Alaverdi, Arménia

Um Teleférico Chamado Ensejo


Rumo ao vale
Teleférico dá início à descida para o fundo da garganta do rio Debed, onde se situam a mina e fundição que deram origem à cidade de Sanahin.
Um simples snack
Mãe e filho partilham uma mesma cabine do teleférico.
Sanahin das profundezas
Vista sobre o vale profundo do rio Debed, com parte da mina-fundição e do casario de Sanahin.
Chama bélica
Monumento aos combatentes da guerra entre a Arménia e o Azerbaijão pelo enclave de Nagorno-Karabakh à entrada de Haghpat.
MIG
Um exemplar de MIG, o caça supersónico co-criado pelo arménio Artem Mikoyan durante a era Soviética.
1000 anos de Haghpat
Perspectiva do mosteiro milenar de Haghpat, um dos dois mais antigos templos arménios da região de Lori.
Penumbra iminente
Sombra apodera-se da parte do complexo industrial de Sanahin mais próxima do rio Debed.
Haghpat, a aldeia
A povoação de Haghpat, com o mosteiro homónimo acima de qualquer outro edifício.
Presa por uns fios
Cabos de aço asseguram a ligação entre a área habitacional e a área industrial de Sanahin.
Sombras de fé
Visitante cruza o átrio abobodado do mosteiro de Haghpat.
1000 anos de Haghpat II
Outra perspectiva do complexo monástico de Haghpat, num dia já quase invernal.
Névoa de cobre
Fumo gerado pela fundição de cobre de Sanahin eleva-se da garganta do rio Debed.
Espera enregelada
Passageiro espera pela hora da próxima descida, o mais protegido do vento gélida que, não tardou, cancelou as operacões do teleférico.
Profundezas de Sanahin 2
Vale industrial de Sanahin
Pastorícia urbana
Dono de um rebanho de cabras solta-as numa rua íngreme da parte alta de Sanahin, nas imediações do monumento ao inventor do MIG.
Derradeira viagem do dia
Passageiros a bordo da cabine do teleférico, prestes a descerem para a secção de Sanahin alojada no fundo da garganta do rio Debed.
O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.

Revela-se curta a distância entre a fronteira Geórgia-Arménia e o início do longo canyon do rio Debed.

A estrada M6 é a principal via entre estes países vizinhos. Leva à região de Alaverdi e dos mosteiros vizinhos de Haghpat e Sanahin.

A M6 emula os meandros do leito sinuoso do Debed. Leva-nos em direcção a sudoeste, para mais próximo da capital Erevan com passagem por cinco povoações dignas de registo nos mapas: Ayrum, Karkop, Snog, Akthala e Neghots, todas elas com as suas igrejas, capelas ou, pelo menos, conjunto de katchkars (pedras memoriais seculares com inscrições).

Ficamos pela terra seguinte, Haghpat. Para lá chegar, subimos ao quase topo da garganta que antes percorríamos.

Aos poucos, deixamos o cenário ribeirinho arborizado e amarelo-acastanhado ainda outonal e entramos numa meseta bissectada, ervada e verdejante a condizer. Haghpat, a aldeia, surge numa zona da encosta que lhe concedeu estabilidade.

Haghpat: o Primeiro dos Velhos Mosteiros da Arménia

Uns poucos quilómetros antes de a atingirmos, já vislumbramos a torre de pedra do mosteiro homónimo, destacada acima do casario sombrio. Mas, desperta-nos os sentidos um monumento exuberante protegido atrás de um portão. Desviamo-nos para o investigar.

O torso parcial de um soldado empunha uma tocha, acima de uma laje de cimento com centenas de nomes inscritos.

Tendo em conta o historial conflituoso da Arménia, não nos foi difícil supor que se tratava de um memorial aos soldados caídos em combate na guerra contra o Azerbaijão pelo enclave de Naghorno-Karabakh.

Monumento aos combatentes da guerra entre a Arménia e o Azerbaijão pelo enclave de Nagorno-Karabak, Haghpat, Arménia

Monumento aos combatentes da guerra entre a Arménia e o Azerbaijão pelo enclave de Nagorno-Karabakh à entrada de Haghpat.

Assim nos confirmou Cristina Kyureghyan, a guia que nos acompanhava desde o momento em que deixámos a Geórgia e com ela nos encontrámos do lado arménio de Bagratashen.

Os Arménios sentem este e outros conflitos históricos de forma intensa. Cristina e o motorista Vladimir passavam por ali, em trabalho, vezes sem conta. Ainda assim, em silêncio, prestam-lhe a homenagem devida.

Haghpat não é um lugar qualquer. Abriga um complexo monástico fundado no século X, de tal forma preservado e emblemático que a UNESCO o classificou e financia parte da sua recuperação.

Estamos uns dias para lá da época turística alta em que os visitantes se sucedem em autocarros de agências de Erevan, como costumam afluir ao grande lago do Cáucaso, o Sevan.

Como viria a acontecer em vários outros mosteiros da nação, não encontramos vivalma nas imediações. Só momentos mais tarde surge do nada uma crente esquiva encarregue de abrir as portas do templo e de vigiar os forasteiros.

A guardiã apercebe-se que estamos com compatriotas seus conhecidos. Não se demora.

O Misticismo Religioso e a Acústica da Pedra Secular

Ficamos a absorver a atmosfera mística do mosteiro, dividido por três edifícios principais de pedra escurecida pelo tempo.

Fundado em 976 por uma rainha de nome Khosrvanuch, o templo está disposto em redor um edifício central mais antigo, a catedral de Sourb Nishan, com os seus pequenos telhados a emergirem do solo relvado.

Mosteiro de Haghpat, Arménia

Perspectiva do mosteiro milenar de Haghpat, um dos dois mais antigos templos arménios da região de Lori.

Foi mais tarde dotado de um campanário, de uma biblioteca/scriptorium e de um refeitório que permitiram aos monges estabelecer-se e aprofundar a sua vida monástica.

Uma inscrição no átrio de acesso à nave principal versa: “Quem entrar por esta porta e se prostrar perante a Cruz, nas suas preces recorde-nos e aos nossos ancestrais reais que jazem à porta da catedral sagrada, em Jesus Cristo.

Tanto na catedral de Sourb Nishan como nas capelas de Sourb Grigor – dedicada ao Santo Gregório que introduziu o Cristianismo na Arménia – e de Sourb Astvasatsin, a acústica dos interiores frios e lúgubres é surreal.

Átrio do mosteiro de Haghpat, Arménia

Visitante cruza o átrio abobodado do mosteiro de Haghpat.

São verdadeiros antros da repercussão aqueles em que entramos e logo testamos simples ecos aleatórios para nos rendermos às evidências.

Dois homens surgem do nada. Apreciam o mosteiro tão curiosos e fascinados como nós, com tempo adicional dedicado aos khatchkars e túmulos dispersos no interior e em volta.

complexo monástico de Haghpat, Arménia

Outra perspectiva do complexo monástico de Haghpat, num dia já quase invernal.

Desde a saída madrugadora de Tbilissi que adiávamos o almoço. Por mais religiosa que a visita se provasse, não podíamos continuar com tal jejum.

Descemos, assim, à povoação desde há séculos submetida à supremacia clerical e instalamo-nos num restaurante tradicional.

Como sempre acontece na Arménia, na Geórgia, por estes lados do Cáucaso em geral, somos prendados com novo banquete papal. Findo o repasto, espreitamos a paisagem a partir de um limiar da encosta com vista privilegiada.

O desfiladeiro do Debed e, ao longe, a Soviética Alaverdi

Dali, percebemos a configuração da garganta do rio Debed e, ao longe, o complexo industrial de Alaverdi e a cidade a que deu origem. É para lá que, sem mais demoras, nos mudamos.

Garganta do rio Debed, Arménia

Fumo gerado pela fundição de cobre de Sanahin eleva-se da garganta do rio Debed.

No curto percurso, ainda nos detemos no único cemitério rodoviário com que nos deparámos à face da Terra. Estendia-se por umas boas centenas de metros, no sopé da encosta íngreme e, então, outonal, prestes a invadir o asfalto da M6.

Quando nele nos detemos e por um bom tempo, quase só Ladas e Volgas – veículos moribundos da era Soviética – circulavam em ambos os sentidos.

De mosteiro milenar, passamos a mosteiro milenar. Do de Haghpat, ao de Sanahin. Também este foi erguido no século X, num clima de indisfarçável rivalidade.

A povoação de Haghpat, Arménia

A povoação de Haghpat, com o mosteiro homónimo acima de qualquer outro edifício.

O termo arménio “Sanahin” traduz-se como “este, mais velho que aquele”. O nome original da edificação terá sido mudado com o exacto propósito de clarificar qual dos templos – e não o outro – era o primordial.

À margem da antiguidade, também Sanahin foi classificado património mundial pela UNESCO. O critério principal da organização para a escolha dos dois mosteiros vizinhos e antes, rivais, terá sido o facto de “representarem o mais elevado florescimento da arquitectura religiosa da Arménia.

O seu estilo único combina elementos da arquitectura eclesiástica bizantina com a arquitectura tradicional vernacular da região do Cáucaso”. Não seria aquele o único património peculiar que encontraríamos em Alaverdi e arredores.

Os Migs, Mikoyan e a Vida Industrial de Alaverdi

Descemos para a zona habitacional da cidade. Cruzamo-nos com um pastor que acabara de soltar um pequeno rebanho de cabras do curral e com um grupo de jovens entretidos a atiçar pitbulls de combate.

Cabras em Sanahin, Arménia

Dono de um rebanho de cabras solta-as numa rua íngreme da parte alta de Sanahin, nas imediações do monumento ao inventor do MIG

Cinquenta metros abaixo, destacado sobre um espaço museológico amplo e para lá de um busto de bronze, descobrimos um avião-caça prateado.

Até então, algo neutral, o motorista Vladimir intui a nossa curiosidade e apronta-se a explicar. “É um Mig. Ao lado está a homenagem ao inventor arménio, Artem Mikoyan.”

Avião Mig, acima de Sanahin, Arménia

Um exemplar de MIG, o caça supersónico co-criado pelo arménio Artem Mikoyan durante a era Soviética

“O Mig teve um inventor arménio?” indagamos sem disfarçarmos a surpresa. Vladimir confirma-o com uma expressão ao mesmo tempo contida, veemente e orgulhosa. “Há arménios por toda a parte.

Dezenas de famosos, são arménios ou de origem arménia e vocês nem fazem ideia. Cristina alia-se ao colega. “Sabem porquê? Porque eles mudam os nomes. Retiram-lhes a parte final de “ian” ou “yan”. A ideia é evitarem terminações de apelidos que, de outra forma, teriam que partilhar.”

Não os vamos agora enumerar, mas ficámos a par de vários exemplos, de que Kim Kardashian e a sua glamorosa e voluptuosa família são óbvias excepções.

Após o exame cuidado do temido caça, descemos parte da encosta para o âmago dos blocos habitacionais que tínhamos vislumbrado do miradouro de Haghpat.

Mantemo-nos atentos aos seus negócios incaracterísticos ou mal-amanhados e aos transeuntes taciturnos, muitos deles com cabelos claros que testemunhavam a mixagem étnica arménia-eslava de outros tempos.

A Decadência pós-Soviética e pós-Industrial de Alaverdi

Dá-nos a ideia de que aquelas partes da Arménia já tinham tido melhores dias. Cristina valida-o. ”Depois da queda da União Soviética, deixou de haver dinheiro.

A Arménia não o tinha. A Rússia não o mandava. A manutenção da mina e das fábricas tornou-se impossível.

Ficaram ao abandono.

Sanahin, Arménia

Vista sobre o vale profundo do rio Debed, com parte da mina-fundição e do casario de Sanahin.

Foram tempos difíceis para as famílias que aqui moravam há décadas. Uma boa parte teve que se mudar para Erevan ou emigrar.

Só há uns tempos é que o governo arménio, com algum investimento estrangeiro, conseguiu recuperar os complexos. A produção voltou a encarrilar mas ainda não é a mesma coisa.”

Faltava-nos investigar o fulcro industrial da questão. Acabamos por encontra-lo por nossa conta. Numa incursão mais certeira a várias vias que nos pareciam terminar no abismo sobre o Debed, esbarramos com a plataforma de um inesperado teleférico.

O Teleférico que Une as Profundezas ao Cimo da Cidade

Desse estranho e decadente ápice, entre moradores que, enquanto aguardavam pela partida da próxima cabine desvendamos a razão metalúrgica de ser de Alaverdi e dos seus.

Teleférico de Sanahin, Arménia

Passageiro espera pela hora da próxima descida, o mais protegido do vento gélida que, não tardou, cancelou as operacões do teleférico

Aproximamo-nos do limite do varandim e espreitamos. Lá em baixo, entre a margem norte do rio e as montanhas opostas, dispunha-se o esqueleto férreo e ferrugento da velha fundição de cobre da cidade.

Sob a terra, escondia-se a mina que lhe fornecia a matéria-prima. Dois conjuntos triplos de cabos de aço, ligavam as alturas em que estávamos à base industrial ribeirinha que há séculos lá havia sido instalada.

Vale industrial de Sanahin, Arménia

Vale industrial com a fundição de Sanahin

Do Investimento do séc. XVIII à Recente Tentativa de Recuperação

A fundição de Alaverdi foi inaugurada em 1770. Ordenou a sua construção um rei georgiano que então dominava o território desta que é a província arménia de Lori. Em pleno século XIX, contou com investimentos franceses e russos que fizeram o negócio florescer. A determinada altura assegurava cerca de 13% de todo o cobre produzido no Império Russo.

Em 1909, completou-a uma central hidroeléctrica no rio Debed que passou a gerar a energia necessária ao complexo. Já em plena era soviética, ordens do Kremlin ditaram novas construções massivas, incluindo os bairros que promoveram Alaverdi a cidade.

Mais recentemente, um tal de projecto nacional “Armenian Copper” tem vindo a expandir o número de minas, aumentar a fundição e a promover um substancial aumento de empregos.

A Vulnerabilidade à Meteorologia que Condiciona Alaverdi

Rajadas de vento desenfreadas percorrem o canyon do Debed. De tempos a tempos, chegam a afligir quem está na estação superior do teleférico.

As horas dos vaivéns do teleférico estão adaptadas aos turnos dos trabalhadores da mina. Solidário com a classe operária, o chefe de operações ainda permite a descida que se segue mas, não tarda a cancelar as viagens.

Passageiros teleférico de Sanahin, Arménia

Mãe e filho partilham uma mesma cabine do teleférico.

Apesar de estarem acostumados ao vento e a estes percalços, os passageiros entram a bordo com má cara. Estranham as intenções fotográficas com que chegámos de rompante.

E receiam o provável bambolear da cabine durante o percurso vertiginoso. As portas fecham.

A cabine desce, algo mais oscilante do que seria normal, mas sem incidentes. Ficamos sozinhos no alto. Até que Cristina nos resgata daquela evasão nas alturas para o nível da fundição.

Teleférico de Sanahin, Arménia

Teleférico dá início à descida para o fundo da garganta do rio Debed, onde se situam a mina e fundição que deram origem à cidade de Sanahin.

Num equilíbrio precário sobre um muro de beira da estrada que serpenteava encosta abaixo, apreciamos o ocaso deixar a secção mais próxima de nós à sombra.

E, aos poucos, dourar os edifícios e o labirinto de tubagens do lado de lá do Debed. Nessa noite, era suposto dormirmos em Erevan.

Ainda estávamos a 3h30 de caminho.

Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Uplistsikhe e Gori, Geórgia

Do Berço da Geórgia à Infância de Estaline

À descoberta do Cáucaso, exploramos Uplistsikhe, uma cidade troglodita antecessora da Geórgia. E a apenas 10km, em Gori, damos com o lugar da infância conturbada de Joseb Jughashvili, que se tornaria o mais famoso e tirano dos líderes soviéticos.
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Lago Sevan, Arménia

O Grande Lago Agridoce do Cáucaso

Fechado entre montanhas a 1900 metros de altitude, considerado um tesouro natural e histórico da Arménia, o Lago Sevan nunca foi tratado como tal. O nível e a qualidade da sua água deterioram-se décadas a fio e uma recente invasão de algas drena a vida que nele subsiste.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Kente Festival Agotime, Gana, ouro
Cerimónias e Festividades
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

Após algum tempo na grande capital ganesa ashanti cruzamos o país até junto à fronteira com o Togo. Os motivos para esta longa travessia foram os do kente, um tecido de tal maneira reverenciado no Gana que diversos chefes tribais lhe dedicam todos os anos um faustoso festival.
Presa por vários arames
Cidades
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
Cultura
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Manhã cedo no Lago
Étnico

Nantou, Taiwan

No Âmago da Outra China

Nantou é a única província de Taiwan isolada do oceano Pacífico. Quem hoje descobre o coração montanhoso desta região tende a concordar com os navegadores portugueses que baptizaram Taiwan de Formosa.

portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia
História
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
Ilha do Mel, Paraná, Brasil, praia
Ilhas
Ilha do Mel, Paraná, Brasil

O Paraná Adocicado da Ilha do Mel

Situada à entrada da vasta Baía de Paranaguá, a ilha do Mel é louvada pela sua reserva natural e pelas melhores praias do estado brasileiro do Paraná. Numa delas, uma fortaleza mandada erguer por D. José I resiste ao tempo e às marés.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal
Natureza
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Recompensa Kukenam
Parques Naturais
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Barco no rio Amarelo, Gansu, China
Património Mundial UNESCO
Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas

Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Praias
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Máquinas Bebidas, Japão
Sociedade
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Vida Selvagem
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.