate perfez vários anos.

Por norma, o imperador ancorava em Balestrand, em Julho. Costumava ficar até Agosto. No primeiro ano, teve a companhia da mulher. Foi caso único e correu mal. Daí em diante, preferiu cercar-se de um grupo de oficiais que escolhia a dedo para conviver nas festas e passeatas a que se entregava.

Uma equipa de fotógrafos, registava as suas evasões. Guilherme II tinha o seu papel de líder germânico em boa conta. Fazia questão de se documentar como as vedetas dos filmes. E só se submetia à fotografia quando achava que a luz o glorificava.

Abunda, em Balestrand, esse tipo de brilho. De cada vez que o sol espreita por entre as nuvens densas e azuladas, tinge os fiordes daquele fulgor cromático que Hans Dahl, Adelsteen Normann e compinchas ou rivais da pintura ansiavam por capturar nas telas.

Adelsteen Norman viveu, trabalhou e divulgou os seus quadros a partir de Berlim. Sem surpresa, as suas pinturas dos fiordes tiveram enorme influência na popularidade da Noruega entre os alemães, a começar pelo Kaiser Guilherme II.

O Eclodir da 1ª Guerra Mundial que Arruinou as Férias do Kaiser

Em Julho de 1914, Guilherme repetia o habitual retiro de Balestrand. No dia 25, pela tarde, visitava o amigo professor e pintor Hans Dahl na sua propriedade de Strandheim.

Durante o convívio, recebeu notícias do agravamento político-diplomático entre a Áustria-Hungria e a Sérvia, despoletado pelo assassínio do arquiduque prussiano Franz Ferdinand, quase um mês antes.

“Estava sentado nesta mesma cadeira” informa-nos Sigurd Kviknes e levanta o seu assento para nos mostrar um escrito em norueguês na base do assento que o comprova. “a minha família conseguiu comprar a cadeira num leilão.

E aí está. Nos dias anteriores, agastado pela perspectiva de interromper o seu sagrado retiro, o Kaiser fez todos os possíveis para desprezar o agravar dos eventos. Quando a Áustria-Hungria tornou o conflito militar, viu-se mesmo obrigado a partir de volta à Alemanha.”

Seguiram-se os quatro anos da 1ª Guerra Mundial e, em Novembro de 1918, a derrota da Alemanha, a abdicação do Kaiser e o exílio na Holanda e na Grécia. Guilherme II não voltaria à sua amada Balestrand.

Uns instantes de conversa depois, também Sigurd dá por encerrado o périplo. Despedimo-nos. Mesmo se nos mantivemos alojados no seu Kviknes Hotel até meio da tarde seguinte, não o voltaríamos a ver.

Para Cá e Para Lá, pelas Ruas de Balestrand

Nessa mesma noite, jantamos, senão como imperadores, pelo menos como reis, no salão de refeições grandioso do Kviknes Hotel. Durante o repasto, apresentam-nos Sandra, uma compatriota das imediações de Corroios que trabalhava na cozinha.

O novo dia amanheceu disposto a fazer esquecer a véspera, solarengo como já não pensávamos possível por aquelas paragens.

Aproveitamos a benesse para completarmos a caminhada que a chuvada do entardecer anterior tinha frustrado. Começamos por percorrer o caminho Kong Beles Veg.

Admiramos a imponência de madeira das suas vivendas coloridas, a Dragon House excêntrica de Hans Dahl e as bem mais convencionais na marginal de Balestrand.

Boa parte delas, surgem dotadas de ancoradouros privados que se projectam pelo Mar do Sognefiord adentro. Algumas, têm a enriquece-las os rendilhados incríveis criados por Ivar Hoivik ou, pelo menos, inspirados no seu trabalho.

Incluem elementos recuperados dos tempos viquingues, das suas sagas e mitologia.

A Igreja “Inglesa” de Santo Olavo

Uns metros acima, destaca-se das vivendas a igreja anglicana de Santo Olavo, o rei da Noruega entre 1015 a 1028, responsável pela cristianização da nação.

Esta igreja com visual medieval é também conhecida como A Igreja Inglesa. Isto, por ter sido erguida por Knut Kvikne em honra da sua esposa inglesa, Margaret Sophia Green Kvikne. Margaret era filha de um padre inglês, uma das muitas turistas britânicas que visitavam Balestrand nos finais do século XX.

Em 1894, meros quatro anos após casar com Knut, Margaret adoeceu com tuberculose e faleceu. Em sua homenagem, Knut Kvikne tornou realidade o sonho que a esposa lhe tinha confessado de ver uma igreja inglesa em Balestrand.

Hoje, durante o Verão, a elegante Igreja Inglesa acolhe serviços todos os Domingos, incluindo casamentos. Recebeu-nos ainda a nós e acolhe todos os forasteiros recém-desembarcados que a espreitam. Nas outras estações do ano, são apenas levados a cabo serviços religiosos quando os moradores de Balestrand chegam a acordo.

Ciderhuset: Cidra de Balestrand Para Todos os Gostos

À falta de missa, subimos a íngreme Sjotunsvegen apontados a uma prova de cidra proporcionada por uma das principais produtoras locais, a Ciderhuset. À imagem do hotel Kviknes, esta empresa é gerida em modo familiar, neste caso, pela família Høyvik Eitungjerde.

Com toda a minúcia e paciência do mundo, o anfitrião Age apresenta-nos a sua cidra em copinhos alinhados, mais pálida ou dourada consoante o tempo de fermentação e uma série de outros factores que ditavam a intensidade de sabor, a acidez, tudo isto à boa maneira de qualquer prova de vinho, só que feito de cidra.

Deixamos a Ciderhuset por volta das duas e meia da tarde. Pouco abaixo, de novo na iminência da baía, damos com a estátua imponente de Bele, um rei viquingue com estatuto lendário na Noruega e que, não se sabendo de onde era oriundo, subsiste no imaginário dos noruegueses como tendo vivido nestes confins sulcados e montanhosos.

Fridtjof the Bold, Bele e o Imaginário Viquingue da Noruega

A estátua rivaliza com a do rei Fridtjof the Bold, esta encomendada pelo Kaiser Guilherme II a um artista amigo e erguida, em 1913, na aldeia de Vangsnes.

Em Balestrand, o majestoso rei Bele de bronze resiste, pensativo, sobre uma base de granito, a contemplar a longínqua ponta de Vangsnes e a bifurcação do Sogneford que ali se estabelece.

Aos poucos, passo a passo, acercamo-nos do vértice ribeirinho em que tínhamos desembarcado na povoação e em que Balestrand encara os vários fiordes que a acolheram. Contornamos o Museu Norueguês das Viagens e entramos na rua Holmen. A caminho da doca dos ferries, confrontamo-nos com uma roulotte-gelataria gerida por adolescentes que tentam animar com tropelias o tédio a que se viram votados.

Um pouco acima, por detrás do Aquário de Sognefjord, entre um núcleo de casas vermelhas, encontramos bacalhau a secar num estendal. Ostenta o visual salgado que nos é tão popular e que a Noruega há seculos renova em Portugal.

Vários barcos a remos servem este núcleo habitacional. Um deles está pintado com uma paleta de cores psicadélica mas que combina com a bandeirinha norueguesa que ondula sobre a popa.

A essa hora, a bonança meteorológica da manhã já cedera à atmosfera azulada e tempestuosa que quase sempre escurece o labirinto de fiordes em redor: o Esefjord para noroeste, o mais curto de todos.

A sul, o Sognefjord, o mais longo e mais profundo da Noruega, orientado tanto para ocidente – onde encontra o Mar do Norte – como para leste. A norte, o Vetlefjord, com meros seis quilómetros de extensão, quase paralelo a um outro bem mais longo, o Fjaerlandsfjord.

Com as cinco da tarde e o ferry proveniente de Flam a aproximarem-se, precipitamos o regresso ao Kviknes Hotel,  agarramos nas malas e corremos de volta ao porto por onde tínhamos andado. Instantes depois, embarcamos para a navegação Sognefjord abaixo.

Só desembarcaríamos às nove da quase-noite boreal, no grande porto ex-hanseático da Noruega: Bergen.

Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
Flam a Balestrand, Noruega

Onde as Montanhas Cedem aos Fiordes

A estação final do Flam Railway, marca o término da descida ferroviária vertiginosa das terras altas de Hallingskarvet às planas de Flam. Nesta povoação demasiado pequena para a sua fama, deixamos o comboio e navegamos pelo fiorde de Aurland abaixo rumo à prodigiosa Balestrand.
Stavanger, Noruega

A Cidade Motora da Noruega

A abundância de petróleo e gás natural ao largo e a sediação das empresas encarregues de os explorarem promoveram Stavanger de capital da conserva a capital energética norueguesa. Nem assim esta cidade se conformou. Com um legado histórico prolífico, às portas de um fiorde majestoso, há muito que a cosmopolita Stavanger impele a Terra do Sol da Meia-Noite.
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Preikestolen - Rocha do Púlpito, Noruega

Peregrinação ao Púlpito de Rocha da Noruega

Não faltam cenários grandiosos à Noruega dos fiordes sem fim. Em pleno fiorde de Lyse, o cimo destacado, alisado e quase quadrado de uma falésia com mais de 600 metros forma um inesperado púlpito rochoso. Subir às suas alturas, espreitar os precipícios e apreciar os panoramas em redor tem muito de revelação.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Danca dragao, Moon Festival, Chinatown-Sao Francisco-Estados Unidos da America
Cerimónias e Festividades
São Francisco, E.U.A.

Com a Cabeça na Lua

Chega a Setembro e os chineses de todo o mundo celebram as colheitas, a abundância e a união. A enorme sino-comunidade de São Francisco entrega-se de corpo e alma ao maior Festival da Lua californiano.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Cidades
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
O projeccionista
Cultura
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Espantoso
Étnico

Ambergris Caye, Belize

O Recreio do Belize

Madonna cantou-a como La Isla Bonita e reforçou o mote. Hoje, nem os furacões nem as disputas políticas desencorajam os veraneantes VIPs e endinheirados de se divertirem neste refúgio tropical.

Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Ocaso no Flat Lake, Luisiana
História
Atchafalaya Basin, Luisiana, E.U.A.  

O Grande Pântano do Sul Americano Profundo

Por alguma razão os indígenas o tratavam por “rio longo”. A determinado ponto, o Atchafalaya espraia-se num pântano feito de lagoas ligadas por canais, salpicadas de ciprestes, carvalhos e tupelos. Exploramo-lo, entre Lafayette e Morgan, Luisiana, no caminho para a sua foz do Golfo do México.
La Digue, Seychelles, Anse d'Argent
Ilhas
La Digue, Seicheles

Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Sombra vs Luz
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O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Entre Ponta Grossa e Castro, viajamos nos Campos Gerais do Paraná e ao longo da sua história. Pelo passado dos colonos e tropeiros que colocaram a região no mapa. Até ao dos imigrantes neerlandeses que, em tempos mais recentes e, entre tantos outros, enriqueceram o sortido étnico deste estado brasileiro.
Gorila não habituado, a pouca distância de Bon Coin, Bomassa
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Hyacinth e o Gorila de Bon Coin: Encontros com Primatas Peculiares

Acampados numa ilha do rio Sangha, saímos à descoberta dos parques nacionais Lobéké e do Wali Bai, Nouabalé-Ndoki, nos Camarões e na Rep. do Congo. Lá nos surpreendem criaturas deslumbrantes, mas díspares.  
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Praias
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Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
Teleférico de Sanahin, Arménia
Religião
Alaverdi, Arménia

Um Teleférico Chamado Ensejo

O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
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Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Uma espécie de portal
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Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
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No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
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Voos Panorâmicos
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No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.