PN Loango, Gabão

Numa Orla Edénica da África Equatorial


Lancha no Molhe
Timoneiro do Ndola Lodge a postos numa lancha de serviço
Loango Lodge e Gavrilo
Placas de beira da estrada indicam os antigos Loango Lodge e Gavrilo Lodge
Travessia em Luri II
Elefante cruza a lagoa de Luri (vista aérea)
loango-parque-nacional-gabao-loango-lodge
Hipo na Lagoa Iguela
Hipopótamos nada num braço da lagoa Iguela
Águia-pesqueira de vigia
Águia-pesqueira de vigia no cimo desfolhado de uma árvore
Esses sobre Areia
Trilha deixada sobre a savana pela passagem dos veículos do Ndola Lodge e outros
Travessia em Luri
Elefante cruza a lagoa de Luri.
Anoitecer em Iguela
Anoitecer na lagoa Iguela diante do Ndola Lodge
O Velho Loango Lodge
O edifício principal do antigo Loango Lodge, em tempos o principal lodge do PN Loango
Elefante Indignado
Elefante confronta o veículo de safaris em que o observamos. Acabaria por obrigar a uma rápida marcha-atrás
Búfalos Alerta
Búfalos de vigia na orla de uma bolsa de floresta equatorial
Calaus-negros
Calaus-negros perscrutam a savana do cimo de uma árvore
Cegonhas-de-Pescoço-Lanudo
Cegonhas-de-Pescoço-Lanudo percorrem a savana do PN Loango
Pouso de Recarga
Crocodilo do Nilo recarrega sobre um tronco, num lagoa de água salobra
Safari pelo Litoral
Um dos veículos de safari do Ndola Lodge, junto ao oceano Atlântico
Passeio Balnear
Elefante caminha acima da praia e lagoa na orla do PN Loango
Manguezal a Dobrar
Manguezal preenche uma margem da lagoa de Iguela
Família Paquiderme
Família de elefantes numa floresta baixa do limiar oceânico do PN Loango
A Caminho do Parque
Jipe percorre a estrada encharcada e problemática que conduz à brigada ANPN e à margem da Lagoa Iguela

Quase 80% do território gabonês é composto por floresta tropical densa. O PN Loango fica na confluência exuberante dessa floresta com o litoral Atlântico. É feito de lagoas, de rios largos e escuros, de uma savana assente em areia repleta de bolsas de selva misteriosa. Percorrem-no elefantes, búfalos, gorilas, chimpanzés, sitatungas, javalis. Espécies sem fim de um domínio terrestre protegido e prodigioso.

Despedimo-nos de Fausto, o português dono da “Taverne Lisboa” de Port Gentil, ainda mais gentil que a cidade em que vivia, que nos levou até Ombué e nos preparou o resto da viagem, de maneira a que chegássemos sem percalços.

Passamos da sua pick up para uma camioneta de safaris. Conduz-nos um motorista do hotel Olako local, plantado à beira da lagoa Nkomi, também conhecida por Fernan Vaz, em homenagem ao navegador português que, em 1473, terá sido o primeiro europeu a alcançá-la.

De Ombué para sul, o projecto mal-amanhado de estrada asfaltada em que seguíamos, transforma-se numa via de terra vermelha-viva, como quase todas, no Gabão. Os quilómetros passam.

Às tantas, uma ramificação indica a direcção para uma zona vedada, detida por uma empresa petrolífera francesa-gabonesa, uma das que asseguram a independência energética gaulesa preconizada pelo general De Gaulle, aquando da libertação das colónias francesas em África.

Tomamos o caminho alternativo. Por algum tempo, seguimos paralelos a um oleoduto sinalizado, mas dissimulado. A distância revela-nos a visão algo surreal de uma torre de prospecção, com a sua chama em combustão num plano bem acima do da selva.

Adiante, passamos por uma povoação algo abarracada, feita de casas de madeira dispersas sobre a savana.

Placas de beira da estrada indicam os antigos Loango Lodge e Gavrilo Lodge

Placas de beira da estrada indicam os antigos Loango Lodge e Gavrilo Lodge

À beira da estrada, um bar humilde a condizer, o “Le Point Final”, ajudava a qualificar as paragens em que nos estávamos a meter.

Prosseguimos. A determinada altura, enfiados em bolsas de selva densa, encharcada pelas chuvas regulares e fulminantes que fazem do Gabão um domínio em boa parte alagado.

Confrontamo-nos com charcos de estrada tão avolumados que faziam sumir a via.

Jipe percorre a estrada encharcada e problemática que conduz à brigada ANPN e à margem da Lagoa Iguela

Jipe percorre a estrada encharcada e problemática que conduz à brigada ANPN e à margem da Lagoa Iguela

O condutor muda para tracção às 4 rodas.

Cruza-os todos sem hesitações ou percalços, além de a água escura quase nos invadir a cabine aberta.

Vencido um derradeiro charco, entramos noutra povoação.

A Entrada no Parque Nacional Loango e no Ndola Lodge

Lá se situava o quartel-general de Loango da Agence Nacional des Parcs Nacionaux. Registamo-nos no livro residente de visitantes.

Transferimos as malas para uma lancha. Jean-Marie, o timoneiro que nos aguardava, zarpa para o canal principal da grande lagoa de Iguela, aquele que provinha directo da sua foz no Atlântico.

Seis ou sete minutos contados, já com as vagas do oceano à vista, Jean Marie aponta a lancha a um molhe no fundo de uma encosta.

Uma das cabanas do Ndola Lodge, junto à foz da Lagoa de IguelaAcolhia um edifício central de madeira, ladeado por tendas.

Tínhamos chegado ao Ndola Lodge. Durante quatro noites, servir-nos-ia de base de exploração do PN Loango que se estendia para o interior do department gabonês de Ougooé-Maritime.

Subimos a escadaria que liga o molhe ao edifício central.

No cimo, Frank, o gerente, dá-nos as boas-vindas e indica-nos a cabana em que íamos ficar.

Instalamo-nos. Depois, almoçamos. Tagarelamos à mesa.

Um dos lagartos arco-íris abundantes no Gabão e em boa parte da África Equatorial

Um dos lagartos arco-íris abundantes no Gabão e em boa parte da África Equatorial

Logo, cirandamos em modo de descoberta, atentos aos movimentos dos exuberantes lagartos arco-íris, uma espécie disseminada por todo o Gabão.

Recuperadas as energias, pouco antes das quatro, subimos a bordo da carrinha de safaris do Ndola Lodge para uma primeira incursão ao parque.

Um dos veículos de safari do Ndola Lodge, junto ao oceano Atlântico

Um dos veículos de safari do Ndola Lodge, junto ao oceano Atlântico

Parque Nacional adentro, em Modo Safari

Ndola foi erguido no limiar de uma pradaria vasta, salpicada de retalhos de floresta.

Tudo assente numa superfície arenosa legada pela descida pré-histórica do nível do mar.

Serpenteamos do lodge para o interior.

Trilha deixada sobre a savana pela passagem dos veículos do Ndola Lodge e outros

Trilha deixada sobre a savana pela passagem dos veículos do Ndola Lodge e outros

De olho na savana aberta que, ao fim da tarde, os animais frequentavam, em busca de luz solar, de pastos frescos, do espaço aberto que lhes faltava na floresta.

Búfalos de vigia na orla de uma bolsa de floresta equatorial

Búfalos de vigia na orla de uma bolsa de floresta equatorial

A conservação da vida selvagem e a alta densidade de animais de que o Gabão tem fama, depressa se comprovam.

Começamos por avistar um trio de calaus-pretos e ruidosos no cimo de uma árvore.

Família de elefantes numa floresta baixa do limiar oceânico do PN Loango

Família de elefantes numa floresta baixa do limiar oceânico do PN Loango

Os Elefantes Inaugurais. De Muitos, Muitos Mais

Instantes depois, os primeiros dois de muitos elefantes do parque. Uma mãe paquiderme pastava com uma cria por perto.

Por instinto, mantinha-a junto à orla de uma bolsa de floresta que, no caso de as afligir alguma ameaça, por exemplo, um leopardo, lhes serviria de protecção.

Aproximamo-nos o possível. Bastante.

Já meio habituados aos contactos com os humanos do lodge, em vez de se enfiarem no breu vegetal, os animais caminham na nossa direcção, entretidos a devorar erva humedecida.

Por ali ficam, até sermos nós a debandar.

Avançamos até próximo de um meandro da Lagoa Iguela que um abutre-das-palmeiras patrulhava, a partir de uma copa desfolhada.

Águia-pesqueira de vigia no cimo desfolhado de uma árvore

Abutre-das-palmeiras vigia no cimo desfolhado de uma árvore

Do cimo da margem, procuramos por hipopótamos.

Em vão. Em vez, ao regredirmos para o interior, damos com elefantes numa manada mais ampla.

Um macho detecta-nos o odor levado por uma brisa lateral. Irascível, de marfins impressionantes, esboça uma investida contra a carrinha.

Elefante confronta o veículo de safaris em que o observamos. Acabaria por obrigar a uma rápida marcha-atrás

Elefante confronta o veículo de safaris em que o observamos. Acabaria por obrigar a uma rápida marcha-atrás

Repete-a até se aproximar demais.

A sua determinação força o condutor a retirar-nos em marcha atrás, até à segurança da pista principal.

Savana e Praia, a Orla Peculiar do Parque

A salvo, prosseguimos na direcção da praia, por aqueles lados, antecedida por uma lagoa paralela à costa, que oscilava de tamanho consoante as chuvas e as marés.

Árvores acima de uma planície costeira do PN Loango

Árvores acima de uma planície costeira do PN Loango

Do extremo a que a faixa costeira nos permitia chegar, avistamos uma manada de búfalos.

Salpicavam um pasto alagado com o seu tom caramelizado, bem distinto do negro dos búfalos africanos, asiáticos e até sul-Americanos, os da Ilha brasileira de Marajó, por exemplo.

Dali, identificávamos também um grande crocodilo do Nilo.

Recarregava-se sobre um tronco de árvore encalhado.

Crocodilo do Nilo recarrega sobre um tronco, num lagoa de água salobra

Crocodilo do Nilo recarrega sobre um tronco, num lagoa de água salobra

Até ao pôr-do-sol, cruzamo-nos com dezenas de elefantes mais, dispersos numa floresta costeira arbustiva e verdejante.

De tempos a tempos, tanto os elefantes como os hipopótamos enfiam-se no mar e divertem-se com as vagas.

Elefante caminha acima da praia e lagoa na orla do PN Loango

Elefante caminha acima da praia e lagoa na orla do PN Loango

Michael Nichols, um fotógrafo que participou na grande expedição MegaTransect (1999-2000) liderada por Michael Fay, registou e divulgou um desses momentos peculiares.

Não temos a mesma sorte.

Sol prestes a assentar no limiar ocidental do PN Loango

Sol prestes a assentar no limiar ocidental do PN Loango

Com o ocaso a dar lugar ao lusco-fusco, tornava-se demasiado perigoso permanecermos por ali, entre elefantes.

De acordo, revertemos marcha, apontados ao lodge.

Novo Dia, Exploração até Luri. E de Volta

Durante boa parte dessa noite, ouvimos e vislumbramos mais elefantes na beira da lagoa, logo abaixo da nossa cabana.

Lagoa represada paralela ao oceano Atlântico, na zona de Luri

Lagoa represada paralela ao oceano Atlântico, na zona de Luri

Continuamos a encontrá-los, ao longo dos dias.

Até na lagoa longilínea de Luri, em que a empresa dona do Ndola Lodje mantinha um acampamento remoto.

Elefante cruza a lagoa de Luri (vista aérea)

Elefante cruza a lagoa de Luri (vista aérea)

Os Gabon Wildlife Camps & Safaris só o activavam quando recebiam reservas que justificassem para lá enviarem pessoal. Não era o caso.

Mesmo assim, acabamos por desbravar a zona de Luri, numa outra longa e deslumbrante jornada.

A lagoa de Iguela continuava, por ali, no plano de visão de Ndola. No dia seguinte, despertamos com o som de chuva torrencial.

A Lagoa de Iguela, os Seus Hipópotamos e Muito Mais

Uma espera paciente para lá da hora do pequeno-almoço, viabiliza-nos uma saída à sua descoberta.

Zarpamos na direcção da brigada ANPN.

Manguezal preenche uma margem da lagoa de Iguela

Manguezal preenche uma margem da lagoa de Iguela

Após um meandro inicial, internamo-nos numa zona de manguezal de que o descer da maré fazia revelar raízes exuberantes, duplicadas pelo reflexo na água opaca e lisa.

Depois, inauguramos uma busca de hipopótamos que considerávamos prioritária.

Demora o que demora.

Enquanto subimos a lagoa, passamos por dois que, naquela imensidão aquática, acabamos por perder.

Até que entramos no mesmo braço da lagoa que tínhamos espreitado de terra, numa das tardes anteriores.

Guia do Ndlola Lodge no comando de uma lancha.

Guia do Ndlola Lodge no comando de uma lancha.

O timoneiro imobiliza a lancha.

Diminui o ruído do motor.

Contados pouco mais de dois minutos, emergem uma mãe e uma cria, a tentarem apurar, com sucessivas emersões, o que se acercava do seu território.

Hipopótamos nada num braço da lagoa Iguela

Hipopótamos nada num braço da lagoa Iguela

Repetem-no umas poucas vezes. Até que decidem mudar-se.

A progenitora lidera o caminho com propulsões vigorosas do corpo massivo que a criatura juvenil tenta imitar.

Deixamo-los seguir o seu caminho.

Retomamos a ascensão da lagoa.

Chama-nos a atenção o edifício lacustre abandonado daquele que foi, durante largos anos, o protagonista do acolhimento do PN Loango, o Loango Lodge.

O edifício principal do antigo Loango Lodge, em tempos o principal lodge do PN Loango

O edifício principal do antigo Loango Lodge, em tempos o principal lodge do PN Loango

Num óbvio estado de decadência, mantém o seu molhe de desembarque dotado de um gazebo.

Uma escadaria dá acesso a um edifício de telhado duplo, bicudo, que antes servia de recepção. Atrás, disseminado entre palmeiras-d’óleo, subsistem os bungalows-quartos e outros.

Enquanto o observávamos, sobrevoa-nos um bando de papagaios estridente. Seguimo-los com os olhos.

Percebemos que tinham aterrado numa árvore no limiar do velho lodge.

Pedimos ao skipper para nos deixar desembarcar por perto.

De forma sub-reptícia, passamos para a margem ensopada.

Papagaios num pouso acima do antigo Loango Lodge

Papagaios num pouso acima do antigo Loango Lodge

Procuramos o pouso dos papagaios que, estimávamos, por ali estarem em função dos frutos abundantes das palmeiras.

Percebemos onde se alinhavam. As aves concluem que lhes barrávamos o livre-acesso às palmeiras. Descolam para novo reconhecimento das margens da lagoa.

Nós, aproveitamos para investigar a relíquia de lodge, que o guia nos explica ter sido vetado pelas autoridades, por falta de pagamento de impostos.

Ou, para sermos mais claros, devido a desavenças entre os proprietários influentes e os governantes ainda mais influentes do Gabão.

Regresso Tardio ao Abrigo do Ndola Lodge

Nesse entretém, já tínhamos ultrapassado o tempo previsto para a exploração de Iguela.

Timoneiro do Ndola Lodge a postos numa lancha de serviço

Timoneiro do Ndola Lodge a postos numa lancha de serviço

Revertemos rumo, para a sua foz e reentramos no Ndola Lodge.

Sobre o fim da tarde, junto a uma das ilhas misteriosas de floresta tropical, esbarramos com uma vara de porcos-vermelhos-do-rio (potamochoerus porcus).

Esquivos, os bichos fogem num ápice.

Nos segundos em que os admiramos constatarmos o quão exóticos eram, de pelo quase escarlate, os focinhos com manchas negras peculiares e as orelhas, pontiagudas, tão ou mais peludas.

O fim da tarde e a noite, trazem novas bátegas que só sobre a aurora dão tréguas.

Ocaso reflectido numa lagoa mantida pelas chuvas regulares

Ocaso reflectido numa lagoa mantida pelas chuvas regulares

A derradeira manhã, dedicamo-la ao Loango Gorilla Project e à sua comunidade de gorilas.

É toda uma outra estória.

Anoitecer na lagoa Iguela diante do Ndola Lodge

Anoitecer na lagoa Iguela diante do Ndola Lodge

Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Twyfelfontein - Ui Aes, Namíbia

À Descoberta da Namíbia Rupestre

Durante a Idade da Pedra, o vale hoje coberto de feno do rio Aba-Huab, concentrava uma fauna diversificada que ali atraía caçadores. Em tempos mais recentes, peripécias da era colonial coloriram esta zona da Namíbia. Não tanto como os mais de 5000 petróglifos que subsistem em Ui Aes / Twyfelfontein.
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
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Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Safari
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O Pantanal das Pampas

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Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
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Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

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Habituada a planear e a vencer, Singapura seduz e recruta gente ambiciosa de todo o mundo. Ao mesmo tempo, parece aborrecer de morte alguns dos seus habitantes mais criativos.
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Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
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Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
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A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
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O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
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O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
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Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
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Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

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A costa leste da ilha Maurícia afirmou-se como um dos édenes balneares do Índico. Enquanto a percorremos, descobrimos lugares que se revelam, ao mesmo tempo, redutos importantes da sua história. São os casos da Pointe du Diable, de Mahebourg, da Île-aux-Aigrettes e de outras paragens tropicais deslumbrantes.
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Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
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A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
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Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
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O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
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Um Lobo Pouco Solitário

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Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Peregrinos no cimo, Monte Sinai, Egipto
Religião
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
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Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Sociedade
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Jovens mulheres gémeas, tecelãs
Vida Quotidiana

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
Cabo da Cruz, colónia focas, cape cross focas, Namíbia
Vida Selvagem
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.