Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira


Bebé entre reis
Bebé assusta-se quando se vê elevado entre o rei mouro e o cristão, no encerramento das Cavalhadas.
Artesão do divino
Morador de Pirenópolis retoca parte da armadura a ser usada pelo rei Mouro durante as Cavalhadas.
Em cheio
Cavaleiro mouro espeta uma cabeça e ganha pontos durante uma das várias provas.
Vultos Curucucus
Silhuetas de mascarados em convívio nas ruas do centro histórico de Pirenópolis.
Capitulação
Cavaleiro mouro submete-se a um Cristão após a derrota dos mouros nas Cavalhadas.
Cavalhódromo de Pirenópolis
Mascarados cavalgam no Cavalhódromo de Pirenópolis.
Costura
Mãe do rei Cristão finaliza o traje usado pelo filho nas Cavalhadas que se aproximam.
Bebé e traje mouro
Bebé passa junto ao traje do rei Mouro na fazenda do pirenopolino escolhido para esse papel das Cavalhadas.
Mascarado a cavalo
Mascarado percorre as ruas do centro histórico de Pirenópolis.
Espera montada
Mascarado aguarda pelo regresso de um congénere durante as Cavalhadas de Pirenópolis.
Mascarado BR
Mascarado posa à entrada de um posto de abastecimento de Pirenópolis.
Mascarados ansiosos
Bando de mascarados aguarda por nova permissão para entrarem em cena nas Cavalhadas de Pirenópolis.
Público
Espectadores acompanham a acção das Cavalhadas numa cabine improvisada do Cavalhódromo de Pirenópolis.
Golo Excêntrico
Mascarado bebe cerveja por um dos orifícios do nariz da sua máscara.
Torneio
Público acompanha o galope de um cavaleiro mouro durante uma prova das Cavalhadas.
Sombra mascarados
Sombra de um grupo de mascarados nos bastidores do Cavalhódromo.
Sor Pompeu
Apresentador das Cavalhadas vê-se cercado de mascarados.
Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.

Chegamos à uma da tarde.

Os mascarados abrem alas para a cavalgada solene dos “exércitos” cristão e mouro que rumam ao recém-construído Cavalhódromo de Pirenópolis.

As bancadas estão à pinha. Ecoa a voz quase divina do produtor e apresentador Sôr Pompeu, em pleno anuncio do cortejo de inauguração. Composta de músicos e majorettes, a parada dá a volta ao relvado e saúda a assistência.

Lidera-a uma moça gostosa da terra enfeitada com faixas.

Cumprido o périplo, tem luz verde o ponto alto do evento das embaixadas e batalhas.

Percebemos, por fim, o porquê de tanto ensaio prévio. As coreografias revelam-se complexas e fastidiosas. Fazem-se de voltas e reviravoltas, também de confrontações súbitas, retiradas e diálogos intermináveis proferidos num playback trovejante que requer o acompanhamento gestual dos reis e embaixadores.

A Folia Desvairada dos Mascarados Curucucus

Para aligeirar o espectáculo, são abertas as portas à loucura dos mascarados. Estes, invadem a galope e, sempre que o seu tempo se esgota, resistem à expulsão do relvado como se de um terceiro exército se tratassem.

“Esses Mascarados vão ter que sair de qualquer jeito. Não dá p’rá ficar atrasando mais!” ressoa, dos altifalantes, o cada vez mais impaciente Sôr Pompeu.

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Mascarados cavalgam no Cavalhódromo de Pirenópolis.

Há muito que passaram os 20 minutos de cavalgada louca à volta do recinto por ele concedidos. Os exageros repetem-se desde o início do evento. Nada que perturbe a inconsciência colectiva dos também chamados curucucus.

O abuso delicia os espectadores. Afinal, a Festa do Divino e as Cavalhadas são feitas da entrega e devoção, tanto religiosa quanto profana dos seus intervenientes. Todos toleram que os cavaleiros mouros e cristãos brilhem demais.

À parte das batalhas travadas, em desafio do predomínio das faixas de saudação, vassalagem e auto-promoção das famílias mais importantes e dos políticos regionais, os mascarados aproveitam ainda o seu anonimato para exibir cartazes de contestação política: “As pessoas não mudam quando chegam ao poder, elas se revelam” versa um dos mais exuberantes.

A tradicional irreverência dos curucucus deriva da sua presença, tão bastarda como tardia, nas Cavalhadas.

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Mascarado aguarda pelo regresso de um congénere durante as Cavalhadas de Pirenópolis.

Durante muitos anos, por não ter lugar nas batalhas travadas à laia de torneio medieval, o povão que representam foi mero espectador das cerimónias protagonizadas pelos abastados e poderosos.

Uma vez legitimada a sua participação, protegidos por disfarces caricatos e coloridos (cabeças de homem e de boi, unicórnios, onças etc.) e por cochichos quase imperceptíveis, os Mascarados provaram-se difíceis de controlar.

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Silhuetas de mascarados em convívio nas ruas do centro histórico de Pirenópolis.

A Batalha em Modo de Torneio Medieval das Cavalhadas

As Cruzadas regressam ao Cavalhódromo. Em breve se constata que as embaixadas de tréguas e de mútua intimidação são infrutíferas. Resta o conflito. O povo rejubila mais que nunca.

Foram colocadas cabeças de bonecos para serem rebentadas e assim testarem a mestria dos cavaleiros no uso da lança e … da pistola, um anacronismo não detectado ou com que ninguém se importou.

Há ainda a prova das argolinhas, um clássico medieval que eleva o suspense de cada vez que os cavaleiros, a galope, erguem as suas lanças.

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Cavaleiro mouro espeta uma cabeça e ganha pontos durante uma das várias provas.

Os pontos são anotados. No fim, por uma questão de fidelidade histórica, vencem sempre os cristãos. A consumar o triunfo dos fiéis, os mouros rendem-se e submetem-se, ajoelhados, às espadas dos cruzados. Segue-se um alinhamento, a pé, dos cavaleiros que recebem os cumprimentos dos amigos e familiares.

Quando a Festa das Cavalhadas Regressa a Pirenópolis

Nisto, os passeios do centro da cidade enchem-se com o regresso da multidão do Cavalhódromo. A maioria dos forasteiros vêm de Brasília, de Goiânia e de outras povoações em redor. Alguns, chegam de bem mais longe.

De São Paulo, do Rio, até do estrangeiro. Todos comparecem em Pirenópolis atraídos pela beleza cada vez mais badalada da festa. Durante o evento, os carros são proibidos no centro histórico.

Esta benesse permite aos mascarados apoderar-se das ruas amplas.

Cavalgam por elas sem sentido. Detêm-se apenas para posar para as fotos do público e rogarem pequenas contribuições para a compra do seu combustível: a cervejinha gelada.

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Mascarado bebe cerveja por um dos orifícios do nariz da sua máscara.

É rara a recusa. Estamos na época seca da região Centro-Oeste brasileira. O calor aperta. Sobretudo quando se está horas dentro de um fato de fibra com a cabeça numa máscara de cartão.

Quando a noite cai, os cavaleiros recuperaram o protagonismo. Por essa altura, juntos, mouros e cristãos cavalgam e descarregam as suas pistolas para o ar. 

O derradeiro ritual – de longe o mais barulhento – estabelece o encerramento oficial das Cavalhadas e devolve Pirenópolis à paz de Deus.

Até ao mês de Maio do próximo ano. 

Origem das Cavalhadas: do Reino dos Francos ao Coração de Goiás

As Cavalhadas de Pirenópolis são uma reconstituição das investidas de Carlos Magno contra os Mouros que, por altura do século VIII ocupavam a Península Ibérica.

Ao longo da Idade Média, por meio dos cruzados e de trovadores, os seus feitos tornaram-se populares na Europa cristã. Deram origem a representações bem recebidas também em Portugal.

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Público acompanha o galope de um cavaleiro mouro durante uma prova das Cavalhadas.

Os jesuítas levaram estas encenações para o Brasil, ainda na sua época áurea e com autorização da Coroa que nelas vislumbrou um instrumento eficaz de evangelização dos indígenas e escravos africanos.

A Encenação Popular do Padre Manuel Amâncio da Luz

Chegaram a Pirenópolis e à região circundante do actual estado de Goiás, em 1826, quando o Padre Manuel Amâncio da Luz integrou uma exibição denominada “O Batalhão de Carlos Magno” na Festa do Divino Espírito Santo, também ela antes trazida de Portugal.

A novidade teve uma aceitação milagrosa. Pirenópolis era, então, uma cidade de mineiros, na sua maioria oriundos do norte da Metrópole onde a longa resistência às invasões mouras e seguintes ataques e conquistas vieram a forjar a nação portuguesa.

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Bebé assusta-se quando se vê elevado entre o rei mouro e o cristão, no encerramento das Cavalhadas.

Por outro lado, o espectáculo desde cedo atribuiu personagens poderosas (reis e cavaleiros) aos cidadãos mais proeminentes da cidade. Eram personagens montadas.

A Promoção Controversa ao Novo Cavalhódromo de Pirenópolis

Essa realidade foi de encontro à paixão generalizada da população local pelos cavalos e cavalgadas. Tal paixão torna-se bem evidente durante a Festa do Divino, quando o som dos cascos contra as pedras das calçadas de Pirenópolis se torna ambiente.

No início, as Cavalhadas eram encenadas num campo de terra marcado a cal. Os participantes vestiam uniformes militares da época em vez dos trajes da época medieval actuais.

O empenho que os Pirenopolinos lhes dedicaram – como dedicaram à Festa do Divino, no geral –  fez com que fossem criadas roupas “medievais” para os cavaleiros e cavalos, incluindo armas e armaduras.

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Mãe do rei Cristão finaliza o traje usado pelo filho nas Cavalhadas que se aproximam.

Em 2012, o campo pelado deu lugar a um amplo Cavalhódromo, relvado, dotado de um pórtico cristão e outro mouro, com grandes bancadas de cimento e camarotes familiares, estes feitos de madeira. Diversos sectores da comunidade pirepolina acusaram os responsáveis de terem afastado o povo da festa.

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Espectadores acompanham a acção das Cavalhadas numa cabine improvisada do Cavalhódromo de Pirenópolis.

Quando falamos com a esposa de Toninho – um emblemático ex-rei Mouro – apuramos ainda que nem sempre a festa se confinou à cidade ou sequer ao estado brasileiro de Goiás.

A Embaixada dos Cavaleiros do Divino à França Grãfina de Chantilly

Dª Telma conta-nos que, em 2005, se celebrou o ano do Brasil em França. Por essa ocasião, a organização gaulesa convidou uma comitiva de 30 pirenopolinos, – para desgosto das esposas da cidade, todos homens – a Chantilly (uma vila histórica grãfina a pouca distância de Paris).

A ideia era apresentar aos franceses as Cavalhadas de Pirenópolis e a exibição final correu na perfeição. Já os preparativos incluíram peripécias hilariantes.

Vários dos cavaleiros nunca haviam saído do estado de Goiás quanto mais viajado de avião e mudado de continente para enfrentar a delicada etiquette française.

Por óbvias razões logísticas, os cavalos pirenopolinos ficaram em casa. E os cavaleiros das Cavalhadas tiveram que ensinar a montadas francesas as voltas e reviravoltas das batalhas entre Mouros e Cristãos.

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Cavaleiro mouro submete-se a um Cristão após a derrota dos mouros nas Cavalhadas.

O desafio revelou-se tudo menos pacífico. Por terras de “Piri”, os cavalos eram tratados à força, com chicotadas e picadas de esporas.

Em Chantilly, os cavaleiros brasileiros, habituados à superioridade do seu papel de reis e nobres, viam-se repreendidos ao mínimo toque que dessem nos animais franceses e indignavam-se sempre que os tratadores locais, à laia de prémio, beijavam as suas montadas na boca.

“Mas isso não foi o pior …”, continua a contar-nos Dª Telma: “Como se não bastasse, os franceses tentaram impor este método refinado aos cavaleiros de Pirenópolis a quem davam também torrões de açúcar para que, além dos beijos, os oferecessem aos cavalos quando os animais superavam provas…”

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Morador de Pirenópolis retoca parte da armadura a ser usada pelo rei Mouro durante as Cavalhadas.

Os pirenopolinos continuaram a resistir. E os franceses quase entraram em colapso quando constataram que não só insistiam nos seus procedimentos cruéis para com os equinos como devoravam os torrões de açúcar.

No regresso a casa, o tratamento “efeminado” dos europeus para com os animais manteve-se tema de conversa e de risada até às Cavalhadas seguintes, quando o exército poderoso e pirepolino de Carlos Magno, voltou a derrotar os infiéis.

Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
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Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
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O Baluarte dos Monocerontes Indianos

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Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
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