Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta


Capacete não-homologado
Pauliteros rumam a San José de Acequias,. um deles ainda com a sua máscara felpuda assustadora posta, apesar do sol forte que se fazia sentir na região andina dos Pueblos del Sur.
Paciência de Índio
Nativo dos Pueblos del Sur vestido de índio Cospes aguarda por companheiros para prosseguir para San José de Acequias, onde é suposto a festa continuar.
Indígena Coroado
Um jovem índio Cospes, bem distinto pela sua coroa altiva de penas, sorri para outros do outro lado da rua.
Pauliteiros em Acção
Pauliteiros dançam em honra de São Isidro, o padroeiro dos agricultores, na estrada que liga Mucusún a San Juan, nas imediações de Tostes.
San José de Acequias
Uma das povoações fulcrais dos Pueblos del Sur de Mérida, perdida num vale verdejante percorrido por um rio homónimo.
Danças com Locainas de Santa Rita
Locainas (homens vestidos de damas) dançam em êxtase num canto da praça central de San José de Acequias. As locainas são só algumas das personagens do calendário de festas preenchido dos Pueblos del Sur.
Às compras
Jovem moradora de San José de Acequias recorre a uma velha loja do pueblo, situada numa casa colonial da praça central.
Índios Fuliginosos
Índios Cospes enegrecidos continuam a resistir à evangelização hispânica em Mucusún, um lugarejo nas imediações de San José de Acequias.
Transacção de Pauliteiros
Dois Pauliteros completam um pequeno negócio de ocasião no fim de uma longa exibição das suas artes em honra de San Isidro.
À margem da festa
Carolina segura o filho Jean Alejandro no pátio antigo de uma casa colonial do coração de San José de Acequias.
Pausa Conveniente
Dois índios Cospes repousam das suas danças em honra da Virgem de Coromoto, junto a uma casa de beira de estrada de Mucusún.
Pauliteiro de Colo
Pai segura um pequeno pauliteiro a quem nem a animação dos congéneres junto a Mucuambin rouba o sono.
Amigas Cospes
Jovens mascaradas de indígenas seguem a bordo da caixa de uma pick-up após as danças em honra da Virgem de Coromoto.
A Estrela da Peça
Jovem actriz de San José de Acequias canta num dos trechos musicais da peça juvenil que protagoniza.
Pequeno Pirata y Viajero
Dona Marilin Fernández eleva o seu neto Jean Alejandro junto ao tabuleiro de jogo que lhe mostrava.
Pauliteiro em Serapilheira
Um dos muitos pauliteiros presentes na festa, trajado à sua própria moda.
Capacete não-homologado
Pauliteros rumam a San José de Acequias,. um deles ainda com a sua máscara felpuda assustadora posta, apesar do sol forte que se fazia sentir na região andina dos Pueblos del Sur.
Paciência de Índio
Nativo dos Pueblos del Sur vestido de índio Cospes aguarda por companheiros para prosseguir para San José de Acequias, onde é suposto a festa continuar.
Indígena Coroado
Um jovem índio Cospes, bem distinto pela sua coroa altiva de penas, sorri para outros do outro lado da rua.
Pauliteiros em Acção
Pauliteiros dançam em honra de São Isidro, o padroeiro dos agricultores, na estrada que liga Mucusún a San Juan, nas imediações de Tostes.
Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.

Enquanto descemos das terras elevadas de Mérida (1.610 m) por uma longa estrada de desfiladeiro, o cenário abrigado entre encostas íngremes torna-se árido. E, logo, pedregoso, salpicado por cactos.

Quase meia-hora de pendente depois, alcançamos Las González.

Damos com o portal de entrada para os Pueblos del Sur decorado com um painel semi-político que classifica o destino como turístico e, ao mesmo tempo, promove a figura de Marcos Díaz Orellana, o governador bolivariano do estado.

O rio Chama broa por ali, acelerado pelo declive que o faz desaguar ainda mais depressa no Maracaibo, o grande lago de que, quando está em condições político-económicas para isso, a Venezuela extrai a maior parte da sua riqueza petrolífera.

Atravessamo-lo por uma velha ponte de ferro com aspecto de campanha. Na margem oposta, tem início a ascensão para as montanhas e vales em que se escondia o destino final.

O Caminho Andino Para os Pueblos del Sur

A estrada de asfalto prova-se desgastada, sinuosa, cada vez mais estreita. O desfazer de uma das suas curvas e contracurvas revela-nos um motociclista-artista da região. Tinha-se detido junto a uma paredão argiloso. Ali trabalhava numa escultura comemorativa, de canivete em riste e capacete colocado com a viseira para baixo, para se proteger da poeira que a sua escavação provocava.

À conta da paragem propositada do autocarro e da curiosidade do grupo multinacional de passageiros, o trânsito deixa praticamente de fluir.

Vêmo-nos forçados a prosseguir caminho. Só nos voltamos a deter à chegada a um lugarejo de nome Mucusún. Ali, surpreende-nos um bando de nativos enegrecidos trajados com saias de vime e coroas de penas e plumas. Eram todos pauliteiros solidários.

Dançavam entregues à música chiadeira de um violoncelista acompanhado por dois tocadores de viola e a uma coreografia que privilegia a soltura de movimentos.

Pauliteiro em Serapilheira

Um dos muitos pauliteiros presentes na festa, trajado à sua própria moda.

A Lenda Indígena-Cristã da Virgem de Coromoto

A exibição daqueles que nos informaram ser índios Cospes homenageava a Virgem de Coromoto. Em tempos, os Cospes foram refugiados da colonização e evangelização forçada dos espanhóis. Até que a Virgem lhes apareceu na selva de Guanare em que se refugiavam e os incitou a baptizarem-se a converterem-se.

Quase todos os indígenas aceitaram. Não foi esse o caso do cacique – de nome Coromoto – que receava perder a sua importância. Coromoto fugiu. A Virgem voltou a aparecer-lhe. Irado, Coromoto tentou agarrá-la mas a Virgem desapareceu, materializada numa pequena estampa vegetal que viria a ser encontrada e é venerada pelos venezuelanos.

Quanto a Coromoto, foi mordido por uma cobra venenosa. Regressou moribundo a Guanare onde, em transe, começou a pedir o seu próprio baptismo. Salvo da morte pela Virgem e convertido, tornou-se um apóstolo. Rogou a um grupo de índios que ainda resistiam que se convertessem.

Mais tarde, já com o nome católico de Ángel Custódio, morreu de velhice.

Os Indígenas Cospes Retomam a Sua Exibição

A dança dos Cospes desenrola-se entre uma plantação elevada e um casario rural oposto, coberto de telhas coloniais envelhecidas.

Quando termina, o cacique dos “indígenas” inaugura um discurso o mais pomposo possível em que louva a chegada dos visitantes da FITVEN, a feira internacional de turismo venezuelana que havia suscitado toda a encenação.

Indígena Coroado

E, sobretudo, a iniciativa do Ministério do Turismo da sua pátria bolivariana em fazer daquelas paragens remotas um destino turístico.

Confrontamos o actor de Coromoto de câmaras em riste. O cacique regressa ao seu papel de líder dos indígenas fuliginosos. Pega num arco cupídico de madeira e faz-se ainda mais selvagem.

Aponta-nos o seu arquinho e a flecha diminuta. Ao mesmo tempo, esconde a face e emite gritos e uivos de criatura em pânico, intercalados com bufos de fúria.

Índios Fuliginosos

Índios Cospes enegrecidos continuam a resistir à evangelização hispânica em Mucusún, um lugarejo nas imediações de San José de Acequias.

Acompanhamos o acto até ao índio Cospe lhe pôr cobro. Após o que regressamos ao autocarro benzidos pelo som de uma maraca que passa a tocar na nossa direcção.

Os Pauliteiros, Locos e Locainas Exuberantes de Mucuambin

Continuamos serra adentro perseguidos por uma carrinha pick up carregada de índios cospes que se haveriam de juntar à festa mais à frente. Ao chegarmos às imediações de Mucuambin, a cena repete-se. Dessa feita, a cores.

Pauliteiros em Acção

Pauliteiros dançam em honra de São Isidro, o padroeiro dos agricultores, na estrada que liga Mucusún a San Juan, nas imediações de Tostes.

Descemos para a beira da estrada. Lá nos prendam com danças frenéticas de pauliteiros, vários em trajes garridos repletos de franjas, em estilo de caretos das Américas, em homenagem a San Isidro, o santo padroeiro dos agricultores.

Cada qual exibe o seu visual irreverente. Alguns usam máscaras que são cabeças medonhas de cabra, vaca e outros animais domésticos.

Capacete não-homologado

Pauliteros rumam a San José de Acequias,. um deles ainda com a sua máscara felpuda assustadora posta, apesar do sol forte que se fazia sentir na região andina dos Pueblos del Sur.

Eternizações fascinantes de cultos e rituais totémicos dos povos chibcha e arawak com que os colonos espanhóis se debateram no século XVI e que acabaram por aniquilar ou assimilar.

Pauliteiro de Colo

Pai segura um pequeno pauliteiro a quem nem a animação dos congéneres junto a Mucuambin rouba o sono.

Até bebés se sujeitam à tradição. Vemo-los adormecerem ao colo, em vestes reduzidas com os mesmos padrões das dos mais velhos. Enquanto isso, alguns adultos capricham na sua infantilidade. Cavalgam sobre cavalitos de pau no meio de uma roda de pauliteiros incansáveis.

Também em Mucuambin, o espectáculo atinge o seu término.

Regressamos mais uma vez à boleia do autocarro da organização. Segue-nos um bando folclórico de motociclistas movidos pela satisfação do dever cumprido.

San José, Coração dos Pueblos del Sur

Vencidas mais umas curvas, quase sempre sobre abismos, e uma enorme ladeira que atravessa o vale repleto de milharais do rio San José, penetramos na praça central da cidade homónima, aquela que é considerada a povoação nuclear dos Pueblos del Sur.

San José de Acequias

Uma das povoações fulcrais dos Pueblos del Sur de Mérida, perdida num vale verdejante percorrido por um rio homónimo.

Junto à esquadra de polícia, um mural a negro junta o trio Chávez, Castro e Morales. Valida o bolivarianismo da municipalidade com a máxima “No estamos dispuestos a dejarle a nuestros hijos una pátria reducida a escombros por el capitalismo”.

Uma multidão ansiosa, aguardava a vinda da comitiva, à sombra das árvores e alinhada numa diagonal vertiginosa, sob os telheiros do casario secular. Mal damos entrada na praça, em vez de locos, é um batalhão de locainas também com grandes cabeleiras e em longos vestidos antigos de cores vivas que assume o protagonismo.

Danças com Locainas de Santa Rita

Locainas (homens vestidos de damas) dançam em êxtase num canto da praça central de San José de Acequias. As locainas são só algumas das personagens do calendário de festas preenchido dos Pueblos del Sur.

Fazem ressoar os inevitáveis paulitos uns nos outros. Esse ritmo, sincronizado com o dos tambores, mantém os moradores, habituados àquela animação apenas noutras alturas do ano, sob uma espécie transe.

O dono do negócio mais bem localizado da aldeia, de chapéu de vaqueiro, não se faz rogado. Factura muitos bolívares extra, abrigado entre um balcão de madeira envelhecido e prateleiras mal arrumadas.

Às compras

Jovem moradora de San José de Acequias recorre a uma velha loja do pueblo, situada numa casa colonial da praça central.

Também Marilin Fernández, a vizinha do lado, cede ao chamariz do lucro. Aproveita a disponibilidade da sua geleira decana e improvisa a sua própria bodega que assinala com um simples rectângulo de papel escrito a marcador sobre a janela.

“Venham ver o meu forno de lenha!”. Convida-nos para compensar a resistência rebelde da sua mais jovem filha ao convívio com os forasteiros.

Não pensamos duas vezes. No interior do lar, damos com divisões espartanas e lúgubres mas também com um pátio central a céu aberto que pouco ou nada teria mudado desde a construção colonial do domicílio.

Nesse mesmo pátio, Carolina produz-se com grande minúcia ao espelho, sempre de olho no neto de Marilin, mesmo assim, esperançada em ainda apanhar o melhor da romaria.

Pequeno Pirata y Viajero

Dona Marilin Fernández eleva o seu neto Jean Alejandro junto ao tabuleiro de jogo que lhe mostrava.

O Fim de Festa Vespertino e o Fim da Tarde Encharcado

Lá fora, a comemoração tinha-se mudado para uma pequena hacienda a que autoridades de ocasião mantinham o acesso restringido, por forma a evitarem uma indesejada enchente.

Sobre a relva da fazenda, tem lugar um banquete de almoço e uma exibição mais ampla da vida e das festas tradicionais dos Pueblos del Sur.

Há um trapiche histórico em regime de self-service. E uma espera a que alguns visitantes se sujeitam para conseguirem copos de sumo de cana-de-açúcar acabado de espremer. Sob telheiros próximos, outro conjunto de músicos toca temas famosos entre os nativos. Vendedores dão a conhecer artesanato e o sabor dos principais pitéus da região.

Ainda nos juntamos ao público entusiasta de uma peça de teatro musical, feminina e juvenil que aborda as dificuldades em encontrar o homem certo para o casamento.

A Estrela da PeçaHavia muito que nuvens escuras como breu se apoderavam do vale. Mal a peça termina, desata a chover a potes. Todo San José se refugia da mais que garantida molha.

Detemo-nos entre a fazenda e a praça central, junto a um grupo de adolescentes que tinham terminado uma qualquer prova desportiva e se premiavam com sorvetes caseiros embalados em sacos.

Um deles ouve-nos dialogar e pergunta se somos portugueses. “Pois, bem me parecia que estava a reconhecer essa maneira de falar. Há mais uns poucos por aí. Já há muito que não falam como vocês mas de certeza alguns vos percebem bem melhor que eu!”.

Esperamos que o aguaceiro ceda à bonança e regressámos ao coração daquele Pueblo del Sur em êxtase atentos a sinais de vida dos inesperados descendentes de luso-venezuelanos.

PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
PN Henri Pittier, Venezuela

PN Henri Pittier: entre o Mar das Caraíbas e a Cordilheira da Costa

Em 1917, o botânico Henri Pittier afeiçoou-se à selva das montanhas marítimas da Venezuela. Os visitantes do parque nacional que este suíço ali criou são, hoje, mais do que alguma vez desejou
Ilha Margarita ao PN Mochima, Venezuela

Ilha Margarita ao Parque Nacional Mochima: um Caribe bem Caribenho

A exploração do litoral venezuelano justifica uma festa náutica de arromba. Mas, estas paragens também nos revelam a vida em florestas de cactos e águas tão verdes como a selva tropical de Mochima.
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Mérida, Venezuela

Mérida a Los Nevados: nos Confins Andinos da Venezuela

Nos anos 40 e 50, a Venezuela atraiu 400 mil portugueses mas só metade ficou em Caracas. Em Mérida, encontramos lugares mais semelhantes às origens e a geladaria excêntrica dum portista imigrado.
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.

Gran Sabana, Venezuela

Um Verdadeiro Parque Jurássico

Apenas a solitária estrada EN-10 se aventura pelo extremo sul selvagem da Venezuela. A partir dela, desvendamos cenários de outro mundo, como o da savana repleta de dinossauros da saga de Spielberg.

Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
PN Henri Pittier, Venezuela

PN Henri Pittier: entre o Mar das Caraíbas e a Cordilheira da Costa

Em 1917, o botânico Henri Pittier afeiçoou-se à selva das montanhas marítimas da Venezuela. Os visitantes do parque nacional que este suíço ali criou são, hoje, mais do que alguma vez desejou
Ilha Margarita ao PN Mochima, Venezuela

Ilha Margarita ao Parque Nacional Mochima: um Caribe bem Caribenho

A exploração do litoral venezuelano justifica uma festa náutica de arromba. Mas, estas paragens também nos revelam a vida em florestas de cactos e águas tão verdes como a selva tropical de Mochima.
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Mérida, Venezuela

Mérida a Los Nevados: nos Confins Andinos da Venezuela

Nos anos 40 e 50, a Venezuela atraiu 400 mil portugueses mas só metade ficou em Caracas. Em Mérida, encontramos lugares mais semelhantes às origens e a geladaria excêntrica dum portista imigrado.
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Monges na escadaria do mosteiro Tashi Lha Khang
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
Casario tradicional, Bergen, Noruega
Arquitectura & Design
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Via Conflituosa
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Estátuas de elefantes à beira do rio Li, Elephant Trunk Hill, Guilin, China
Cidades
Guilin, China

O Portal Para o Reino Chinês de Pedra

A imensidão de colinas de calcário afiadas em redor é de tal forma majestosa que as autoridades de Pequim a imprimem no verso das notas de 20 yuans. Quem a explora, passa quase sempre por Guilin. E mesmo se esta cidade da província de Guangxi destoa da natureza exuberante em redor, também lhe achámos os seus encantos.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Cultura
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Alasca, de Homer em Busca de Whittier
Em Viagem
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Étnico
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Banco improvisado
História
Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde, casario equilibrista
Ilhas
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Natureza
Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Machangulo, Moçambique, ocaso
Parques Naturais
Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Escadaria Palácio Itamaraty, Brasilia, Utopia, Brasil
Património Mundial UNESCO
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Praias
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Um contra todos, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete
Religião
Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Jovens mulheres gémeas, tecelãs
Vida Quotidiana

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Vida Selvagem
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.