Mandalay, Myanmar

Mandalay: o Cerne Cultural Birmanês


Abençoada Boleia
Monges budistas sobre um transporte da cidade de Mandalay
Último Retoque
Artesão finaliza uma estátua polida de Buda.
Templo de Mahamuni
Pagode do templo de Mahamuni
Colegas Juvenis
Colegas de um restaurante de Mandalay
Arcadas do Templo de Mahamuni
Momento sob as arcadas garridas do Templo de Mahamuni
Buda da Colina
Buda noutra forma, no cimo da Mandalay Hill
mandalay-myanmar-birmania-biciicleta-autocarro
Ciclista passa ao lado de um autocarro do tempo colonial britânico de Mandalay
Transporte Público
Passageiros de um transporte público de Mandalay
Buda de Ouro de Mahamuni
Buda de ouro do Templo de Mahamuni
Adereços para Fottografia
Cenário fotográfico na base da Mandalay Hill
Vista da Mandalay Hill
Vista do cimo da Mandalay Hill
Duo Protecção Solar
Miúdas com máscaras protectoras solar, no palácio de Shwenandaw
To-Ku e o seu taxi amarelo
O taxista To-Ku e o seu pictoresco taxi amarelo
Formação Budista
Jovens monges budistas sobre um jipe de um mosteiro de Mandalay
Tempo de Esmolas
Monges budistas em fila durante uma recolha de esmolas.
Palácio Real II
Outra perspectiva do Palácio Real de Mandalay
Edifícios do Palácio Real
Edifícios do Palácio Real de Mandalay
O Palácio Real
Panorâmica do Palácio Real
Outra torre de relógio
Torre do relógio do centro de Mandalay
Astrólogo e Palmista
Astrólogo do Templo de Mahamuni
Mandada erguer, apenas em 1857, por um rei determinado a reinar da sua própria capital, Mandalay sucumbiu às bombas lançadas pelos japoneses na 2ª Guerra Mundial. Após a independência da Grã-Bretanha, a jovem cidade recuperou o seu lugar no sopé da colina homónima e na alma dos bramás.

Dar entrada num hotel chamado Nylon, ficava bastante aquém da recompensa que merecíamos pela viagem de nove horas desde Nyaung Shwe, Lago Inle.

Foi o que tivemos.

Sentíamo-nos de tal maneira moídos de todo esse tempo aos solavancos, apertados no banco de trás do carro que a sequência dos duches quentes, o jantar e o sono bem mais longo souberam a cetim.

Dormirmos demais tem sempre o seu preço.

Por volta das 8h, acordamos sem nada estudado, sem fazermos ideia de por onde começarmos a desvendar a cidade.

Como era de esperar, lá abundavam os pagodes. Ao constatarmos a sua venerabilidade e importância decidimo-nos pelo de Mahamuni. Em boa hora.

Metemo-nos num táxi que não é um taxi qualquer.

Pelo caminho, contratamos, To-Ku, o condutor, para todo o dia.

O taxista To-Ku e o seu pictoresco taxi amarelo

O taxista To-Ku e o seu pictoresco taxi amarelo

O pagode cativa-nos por um tempo sem fim. O taxista resolve ir à nossa procura.

“Ah, já percebi. Desculpem! É que me aconteceu várias vezes fazerem a viagem, entrarem no templo e, depois desaparecerem sem pagar.”

Mandalay e o Templo Sagrado de Mahamuni

Encontramos em Mahamuni e, em redor, toda uma complexidade religiosa e comercial decorrente da vida da cidade.

O céu mantém-se limpo. O dourado das estupas intrincadas resplandece contra o azulão imaculado.

Monges e crentes cruzam o pátio, para cá e para lá, para logo se sumirem nas arcadas grenás, brancas e douradas abaixo das estupas.

Pagode do templo de Mahamuni

Pagode do templo de Mahamuni

Seguimos-lhes os passos. Lá dentro, há uma outra azáfama edificante.

Vários trabalhadores partilham andaimes e cooperam na restauração da folha-de-ouro que reveste o interior das arcadas.

Momento sob as arcadas garridas do Templo de Mahamuni

Momento sob as arcadas garridas do Templo de Mahamuni

Duas jovens funcionárias partilham um almoço antecipado. Passam por nós mais monges e noviços, nos mesmos hábitos cor-de-vinho que condizem com os ladrilhos na base do átrio.

Que lhes revelam as cabeças rapadas, as faces, braços, um ombro e os pés descalços.

Um corredor ainda dourado e grená revela-nos uma aglomeração de fiéis sentados no chão e em prece. Diante deles, está um grande buda, sentado e dourado. O seu dourado é, aliás, crescente.

Em Honra de um Buda Sábio e Crescente

Cada budista que visita o templo tem o dever de o fazer munido de folha de ouro e de a acrescentar à estátua de Mahamuni, o Grande Sábio, considerada uma das representações de Buda, das criadas em sua vida.

Destas, diz-se que duas estariam na Índia, duas no Paraíso.

Buda de ouro do Templo de Mahamuni

Buda de ouro do Templo de Mahamuni

Estima-se que a quinta, a de Mahamuni, terá sido criada no século II a.C., cerca de oito séculos após a vida de Siddartha Gautama.

Com as adições de folha-de-ouro, há muito que Mahamuni ganha volume, sobretudo as suas pernas cruzadas, a secção da representação mais acessível aos peregrinos.

Por ali, nem todo o discernimento e profecias estão entregues a Buda.

Numa arcada do lado de fora do templo, encontramos estabelecimentos geminados e replicados de astrólogos e quiromantes.

Astrólogo do Templo de Mahamuni

Astrólogo do Templo de Mahamuni

Confrontados com uma falta comunal de pacientes, os seus agentes tagarelam, lado a lado, sentados em cadeiras de plástico.

Regressemos a Buda e ao que é de Buda. To-ku, o taxista, assume-se guia.

Tantos outros Budas, Dourados e Não Só

Ali em volta, revela-nos uma série de oficinas criadoras de figuras de Buda, todas elaboradas por artesãos especializados.

Artesão finaliza uma estátua polida de Buda.

Artesão finaliza uma estátua polida de Buda.

Encontramo-las áureas, à imagem da representação sagrada de Mahamuni.

Admiramos artífices esculpirem-nas em pedra branca, e jovens mulheres munidas de panos molhados, a limparem o pó das estatuetas, entre dezenas de exemplares terminados.

Como sempre acontece, nestes casos, um dono do negócio, ou capataz, refastelado num cadeirão, supervisiona o empenho dos empregados.

Por fim, resolvemos passar do reduto religioso ao político. Pedimos a To-ku para nos levar ao Palácio Real.

O guia devolve-nos ao âmbito budista: “lá mesmo ao lado há o templo de Shwenandaw, todo em madeira. É muito bonito. Deviam começar por aí.”

Assim que chegamos e o vemos pela frente, alegramo-nos por termos aceitado a sugestão.

Miúdas com máscaras protectoras solar, no palácio de Shwenandaw

Miúdas com máscaras protectoras solar, no palácio de Shwenandaw

O Grande Templo de Teka de Shwenandaw

Todo feito de teca, trabalhado e rendilhado até mais não, com vários níveis, torres e uma série de narrativas de mitos budistas talhados nas paredes e no tecto, o edifício revela-se um incrível tesouro da arquitectura tradicional birmanesa em que quase nos custa a acreditar.

Não é, todavia, apenas o edifício intrincado que nos seduz.

Envolve-o uma floresta de mangueiras e outras árvores que lhe conferem uma atmosfera ainda mais orgânica. Quando o circundamos, à descoberta, damos com os aposentos dos monges noviços lá acolhidos.

Quatro deles vêm ao nosso encontro. A interacção que se segue é limitada por pouco ou nada falarem além do seu birmanês.

Acabamos por os fotografar, ajustados sobre a dianteira de um velho jipe verde, tão antigo que nos atrevíamos a apostar que o teriam deixado na Birmânia os seus ex-colonos britânicos.

Jovens monges budistas sobre um jipe de um mosteiro de Mandalay

Jovens monges budistas sobre um jipe de um mosteiro de Mandalay

Apesar do visual orgânico e escurecido pela oxidação, o templo de Shwenandaw é bem mais recente que muitos outros, sobretudo em redor de Mandalay e das cidades reais que a antecederam.

Thibaw e Mindon. A Dinastia Min Fundadora de Mandalay

Mandou-o construir o rei Thibaw Min, o derradeiro monarca pré-colonial (e, em geral) da Birmânia. Thibaw era dado a crendices e afins.

O propósito fulcral do templo terá sido eliminar o espírito do seu pai, Mindon Min. Thibaw ordenou, assim, o deslocamento dos aposentos do progenitor, pouco antes de este falecer, em Outubro de 1878.

Thibaw habituou-se a usar o novo templo como um refúgio de meditação. Decorridos sete anos, o exército britânico invadiu Mandalay. Obrigou Thibaw a abdicar desse templo e do trono. E a exilar-se em Ratnagiri, na Índia Britânica.

Apesar da sua intrincada sumptuosidade, Shwenandaw não passou de uma obra menor.

Instantes depois, damos entrada no Palácio Real da cidade, a razão de ser sumptuosa, real e religiosa de Mandalay.

Panorâmica do Palácio Real

Panorâmica do Palácio Real

Após a sua ascensão ao trono, o rei Mindon decidiu fundar a sua própria capital monárquica.

Com os fundos da coroa drenados por nova derrota na segunda guerra Anglo-Birmanesa, Mindon decidiu transferir o palácio real de Amarapura para o sopé da colina de Mandalay, em boa parte, sobre o dorso de elefantes.

A escolha do lugar teve que ver com a sua fé budista.

Os birmaneses acreditavam que Buda já tinha estado no cimo da colina.

De acordo, Mindon decretou que o palácio lá devia ser erguido, diz-se que também como forma de celebrar os 2400 anos de Budismo no Mundo.

Compõem-no uma catadupa de telhados, pináculos e coruchéus de que se projecta, acima da sala do Trono Leão, tal qual foguetão dourado, um telhado pyatthat com sete níveis aguçados.

Outras torres secundárias, servem e embelezam o complexo.

Partilhamos o cimo da do relógio e a sua vista desafogada com dois monges budistas em evasão.

A torre relógio do Palácio Real de Mandalay

A torre relógio do Palácio Real de Mandalay

Protege-o Palácio Real, a toda a volta, muralhas amplas e um fosso com mais de 60 metros de largura.

Estas defesas pouco fizeram contra o poder dos britânicos que não desistiam de conquistar a Birmânia.

Durante a Terceira guerra Anglo-Birmanesa, num ápice, os invasores conquistaram, pilharam o palácio e levaram boa parte dos seus itens valiosos para Londres.

Como vimos atrás, foi já Thibaw, o rei sucessor, quem foi expulso do palácio.

À Conquista da Colina Suprema de Mandalay

Também o abandonamos, determinados a seguirmos os passos de Buda e a conquistarmos a Colina de Mandalay.

A elevação mantém-se de tal maneira sagrada que, à image de todos os visitantes, nos obrigam a subi-la descalços.

À partida, não viria daí mal maior. Só que os trilhos e escadarias são íngremes e, tal como os pátios dos templos no topo, de cimento ou mosaico.

Durante todo o dia, estes materiais aquecem sob o sol escaldante. Com as mochilas pesadas às costas, a peregrinação depressa se torna uma tortura.

Cenário fotográfico na base da Mandalay Hill

Cenário fotográfico na base da Mandalay Hill

Tentamos abstrair-nos. Distrair-nos com as curiosidades que o lugar revelava.

Uma mãe e filho a posarem num posto de fotografia decorado com corações, acima de um sortido de flores.

Uma grande estátua de Buda, dourada, claro está, mas que exibe o grande sábio magro e de pé, e que traja uma túnica que lhe confere um visual efeminado.

Buda noutra forma, no cimo da Mandalay Hill

Buda noutra forma, no cimo da Mandalay Hill

Estávamos naquela descoberta de Mandalay já nem sabíamos há quantas horas.

Quando damos a volta ao edifício ladrilhado que abrigava a estátua, deslumbra-nos o panorama imenso da planície urbanizada, com a linha distante do rio Irrawaddy a reflectir o rosado do sol poente.

Mandalay, a Nova Capital que Sobreviveu à 2ªGuerra Mundial

Boa parte da cidade que envolvia a colina e que lhe havia adaptado o nome, foi arrasada durante o pior dos conflitos, a 2ª Guerra Mundial. Primeiro, pelos bombardeamentos e incursões dos japoneses que ocuparam a cidade de 1942 a 1945.

Em 1945, pelos Aliados, prestes a derrotar o Império Nipónico.

Neste vaivém bélico, cerca de três quartos de Mandalay foram arrasados, incluindo quase todo o Palácio Real, que os japoneses haviam transformado num depósito militar.

A Mandalay que explorávamos havia dias e que admirávamos por diante era uma versão reconstruída, aprimorada depois de a Birmânia ter garantido a independência da Grã-Bretanha, em 1948.

Vista do cimo da Mandalay Hill

Vista do cimo da Mandalay Hill

Ficamos a acompanhar o crepúsculo. Tínhamos o plano de regressarmos ao sopé ainda antes da penumbra.

Num ápice, a dor de pés agravada pela descida faz-nos cair na real.

Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio - Entre o Gelo e o Calor do Atacama

Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
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Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
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Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
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De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

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Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
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Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Étnico
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Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Acre, Fortaleza dos Templários, Israel, Doces crocantes
História
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Zanzibar, ilhas africanas, especiarias, Tanzania, dhow
Ilhas
Zanzibar, Tanzânia

As Ilhas Africanas das Especiarias

Vasco da Gama abriu o Índico ao império luso. No século XVIII, o arquipélago de Zanzibar tornou-se o maior produtor de cravinho e as especiarias disponíveis diversificaram-se, tal como os povos que as disputaram.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
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Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Walvis Bay, Namíbia, baía, dunas
Natureza
Walvis Bay, Namíbia

O Litoral Descomunal de Walvis Bay

Da maior cidade costeira da Namíbia ao limiar do deserto do Namibe de Sandwich Harbour, vai um domínio de oceano, dunas, nevoeiro e vida selvagem sem igual. Desde 1790, que a profícua Walvis Bay lhe serve de portal.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Caldera del Corazoncillo
Parques Naturais
PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
no Palco, Antigua, Guatemala
Património Mundial UNESCO
Antigua, Guatemala

Guatemala Hispânica à Moda Antigua

Em 1743, vários sismos arrasaram uma das cidades coloniais pioneiras mais encantadora das Américas. Antigua regenerou-se mas preserva a religiosidade e o dramatismo do seu passado épico-trágico.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Dunas da ilha de Bazaruto, Moçambique
Praias
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Religião
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Nissan, Moda, Toquio, Japao
Sociedade
Tóquio, Japão

À Moda de Tóquio

No ultra-populoso e hiper-codificado Japão, há sempre espaço para mais sofisticação e criatividade. Sejam nacionais ou importados, é na capital que começam por desfilar os novos visuais nipónicos.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Pisteiro San em acção na Torra Conservancy, Namibia
Vida Selvagem
Palmwag, Namíbia

Em Busca de Rinocerontes

Partimos do âmago do oásis gerado pelo rio Uniab, habitat do maior número de rinocerontes negros do sudoeste africano. Nos passos de um pisteiro bosquímano, seguimos um espécime furtivo, deslumbrados por um cenário com o seu quê de marciano.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.