Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião


Perigo: correntes
Nadador-salvador traz um banhista arrastado pelas fortes correntes ao largo de Boucan Canot. As intervenções dos nadadores-salvadores são permanentes em Boucan Canot.
Descanso a salvo
Banhistas conversam numa zona de litoral protegida da ondulação e dos tubarões por uma barreira de rochas.
Boucan Canot
A praia de Boucan Canot, a mais famosa da Reunião também devido aos frequentes ataques de tubarões que já lá ocorreram.
R.I.P. Elio
Um memorial homenageia e recorda Elio Canestri, um surfista promissor que, com apenas treze anos, sucumbiu ao ataque de um tubarão.
Descanso a salvo II
Banhistas descontraem numa das raras zonas da ilha Reunião protegida dos tubarões por uma barreira de recife.
Índico feroz
Onda forte agita os banhistas no limiar do areal de Boucan Canot, uma praia que, além das correntes e dos tubarões que forçaram à instalação e a manutenção de uma rede protectora é batida por uma ondulação violenta.
Um Surf arriscado
Surfistas e bodyboarders fazem-se às ondas de Boucan Canot, próximo do local em que Elio Canestri foi vitimado por um tubarão.
Banhistas vs Índico
Banhistas divertem-se à beira do oceano Índico, em Boucan Canot.
Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.

Projectada do fundo dos mares como uma de tantas erupções massivas de lava que o clima moldou e tornou luxuriante, a ilha da Reunião tem rebordos e litorais quase sempre bruscos e abruptos. Apontámos a Boucan Canot, um dos mais famosos.

Disso se queixam os moradores da capital Saint-Denis, desejosos de evasão à altura do isolamento e da rotina que, malgrado o nome, a ilha que os acolheu lhes impõe. Thomas nascera em Versailles.

Deixou o requinte e a proximidade da metrópole parisiense em busca de aventura e de uma carreira de professor mais solarenga e remunerada nos confins meridionais da União Europeia. Como sempre acontece, só em parte o plano lhe correu como esperado.

Em termos sociais e culturais, a pequena Saint-Denis mantinha-o espartilhado, algo deprimido. Thomas contava com a praia para recuperar o ânimo.

Gabou-nos e aconselhou-nos Boucan Canot como a meca de areia, água, sal e melanina a que se habituara a peregrinar.

Banhistas vs Índico

Banhistas divertem-se à beira do oceano Índico, em Boucan Canot.

Omitiu, na íntegra, o lado sombrio que lhe viríamos a descobrir.

Dia de Praia em Boucan Canot

Chegou o dia de nos fazermos a sul. Boucan Canot destacava-se do mapa e continuava a estimular-nos a memória. Não tardámos a visá-la.

Metemo-nos na estrada que ligava Saint-Denis a Saint-Paul.

Bastaram umas centenas de metros para percebemos o quão extrema e exigente se podia provar a Reunião.

Em parte deste percurso, a costa revelava-se de tal forma íngreme e escarpada que nunca concedera uma via, por mais estreita que fosse. Rendidas às evidências, as autoridades francófonas ergueram um viaduto sobre o mar.

Mesmo assim, a sequência rodoviária desse viaduto era uma estrada submissa à falésia, sobre a qual, com demasiada frequência, se precipitavam enormes calhaus.

Só redes de aço resistentes evitavam que estas bombas-relógio causassem danos mais sérios. O drama atenuado eram as longas filas de trânsito sem escapatória.

À hora a que nos fazemos ao caminho, todavia, tudo corre pelo melhor. Não nos chegamos a deter em Saint-Paul.

Boucan Canot, distava uns poucos quilómetros. Surge-nos como um desvio inesperado da via litorânea.

Boucan Canot: uma praia frenética

Estacionamos. Passamos para diante da torre de vigia cimeira da praia, habitada por nadadores-salvadores sempre a postos.

Dali, contemplamo-la em formato panorâmico, entre a linha recuada de coqueiros e a da rebentação.

Nuvens carregadas que a sobrevoam adensam a luz.

A praia de ,Boucan Canot, ilha da Reunião

A praia de Boucan Canot, a mais famosa da Reunião também devido aos frequentes ataques de tubarões que já lá ocorreram.

Escurecem o dourado do areal, desafogado e moldado por mil pés. De tão extensa que era, a praia estava longe de à pinha.

Uma óbvia sede pela frescura espalhada pela rebentação faziam concentrar a maior parte dos veraneantes junto à beira-mar.

Também nós por lá nos instalamos. Examinamos à pressa o perfil das vagas. Acalorados pelo dia abafado, juntamo-nos a uma turba de banhistas já dentro de água.

Uma laje de rochas coberta de pedras complicava os passos anfíbios inaugurais. A força das ondas a desfazer-se no areal, agravava ainda mais a vulnerabilidade de quem tentava mergulhar.

Por fim, conseguimos entrar.

Num ápice, damos connosco numa espécie de cuba de máquina de lavar marinha.

Rebentação da praia de Boucan Canot, ilha da Reunião

Onda forte agita os banhistas no limiar do areal de Boucan Canot, uma praia que, além das correntes e dos tubarões – que forçaram à instalação e a manutenção de uma rede protectora – é batida por uma ondulação violenta.

Ondas e Correntes, além dos Tubarões

Propulsionadas por uma tempestade para sul no oceano Índico, as ondas chegavam sem um padrão de vigor definido.

Rebentavam mais à frente ou mais atrás e surpreendiam banhistas que assim se viam atrapalhados e arrastados para a zona pedregosa e o areal e a chocar uns nos outros.

Para aqueles que, como nós, tinham decidido avançar para salvo da rebentação e ficar sem pé, o panorama não era muito melhor.

Correntes intermitentes apanhavam desprevenidos alguns dos aventureiros mais incautos e puxavam-nos em direcção a alto-mar.

De tal maneira e com tal frequência que os nadadores-salvadores já tinham desistido de entrar e sair da água. Permaneciam, em posições estratégicas, sobre grandes longboards.

Resgatavam, um atrás do outro, os banhistas em apuros.

Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião

Nadador-salvador traz um banhista arrastado pelas fortes correntes ao largo de Boucan Canot. As intervenções dos nadadores-salvadores são permanentes em Boucan Canot.

Apesar de toda a ondulação e respectiva comoção, mais que habituados à violência do mar português, chapinhamos, mergulhamos por baixo da rebentação e só não apanhamos boleias das ondas porque terminariam, dolorosas, sobre a tal laje rochosa e pedregosa que nos havia dificultado a entrada.

Refrescamo-nos como merecíamos, já então com a consciência de que aquela incursão no mar rebelde de Boucan Canot, tinha sido, só por si, uma enorme benesse.

A Praga dos Tubarões-Touro

Devido aos sucessivos acidentes mortais que lá tiveram lugar, pela perspectiva realística e penosa de se repetirem, Boucan Canot passa boa parte do tempo encerrada a banhos. Os culpados são, desde há muito, os mesmos: os tubarões-touro que sulcam as águas em redor da ilha, ávidos por se banquetearem com carne vulnerável.

Na Reunião, os ataques a banhistas repetem-se mais que no vasto litoral australiano, provavelmente o mais badalado no que ao tema concerne. De tal maneira que, em termos estatísticos, esta ilha francófona é o lugar com a maior probabilidade de se darem à face da Terra.

Só de 2010 a 2016, a ilha foi palco de 19 ataques com consequências trágicas, 16% dos 491 registados em todo o mundo. Destes 19, oito foram mortais. Em Boucan Canot e imediações, registaram-se dois só em 2011. Um em 2015 e, o último nesta praia, em 2016.

Memorial ao jovem Elio Canestri, vítima de ataque de tubarão, Boucan Canot, ilha da Reunião

Um memorial homenageia e recorda Elio Canestri, um surfista promissor que, com apenas treze anos, sucumbiu ao ataque de um tubarão.

O incidente de 2015 vitimou Elio Canestri, um campeão juvenil de surf admirado pela comunidade local de surfistas mas não só.

Elio contava treze anos. Sucumbiu à investida de um tubarão que começou por o morder na barriga, arrastou para longe da prancha e o devorou como se de uma pequena foca se tratasse.

Em Agosto de 2016, Laurent Chardard, de 21 anos, surfava com amigos quando outro tubarão o feriu com tal gravidade num braço e num pé que as feridas obrigaram à amputação.

O Esquecimento dos Eventos Passados pela Psicologia de Grupo

Nestes dois casos, como em quase todos, os jovens surfistas entusiasmaram-se com as ondas enormes e bem formadas que dão à costa.

O facto de surfarem em grupos de adolescentes faz com que ignorem os eventos passados e a proibição oficial de surfarem na maior parte do litoral da ilha. Bem como os respectivos avisos das autoridades – e pensem que nada lhes irá acontecer.

As várias tragédias obrigaram as autoridades francófonas da Reunião a dotarem as praias mais populares de redes anti-tubarão, como aconteceu em Boucan Canot e/ou de outros sistemas protectores.

Ainda assim, numas situações, os surfistas aventuraram-se em lugares não protegidos por estas redes.

Surfistas e bodyboarders, Boucan Canot, Ilha da Reunião

Surfistas e bodyboarders fazem-se às ondas de Boucan Canot, próximo do local em que Elio Canestri foi vitimado por um tubarão.

Noutros, os tubarões entraram por fendas geradas entre as verificações levadas pelos mergulhadores, ou sobre as redes que, de quando em quando, as vagas massivas fazem rebaixar.

Teorias e Mais Teorias

No intervalo dos períodos de luto pelos ataques, a inexplicavelmente dinâmica economia do surf e do bodyboard de Boucan Canot e da ilha em geral ressente-se.

As lojas e escolas de surf e até os hotéis e resorts à beira-mar fecham as portas. Passado algum tempo, a memória esvanece-se. As redes são remendadas ou substituídas e os adolescentes recuperam a inconsciência do costume. Os tubarões não perdoam o mínimo deslize e causam novas vitimas.

Resta saber ao certo o que faz com que a Reunião tenha, em comparação com outras parte do mundo, um número tão elevado de ataques de tubarão.

Quando convivemos com moradores da ilha, não disfarçámos a curiosidade que, enquanto banhistas forasteiros mas não só, o tema nos despertou. Tentámos esclarecer-nos apenas para chegarmos à conclusão de que só as teorias abundam.

Falaram-nos de antigos matadouros nos arredores da capital Saint-Denis que antes despejavam o sangue e até carcaças dos animais para o mar e assim atraíram enormes cardumes de tubarões, principalmente os ali mais abundantes e activos tubarões-touro.

Mencionaram-nos a culpa das frotas de pesca chinesas que, com os seus enormes arrastões, fizeram escassear as presas habituais dos tubarões.

Estes, aumentaram desde que, em 1999, a ilha baniu a sua pesca por se ter apurado que a carne de tubarão continha níveis elevados da toxina ciguatera, produzida por um pequeno organismo do plâncton que acaba por se acumular na carne dos super-predadores que a Reunião antes consumia e exportava.

Ambientalistas vs Surfistas, o Confronto à Margem do Drama

Seja qual tenha sido a razão, os ferozes tubarões-touro proliferaram e habituaram-se a compensar a falta de alimento com os humanos que se põem a jeito, sobretudo os surfistas e bodyboarders.

Tal como a razão para o drama, as medidas a tomar para lá das falíveis redes e sistemas de protecção complementares despertaram uma polémica internacional. Centenas de artigos na imprensa apelidaram a ilha de “a ilha dos tubarões”, “aquário de tubarões”, “capital mundial dos ataques de tubarões” etc., etc.

Acirraram mais e mais adversários de uma recém-formada contenda. De um lado, estão os ambientalistas que defendem que os tubarões patrulham o mar em redor da Reunião há milénios e que são os surfistas e banhistas que devem respeitar a lógica natural da sua existência.

Praia protegida dos tubarões por recife, ilha da Reunião

Banhistas descontraem numa das raras zonas da ilha Reunião protegida dos tubarões por uma barreira de recife.

Do outro, a comunidade surf mundial que se arrepia com as tragédias da ilha mas defende o direito dos surfistas de lá surfarem sem arriscarem as suas vidas.

A Intervenção Mediática de Kelly Slater

Em 2017, Kelly Slater, onze vezes campeão mundial de surf, reagiu ao ataque do início desse ano com um post na sua página de Instagram : “Honestamente, não vou ser popular por dizer isto mas é preciso levar a cabo um abate sério na Reunião e devia acontecer todos os dias….”

“ Se todo o mundo tivesse este rácio de ataques, ninguém usaria o oceano e literalmente milhões de pessoas morreriam desta maneira.”

Como seria de esperar, o post globalizou de vez o conflito. Muitos fãs mostraram-se desiludidos com Slater ao constatar que este sacrificava a sua habitual postura ambientalista por, do outro lado, estarem surfistas.

Os ambientalistas defendem que as autoridades deviam apostar em redes mais eficientes e na consciencialização dos surfistas.

Mas, acima de tudo, na recuperação dos ecossistemas coralíferos ao largo da ilha, devastados pela sobrepesca de arrastão. Boucan Canot recebeu recentemente novas redes e sistemas de protecção.

Desde 2016 que não sofre ataques. O último, na Reunião, deu-se há pouco mais de um ano e os seus banhistas e surfistas já se terão voltado a esquecer. Tendo em conta a improbabilidade de a ilha se livrar dos tubarões que a cercam, resta saber até quando.

Banhistas, ilha da Reunião

Banhistas conversam numa zona de litoral protegida da ondulação e dos tubarões por uma barreira de rochas.

Mais informações sobre esta ilha francesa do oceano Índico no site do Turismo da Reunião

Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Piton de la Fournaise, Reunião

O Vulcão Turbulento da Reunião

Com 2632m, o Piton de la Fournaise, o único vulcão eruptivo da Reunião, ocupa quase metade desta ilha que exploramos, montanhas acima, montanhas abaixo. É um dos vulcões mais activos e imprevisíveis do oceano Índico e à face da Terra.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Escadaria Palácio Itamaraty, Brasilia, Utopia, Brasil
Arquitectura & Design
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Verificação da correspondência
Cerimónias e Festividades
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia
Cidades
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Cultura
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Em Viagem
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul
Étnico
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Arménia Berço Cristianismo, Monte Aratat
História
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Vertente leste do vulcão, Ilha do Fogo, Cabo Verde
Ilhas
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Natureza
Glaciares

Planeta Azul-Gelado

Formam-se nas grandes latitudes e/ou altitudes. No Alasca ou na Nova Zelândia, na Argentina ou no Chile, os rios de gelo são sempre visões impressionantes de uma Terra tão frígida quanto inóspita.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Dunas da ilha de Bazaruto, Moçambique
Parques Naturais
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Um dos prédios mais altos de Valletta, Malta
Património Mundial UNESCO
Valletta, Malta

As Capitais Não se Medem aos Palmos

Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Praias
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Sombra vs Luz
Religião
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Nissan, Moda, Toquio, Japao
Sociedade
Tóquio, Japão

À Moda de Tóquio

No ultra-populoso e hiper-codificado Japão, há sempre espaço para mais sofisticação e criatividade. Sejam nacionais ou importados, é na capital que começam por desfilar os novos visuais nipónicos.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Ovelhas e caminhantes em Mykines, ilhas Faroé
Vida Selvagem
Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.