Elalab, Guiné Bissau

Uma Tabanca na Guiné dos Meandros sem Fim


Elalab Vista do Ar II
Elalab, vista aérea, Guiné Bissau
Sorriso Iluminado
Mulher de Elalab, junto a uma lagoa verdejante, Guiné Bissau
Os Retalhos de Elalab
Secção da tabana de Elalab, cercada de arrozais
Por Casa
Irmãos à porta de uma casa de Elalab
Bolanha Encharcada
Palmeiras atrás de uma bolanha e arrozal, Elalab
Verde-Elalab
Cabanas à beira de uma lagoa, em Elalab
A Caminho
Mulher num trilho de Elalab,
Casa Nova
Homens de Elalab constroem uma nova casa
Âmago de Elalab
Cabanas da tabanca de Elalab
Arroz aos Molhos
Molhos de arroz completo, ainda em planta, Elalab
Escolha Criteriosa
Mulher escolhe arroz produzido em Elalab,
Aconchego do Fim do Dia
Crianças aquecem-se junto a uma fogueira no limiar de Elalab
Bando Organizado
Grupo de miúdos na margem de um charco verdejante, Elalab
Tarefa Pesada
Anciã com cesta sobre a cabeça, Elalab
Modo Multifunções
Anciã escolhe arroz ao telefone, em Elalab
Trio Colorido
Mulheres de Elalab, em vestidos africanos exuberantes, Guiné Bissau
Penteado Complicado
Jovem acerta o seu pouco penetrável cabelo, em Elalab
Uma Vida Equilibrada
Mulheres da tabanca de Elalab, ao fim da tarde
Gado Malhado
Vacas junto a arrozal, Elalab, Guiné Bissau
De Volta ao Rio
Moradores de Elalab, empurram uma canoa sobre a lama
São incontáveis os afluentes e canais que, a norte do grande rio Cacheu, serpenteiam entre manguezais e encharcam terras firmes. Contra todas as dificuldades, gentes felupes lá se instalaram e mantêm povoações prolíficas que envolveram de arrozais. Elalab, uma delas, tornou-se uma das tabancas mais naturais e exuberantes da Guiné Bissau.

Damos por encerrada a exploração de Cacheu, a povoação e fortaleza colonial e esclavagista portuguesa. Continuarmos o périplo pela Guiné Bissau implicava passarmos para a margem oposta do rio Cacheu.

Cumprimo-lo a bordo de uma “canoa” tradicional prestes a zarpar do molhe da povoação. O tempo de espera, foi o do carregamento de tudo um pouco, até ao fundo da embarcação ficar preenchido e nos sobrar uma das traves estruturais em que, à imagem das sacas de arroz e restante carga, os passageiros se instalam.

Cruzamos o Cacheu apenas umas poucas centenas de metros, na diagonal. O homem do leme enfia a embarcação no rio São Domingos, um afluente.

Percorremo-lo, contracorrente, até darmos com o limiar sul da São Domingos cidade. Cumprido um desembarque lodoso, caminhamos até ao terminal de toca-tocas. Metemo-nos no primeiro que partia rumo a Varela. Saímos 16 km antes, em Susana.

Durante quase duas horas de estrada poeirenta, falhamos em contactar Mário Sungo, o anfitrião da tabanca que almejávamos. Por fim, já em Susana, com dois jovens moto-táxis prontos para nos levarem ao braço de rio que dá acesso ao rio Defename, Mário atende.

Confirma o transbordo que faltava. Num exercício de equilíbrio, sobre as motorizadas “Made in China” que, preservavam semi-embrulhadas nos plásticos pré-venda, os dois rapazes deixam-nos à beira do canal.

Mário estava por chegar. Admiramos as bolanhas em redor, com a época das chuvas mais que vencida, a secarem a olhos vistos.

Palmeiras atrás de uma bolanha e arrozal, Elalab

Faz um calor condizente. Sentimo-nos batidos pela dureza das pirogas, dos toca-tocas e das pseudo-estradas esburacadas.

Navegação por Canal e Rumo ao Rio Defename

Deitamo-nos à sombra de um abrigo de pau e palha por ali improvisado, com as cabeças sobre as mochilas.

Uma senhora que aparece do nada, ou da vastidão das bolanhas junta-se-nos. Também ia para Elalab. Não se importava de esperar connosco, até que Mário aparecesse.

Mário irrompe do canal. Acompanham-no dois outros adultos, seis miúdos e um bezerro pardo, intrigado com a razão de ser do passeio fluvial. Saudamos Mário e a comitiva.

Logo, embarcamos. A senhora sobe para uma canoa estreita. Ganha-nos avanço canal abaixo.

Motorizados, apanhamo-la num ápice.

Mulher de Elalab a bordo de uma canoa tradicional, Guiné Bissau

Instantes depois, damos entrada no rio Defename, outro dos afluentes do rio Cacheu, que ao Cacheu se junta na iminência da foz.

A certo ponto, avistamos um crocodilo pequeno, que recarregava baterias ao sol. “Então, afinal, ainda existem crocodilos por aqui, perguntamos, surpreendidos.” Mário esclarece-nos. “Eles vão aparecendo, mas as pessoas não lhes dão grandes hipóteses.”

No rio São Domingos, havia uns bem grandes, com cinco ou seis metros.

Só que, em 2016, mataram dois homens. A população fez tudo para os exterminar, contra a vontade do IBAP (Instituto da Biodiversidade e das Espécies Protegidas). Mesmo assim, continuam a aparecer.”

O Ansiado Desembarque em Elalab, Guiné Bissau

Vencemos outro meandro.

A canoa faz-se a nova margem lodosa, entre tarrafes. Por fim, estamos em Elalab.

Mário Sunga puxa um bezerro de um barco, Elalab

Mário passa o bezerro e a carga para terra.

Conduz-nos às cabanas de ecoturismo e acolhimento, projectadas pelo colectivo portuense de arquitectura M.E.L., erguidas na tabanca com recurso a materiais locais e respeito pela tradição nativa de construir.

Instalamo-nos. Reacertamos agulhas e recuperamos o fôlego.

Entusiasmados pela beleza dos cenários desde Susana, saímos à descoberta de Elalab.

Logo ao lado, entre um clã de embondeiros ainda folhados e uma bolanha alagada, miúdos disputam uma pelada aguerrida.

Grupo de miúdos na margem de um charco verdejante, Elalab

Outros, deambulam numa espécie de batalhão de diversão.

Vagueiam, por ali, porcos, galinhas e vacas, receosos de cruzarem o espaço sagrado entre balizas.

Vacas junto a arrozal, Elalab, Guiné Bissau

Também o contornamos.

Elalab acima, quase sempre entre Arrozais

Até que nos metemos num trilho que progride entre cabanas paliçadas, apontados o que nos parecia o extremo oposto da povoação.

Cabanas da tabanca de Elalab

O núcleo habitacional em que tínhamos desembarcado abre para uma planura. Caminhamo-la, entre minifúndios de arrozais de sequeiro, com as plantas altas.

Cruzamo-nos com moradores que se moviam e agiam em função do arroz.

Molhos de arroz completo, ainda em planta, Elalab

Uns, cortavam molhos de de arroz inteiro para cestos de verga.

Outros, embrulhavam tapetes recém-limpos de cascas e palhinhas.

Outros ainda, de regresso aos lares, equilibravam, sobre a cabeça, cestos, tapetes e utensílios afins.

Mulheres da tabanca de Elalab, ao fim da tarde

O Conflito entre o Tradicional e o Moderno

Adiante, damos com novo núcleo habitacional.

Uns poucos homens combinam esforços na construção duma nova cabana de adobe, destinada ao irmão de Rui, um dos chefes da tabanca.

Conversa puxa conversa, Rui diz-nos que a vão cobrir com chapa, já não com a palha ainda predominante em Elalab. “Sim, nós sabemos que vocês visitantes da fotografia e assim, ficam desapontados, mas, para nós, a palha é uma carga de trabalhos e de despesa.

Temos que a mudar de três em três anos.

Homens de Elalab constroem uma nova casa

Depois, nem sequer existe nesta zona. Temos que a comprar, em Susana, e pagar o transporte. Já a chapa, colocamo-la e dura a vida toda.”

Agradecemos-lhes a gentileza. Prosseguimos para o norte da vasta Elalab. Passamos por uma igreja simples, que identifica e propaga a fé cristã da tabanca.

A Controvérsia dos Diolas vs Felupes e as Suas Fés

Perguntamos a Mário Sunga se, entre os mais de 430 moradores de Elalab co-habitavam muçulmanos, como nos lembrávamos de acontecer em Uite, principal povoação da ilha bijagó de Orangozinho.

Íamos informados de que Elalab era uma tabanca de étnica Felupe.

Anciã com cesta sobre a cabeça, Elalab

Mário Sunga discordava. “Isso dos Felupes foi uma invenção dos portugueses.

Nós somos Diolas, como boa parte da gente do norte da Guiné Bissau e Casamansa.”

Sem desrespeito pela sua opinião, provou-se quase consensual a necessidade de distinguir os Felupes dos Diola em geral.

Mulheres de Elalab, em vestidos africanos exuberantes, Guiné Bissau

Elalab, Guiné Bissau: a Combatividade Histórica da sub-Etnia Felupe

Durante a Guerra Colonial, muitos Felupes alinharam com o lado português.

Por estes lados, a resistência guineense refugiava-se na Casamansa senegalesa. A partir de lá, levava a cabo ataques de guerrilha a posições e movimentações dos portugueses.

Após a independência da Guiné Bissau, os Felupes apoiantes dos Portugueses viram-se em apuros. A ameaça do ajuste de contas às mãos dos homens do PAIGC obrigou-os a refugiarem-se em Casamansa. Quando, após um golpe de estado, Nino Vieira se instalou no poder, viabilizou uma reconciliação das diversas etnias da Guiné, fosse qual fosse o lado por que tinham lutado.

Nessa altura, milhares de Felupes voltaram a cruzar para sul da fronteira. A maior parte reinstalou-se em São Domingos e em redor da cidade que “une” a Guiné Bissau a Casamansa e ao Senegal, em vez de nas tabancas em que antes habitavam.

Os felupes aceitaram, todavia, muito do que os portugueses legaram.

Na sua génese, eram animistas. Com o tempo, abraçaram o Islão e, à imagem de Elalab, o Cristianismo. O espírito aguerrido, esse, nunca o perderam. Chegamos à linha lateral de outro campo de futebol arenoso.

Nem de propósito, um grupo de crianças desafia-se e luta sobre a areia. A partir do momento em que detectam a atenção de forasteiros, com vigor redobrado. Fotografamo-los e filmamo-los por algum tempo, ao pôr-do-sol e já sob a luz magenta e lilás do arrebol.

A temperatura desce. Gera arrepios na miudagem. Uns poucos adultos que se mantêm de olho nas crianças, acendem uma fogueira atrás de uma das balizas.

Aos poucos, até os mini-lutadores se deixam seduzir pelo afago do fogo e do convívio.

Juntamo-nos.

O tempo possível até evitarmos um regresso aos aposentos, aos tropeções.

Crianças aquecem-se junto a uma fogueira no limiar de Elalab

Pelas nove da noite, Mário Sunga prenda-nos com galinha cafriela com massinha fina.

Já menos ocupado, janta connosco. Tagarelamos até quase às dez e meia. Desde as sete da manhã que não parávamos. Sabíamos que Mário também queria parte do fim do dia junto dos seus.

De acordo, despedimo-nos por essa noite.

Salvaguardados os múltiplos carregamentos de baterias do equipamento, esticada a rede mosquiteira e uns poucos outros procedimentos, caímos redondos.

Novo Dia, a mesma Elalab Atarefada

Raia a aurora. Sobre as sete, voltamos a sair para a tabanca.

Tão cedo que ainda apanhamos moradores, ensonados, a deixarem os lares ou a inaugurarem as tarefas do dia.

Anciã escolhe arroz ao telefone, em Elalab

A maior parte seguia para as suas terras.

As terras ribeirinhas de Elalab estão, desde há algum tempo, ameaçadas pela indefinição das épocas climáticas desta região e, sobretudo, pela subida do nível do mar que invade rios e canais, passa sobre diques e aniquila os arrozais.

Vista aérea de Elalab, Guiné Bissau

Vulneráveis aos caprichos do clima e não só, as gentes de Elalab apostaram em diversificar.

Mário concorda em nos mostrar uma das produções alternativas.

Moradores de Elalab, empurram uma canoa sobre a lama

Voltamos a enfrentar o lodaçal em que tínhamos desembarcado na tabanca. Embarcamos numa canoa tradicional estreita e tão rasa que não admitia movimentos descoordenados.

Quase imóveis, cruzamos o Defename sem incidentes.

Viveiro de ostras, rio Defename, Elalab, Guiné Bissau

Ostras: outra Fonte de Rendimento Concedida pelos Tarrafes

Mário revela-nos viveiros de ostras, feitos de troncos e cordas, expostos acima da água, mas ao alcance da maré cheia.

A sua venda a restaurantes, hotéis e afins representa um rendimento extra com que Elalab se habitou a contar, enquanto a oportunidade perdurar.

Quase tudo, por estes lados, é de marés. A propícia à navegação de volta a Susana aproximava-se.

Como a visita a Varela, a derradeira paragem antes de cruzarmos a fronteira de São Domingos para o Senegal.

Cabaceiras geram silhuetas, contra o ocaso em Elalab

Como Ir:

Voo Lisboa – Guiné Bissau

Euroatlantic Airways: flyeuroatlantic.pt, partir de 700€. 

Reserve a sua visita a Elalab contactando a

Elalab Ecoturismo:  Mário Sungo, Whats App: +245 966673443

ou através da

Kalmasoul: https://kalmasoul.com/    Whats App:  (+245) 965 100 583

Ilha Kéré, Bijagós, Guiné Bissau

A Pequena Bijagó que Acolheu um Grande Sonho

Criado na Costa do Marfim, o francês Laurent encontrou, no arquipélago das Bijagós, o lugar que o arrebatou. A ilha que partilha com a esposa portuguesa Sónia, aceitou-os e ao afecto que sentiam pela Guiné Bissau. Há muito que Kéré e as Bijagós encantam quem os visita.
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Cruzeiro Africa Princess, 1º Bijagós, Guiné Bissau

Rumo a Canhambaque, pela História da Guiné Bissau

O Africa Princess zarpa do porto de Bissau, estuário do rio Geba abaixo. Cumprimos uma primeira escala na ilha de Bolama. Da antiga capital, prosseguimos para o âmago do arquipélago das Bijagós.
Bubaque, Bijagós, Guiné Bissau

O Portal das Bijagós

No plano político, Bolama subsiste capital. No âmago do arquipélago e no dia-a-dia, Bubaque ocupa esse lugar. Esta cidade da ilha homónima acolhe a maior parte dos forasteiros. Em Bubaque se encantam. A partir de Bubaque, muitos se aventuram rumo a outras Bijagós.
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Cruzeiro Africa Princess, 2º Orangozinho, Bijagós, Guiné Bissau

Orangozinho e os Confins do PN Orango

Após uma primeira incursão à ilha Roxa, zarpamos de Canhambaque para um fim de dia à descoberta do litoral no fundo vasto e inabitado de Orangozinho. Na manhã seguinte, navegamos rio Canecapane acima, em busca da grande tabanca da ilha, Uite.
Varela, Guiné Bissau

Praia, derradeiro Litoral, até à Fronteira com o Senegal

Algo remota, de acesso desafiante, a aldeia pacata e piscatória de Varela compensa quem a alcança com a afabilidade da sua gente e com um dos litorais deslumbrantes, mas em risco, da Guiné Bissau.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Cidades
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Garranos galopam pelo planalto acima de Castro Laboreiro, PN Peneda-Gerês, Portugal
Cultura
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Em Viagem
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Étnico
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
História
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Porto Rico, San Juan, Cidade muralhada, panoramica
Ilhas
San Juan, Porto Rico

O Porto Rico e Muralhado de San Juan Bautista

San Juan é a segunda cidade colonial mais antiga das Américas, a seguir à vizinha dominicana de Santo Domingo. Entreposto pioneiro da rota que levava o ouro e a prata do Novo Mundo para Espanha, foi atacada vezes sem conta. As suas fortificações incríveis ainda protegem uma das capitais mais vivas e prodigiosas das Caraíbas.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Inverno Branco
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Santiago, ilha, Cabo Verde, São Jorge dos Órgãos
Natureza
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Cumbre Vieja, La Palma, erupção, Tsunami,Um Apocalipse Televisionado
Parques Naturais
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Robben Island Ilha, Apartheid, África do Sul, Pórtico
Património Mundial UNESCO
Robben Island, África do Sul

A Ilha ao Largo do Apartheid

Bartolomeu Dias foi o primeiro europeu a vislumbrar a Robben Island, aquando da sua travessia do Cabo das Tormentas. Com os séculos, os colonos transformaram-na em asilo e prisão. Nelson Mandela deixou-a em 1982, após dezoito anos de pena. Decorridos outros doze, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Praia Balandra, México, Baja Califórnia, vista aérea
Praias
Playas Balandra e El Tecolote, Baja California Sur, México

Tesouros Balneares do Mar de Cortés

Proclamada, amiúde, a praia mais bonita do México, encontramos na enseada recortada de playa Balandra um caso sério de exotismo paisagístico. Em duo com a vizinha playa Tecolote, revela-se uma das beira-mares realmente imperdíveis da vasta Baixa Califórnia.
Mosteiro de Tawang, Arunachal Pradesh, Índia
Religião
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Sociedade
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Vida Selvagem
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.