Porto Novo, Benim

Um Porto Inseguro da Encruzilhada Afro-Brasileira


Barcos no rio Yewa
Barcos ancorados na margem norte do rio Yewa
Um Súbdito Abonecado
Boneco anima um espaço do palácio real que exibe uma lista dos reis de Porto Novo
A Grande Mesquita de Porto Novo
A Grande Mesquita de Portto Novo, erguida por afro-brasileiros agudás.
Mulheres na Grande Mesquita
Mulheres reunidas numa ala da Grande Mesquita
O templo “termiteira” de Ya Lya Abi Mesan
O templo "termiteira" de Ya Lya Abi Mesan
Sacerdote Vudu
Sacerdote vudu numa secção de fetiches do Mercado Central
Fieis em frente à Grande Mesquita
Crentes passam em frente à Grande Mesquita de Porto Novo
Toffa XIX à porta de casa
Aposento do rei do rei Toffa XIX que espreita através da entrada
Rei Toffa XIX
Rei Toffa XIX no seu trono de Porto Novo
Tambores
Tambores usados nas cerimónias vudu, expostos no palácio real de Porto Novo
Zangbeto e Cia
Um pequeno zamgbeto e outras estatuetas vudu
Homenagem a Baba Yabo
Estátua de homenagem ao famoso actor do Benim Baba Yabo.
Vendedora do Mercado Central
Vendedora no mercado central de Porto Novo.
Entrada para Templo Vudu
Criança no interior de um pórtico cabeça de cabra para um templo vudu
O Cimo do Templo
Cabeça no cimo do templo "termiteira" de Ya Lya Abi Mesan
Moda Manequim
Cabeças de manequim numa loja de roupa da cidade
Nove Filhos de Oya
Estátuas dos filhos da rainha Olori, ou Oya, primeira deusa de Porto Novo
Camaleão Fetiche
Camaleão na mão de um vendedor de fetiches do Mercado Central de Porto Novo
A Edilidade de Porto Novo
Edifício colonial francês e actual edilidade de Porto Novo
Outros Items Fetiches
Caudas cerimoniais à venda no Mercado Central de Porto Novo

Em 1730, os portugueses adicionaram Porto Novo aos seus entrepostos esclavagistas do Golfo da Guiné e lá fizeram aumentar o número de escravos enviados para o Brasil. Após a independência do Brasil de 1822 e sucessivas revoltas, escravos e até mercadores de escravos geraram um movimento de regresso às origens africanas. Hoje, Porto Novo é capital do Benim e uma das cidades beninesas que acolhe a influência destes apodados agudás.

A mera aparição do duo de yovos ­– leia-se “estrangeiros”, em dialecto fon – junto à grande mesquita de Porto Novo suscita uma confusão que tentamos gerir pelo melhor, tendo em conta os objectivos conflituosos em disputa.

Tentamos fotografar a fachada decadente do templo com a cor suplementar dos vestidos e fatos africanos, jilabas e hijabes dos crentes e vendedoras à sua sombra, outros, de saída de uma cerimónia.

Os presentes, proíbem esse intento, mesmo se retorquíamos com a inverdade de que só nos interessava a mesquita.

A discussão complica-se.

As vendedoras colocam preços nos seus direitos de imagem.

Crentes passam em frente à Grande Mesquita de Porto Novo

Crentes passam em frente à Grande Mesquita de Porto Novo

Tu vas me payer mil francs, yovo!”.

Surgem oportunistas que se fazem de guias da mesquita. Pedem cinco mil francos (quase 8€) para nos deixarem entrar.

Dois jovens propõem-nos a visita por metade, viabilizada, à socapa, por uma entrada da fachada oposta.

Investimos em circundar o templo.

De olho nos caprichos arquitectónicos que o ar tropical e marinho degradou ao longo de mais de um século.

A Grande Mesquita de Portto Novo, erguida por afro-brasileiros agudás.

A Grande Mesquita de Portto Novo, erguida por afro-brasileiros agudás.

A Edificação Atribulada e Polémica da Grande Mesquita de Porto Novo

A Grande Mesquita de Porto Novo foi erguida entre 1910 e 1935. Em Porto Novo prevalecia o animismo vudu.

Quando confrontado com a importância crescente de comunidades de comerciantes islâmicos e com recém-convertidos súbditos de etnia Yoruba, o rei Sodji (1848-1864) fez-lhes a vontade.

Disponibilizou terras próximas ao palácio real, em que seria erguida uma mesquita.

Em 1880, a mesquita estava pronta. Só que nas imediações de estabelecimentos comerciais ingleses, servidos por funcionários cristãos, avessos ao islamismo. Empregados e patrões queixaram-se ao rei Toffa I (1874-1908) dos chamamentos dos muezzins.

Passado algum tempo, os muçulmanos já reclamaram uma mesquita maior.

Decidido a satisfazer as duas partes Toffa I autorizou que fosse erguida outra num terreno contíguo ao mercado central.

A mesquita moderna vizinha da Grande Mesquita

A mesquita moderna vizinha da Grande Mesquita

Ora, ofereceu-o um agudá, um dos muitos afro-brasileiros que, na sequência da independência do Brasil, da abolição da escravatura e de sucessivas revoltas de escravos – com destaque para a dos Malês, na Bahia –  decidiram regressar às origens africanas, por essa altura apodados com o termo derivado de Ajudá.

Agudás já regressados da Bahia à Nigéria tinham financiado e supervisionado a edificação da grande mesquita de Lagos, com inspiração na arquitectura das igrejas baianas, em especial das de Salvador.

Necessitadas de orientação, as autoridades de Porto Novo, enviaram uma delegação a Lagos, incumbida de examinar o que lá fora feito. A influência dos agudás voltou a falar mais alto.

A Grande Mesquita de Porto Novo seguiu a mesma inspiração arquitectónica da de Lagos. Terá sido, provavelmente, obra dos mesmos construtores.

O sol tinha caído para oeste da fachada principal, aquela em que resistia uma palete de amarelo, verde, castanho, algum azul, tons deslavados pela erosão tropical.

Vendedoras em frente à Grande Mesquita

Vendedoras em frente à Grande Mesquita

Uma Grande Mesquita com Óbvio Visual de Igreja

Vendedores e fiéis refugiavam-se na sombra da lateral norte. Uns poucos, dormitavam, rendidos ao calor opressivo.

Sem a distracção inicial, admiramos a fachada ocidental ao pormenor. Os elementos florais e vegetais moldados no estuque, mas gastos. As camadas de pilastras que sustentam o frontão triangular.

O pináculo dotado de estrela e crescente que coroa o todo. Ainda as duas torres quadrangulares, opostas na fachada ocidental, também finalizadas com estrela e crescente.

Janelas e portas em arco, com molduras de correr, ornamentam as fachadas principais e as laterais, feitas de madeira trabalhada com motivos florais, típico das estruturas afro-brasileiras do Golfo da Guiné.

No exterior, com certeza presentes, os elementos islâmicos em que reparávamos provavam-se pouco notórios, limitados à estrela-crescente e a umas poucas faixas com caligrafia árabe desenhadas no estuque.

Perdiam-se no todo do edifício com estrutura de igreja tão óbvia que, com frequência, os visitantes assumem que a mesquita resultou da conversão de um templo católico português.

Com o passar dos anos, o Islamismo impôs-se, em Porto Novo. Cresceu entre os muçulmanos o desagrado para com a ambígua Grande Mesquita.

Os Yoruba contestaram os agudás e as suas edificações. Mais abastados, socialmente destacados, os agudás prevaleceram. Enquanto templo funcional, a Grande Mesquita de Porto Novo nem por isso.

Espreitamos para dentro de uma porta de serviço, datada de 1912.

Numa ala no seu prolongamento, ventilada por grandes ventoinhas de tecto, convivem 15 ou 20 mulheres, enfiadas em trajes africanos e véus islâmicos.

Mulheres reunidas numa ala da Grande Mesquita

Mulheres reunidas numa ala da Grande Mesquita

Da Mesquita Nova e Moderna a uma Deambulação pelo Mercado Central

Acessível daquela ala, há uma nova e ampla mesquita, de arquitectura moderna, inequivocamente islâmica.

É de lá que vemos a multitude de crentes saírem, vários, apontados ao mercado central.

Seguimo-los.

Passamos por bancas repletas de frutas e vegetais, de flores, de especiarias e de tecidos africanos.

Vendedora de tecidos no Mercado Central

Vendedora de tecidos no Mercado Central

Outras, à pinha de bugigangas Made in China, de roupa usada, despachada da Europa.

Naquela panóplia disforme enfiada em bancas de madeira e plástico, encontramos um sector de fetiches vudu, quase inevitável, no Benim, se bem que diminuto, se comparado com os mercados de fetiches de Ouidah, Abomey e Bohicon.

Entramos num corredor sombrio, repleto de partes de animais.

Cabeças de macacos, de morcegos, de gatos, antílopes e tantos mais, em montras macabras e pestilentas.

Cabeças de animais vendidos como fetiches vudu no Mercado Central

Cabeças de animais vendidos como fetiches vudu no Mercado Central

Uns poucos vendedores aprestam-se a explicar-nos o propósito dos fetiches.

Perguntam se temos alguma necessidade em especial que queiramos ver resolvida.

Eram esoterismos de que preferíamos continuar a salvo. Lembramo-nos que ainda íamos visitar Ouidah e Abomey, cidades em que o vudu tem maior expressão.

Recusamos.

Em vez, conversamos com um pretenso sacerdote vudu.

Acabamos por o fotografar, de tronco nu, a segurar um falcão embalsamado.

Sacerdote vudu numa secção de fetiches do Mercado Central

Sacerdote vudu numa secção de fetiches do Mercado Central

Périplo Encalorado à Descoberta de Porto Novo

Ganhamos coragem e enfrentamos a fornaça vespertina atroz.

Dali, caminhamos em busca de outros lugares incontornáveis de Porto Novo.

Pintura mural na parede de uma loja de roupa

Pintura mural na parede de uma loja de roupa

Nesse processo, apercebemo-nos que as autoridades tinham em prática um plano radical de modernização da cidade.

Obras afectavam atracções até há algum tempo imperdíveis, caso do Museu Etnográfico, encerrado em função do futuro Museu Internacional do Vudu.

Intervenções distintas condicionavam o Palácio Real Honme Afin Oba, antiga morada do rei (Oba) do Império do Benim epónimo.

Entrada do Palácio Real Museu Honmé de Porto Novo

Entrada do Palácio Real Museu Honmé de Porto Novo

O Reino de Porto Novo, um Produto da Divisão do Império de Daomé

Entre 1180 e 1897, esse império abrangia o actual território do Benim e boa parte da Nigéria, onde, às margens do rio homónimo, se situa a cidade histórica de Benim.

A chegada e imposição dos europeus, a começar pelos portugueses, em 1485, veio a ditar o colapso do império.

O palácio real de Porto Novo é, agora, um museu evocativo dessa era beninesa áurea em que, como hoje, a solidariedade entre os povos africanos sofria de máculas aniquiladoras.

Representação de Egoun Goun no Palácio Real da cidade

Representação de Egoun Goun no Palácio Real da cidade

Na era de intrusão dos portugueses, o grande reino de Daomé tinha-se dividido em três reinos menores em permanente conflito: Alada, Daomé e Porto Novo.

De forma intermitente, rejeitavam as potências europeias ou a elas se aliavam.

O Conflito entre Reinos e a Viabilização da Escravatura às Mãos dos Europeus

Nessa rivalidade e inconstância, forneceram dezenas de milhões de escravos capturados a reinos e tribos rivais, aos portugueses, franceses, ingleses e outros.

O Palácio Real exibe um canhão que se diz ter sido trocado com os portugueses por 15 escravos.

Sucessivos reis da região, Hude, Messe e seguintes, enriqueceram a vender pessoas do mesmo sangue, separadas por meras desavenças entre os soberanos.

Boneco anima um espaço do palácio real que exibe uma lista dos reis de Porto Novo

Boneco anima um espaço do palácio real que exibe uma lista dos reis de Porto Novo

Desde o fim do século XV que os portugueses consolidavam a sua presença no Golfo da Guiné.

Desde 1482 que já detinham, entre outras fortificações, o castelo de São Jorge de Mina, no actual Gana.

Viram o acesso aos escravos barrado pelo rei de Daomé que tinha declarado que todo o comércio esclavagista deveria passar pela cidade de Ouidah, a Ajudá em que os portugueses só mais tarde, a partir do século XVIII, se conseguiriam impor, com base no seu Forte de São João Baptista de Ajudá, uma fortificação de que mantiveram soberania durante toda a vigência colonial francesa.

E até à independência do Benim de 1960.

Até então, a solução que encontraram para contornarem o bloqueio do rei de Daomé foi erguerem uma fortaleza em Hogbonou, conseguirem o apoio do rei local e, a partir do reino rival, quebrarem o monopólio de Daomé.

Terá sido Eucaristo de Campos, um dos enviados pela Coroa Portuguesa, o responsável por rebaptizar Hogbonou de Porto Novo.

Edifício colonial francês e actual edilidade de Porto Novo

Edifício colonial francês e actual edilidade de Porto Novo

 

Em troca de riqueza, os monarcas de Hogbonou forneceram, em particular, aos portugueses, centenas de milhares de escravos enviados para trabalho forçado nas plantações de cana-de-açúcar, café e algodão do Brasil.

 

A Convivência do Cristianismo e do Islamismo com as velhas Crenças Vudu

No período de interacção dos reis de Porto Novo com os europeus, por uma questão de conveniência, os reis admitiram o Cristianismo como crença paralela ao animismo vudu.

Pintura que ilustra o deus vigia da noite Zangbeto a castigar um infractor

Pintura que ilustra o deus vigia da noite Zangbeto a castigar um infractor

O museu do Palácio Real inclui salas dedicadas às práticas vudu.

Em redor da Catedral da Diocese Católica de Porto Novo, como em volta da Grande Mesquita e da nova mesquita sua vizinha, um pouco por toda a parte, abundam templos, santuários museus, estátuas, pinturas murais e afins que louvam e consagram as crenças vudu.

Criança no interior de um pórtico cabeça de cabra para um templo vudu

Criança no interior de um pórtico cabeça de cabra para um templo vudu

No bairro de Okòró destaca-se e retém-nos um templo de tom ocre, dito com forma de termiteira.

Foi erguido em honra de Oya: Iya Abi Mesan, a primeira divindade de Porto Novo. Iya Abi Mesan traduz-se como “Mãe de Nove”.

No complexo que lhe é dedicado, estátua após estátua, mural após mural, uma guia de nome Felicity explica-nos a sua lenda.

O templo "termiteira" de Ya Lya Abi Mesan

O templo “termiteira” de Ya Lya Abi Mesan

Consta que, derrotado, o primeiro rei de Ikoyi, na actual Nigéria, se viu obrigado a partir, com a companhia da esposa Olori, grávida. A sua diáspora levou-nos às margens de Porto Novo.

À chegada, Olori deu à luz nove crianças, um parto inaudito e considerado milagroso.

Na impraticabilidade de prosseguirem a sua demanda, o casal decidiu-se por se instalar em terras de Porto Novo.

Estátuas dos filhos da rainha Olori, ou Oya, primeira deusa de Porto Novo

Estátuas dos filhos da rainha Olori, ou Oya, primeira deusa de Porto Novo

Baptizaram-nas de Abesan Onikoyi, como homenagem à Ikoyi que deixaram para trás.

Sobretudo os Yoruba geraram várias derivações e representações alegóricas desta estória.

Abertura para uma casa num dos murais do complexo Ya Lya Abi Mesan

Abertura para uma casa num dos murais do complexo Ya Lya Abi Mesan

O simbolismo de nove serpentes para cada filho.

E de uma leoa, representação da bravura e majestade maternal da rainha.

A Praça Vudu de Yeadomin

Avançamos até à praça Yeadomin, toda ela dedicada ao vudu, supervisionada por uma estátua algo naive de Toffa I.

Moradora passa junto à estátua do rei Toffa I

Moradora passa junto à estátua do rei Toffa I

Maurice, o guia residente explica-nos sucessivos murais evocativos de aspectos particular da religião.

Mostra-nos o templo da serpente, símbolo supremo de poder divino, de fertilidade e da transformação.

Santuário da serpente, parte do complexo vudu da Praça Yeadomin

Santuário da serpente, parte do complexo vudu da Praça Yeadomin

Mostra-nos ainda pequenas câmaras fechadas em que, através de orifícios, conseguimos perceber provas de rituais e oferendas.

Feitas, por exemplo, ao deus da guerra Ogun, na forma de alimentos empilhados, de óleo e vinho de palma, nozes de cola e outros.

Logo ali ao lado, ficava o palácio actual dos reis de Porto Novo. da praça-museu Yéadomin, afiança-nos que, por cinco mil francos, cada, poderíamos visitar o rei Toffa IX e até fotografá-lo.

E uma Visita Decepcionante ao rei Toffa XIX

Entramos no palácio. Esperamos um pouco na sala do trono.

Quando Toffa IX entra e se senta, prostramo-nos uma série de vezes a seus pés.

Rei Toffa XIX no seu trono de Porto Novo

Rei Toffa XIX no seu trono de Porto Novo

O guia diz-nos que podemos abordar sua realeza. Entre as várias questões, por o termos concluído de um quadro exposto, perguntamos em que contexto tinha visitado Nova Orleães, outra cidade de vudu, e como tinha corrido a viagem.

Toffa IX faz questão de nos exibir a sua pretensa superioridade, que o estávamos apenas e só a incomodar. Mal o percebemos, abreviamos a visita.

Pedimos ao guia para viabilizar as fotografias que nos tinha prometido. O guia consegue a permissão do rei. Tiramos-lhe algumas fotos que considerávamos importantes para a reportagem.

Fotos tiradas, Toffa IX diz ao guia que as tínhamos que pagar a sério. Relembramos o guia do que nos tinha prometido. Este, recorda o rei do preço habitual. Toffa IX atira que aquelas imagens valiam imenso, na Europa, que tínhamos que pagar muito mais.

Recusamos. Ficamos frente a frente, em silêncio, quase cinco minutos. Maurice farta-se, diz algo ao rei. Este, ainda mais farto, deixa-nos ir. Retém o guia por alguns minutos.

Maurice opta por fazer segredo de como resolvera o problema.

Já saturados dos esquemas benineses para subtracção de dinheiro yovo, deixamos ficar assim.

Aposento do rei do rei Toffa XIX que espreita através da entrada

Aposento do rei do rei Toffa XIX que espreita através da entrada

Sem que o esperássemos, em jeito de despedida, Toffa IX, tinha dado provas da falta de escrúpulos e da ganância com que boa parte dos monarcas do Golfo da Guiné validou, durante séculos, a escravização dos seus povos às mãos dos europeus.

Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Manequins e pedestres reflectidos
Cidades
Saint John's, Antigua

A Cidade Caribenha de São João

Situada numa enseada oposta àquela em que o Almirante Nelson fundou as suas estratégicas Nelson Dockyards, Saint John tornou-se a maior povoação de Antígua e um porto de cruzeiros concorrido. Os visitantes que a exploram além do artificial Heritage Quay, descobrem uma das capitais mais genuínas das Caraíbas.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Cultura
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Promessa?
Étnico
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Dia escuro
História

Lago Cocibolca, Nicarágua

Mar, Doce Mar

Os indígenas nicaraos tratavam o maior lago da América Central por Cocibolca. Na ilha vulcânica de Ometepe, percebemos porque o termo que os espanhóis converteram para Mar Dulce fazia todo o sentido.

Angra do Heroísmo, Terceira, Açores, de capital histórica a Património Mundial, arte urbana
Ilhas
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores

Heroína do Mar, de Nobre Povo, Cidade Valente e Imortal

Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Ocaso no Flat Lake, Luisiana
Natureza
Atchafalaya Basin, Luisiana, E.U.A.  

O Grande Pântano do Sul Americano Profundo

Por alguma razão os indígenas o tratavam por “rio longo”. A determinado ponto, o Atchafalaya espraia-se num pântano feito de lagoas ligadas por canais, salpicadas de ciprestes, carvalhos e tupelos. Exploramo-lo, entre Lafayette e Morgan, Luisiana, no caminho para a sua foz do Golfo do México.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Piton de la Fournaise, Reunião, o caminho do vulcão
Parques Naturais
Piton de la Fournaise, Reunião

O Vulcão Turbulento da Reunião

Com 2632m, o Piton de la Fournaise, o único vulcão eruptivo da Reunião, ocupa quase metade desta ilha que exploramos, montanhas acima, montanhas abaixo. É um dos vulcões mais activos e imprevisíveis do oceano Índico e à face da Terra.
Egipto Ptolomaico, Edfu a Kom Ombo, Nilo acima, guia explica hieróglifos
Património Mundial UNESCO
Edfu a Kom Ombo, Egipto

Nilo Acima, pelo Alto Egipto Ptolomaico

Cumprida a embaixada incontornável a Luxor, à velha Tebas e ao Vale dos Reis, prosseguimos contra a corrente do Nilo. Em Edfu e Kom Ombo, rendemo-nos à magnificência histórica legada pelos sucessivos monarcas Ptolomeu.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Soufrière e Pitons, Saint Luci
Praias
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Vida Selvagem
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.