Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol


Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.

Após inúmeros meandros, caprichosos como o recorte serrado da costa norte da ilha, a estrada interna-se num inesperado apêndice geológico.

Intersecta uma laje de tom ocre, de tal forma espalmada e alongada que acolhe o relvado do clube local, o Solpontense FC.

Como se não chegasse o desafogo, na quase ponta desta ponta, há ainda a pista do Aeroporto Agostinho Neto, desactivado desde 1999, em consequência de um avião provindo de São Vicente se ter deparado com visibilidade quase nula e se ter despenhado, aos 1300 m de altitude de Santo Antão.

A Rua Direita prova-se de tal maneira directa que quase entra pelo porto da Ponta do Sol abaixo. Identificamo-lo pela sua forma de Boca de Pistola.

E pela abundância de barcos artesanais em doca seca, encaixados com critério que baste às entradas e saídas frequentes.

O Porto Piscatório Improvisado da Boca Pistola

Cada qual, com a sua combinação de cores vivas e nomes que só os donos e pescadores sabem por que os escolheram.

O “Nha Sonho”, o “Flor de Baía”, o “Andorinha” o “Maria de Fátima” entre outros, todos unidos pelo código da terra que os acolhia: “P. Sol.”

Àquela hora, mais chegavam.

Embalava-os o mar zangado do Norte que nem o pontão mal-amanhado, já quebrado pelas sucessivas tempestades conseguia amainar.

Os homens ao leme das pequenas embarcações viam-se, assim, obrigados a contar com a intrusão das vagas, para não esbarrarem nas escoadas de lava opostas.

Um atrás do outro, sem atribulações, mais barcos eram puxados para cima da rampa verdejante que os limos faziam escorregadia.

Vinham carregados com a pescaria da tarde: garoupas, charrocos, serranos, salmonetes, pargos e as esticadas moreias.

Vimos parte dos espécimes serem amanhados sobre as poças salgadas da lava, por homens de peles que o sol já pouco escurece, de caras austeras, mas que, face a pedidos bem-dispostos, concedem sorrisos suaves.

Outra parte, é vendida logo ali, na iminência dos restaurantes-marisqueiras de Santo Antão.

Estes negócios complementam uma oferta de alojamento que tem aumentado ao ritmo a que os viajantes tornam famosos os cenários e as incontáveis rotas de caminhada únicas da ilha, algumas, por trilhos das montanhas que encerram a Ponta do Sol.

Regresso ao “Outro Tempo” de Santo Antão e de Cabo Verde

Tempos coloniais houve em que a vida e até o nome da povoação eram outros, bem distintos. Durante a quase totalidade do século XX, as suas gentes crioulas não poderiam sequer imaginar que, remota como era, a povoação conquistaria tal notoriedade turística.

Décadas a fio, foi daquele mesmo porto, hoje piscatório, que os santantonenses sofreram o desgosto de partirem para servirem, sem retorno, as roças longínquas de São Tomé e Príncipe, desgosto, agora, com fama mundial, pela letra de Armando Zeferino Soares e a voz de Cesária Évora.

Se bem que o tema abordava, em particular, as despedidas dramáticas da ilha de São Nicolau, de onde era natural Zeferino Soares.

O aeroporto vizinho do porto, por sua vez, foi baptizado de Agostinho Neto, na medida em que o político, primeiro presidente de Angola, por ali viveu o degredo cabo-verdiano a que o votou o governo de Salazar.

A Era Colonial da Villa Maria Pia

Na mesma senda das evocações e homenagens, à Ponta do Sol, os colonos portugueses chamaram Villa de Maria Pia, em honra da rainha portuguesa, também eternizada como Anjo da Caridade e Mãe dos Pobres.

Tratada pelo destino e pela História de forma inclemente, sobretudo nos derradeiros anos de vida, em que a afligiu o regicídio do seu filho D. Carlos e do neto mais novo, D. Manuel II.

Por altura da implementação da República, já a dita villa no cocuruto de Santo Antão existia há várias décadas, a partir de determinada altura, como quartel-general dos governadores da ilha.

Quando, em 1900, um tenente da armada levou a cabo um levantamento da Comissão de Cartografia do Porto da Ponta do Sol, encontrou e registou uma grelha geometrizada semelhante à actual, orientada numa diagonal sudeste-noroeste, com base numa grande praça empedrada.

No século e pouco que decorreu, como seria de esperar, a vila expandiu-se.

Com a pista do aeroporto desactivado e o Atlântico a delimitarem-na acima, estendeu-se para a base da laje, cada vez mais próxima do sopé das montanhas e, assim, providenciou abrigo aos seus mais de quatro mil habitantes.

A Praça da Igreja e a Grelha de Ruas na Diagonal de Ponta do Sol

À data da nossa visita confrontavam-se ainda, na praça, o poder religioso e o executivo:

uma igreja alva de duas torres, com a companhia de uma palmeira contra o palacete repleto de janelas, amarelo garrido da edilidade da Ribeira Grande, a segunda maior cidade de Santo Antão e capital indisputada do Norte.

Dos transeuntes com que nos cruzamos, duas fiéis, ambas de lenço na cabeça, casaco e saia, preferem a protecção divina.

Uma delas senta-se num banco da praça, no prolongamento do templo.

Deixa-se afagar pelo sol suave do fim da tarde, a ver a vida passar.

Quando percebemos que a sombra se apoderava das encostas, metemo-nos a caminho.

Parte de uma das conversas de ocasião, um pescador tinha-nos assegurado que não podíamos deixar de ir a Fontainhas. Nesse mesmo fim de tarde, apontamos ao lado oposto da base da laje e ascendemos a montanha.

A vista começa por se restringir ao casario de Ponta do Sol.

À medida que progredimos pela estradinha estreita, mais estreita que a Estrada da Corda a que nos tínhamos habituado, ziguezagueante e de terra batida, pelo cimo das falésias sobranceiras ao Atlântico, desvendamos novos e inesperados cenários.

Uma Inesperada Visão Pecuária, acima de Ponta do Sol

Já tínhamos passado junto a um complexo de currais, pouco antes de chegarmos a Ribeira Grande. Vimo-los feitos de muros de pedra, geminados, encavalitados por um talvegue estreito acima.

Daquele alto a que a estrada nos levara, desvendamos uma outra realidade pecuária de Santo Antão. Duas enormes estruturas de cimento e pedra, preenchiam, em espelho, o quase topo de uma encosta.

Estavam divididas em dezenas de compartimentos-curral, cada qual, lar de um ou mais porcos.

Espantados pela dimensão da estrutura, detemos o carro e observamos com olhos de ver.

Donos dos animais, moradores da Ponta do Sol e arredores, alimentavam os suínos com restos, uns através dos portões gradeados, outros, mais jovens, empoleirados sobre os muros divisórios, todos eles, entregues a uma descontraída cavaqueira.

Destacados da estrada como estávamos, depressa nos avistaram.

Acenamos, gritamos um olá ao vento. Pressionados pelo entardecer, tiramos umas derradeiras fotos.

Sombra e Vertigem, no Caminho para as Fontainhas

A estrada metia-se por um recorte profundo da montanha. Contornava-o num modo oscilante e abismal que nos deixou inquietos quanto ao que o resto do caminho traria.

Derrapamos sobre a hesitação quando, do nada, um homem que há algum tempo nos estaria a controlar, surge do cimo dos currais, enfiado num fato-macaco azul. “Vão para as Fontainhas?” pergunta-nos, ofegante da correria íngreme. Levem-me até lá, por favor, que já estou atrasado e a pé demora!”

Sem que tivéssemos sequer respondido, salta para a caixa da pick up. A ideia até era abrir-lhe a porta. Quando percebe que o tentávamos corrigir, o passageiro-súbito apoquenta-nos mais um pouco. “Ah. Deixem estar. Eu, de carro, sobre aquelas ravinas, até prefiro ir aqui.”

Retomamos o caminho, com cuidados redobrados. Daí, em diante, triplicados.

Lá em baixo, avistamos praias cruas, de areia negra que o Atlântico invade, primeiro, com a espuma branca da sua fúria alísia.

Logo, com um verde que a sombra já eclipsava.

Avançamos, entre socalcos impostos às vertentes, os mais elevados, quase assomados, ressequidos.

Os restantes, quanto mais próximos do fundo do vale e do leito do rio decíduo que o preenchia, mais férteis e verdejantes.

O Casario Equilibrista e Retirado das Fontainhas

No seguimento, vemos as primeiras aglomerações de casas, assentes sobre socalcos reforçados, num equilíbrio empilhado prodigioso.

Esses lares introdutórios dão lugar ao casario inusitado das Fontainhas.

Admiramo-lo, organizado em dois blocos principais, o último, a preencher toda uma crista do relevo, mesmo se exígua, aproveitada por várias dezenas dos quase trezentos habitantes.

À data, a aldeia tinha no Bar Tchu um ponto de encontro.

Entre os seus e com os caminhantes forasteiros que cada vez mais a procuram, curiosos por testemunhar tão fascinante retiro.

Quem chega às Fontainhas a pé percebe melhor que ninguém que o desterro é mais visual que real. Malgrado o isolamento no quase fundo dos vales, a aldeia dista uns meros 2 km de Ponta do Sol.

Nos primórdios coloniais, abundavam casos, esses sim, extremos, de autoisolamento.

Em que, para garantirem protecção de piratas e outros inimigos, os colonos se refugiavam para o verdadeiro interior de territórios à mercê.

No caso dos fontainhenses, além da relativa proximidade da vila, desde sempre existiu a companhia de lugarejos próximos, também eles integrantes da freguesia de Nª Srª do Livramento:

Aranhas, Corvo, Formiguinhas, Ladeira, Lombo, Lombinho de Mar, Mane Corre, Selada, Zulinca.

E outros a que nunca foi dado nome.

A escuridão começava a apoderar-se daqueles sulcos na montanha. Sem vontade de cumprirmos o regresso na penumbra, para grande frustração fotográfica, vemo-nos forçados a antecipá-lo.

Na volta à Ponta do Sol, cruzamo-nos com moradores da vila habituados a fazer daquele percurso um exercício físico, exigente, mas deslumbrante.

Quando, por fim, descemos à planura ocre da laje, já o sol tinha caído havia muito, para trás da ponta setentrional de Cabo Verde.

Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia

Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Uma Cidade Perdida e Achada
Arquitectura & Design
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Cerimónias e Festividades
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Anoitecer no Parque Itzamna, Izamal, México
Cidades
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Sombra de sucesso
Cultura
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Gyantse, templo Kumbum
Em Viagem
Lhasa a Gyantse, Tibete

Gyantse, pelas Alturas do Tibete

O objectivo final é o Everest Base Camp tibetano. Neste primeiro trajecto, a partir de Lhasa, passamos pelo lago sagrado de Yamdrok (4.441m) e pelo glaciar do desfiladeiro de Karo (5.020 m). Em Gyantse, rendemo-nos ao esplendor budista-tibetano da velha cidadela.
Retorno na mesma moeda
Étnico
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda,
História
Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou

Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.
ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas Monumento Cap 110
Ilhas
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Picos florestados, Huang Shan, China, Anhui, Montanha Amarela dos Picos Flutuantes
Natureza
Huang Shan, China

Huang Shan: as Montanhas Amarelas dos Picos Flutuantes

Os picos graníticos das montanhas amarelas e flutuantes de Huang Shan, de que brotam pinheiros acrobatas, surgem em ilustrações artísticas da China sem conta. O cenário real, além de remoto, permanece mais de 200 dias escondido acima das nuvens.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Espectáculo Impressions Lijiang, Yangshuo, China, Entusiasmo Vermelho
Parques Naturais
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
Palmeiras de San Cristobal de La Laguna, Tenerife, Canárias
Património Mundial UNESCO
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Vilanculos, Moçambique, Dhows percorrem um canal
Praias
Vilankulos, Moçambique

Índico vem, Índico Vai

A porta de entrada para o arquipélago de Bazaruto de todos os sonhos, Vilankulos tem os seus próprios encantos. A começar pela linha de costa elevada face ao leito do Canal de Moçambique que, a proveito da comunidade piscatória local, as marés ora inundam, ora descobrem.
Glamour vs Fé
Religião
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mahu, Terceiro Sexo da Polinesia, Papeete, Taiti
Sociedade
Papeete, Polinésia Francesa

O Terceiro Sexo do Taiti

Herdeiros da cultura ancestral da Polinésia, os mahu preservam um papel incomum na sociedade. Perdidos algures entre os dois géneros, estes homens-mulher continuam a lutar pelo sentido das suas vidas.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Wadjemup, Rottnest Island, Quokkas
Vida Selvagem
Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes

No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.