Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas


Saint Pierre em fogo
Panorâmica de Saint-Pierre ao lusco-fusco.
De saída
Crentes deixam a Catedral de Saint Pierre.
Saudação Religiosa
Condutora de um autocarro que trouxe dezenas de fiéis a um encontro mariano em Saint Pierre.
Missa II
Fiéis durante uma missa mariana na catedral da cidade.
Notre Dame de Bon Port
Estátua da Notre Dame de Bon Port abençoa Saint Pierre e os seus pescadores e navegadores.
Sob observação
Visitantes da montanha Pelée observam a encosta do vulcão.
Missa
Crente reunidas em branco durante uma missa na catedral de Saint Pierre.
Casario Saint Pierre
Casario de Saint Pierre, com a catedral homónima enferrujada em destaque.
De saída II
Crentes deixam a igreja no fim de uma homília, parte do encontro mariano a ter lugar na catedral de Saint Pierre.
Em caso de chuva, em caso de sol
Betty Moustin, uma crente mariana desce de um miradouro sobre Saint Pierre, abençoado com a estátua da virgem.
As Horas que São
Velho relógio da biblioteca de Saint Pierre.
Repasto sem cerimónias
Duas fiéis almoçam numa pausa de um encontro mariano em Saint-Pierre.
Notre Dame de Bon Port II
Estátua da Virgem Maria, reconstruída depois de ter sido destruída pela erupção do vulcão Pelée.
O vulcão Pelée
A montanha vulcão Pelée que, em 1900, arrasou Saint-Pierre.
Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.

Um percurso fotogénico, repleto de curvas, contracurvas e paragens espontâneas para contemplação dos cenários tropicais luxuriantes tinha-nos retido demasiadas vezes e atrasado sem remédio.

O dia já se esgotava quando chegamos finalmente ao início do trilho que conduzia à cratera do vulcão, então escondida por detrás de um manto de nuvens brancas e baixas.

Uns poucos caminhantes regressavam extenuados daquelas alturas veladas e entregavam-se a repastos salvadores no bar instalado junto ao parque de estacionamento. Outros, em óbvio improviso, tentavam perceber se ainda estavam a tempo de subir.

visitantes monte pelee, saint pierre, martinica, antilhas francesas

Visitantes da montanha Pelée observam a encosta do vulcão.

Seguimos um casal que recorre a binóculos para desvendar de que eram feitas aquelas alturas. Como eles, decidimos adiar a expedição. Conhecíamos a fama aterrorizador das víboras da Martinica. Ainda assim, ficamos a explorar a encosta húmida em que a erva alta e restante mato tinham subsumido qualquer sinal de lava.

Pouco depois, regressamos à estrada serpentina, contornamos o sopé amplo da montanha e apontamos a Fort-de-France.

A manhã trás o sol escaldante de volta sobre a capital mas também o desejado fim-de-semana. Uma banda de rua ocupa um recanto sombrio junto a um centro comercial incaracterístico e anima a praça com as suas vozes em coro, uma bateria sincronizada de jambés e outros instrumentos de percussão.

Conjunto San Chénn, Fort de France-Martinica, Antihas Francesas

Banda San Chénn toca numa rua de Fort-de-France.

Descobrimos que são os San Chènn. Nunca os interpelamos mas, pelo nome, depreendemos que têm como móbil a celebração da cultura nativa da ilha e, mais que isso, da libertação dos escravos da longa sujeição aos colonos franceses que, duas semanas depois, ali teria a sua efeméride.

Ludger Cylbaris, nascera, em 1875, quase três décadas depois de o governador Victor Schoelcher ter assinado a abolição da escravatura no território. Gozava, portanto, de uma autonomia existencial até há alguns anos impensável.

Mas num de tantos dias de álcool excessivo em Saint-Pierre, envolveu-se num conflito com um conterrâneo que feriu com uma faca. Foi condenado a um mês de prisão. Próximo do termo da pena, escapou-se.

De novo capturado, viu a pena aumentada em oito dias. Ironia das ironias, este agravamento do castigo, haveria de o salvar de um fim trágico e de o promover ao estatuto de herói excêntrico e atarantado da comunidade afro predominante na província francesa ultramarina.

Explicava-se, assim, porque os San Chènn repetiam o seu nome vezes sem conta, como parte do refrão de uma canção que o retrata e imortaliza. Continuava, no entanto, a faltar-nos a descoberta da povoação em que vivera e o episódio mais escaldante da sua existência de cobaia do destino.

Avançamos para norte, quase sempre com a costa oeste do Mar das Caraíbas à vista e por um litoral encurtado por encostas abruptas. Saint-Pierre não tardaria.

O bafo tropical aperta mais que nunca quando chegamos à entrada da cidade. Ignoramos a brisa litoral e metemo-nos por uma ladeira que uma placa perdida na vegetação confirmava conduzir-nos a um semi-promontório.

Peregrinas, Saint pierre-martinica, Antilhas francesas

Crente cristã percorre parte da rampa que conduz ao mirador Notre Dame de Bon Port.

Só chegamos a meio-caminho quando temos que interromper a marcha esforçada do carro. Um pelotão de senhoras faladoras em trajes alvos de eucaristia desce e bloqueia a estrada.

Betty Moustin, pergunta-nos se vamos ao miradouro: “Nós vimos agora de lá. É um lugar especial”, assegura-nos, sorridente, como se inspirada por uma visão.

Estávamos em Maio. Percebemos que faziam parte de uma peregrinação Mariana à cidade e que regressavam de rezar naquele cimo. Completamos a ascensão. Um derradeiro trilho ervado e descendente conduz-nos à plataforma.

Dali, a montanha Pelée mais distante e a baía preenchida pelo Mar das Caraíbas delimitavam um cenário inolvidável.

Casario, Saint pierre, Martinica, antilhas francesas

Casario de Saint Pierre, com a catedral homónima enferrujada em destaque.

Pelo meio, afirmava-se, rejuvenescido, o casario avermelhado e branco de Saint-Pierre, entre o areal cinzento que a povoação tomou de assalto e a arriba frondosa oposta.

O fascínio provou-se instantâneo mas prolongado. Concordamos que uma pintura como aquelas tinha que ser apreciada sob luz condigna. Prometemos regressar em boa hora e descemos de volta ao âmago da cidade.

Crentes Catedral, Saint pierre, Martinica, Antilhas fFrancesas

Crentes deixam a Catedral de Saint Pierre.

Centenas de devotos circulam em redor da catedral e entre o templo e uma casa comunal que lhes serve refeições e um convívio religioso. Pouco depois, tem início uma missa.

A igreja enche-se de fiéis de todas as partes da Martinica que combatem o calor com lenços, leques e outros abanicos de recurso.

fieis na missa, saint pierre, martinica, antilhas francesas

Fiéis durante uma missa mariana na catedral da cidade.

Apesar do vestido verde-garrido afro e do turbante amarelo-torrado que a coroa e destaca da multidão,

Fedia, também tem a sua função no evento: “porque é que estou tão colorida? Pois… pode não parecer mas sou motorista e gosto de alegrar os meus passageiros. Trouxe um autocarro cheio de crentes de Sainte Marie até cá. Agora estou à espera para os levar de volta”.

condutora autocarro, saint pierre-martinica, antilhas francesas

Condutora de um autocarro que trouxe dezenas de fiéis a um encontro mariano em Saint Pierre.

Só recuando mais de 100 anos poderíamos encontrar uma Saint-Pierre tão exuberante e ocupada. Quando visitamos as ruínas da cela que reteve Cylbaris, confrontamo-nos com a calamidade sofrida pela antiga capital da Martinica e com a sorte reservada para o prisioneiro.

No virar do século XX, a montanha Pelée era considerada um vulcão adormecido mesmo se, desde 1889 e, em especial em Abril de 1902, se verificava alguma actividade de fumarolas sulfídricas na cratera.

A partir do fim do mês, a montanha impôs vários caprichos geológicos. Projectou pequenas amostras de cinzas, depois rochas, produziu tremores de terra, fez o mar recuar 100 metros, para logo retornar à linha de água normal, entre várias outras manifestações.

Finalmente, na manhã de 8 de Maio, dia da Ascensão, os habitantes observaram incandescências no cume do vulcão.

monte pelée, saint pierre, martinica, antilhas francesas

A montanha vulcão Pelée que, em 1900, arrasou Saint-Pierre.

O operador de telégrafo transmitiu, no entanto, a Fort-de-France um relatório sem qualquer desenvolvimento que terminou com “Allez”, com o que, às 7h52, passou a palavra ao interlocutor. No momento seguinte, a linha foi cortada.

Os tripulantes de um barco de reparação do telégrafo testemunharam o que se passou. Uma nuvem ardente negra densa espalhou-se na horizontal, a partir do sopé do vulcão.

Uma segunda, monstruosa, em forma de cogumelo e composta de poeiras, vapores, cinzas e gases vulcânicos foi visível a 100km de distância. Mais tarde, calculou-se que a velocidade inicial de ambas teria sido de quase 670 km/hora. A temperatura, no interior, ascendeu aos 1000º.

Saint-Pierre sucumbiu àquele inferno regurgitado das profundezas da Terra. Das pessoas que estavam na cidade, 28.000, a quase totalidade dos habitantes, pereceu.

Mas, como narra o tema popular entoado pelos San Chènn, Ludger Cylbaris não foi uma delas.

Protegido pelos muros amplos da cela sem janelas que o retinha, o prisioneiro foi socorrido passados três dias, por um homem de Morne-Rouge que ouviu os seus gritos. Sofrera queimaduras dolorosas no corpo mas resistia.

O evento depressa correu o mundo. Assim se propagou também a fama do felizardo Cylbaris que, pouco depois, seria recrutado pelo circo norte-americano Barnum, para se exibir e às suas queimaduras, em digressão internacional, como o único sobrevivente milagroso da catástrofe.

Veleiro ancorado, Saint pierre-martinica, Antilhas Francesas

Veleiros ancorados ao largo de Saint Pierre.

À época, Saint-Pierre era a capital económica da Martinica e das Antilhas.

O comércio do açúcar atraía barcos de todo o mundo à sua enseada e os proveitos daí decorrentes financiaram uma das primeiras redes de iluminação urbana eléctrica das Américas, um trólei puxado por cavalos, um teatro com 800 lugares, um jardim botânico e um porto hiperactivo.

Nuns poucos minutos, a montanha elegante que há muito convivia com a cidade reduziu-a a escombros e a carvão.

Tal como planeado, quando a tarde começa a encerrar-se voltamos a subir ao miradouro e a submeter-nos à supervisão altiva da estátua da Notre Dame du Bon Port, também ela derrubada e afastada do seu lugar original pela erupção e mais tarde colocada naquele pedestal elevado como que para preservar a cidade de nova hecatombe.

estatua notre dame bon port, saint pierre, martinica, antilhas francesas

Estátua da Notre Dame de Bon Port abençoa Saint Pierre e os seus pescadores e navegadores.

Alguns anos depois da destruição, os habitantes que estavam ausentes e outros forasteiros uniram esforços para recuperar os primeiros edifícios. Com o passar do tempo, a estrutura urbana foi efectivamente restaurada até ao aspecto embelezado que dali contemplamos.

Vemos o sol pôr-se, apressado, sobre o mar. O lusco-fusco instala-se e a iluminação urbana ganha vigor, reforçada pelos rastos de luz deixados pelos veículos que se cruzam na grelha geométrica.

panoramica st pierre, saint pierre, martinica, antilhas francesas

Panorâmica de Saint-Pierre ao lusco-fusco.

Moradores e visitantes celebram o fim de mais um dia caribenho acolhedor nas esplanadas da rua marginal e a bordo de alguns veleiros ao largo. Aos poucos, Saint-Pierre é tomada pelo ocre de um fogo ténue que se reflecte na baía contígua e contrasta com o negrume soberbo da montanha Pelée.

A imagem remete para a tragédia que quase a apagou do século XX mas, mesmo sem o fulgor de outros tempos, a Paris das Caraíbas dá sinais de vida.

Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Big Island, Havai

Grande Ilha do Havai: À Procura de Rios de Lava

São cinco os vulcões que fazem da ilha grande Havai aumentar de dia para dia. O Kilauea, o mais activo à face da Terra, liberta lava em permanência. Apesar disso, vivemos uma espécie de epopeia para a vislumbrar.
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
Fort-de-France, Martinica

Liberdade, Bipolaridade e Tropicalidade

Na capital da Martinica confirma-se uma fascinante extensão caribenha do território francês. Ali, as relações entre os colonos e os nativos descendentes de escravos ainda suscitam pequenas revoluções.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
hacienda mucuyche, Iucatão, México, canal
Arquitectura & Design
Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Hinduismo Balinês, Lombok, Indonésia, templo Batu Bolong, vulcão Agung em fundo
Cerimónias e Festividades
Lombok, Indonésia

Lombok: Hinduísmo Balinês Numa Ilha do Islão

A fundação da Indonésia assentou na crença num Deus único. Este princípio ambíguo sempre gerou polémica entre nacionalistas e islamistas mas, em Lombok, os balineses levam a liberdade de culto a peito
Acra, Gana, Flagstaff House
Cidades
Acra, Gana

A Capital no Berço da Costa do Ouro

Do desembarque dos navegadores portugueses à independência em 1957, sucederam-se as potências que dominaram a região do Golfo da Guiné. Após o século XIX, Acra, a actual capital do Gana, instalou-se em redor de três fortes coloniais erguidos pela Grã-Bretanha, Holanda e Dinamarca. Nesse tempo, cresceu de mero subúrbio até uma das megalópoles mais pujantes de África.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Kiomizudera, Quioto, um Japão Milenar quase perdido
Cultura
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Étnico
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Bangkas na ilha de Coron, Filipinas
História
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
Playa Nogales, La Palma, Canárias
Ilhas
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
São Tomé Ilha, São Tomé e Principe, Norte, Roça Água Funda
Natureza
São Tomé, São Tomé e Príncipe

Pelo Cocuruto Tropical de São Tomé

Com a capital homónima para trás, rumamos à descoberta da realidade da roça Agostinho Neto. Daí, tomamos a estrada marginal da ilha. Quando o asfalto se rende, por fim, à selva, São Tomé tinha-se confirmado no top das mais deslumbrantes ilhas africanas.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Caminhada sobre a orla, vulcão villarrica, Pucon, Chile
Parques Naturais
Vulcão Villarrica, Chile

Ascensão à Cratera do Vulcão Villarrica, Sempre em Actividade

Pucón abusa da confiança da natureza e prospera no sopé da montanha Villarrica.Seguimos este mau exemplo por trilhos gelados e conquistamos a cratera de um dos vulcões mais activos da América do Sul.
Nacionalismo Colorido
Património Mundial UNESCO
Cartagena de Índias, Colômbia

A Cidade Apetecida

Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Praias
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Ulugh Beg, Astrónomo, Samarcanda, Uzbequistão, Um matrimónio espacial
Religião
Samarcanda, Usbequistão

O Sultão Astrónomo

Neto de um dos grandes conquistadores da Ásia Central, Ulugh Beg preferiu as ciências. Em 1428, construiu um observatório espacial em Samarcanda. Os seus estudos dos astros levaram-lhe o nome a uma cratera da Lua.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Graffiti deusa creepy, Haight Ashbury, Sao Francisco, EUA, Estados Unidos America
Sociedade
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Vida Selvagem
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.