Aldeia da Cuada, Ilha das Flores, Açores

O Éden Açoriano Traído pelo outro Lado do Mar


O Pote de Ouro
Canada Murada
Uma Manta de Retalhos
Decoração Rural
Uma Cafeteira-Vaso
A Aldeia
Poço do Bacalhau
Alagoínha x2
Mar Bravo
Cascatas da Alagoínha
Laje dos Confins da Europa
A Grande Vista
Miradouro do Portal
Quarto de Arco-Íris
A Cuada foi fundada, estima-se que em 1676, junto ao limiar oeste das Flores. Já em pleno século XX, os seus moradores juntaram-se à grande debandada açoriana para as Américas. Deixaram para trás uma aldeia tão deslumbrante como a ilha e os Açores.

Não é que fosse necessário, longe disso, mas, no preciso momento em que damos entrada no espaço retalhado por muros da aldeia da Cuada, nuvens carregadas surgem do cimo das encostas a leste.

Pairam sobre os fios de água do Poço da Alagoinha. Aos poucos, as nuvens estendem-se na direcção do Atlântico. Gotas tresmalhadas pelo vento irrigam os minifúndios por onde cirandamos. Deixam-nos de sobreaviso.

Afastamo-nos do castro de casas que nos obstruía a vista. Detectamos um arco-íris, completo e enorme.

Enquadrava o casario da aldeia, amornado pela iminência do ocaso.

Parecia confirmar o pote de ouro em que, contra o fluxo da história e das mais optimistas previsões, se transformou a Cuada.

Os chuviscos ora caem, ora dão tréguas, ao sabor da nortada.

Os poucos mais de cem habitantes que deixaram a aldeia até 1960, esses, como tantos outros da ilha da Flores e dos Açores, nunca voltaram.

O Abandono da Cuada para as Américas

Durante boa parte do século XX, a Cuada manteve-se ao abandono, as pedras e telhas das suas casas à mercê dos vendavais, das bátegas que fustigam estes confins atlânticos de Portugal.

Em 1970, aliás, já só duas das dezassete casas e palheiros preservavam telhados que merecessem tal nome.

A tempestade que parecia insinuar-se não chega a tanto. Confrontada com os ares do oceano, a franja de nuvens provinda do cimo da ilha intimida-se e dissipa-se.

O arco-íris segue-lhe o exemplo.

À medida que o sol se esparrama para trás do Atlântico, somem-se ainda a sombra abaixo do muro que nos suportava e o tom fulvo das fachadas.

Com a noite, os forasteiros à descoberta da ilha regressam aos seus abrigos de ocasião.

Ressuscitam os lares das gentes florenses que a excessiva insularidade e o subdesenvolvimento das Flores forçaram a partir, em perseguição de sonhos longínquos.

Os novos inquilinos chegam de todas as partes. Ficam um, dois, ou três dias. Recuperam um pouco das vidas lá interrompidas.

Cada casa está identificada com um nome de um dos emigrantes: Fátima, Fagundes, Esméria, Luís.

Nós, instalamo-nos na de Luciana.

Abençoada a dobrar pela proximidade da casa do Império do Divino Espírito Santo local, o único edifício rebocado e alvo do conjunto, diz-se que a casa de Império mais antiga de toda a ilha das Flores.

Cuada: e Como a Aldeia foi Recuperada mas Respeitada

Desconhecemos o que o destino ditou aos emigrantes após cruzarem para as Américas. Não sabemos sequer se o seu destino foi o Canadá, os Estados Unidos, o Brasil – os países acolhedores protagonistas da diáspora açoriana – ou um outro.

Constatamos  que, mesmo resgatado da ruína, das silvas e dotado de modernidade, o povoado humilde e pitoresco que Luciana e os vizinhos abandonaram pouco mudou.

Os caminhos e lajedos de pedra mantêm-se tão ásperos e irregulares como quando as gentes da terra os percorriam, amiúde, descalços. Em tempos terrenos cultivados, os prados ervados surgem divididos a critério, por muros de pedra semelhante à usada na estrutura das casas.

Até há algum tempo, frequentavam esses prados e pastos a vaca Mimosa, Florentina, uma burra. E Tina, a cabra da aldeia.

Algumas casas têm eiras, agora usadas como pátios desafogados. Outras, foram adaptadas de palheiros, como o que pertencia a Pimentel.

O Capricho e a Teimosia Criativa dum Casal Açoriano

O prodígio de ressuscitar a Aldeia da Cuada deveu-se a Teotónia e Carlos Silva, um casal, hoje, com 72 anos que tinha por hábito passar o estio na Fajã Grande, a usufruir do retiro e da paz idílicos do faroeste da ilha das Flores.

Decorria a década de 80. Teotónia e Carlos, originário da ilha do Pico, sentiram o chamamento de recuperar a Cuada. Começaram por comprar uma primeira casa. Logo outra.

A determinada altura, o feitiço verdejante da Ilha das Flores atraía aos confins dos Açores mais e mais viajantes intrigados. Abrigarem-se e viverem o legado das casinhas da Cuada, sem electricidade, TV ou Internet, revelou-se um privilégio que entrou em modo de passa-a-palavra.

Por essa altura, Carlos tinha uma situação profissional estável nas Finanças. Teotónia, trabalhava na Sata, a companhia de aviação que serve os Açores. Apesar do traquejo que tinham no que dizia respeito a dinheiro e a viagens e turismo, ouviam com frequência que se estavam a meter numa loucura.

A própria Direcção de Turismo dos Açores louvou a sua determinação, mas recusou-se a participar, pela lógica de que, mesmo recuperada, a aldeia da Cuada, distante e isolada como estava, não chamaria hóspedes que justificassem o investimento.

Os anos sucederam-se. Chegamos a 1998. A aldeia abriu, de forma oficializada, as portas ao turismo.

Da Ruína, ao Turismo de Aldeia Pioneiro da Cuada

O mesmo destino e humildade que condenou os moradores da velha Cuada a emigrarem, levou à Cuada renovada um número crescente de forasteiros que, de início, tinham como iluminação velhos candeeiros a óleo, bem menos poluentes, em termos visuais, que os postes e cabos da instalação eléctrica que Carlos e Teotónia anseiam trocar por uma outra subterrânea.

Dois anos depois, a aldeia viu-se legalmente protegida pelas autoridades. O até então reticente Governo Regional dos Açores declarou-a “património cultural com interesse histórico, arquitectónico e paisagístico”.

A Cuada tornou-se um Turismo de Habitação (logo, Turismo de Aldeia) pioneiro em Portugal.

Ficou a salvo das atrocidades urbanísticas que abundam por todo o país. Tanto das que viessem do próprio governo como das de iniciativas privadas nas redondezas.

Quanto mais visitantes chegavam, mais sentido tinha para o casal Silva ignorarem os agoiros e prosseguirem com a sua missão.

A Beleza da Cuada e da Ilha das Flores em Redor

Afinal, de tanto ali passarem Verões, ambos conheciam como ninguém o valor dos cenários que envolvem a aldeia que, na opinião de muitos, fazem das Flores a ilha mais deslumbrante do arquipélago.

Conheciam a Fajã e a Fajãnzinha, as companhias mais próximas da Cuada, uma de cada lado.

O Poço da Alagoínha e a Cascata do Poço do Bacalhau, os dois a pouca distância, cada qual com o seu visual florentino de encantar.

Conheciam ainda, o conjunto de miradouros elevados que revelam panoramas verdejantes arrebatadores, salpicados de vacas, a começar pelo do Portal.

Também as piscinas naturais e a linha de costa vulcânica, rude e bela a condizer faziam já parte de si, como fazia a solidão emblemática do ilhéu do Monchique, o derradeiro pedaço de rocha do ocidente lusitano.

Teotónia e Carlos esforçaram-se por, dentro dos limites da simplicidade original, equipar e decorar cada uma das casas à altura dos cenários circundantes.

A Encantadora Simplicidade Histórica da Aldeia da Cuada

Os equipamentos e utensílios – espelhos, interruptores, torneiras, colchas, napperons e tantos outros – vêm do antigamente.

Ou, se não vêm, imitam o melhor possível, segundo o gosto e os caprichos de Teotónia.

Em termos gastronómicos, a Cuada prenda os seus hóspedes com o melhor que as Flores e os Açores têm para oferecer. Quando despertamos, esperava-nos um pequeno-almoço com pão fresco, queijo flamengo e da Ilha de São Jorge. Mel, doces, bolo de chia e fruta.

Ao jantar, também no restaurante ao lado da recepção, deliciamo-nos com peixes pescados ao largo, bem grelhados e acompanhados de vegetais colhidos nos terrenos da propriedade.

Por enquanto, cultivam-nos os trabalhadores da Cuada. Carlos e Teotónia partilham planos de que os hóspedes se possam entreter com tarefas rurais.

A Cuada conta, agora, com um acesso rodoviário a partir da estrada da Assumada que serve boa parte do fundo ocidental da ilha.

Tem também um parque de estacionamento inclinado que permite aos hóspedes chegarem com a sua bagagem até à entrada da vila, marcada pela recepção e museu.

Em horas ditas normais, da recepção até cada uma das casas, contam com a força de braços descomunal de Sílvio, encarregado e faz-tudo da Aldeia da Cuada.

As nossas, tratávamos ainda do check in, já Sílvio as tinha deixado à porta da Casa Luciana.

As Canadas Irregulares que Levam a uma Beira-Mar Dramática

Noutros tempos, as gentes chegavam à aldeia por uma canada secular.

Sulcava a floresta entre dois dos templos cristãos emblemáticos daquelas paragens, das imediações da capela de Santo António de Lisboa à casa do Império da Cuada, a tal igreja branca situada acima da Casa Luciana.

Como já vimos, a teimosia de Teotónia e Carlos em, apesar do desajeito dos hóspedes, preservarem os caminhos internos da aldeia, concedeu-nos o privilégio de nela caminharmos por vias fascinantes de história e de genuinidade.

Numas poucas dezenas de metros, a canada principal, sinuosa e vegetada da aldeia conduz-nos do ambiente bucólico e rural da Cuada para o marinho, bem mais selvagem que se sucede a ocidente.

Por ali, os coelhos são donos e senhores de um mato labiríntico pejado de tocas e ninhos. Sobrevoam-nos as abundantes cagarras. Com sorte podem revelar-se pintainhos, estapagados e garajaus.

À medida que desce, a canada transforma-se num trilho pouco claro, nada que pudéssemos comparar com o bem demarcado e concorrido que liga a Fajã Grande ao Farol de Albernaz, virado para a ilha vizinha do Corvo.

Quando um dos seus meandros nos desvenda um inesperado precipício rochoso e o Atlântico agitado, damos meia volta, rumo à Cuada.

Não seria, essa, a última vez que nos abrigávamos na aldeia.

Sempre que o fizemos, sentimos o aconchego humano e o afago da Natureza que os seus moradores se viram obrigados a sacrificar.

ALDEIA DA CUADA

Tel.: +351 292 552 127

https://aldeiadacuada.com

Morada: Lajes das Flores 9960-070

Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Ponta Delgada, São Miguel, Açores

A Cidade da Grande Ilha dos Açores

Durante os séculos XIX e XX, Ponta Delgada tornou-se a cidade mais populosa e a capital económico-administrativa dos Açores. Lá encontramos a história e o modernismo do arquipélago de mãos-dadas.
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores

Heroína do Mar, de Nobre Povo, Cidade Valente e Imortal

Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
Ilha do Pico, Açores

A Ilha a Leste da Montanha do Pico

Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Monges na escadaria do mosteiro Tashi Lha Khang
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Via Conflituosa
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Singapura, ilha Sucesso e Monotonia
Cidades
Singapura

A Ilha do Sucesso e da Monotonia

Habituada a planear e a vencer, Singapura seduz e recruta gente ambiciosa de todo o mundo. Ao mesmo tempo, parece aborrecer de morte alguns dos seus habitantes mais criativos.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Mar-de-Parra
Cultura
Mendoza, Argentina

Viagem por Mendoza, a Grande Província Enóloga Argentina

Os missionários espanhóis perceberam, no século XVI, que a zona estava talhada para a produção do “sangue de Cristo”. Hoje, a província de Mendoza está no centro da maior região enóloga da América Latina.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Jipe cruza Damaraland, Namíbia
Em Viagem
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
San Cristobal de Las Casas, Chiapas, Zapatismo, México, Catedral San Nicolau
Étnico
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
História
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Autocarro garrido em Apia, Samoa Ocidental
Ilhas
Samoa  

Em Busca do Tempo Perdido

Durante 121 anos, foi a última nação na Terra a mudar de dia. Mas, Samoa percebeu que as suas finanças ficavam para trás e, no fim de 2012, decidiu voltar para oeste da LID - Linha Internacional de Data.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Natureza
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Parques Naturais
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Acre, Fortaleza dos Templários, Israel, Doces crocantes
Património Mundial UNESCO
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Praias
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Chiang Khong a Luang prabang, Laos, Pelo Mekong Abaixo
Religião
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Sociedade
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Curieuse Island, Seychelles, tartarugas de Aldabra
Vida Selvagem
Île Felicité e Île Curieuse, Seychelles

De Leprosaria a Lar de Tartarugas Gigantes

A meio do século XVIII, continuava inabitada e ignorada pelos europeus. A expedição francesa do navio “La Curieuse” revelou-a e inspirou-lhe o baptismo. Os britânicos mantiveram-na uma colónia de leprosos até 1968. Hoje, a Île Curieuse acolhe centenas de tartarugas de Aldabra, o mais longevo animal terrestre.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.